O que tem por trás de uma carinha de anjo? escrita por Alessandra


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

E aí...



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Saí de casa pensando nas besteiras que tenho feito ultimamente, não sou agressivo, mas a Cecília desperta em mim um sentimento que não controlo, ela me provoca de um jeito inexplicável. Peguei o carro indo em direção a casa dela, porém a mesma estava com todas as luzes apagadas me fazendo entender que ela não se encontrava ali, estava já voltando pra casa, pois chovia intensamente, quando percebi alguém na praça, cada detalhe parecia com ela, mas ela estaria maluca pra estar na chuva? Desci do carro, o vento frio chegou até mim quase me fazendo voltar pro conforto do carro. À chuva logo me alcançou fazendo minha consciência pesar.

Não sei porque você se foi, quantas saudades eu senti, e de tristezas vou viver, e aquele adeus não pude dar.- Ela cantava triste, nem preciso dizer o quanto fiquei impressionado com sua voz, doce e linda. - Você marcou a minha vida...- Completei, a mesma me olhou assustada.- Calma, vim em missão de paz, sinto dizer que essa música não combina com você. – Sorri sem jeito.

— Essa música diz muito sobre mim, muito sobre o que vivi...- Viveu, morreu na minha história, chego a ter medo do futuro, e da solidão que em minha porta bate. – Sussurrou a última parte. – E eu... Gostava tanto de você. – Completou soluçando.

— Cecília desculpa sério. Perdão eu não queria ter dito tudo aquilo. – Falei tocando em seu braço, mas ela logo fugiu do meu toque.

— Você não pode apagar o que disse, você cravou na parte que mais dói, na ferida que eu não consigo sarar.

— Eu sei, mas você provoca caramba. Não chora.

— É fácil, jogar as palavras ao vento e depois pedir desculpas, não crio minha irmã por opção, tive que crescer muito rápido pra cuidar dela porque minha mãe MORREU, gosto da sua filha por que sei o que ela sofre, preciso do emprego pois ainda tenho que sustentar tudo e ainda tenho que carregar esse peso nas costas, fingir que está tudo bem quando nem ao menos sei o rumo que está tomando minha vida. É fácil julgar as pessoas, você sempre teve tudo o que quis, foi o playboy que as meninas desejavam, mas eu não, sempre tive que ralar pra ter comida na mesa, pra ver minha irmã feliz.

— Desculpa eu não sabia.

— Lógico você não sabe NADA sobre mim Gustavo, NADA. – Gritou saindo de perto de mim.- Você não pode ir assim.- Peguei em sua mão, que ela puxou rapidamente.

— Vai querer mandar no parque também? Eu saí da sua casa como você pediu, me deixa em paz cara, pelo amor de Deus, se é que você tem isso.

— Desabafa, bota pra fora.

— Botar pra fora? Queria mesmo era nunca ter conhecido o pai estúpido que você se tornou, o fantoche daquela sua noiva ridícula, sua filha passou mal hoje e você nem tava lá, novidade, lembrei que você nem toma conta dela. Tão doce, sensível, meiga a filha que todo mundo queria ter por perto, traquina e levada como qualquer criança, ela apenas queria te ter por perto é pedir muito? Você pode contratar quantas pessoas seu dinheiro permitir, mas amor igual ao seu ninguém consegue, afinal é seu sangue que corre nas veias dela.

— Não é tão simples assim. – Escorreguei sentando onde ela estava antes. – Eu tenho medo, não sou mais o mesmo desde que a Tereza morreu, ela levou um pedaço de mim, a parte boa que existia.

— Mas sua filha não se foi, ela não tem maturidade suficiente pra entender isso.

— Eu a amava tanto, era a mãe perfeita, atenciosa, era só a Dulce fazer qualquer resmungo por mais baixo que fosse ela já estava lá pra começar a niná-la novamente e depois que ela se foi eu fugi porque via tudo da Tereza na Dulce, o reflexo idêntico, as manias, o sorriso, até o jeito de falar, cheguei a ir pra médicos porque dizia que a Tereza estava me perseguindo, fugi porque não queria magoar minha filha não queria ser grosso com ela, passo a maior parte do tempo trabalhando pra dar tudo que acho que ela necessita pra se manter o mais longe possível de mim. Me entende agora? Não sou assim por opção e sim por medo de ferir quem mais me ama nessa vida.

— Acho que por mais complexo que seja, sim. Me desculpa também. – Disse sentando perto dele.


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Notas finais do capítulo

Ops.. E aí, Gustavo é tão mal assim? Tenham um bom dia, se conseguir posto mais ainda hoje, se não me perdoem é que minha Facul volta hoje.. Bjs e espero que tenham gostado!



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