Laços do espirito- Destinada escrita por Annelizye1205


Capítulo 8
Preço a ser pago




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Adrian conseguiu me acalmar de um jeito que suspeitei que pudesse ser compulsão, não gostei muito, mas no fim aceitei, qualquer controle mental que me fizesse deixar de ser uma marionete do espírito de Lissa, seria útil.

"O que acabou de acontecer?" Perguntei ainda nervosa, sentada em minha cama. Lissa não conseguia explicar, saber que tinha acabado de quase matar Mia, e me colocar em risco, a tinha deixado paralisada.

" Calma pequena Dhampir, vou te explicar tudo, mas uma coisa de cada vez." Sua calma estava me irritando, mas com medo do que acabara de acontecer, me controlei o máximo possível.

" Estou com sede, onde vocês guardão o estoque de wisk por aqui?"

" Você está brincando neh?" Perguntei, irritada, e com uma certa vontade de soca-lo.

" Na verdade não, mas tudo bem..."

Adrian fazia o tipo brincalhão, rebelde, que não levava nada a sério, tipo que eu adoraria flertar, se não fossem as circunstâncias do momento.

" Adrian, me explica, como meu poder pode afetar Rose dessa maneira?" Perguntou Lissa.

" Eu não posso saber de tudo não é?" Ele disse sorrindo. "Mas creio que de alguma forma, Rose está absorvendo a parte negra do espírito, a sua aura quendo você está usando o espírito é brilhante, dourada, como a minha, mas a de Rose, é negra, com apenas pequenos flashes de luz."

Legal, como se já não bastasse eu ser uma Shadow kissed, guardiã de vampiros, agora também sou uma absorvedora de espírito Negro, isso está ficando pior do que pensei.

" Mia..." Mal conseguia pensar no que fiz com ela, me sentia culpada, claro que eu queria faze- la pagar pelo que fez com Lissa, mas isso, ia além dos meus critérios de vingança.

" Não se preocupe, ela está bem, eu curei todos os ferimentos, que devo dizer, pequena Dhampir, você fez um bom estrago, espero nunca ficar em seu caminho quando estiver nervosa." Ele disse rindo, em outra ocasião, eu teria aceitado isso como um elogio, mas naquele momento, eu me encolhi lembrando do que fiz com Mia.

" E sobre ela se lembrar do que houve, não se preocupe, eu a fiz esquecer o que aconteceu, tanto ela quanto o boysinho que estava lá."

Isso deveria me fazer sentir melhor, mas não fez.

" Rose... Nós vamos resolver isso, não se preocupe." Lissa como sempre estava confiante, mas isso não dependia mas dela, eu tinha a obrigação de protege-la do mal, mas quem me protegeria dela? Sabia que tudo aquilo não era sua culpa, mas eu precisava cuidar de mim.

Então decidi falar com a única pessoa que eu sentia que poderia me ajudar.

"Olha Liss, eu tenho que ir, vou fazer uma coisa, acho que vocês tem muito o que conversar." ela me olhou com dúvida e preocupação, e eu podia sentir receio, medo, e culpa vindo dela, me aproximei, e segurei em suas mãos. "Tudo bem Liss, é só que tudo isso é muito pra mim, só preciso de um ar, e talvez um pouco de tempo."

Na verdade eu só queria me distanciar dela, me distanciar dessa loucura de espírito, me senti culpada por querer aquilo, mas pro bem tanto dela quanto meu, eu deveria ficar longe.

" Pequena Dhampir, olha você vai ficar bem, não se preocupe." Adrian, mesmo com aquela cara de preguiça e safadesa, de algum modo parecia realmente querer me ajudar, estar preocupado comigo.

" Obrigado, quero dizer por tudo, por me ajudar antes, e por...Tentar agora."

Eu saí do quarto em disparada e deixei Lissa e Adrian com sua conversa maluca de espírito, eu precisava encontar Srt karp, algo em mim me dizia que ela era a pessoa que iria me ajudar, era como se uma força maior me fizesse procura-la.

Cheguei em sua sala, mas a cena que vi me fez parar, tudo estava bagunçado, cadeiras quebradas, prateleiras bagunçadas, quadros no chão, e as flores que antes eram lindas, perfeitas, e vivas, estavam murchas, feias e mortas.

" O que aconteceu aqui?" Andando pela sala, eu procurava alguma pista, qualquer que fosse, de como aquilo foi acontecer.

"Ela não está aqui."

Um moroi alto cabelos castanhos bagunçados, olhos azuis gelo e vestido todo de preto, estava parado na na porta e me olhava com preocupação, eu me assustei por um momento.

