Apenas me mostre as nuvens escrita por Koya


Capítulo 1
O enxergar da alma


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como vão?
Eu amo ShikaIno e essa drabble é uma forma de mostrar que quando escrevo e leio sobre eles, me vem à mente uma pureza e beleza incondicional (é mais ou menos o que acontece com NejiHina). Enfim! Sem mais delongas, boa leitura ♥



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Apenas me mostre as nuvens

Hoje eu acordei lembrando-me da primeira vez que vi seus olhos; de um azul tão claro e límpido que não pude deixar de encarar. Percebi, então, que eles eram foscos e o foco não estava lá. Prometi, enfim, que eu me tornaria o foco da sua vida. Logo eu, que não me dispunha a nada. Logo você que... Sem mais, logo você. A convivência me levou a querer te mostrar as nuvens. “Convivência”. Frequentar o mesmo café, nos mesmos horários que você, não nos fazia conhecidos. Muito menos amigos. Quem dirá um casal.

Naquele dia que eu sentei na sua frente, sorrindo, com o queixo apoiado nas mãos, várias pessoas me olharam com repreensão. Algo como “ela é cega, seu idiota”. Eu sabia que você era cega, mas porque isso impediria alguma aproximação? Você franziu seu cenho, talvez um pouco incomodada. Como se já tivesse passado por aquela situação várias vezes, mas sempre acabava na mesma coisa quando abria os olhos; quantos “deixa que eu ligo”, você já tinha escutado? Eu me apresentei, você se apresentou, nós dois rimos de nossas descendências japonesas, naquele país que não era o nosso natal. Eu chutaria Alemanha pra você, fácil! Ah, seu pai, ele era alemão. Obrigado cérebro, nunca me decepcionando.

E logo passamos a conviver de verdade. Quer dizer... Não apenas respirando o mesmo ar. Nos encontramos em diversos lugares, até que eu te levei ao parque que eu mais gostava. Algo se remexeu em mim quando eu lembrei que eu não podia fazer o que mais gostava junto a você, porque um acidente de carro dois anos antes de nos conhecermos tinha atrapalhado. Você não poderia ver as nuvens. Sorriu tristemente quando eu disse o porquê gostar daquele parque. E pensar, você contou, que – antes do acidente – nunca tinha reparado nas nuvens. Eram tão simplórias... Trabalho duro e outros afazeres eram muito mais fundamentais do que olhar as nuvens. O fato é que o “não fundamental” faz falta quando não pode— e não somente não quer— fazê-lo.

Eu entendi, naquele instante, que o não poder não significava nada. Para mim, você desejar estar ao meu lado vendo as tais nuvens era muito mais importante do que vê-las. Eu as descrevi, e você chorou. Porque chorou? Eu me perguntei. Hoje eu entendo. Você chorou porque eu tinha feito sua alma enxergar novamente, tinha mostrado que os olhos não eram, de fato, janelas da alma. Mas a alma podia sim tornar-se seus olhos. E tudo isso com a seguinte – e simples – descrição: “As nuvens estão enchendo o céu, hoje. Brancas e inconstantes, bonitas... Assim como você”.

Yamanaka Ino, inconstante, linda. Você. Despertou o melhor tipo de sentimento que eu já tive, e ainda tenho, em toda a minha vida. Eu fui o felizardo que te ensinou a enxergar da forma mais bonita, e, como recompensa, você me mostrou a enxergar da sua forma. Aquela palpável, literalmente. Eu fechei meus olhos, a seu pedido, e deixei minha mão ser guiada. Primeiro pelos seus cabelos, compridos e sedosos. Olhos, fechados e trêmulos. Bochehas, quentes e “amaçãzadas”. Boca, inclinada num lindo sorriso e levemente úmida. Queixo, de perfeita construção. Pescoço, longuíneo e fino. Ombros, firmes. Costas, eretas enquanto recebiam meu quase abraço. Seios, extremamente convidativos. Barriga, lisa. Coxas, grossas.

Eu podia me virar a partir dali, sussurrei em seu ouvido. Nos amamos naquela noite, e, desde lá, cada dia é uma nova felicidade. Cada dia eu acordo me lembrando da primeira vez que vi seus olhos... Como hoje. 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Ai ♥
Espero que tenham gostado! Caso tenham alguma crítica, elogio, ou somente queiram dar um olá, a porta dos comentários está aberta OASHIAO beijos!



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