O que tem por trás de uma carinha de anjo? escrita por Alessandra
Notas iniciais do capítulo
E por hoje é só...
Gustavo,
Gostaria de dizer que cometi o maior deslize da minha vida, talvez algum dia me olhe sem o nojo ao qual estou sentindo agora, peço desculpas pelo que aconteceu, pois arrependimentos não vão adiantar de nada, desejo felicidades a sua nova família, espero que à partir de hoje não mais me dirija a palavra quando o assunto não for sua filha, não torne as coisas piores do que já estão estou com a consciência pesada, pois tenho noção do pecado que comentemos.
Minha vontade era de sumir, ficar bem longe de tudo. Mais não farei isso, como eu já lhe disse, continuarei a trabalhar por conta da Dulce. Enfim, só espero que essa angústia que eu estou sentindo passe... Eu odeio ter que amar você, e eu vou lutar para que esse sentimento se destrua e que não exista mais.
Vai ser difícil, mas tudo passa nessa vida, não torne as coisas piores do que já estão. Enfim bom casamento seja feliz patrão.
Gustavo On— Dobrei o papel exatamente como ela havia feito. Estava ainda meio atordoado com o que havia acabado de ler. Eu estava em dúvidas, poderia até acabar com a história de casar e deixar a Nicole. Mas depois dessa carta, a Cecília deu a certeza que não quer lutar para ter um relacionamento comigo. Então não me resta mais dúvidas, eu vou sim me casar com a Nicole. Como de costume ela chegou pontualmente às 8 da manhã pra trabalhar, seu olhar triste me deixou atordoado, deu um bom dia coletivo beijando a testa da Dulce, apesar da maquiagem pude perceber as olheiras que rodeavam seus lindos olhos azuis. A tristeza que emanavam deles era perceptível não só por mim, pois Estefânia olhou-me como se pedisse ajuda, abaixei o olhar não podendo encará-la, pois havia me tornado um covarde, o pior de todos.
— Ceci aconteceu alguma coisa? - Dulce perguntou colocando as mãos sobre as bochechas dela.
— Só dormi mal meu amor, vou ficar bem.- Suspirou beijando a palma da mesma. - Assim espero. - Sussurrou. - Vou subir pra arrumar sua mochila meu amor.
— É mesmo vamos pra fazenda com o Titio Gabriel. - Falou feliz.
— Isso ai. – Falou seca.
— Estou louca pra andar a cavalo. Tem um monte de coisa lá você vai amar, tem até cachoeira, meu amigo o Zé diz que lá tem bichos grandes durante a noite, mas acho que é brincadeira.
— Tenho certeza que vou amar as aventuras. Com licença.- Disse seguindo para o quarto da pequena.
— Espera Ceci vou ajudar você. – Estefânia disse já se retirando da mesa.- O que aconteceu por Deus menina não te vi quando saiu ontem.
— Não me faz lembrar isso quero esquecer.
— Que desespero, meu primo te tratou mal?- Olhou-me assustada.
— Sabe diante de tudo nem sei mais o que aconteceu sabe, to precisando conversar se não eu surto.
— Calma, começa do começo. – Sorri sem sucesso a mesma continuava pálida.
— Eu e o Gustavo fizemos algo que jamais deveria ter acontecido ontem à noite. – As lágrimas caiam lavando meu rosto.
— Vem cá Ceci. – Disse acolhendo-a em meus braços sem dizer mais nada.
Gustavo Pov— Por mais que difícil seja ver a Cecília desse jeito, eu tentei ignorar o máximo possível. Até porque se ela não quer lutar para vencer esse amor, eu também não farei questão. E se distância que ela quer de mim, e isso que ela terá.
— Bom família, eu preciso ir agora. O trabalho me chama.
— Já papai?
— Sim filha, mais tarde o papai estará de volta pra ficar com você. - Disse me levantando e indo até ela.
— Se comporte no colégio, heim? - Beijei sua cabeça. - Amo você.
— Também te amo papi lindo.
O dia transcorreu normalmente, minha cabeça estava explodindo, a Dulce chegou da escola mais serelepe que o normal se é que isso pode ser possível.
— Que horas vamos pra fazenda?
— Estamos esperando a resposta do seu tio.
— Ahh. - Sentou no sofá. - Eu estou tão ansiosa pra ir, pra brincar muitão.
— Acalme-se minha filha, logo seu tio dá uma reposta e nós vamos. Quanta ansiedade!
— Eu só quero me divertir um pouco papai, passar mais tempo com você.
— Ta bom primo, fique tranquilo, a gente resolve isso, ok. Também te amo, até mais tarde. Estefânia disse desligando o telefone.
— Algum problema prima?
— Faleceu uma pessoa lá no interior e o Gabriel vai precisar dar assistência ele pediu pra que você nos levasse.
— Duas horas dirigindo?
— Eu posso revezar com você se quiser, mas esse é o único jeito de ir, vamos logo antes que fique tarde.
Duas horas dentro do mesmo ambiente que o Gustavo, brincadeira ne? Colabora Senhor- Pensou Ceci olhando pro céu.
— A titia tem razão, vamos logo. - Disse toda empolgada indo em direção a porta.
— Então vamos, porque se não a Dulce não vai parar quieta. - Pegamos todas as coisas e descemos até a garagem. Guardei as coisas no porta-malas e me sentei no banco da frente. É duas horas tendo que conviver com a Cecília não vai ser fácil, suspirei.
— Cecí me ajuda com o cinto.
— Sim meu amor, é só colocar assim. - Puxei o cinto e coloquei sobre o seu corpo. - E encaixar aqui. Prontinho.
— Cecília vai aí na frente, eu gosto de dormir aí aqui atrás é melhor pra mim. - Estefânia dizia, dava pra ver que era armação daquelas duas, pois as mesmas sorriram. Será que poderia ficar pior?
— Carro com destino a um fim de semana mágico. - Gustavo imitava aquela voz de pilotos de avião. - Afivelem os cintos, todas prontas?
— SIMPIRIRIM. - Disse Dulce toda sorridente.
— Então vamos ao nosso destino. - Cecília se sentou no banco do passageiro e tentou o máximo não me olhar, seus olhos estavam centrados a frente.
Quando perguntei aos céus se poderia piorar eu não estava pedindo que piorasse, apesar de termos saído super cedo pegamos um engarrafamento daqueles o silêncio era constrangedor entre nós já que a Dulce havia dormido junto com a tia e ficamos apenas Gustavo e eu nessa história.
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Xauzinho!! bj