" Sabe o que aconteceu?" Perguntei. Eu nunca o havia visto antes na academia, mas por alguma razão senti que o conhecia de algum lugar.

" Tudo o que sei é que ela teve um surto psicólogo, e os guardiões a levaram, eu estava passando pelo local, quando te vi entrar aqui, você parecia preocupada, então só quis ajudar." Ele não parecia ser o tipo simpático, mas algo em seus olhos me diziam que era um bom rapaz.

" Obrigada, sabe me dizer para onde a levaram?"

" Acho que posso te levar lá" Ele disse dando de ombros. "Claro se você quiser." Eu estava cansada, e tudo o que queria era me deitar e esquecer os acontecimentos do dia, mas o que acontecera com Mia e Lissa me dava mais medo do que qualquer cansado pudesse sobrepor.

" Obrigada, eu agradeceria muito."

Seguimos pela parte de dentro do campus, já que era manhã e o sol estava quente para os morois.

" Desculpa, nem me apresentei" ele disse enquanto caminhavámos.

"Meu nome é Christian, você deve ser Rose não é." Eu não deveria ficar surpresa de todos saberem quem eu era, a história de uma Dhampir que viveu entre os humanos por toda a vida, e que ainda era uma rara Shadow kissed, se espalhou de uma forma incrível.

" Sim, Rosemarie Hathaway, mas pode me chamar de Rose mesmo."

Eu estava intrigada de como Christian sabia sobre mim e Srt karp, já que eu nem sequer havia o visto antes.

" Você é amiga de Vasilissa não!?"

" Lissa... Ela gosta que a chamem de Lissa. Sou sim, na verdade o único motivo pelo qual estou aqui nessa academia é ser futura guardiã dela. Dizem que sou a pessoa ideal para isso." Acho que devo ter dito de uma forma negativa, já que a cara que Christian me fez foi de intrigado.

" E você discorda disso?" Perguntou.

" Não, eu quero guardar Lissa, e só que tem muita coisa envolvida." Pensar sobre tudo que eu perderia sendo guardiã de Lissa, me deixava triste, mas pensar em estar ao seu lado, protege la, ser sua amiga, compensava qualquer perda.

" Que tipo de coisas, por exemplo?" Ele era persistente, mas eu precisava falar com alguém, e me sentia bem falando com ele, então por que não.

" É complicado, digamos que eu deva isso a ela." Dever não era exatamente o que eu queria dizer, mas não consegui me expressar melhor.

" Sabe Rose, eu já vi vocês juntas, e realmente acho que você seja capaz de protege-la, é como se tivessem uma conexão. Desde que conheço Lissa, ela é sempre tão irracional e fraca, mas com você, ela é forte, racional, verdadeira, ela é brilhante, inteligente, ela é tão..." Pra quem mal a conhecia ele a elogiava muito, olhando para ele, não pude deixar de notar que ele a admirava, mas não era a admiração qualquer, ele gostava dela.

" Espera, você gosta da Lissa!" Eu disse sorrindo e um tanto quanto surpresa, parando de andar assim que chegamos na enfermaria. Ele se assustou, percebendo que havia deixado escapar seus sentimentos.

"Ela nunca me olharia, na verdade, ninguém nem me nota..." Ele olhava para baixo, e seu semblante era triste. Eu já me senti da mesma forma um dia, e posso dizer o quanto é ruim, você se sente invisível, sozinho. "Mas o que posso dizer, os atos dos pais trazem consequências para os filhos."

Eu não entendi o que ele queria dizer com aquilo, mas vi no fundo de seus olhos um grande pesar, como se houvesse tido uma grande perda.

" Sabe Christian, eu acredito que cada um constrói ou destrói o seu próprio destino, o que os pais decidem fazer não afeta quem somos, porque somos e seremos quem quisermos ser, depende de nós."

Palavras sábias de mais para garota uma órfã, que tinha basicamente todo seu destino planejado como guardiã de uma vampira usuária do espírito, e que mal tinha controle sobre sí mesma.

" Obrigada Rose, embora isso seja meio irônica, levando em conta sua situação, mas vejo que realmente não sabe nada sobre mim, minha família, ou meus pais não é!?" Aquela conversa toda estava me deixando intrigada, eu nunca havia ouvido falar de Christian, mas sentia que já o conhecia, e não entendia o que seus pais e sua família tinham a ver com ele e Lissa, mas não podia dizer, pois quem era eu para ser usada como exemplo familiar ou como uma pessoa que tinha direito sobre seu próprio destino.

" Christian olha eu não costumo julgar as pessoas sem antes conhece las, e muito menos baseado no que outros pensam. Você parece ser um cara legal, e tenho certeza que Lissa também deve achar isso."

Era estranho porque ao invés dele ficar contente com minha afirmação, seus olhos ficaram mais tristes.

"É aqui, trouxeram Srt karp pra cá, boa sorte, espero que ela esteja bem."

Ele disse isso e se foi novamente, sem nem ao menos me dar chance de dizer obrigado.

Cheguei na entrada da enfermeira e encontrei Abe, ele estava em pé com a mão em sua barba pontuda, pensativo.

"Rose o que faz aqui."

" Estou procurando Srt karp, o que aconteceu, quando fui a sua sala, estava tudo bagunçado..."

Ele me olhou com um olhar preocupado, e algo me disse que o que vinha pela frente não era bom.

" Preciso que entenda, Sônia nunca foi uma pessoa muito estável, algo em sua cabeça a estava deixando maluca, ela acabou tendo um ataque de nervos e infelizmente está impossibilitada de receber visitas."

Que a senhorita Karp não era de todo estável, isso eu já sabia, mas porque ela teve esse ataque justo quando estava ajudando Lissa com o espírito, ela parecia tão bem, e ao contrário de Lissa, ela era a única que poderia me ajudar.

" Mas aonde ela está, eu preciso vê-la."

" Sinto muito, você não pode."

" Ah qual é coroa, você consegue tudo, não pode conseguir que eu seja uma exceção, é urgente e eu juro que será rápido." Tentei persuadi lo, mas sem sucesso.

Abe tinha muitas formas de conseguir o que queria, não importando se fossem dentro ou fora da lei. Mas naquele momento eu via em seus olhos que ele não só, não podia me ajudar, como não queria.

" Sinto muito Rose, ninguém está autorizado a falar com Sônia."

Ótimo, minhas chances de esclarecer as questões absurdas do espírito, se vai, e o culpado é Abe.

" Você não quer, ou não pode?"

Quando ele não responde, eu entendo o recado e saio sem nem olhar pra ele, irritada e um tanto intrigada.

" Obrigado por nada."

Eu não podia desistir, algo nessa situação toda não estava certo, porque Srt karp havia sido levada a enfermaria com o diagnóstico de surto psicólogo, quando de todas as pessoas ela era a mais calma que já conheci. Eu precisava investigar, e como eu era boa em entrar em lugares proibidos, eu já tinha um plano.

Entrei pela entrada de ar no teto, já que os guardiões guardavam todas as entradas e saídas. Foi difícil, tive que me arrastar através dos canos até encontrar a sala certa.

Senhoria Karp estava em uma sala pequena, acho que um pequeno consultório, com apenas uma porta e sem nenhuma janela, era tão solitário que parecia até uma cela. Sentada em uma cadeira, ela parecia calma lendo um livro com capa azul com uma jovem desenhada.

Tentei achar uma saída ao qual eu pudesse descer, e quando tento, Dimitri entra pela porta, abortando minha missão.

" Olá Sônia, como se sente!?" Ela o olhou mas não respondeu.

" Você sabe o que aconteceu, você sofreu um acidente e acabou vindo parar aqui. Mas eu preciso que que me diga, o que houve e porque você atacou aquele guardião."

Já vi coisa assustadoras, mas o olhar de Srt Karp para Dimitri me fez gelar, mas nem tanto quanto o que ela disse.

" Eles estão vindo atraz de mim, e nenhum guardião pode me proteger, eles querem o que eu não posso dar. Eles virão atraz de Lissa também, e a única que pode ajudar la é Rose."

" Sônia do que está falando, Strigois não podem entrar na academia, as Wards nos protegem lembra!?" Algo em mim me dizia que eu já ouvira aquilo, era como se fosse um d'javú.

Dimitri se aproximou dela.

"Você está segura Karp, não precisa se preocupar."

Ela riu, e não foi um riso qualquer, era uma gargalhada sinistra daquelas que eu ouvia em filmes de terror.

" Você não sabe, você nem sequer pode imaginar, mas Rose sabe, e assim como Vasilissa, ela também corre perigo, o espírito custa caro, não só para Lissa, mas para as duas."

Era como se Srt karp sabia o que havia acontecido comigo e Lissa, tudo estava começando a se encaixar, o espírito, Lissa, meu mal humor, o ataque a Mia, porém eu precisava de mais, e assim que Dimitri saio do quarto para chamar outro guardião, eu rapidamente desci por uma mesa que para minha sorte estava bem embaixo do cano de ar.

" Rose, sabia viria." Bem eu já não estava tão surpresa, ela era maluca, por não vidente também.

" Srt karp, o que houve?" Ela me olhou, se levantou da cadeira onde estava sentada e veio em minha direção, senti meu corpo ficar tenso, e então ela se afastou como se fosse um teste, e pelo seu sorriso eu passei.

" Ah Rose, é tarde de mais para mim, receio que não tem mais volta, essa escuridão que me consome está aumentando a cada dia, sinto que não posso mais me controlar, eu não aguento."

Eu me aproximei dela, e dessa vez sem medo, olhei em seus olhos.

" Eu entendo, mas você não pode deixar Lissa, ela precisa de você, o espírito, eu sinto, há algo de errado."

Ela arqueou a sombrancelha, foi até a escrivaninha, abriu a gaveta e me entregou um livro, parecia ser uma antiguidade, era velho, empoeirado, e muito grosso.

" O que é isso,e para que um livro?" Eu perguntei, analisando sua capa, a escritura era antiga, e parecia ser russo, mas o conteúdo era em nossa língua.

" Tudo o que precisa saber Rose, é que você está ligada a Lissa, tudo o que sentir e viver afetará você. Assim como a magia do espírito." Ela faz uma pausa, dá alguns passos e continua. " É como eu te disse, pra tudo há um preço a ser pago."

Antes que eu pudesse perguntar o que essa história de preço a ser pago significava, ela já estava parada na minha frente, com os dentes a mostra, e os olhos que antes eram num azul lindo, agora eram negros e sedentos de sangue. Ela me empurrou com força e eu fui em direção a parede, com tanta velocidade que nem tive tempo de reagir, eu gritei, e cai no chão desorientada, e quando ela veio em minha direção novamente um outro guardião entrou no quarto e foi para cima dela, Srt karp era uma moroi aparentemente fraca, mas possuía uma arma a qual ninguém podia deter, o espírito. Segundo ela a compulsão de um usuário do espírito, é bem mais forte do que a de um moroi qualquer, só perdendo para a de um Strigoi. E ela usou, e quando percebi o guardião já estava parado em sua frente, sem se mexer.

Ela me olhou, com profundo pesar, como se estivesse com uma dor insuportável, era como se ela estivesse se despedindo.

" Me desculpe Rose, mas já é tarde para mim, porém Vasilissa tem a você, então é seu dever protege la, Rose beijada pelas sombras, você está ligada a Lissa, não deixe que o espírito faça com ela o que fez comigo."

Do chão eu podia ver a cena que me atormeraria futuramente, ela cravou suas presas no pescoço do guardião, e ele sem nem gritar caiu no chão sem vida, naquele momento meu sangue gelou, meu coração parou e eu achei que fosse morrer. Sua pele ficou ainda mais branca, seus olhos vermelhos, e seu semblante assustador, eu pensei em gritar, mas a dor que sentia era insuportável. Um Strigoi, ela havia se tornado um Strigoi, e bem na minha frente, como isso foi acontecer?

" O que você fez, porque ?" Eu perguntei ainda com dor e desorientada, já que eu ia morrer, pelo menos que fosse com algumas respostas. Mas ela apenas me olhou sorriu com um sorriso frio e sem sentimento algum.

" Ah Rose, você não entendeu ainda, eu estou livre, sem visões, calafrios, pesadelos, livre." Ela continuou a sorrir, e veio em minha direção no chão, eu tive certeza que fosse morrer, ela pegou meu pescoço e me ergueu com uma mão só, o que me surpreendeu, mas logo me lembrei dos ensinamentos de meu professor Stan Alto, sobre como os Strigois adquirem força assim que se transformam. Eu senti meu o ar saindo dos pulmões, e enquanto meus pés chacoalhavam no ar, eu me sentia perdendo a consciência, então ela me soltou, eu pude ouvir uma última risada, quando ela disse.

" Eu não preciso te matar Rose, Lissa fará isso por mim, assim que o espírito acabar com ela."

Com os olhos entreabertos, eu pude vê la sair pela porta, ou melhor o que sobrou dela já que com apenas um chute ela a despedaçou.

" Diga a Vasilissa que eu espero por ela. E até a próxima Rose, creio que nos veremos logo!"

Mesmo um pouco inconsciente eu pude ouvir o barulho de briga fora do quarto, gritos, barulho de socos, e grunidos, e quando estava prestes a desmaiar eu pude ver um rosto, e sentir mãos ao meu redor.

" Rose, está me ouvindo, Rose, por favor responda." Tentei abrir os olhos, mas só pude ver um vulto, e forçando um pouco mais pude ver um rosto, um rosto muto familiar, que mesmo eu não vendo a muito tempo reconhecia em qualquer lugar.

" Mason, é você?"

Ele sorriu.

" Sim Rose, vai ficar tudo bem, eu estou aqui agora, vou te proteger."


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