White Angel escrita por Malina Endou


Capítulo 16
Capítulo 16- Até ao fim.


Notas iniciais do capítulo

Yo!!

Trago aqui mais um capítulo! No final dele vão ficar a conhecer um pouco mais da parte divina da minha pequena Meiko!! Vejo-vos lá!

Boa leitura!



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Meiko

Fomos todos para o campo, colocando-nos logo nas nossas posições. Sempre que levantava a cabeça e olhava para o placar, só eu sabia os nervos que aquilo me dava. Só mais um golo e conseguiam o resultado que tinham planeado. Isso não podia acontecer. Só iria mostrar ao Quinta Setor como eles realmente detinham todo o poder sobre o futebol. Eu não ia deixar que pensassem assim para sempre. Jamais o permitiria. Não enquanto ainda tivesse força nas pernas para poder jogar futebol.

O árbitro apitou para o começo do jogo. A bola estava com a Eito e mal o jogo começou, partiram logo para o ataque. Eu comecei a correr para a frente na tentativa de os parar de fazer algo pela equipa já que a equipa não fazia nada por si mesma. Olhei por cima do ombro para ver o Tenma... Ele estava parado no mesmo lugar!

—Tenma!- nada. Parei de correr- O que estás a fazer?!

Não tinha outra opção. Teria de o fazer sozinha. Claro que também estava lá o Shinzuke, era o único com que podia contar naquele momento. Pus-me a correr para os tentar parar. Tentei de tudo; carrinho, atrapalhar, disputa, mas nada. Só me cansava e a poucos minutos do início, já tinha o uniforme todo sujo de terra. O Tenma continuava parado no meio campo. Olhava para ele, e a sua expressão continuava a mesma. Não reagia. Foi nesse momento, que um dos atacantes de Eito passou por mim e me derrubou com a sua brutalidade. Levantei-me rapidamente para correr atrás dele. Sabia que ainda estava longe, então quando passou a bola, pior a situação ficou para mim.

—Tenma!- ele era o único que o podia parar. Ele estava a ir na sua direção- Para-o!- mas ao invés disso, levou um enorme encontram que o derrubou também- Tenma!- parei quase junto a ele- Vais mesmo desistir?! Pensei que o teu amor pelo futebol fosse muito mais do que isso.

Quando levantei a cabeça, vi que não havia nada mais que pudesse fazer. O mesmo atacante que fizera os dois primeiros golos, planeava fazer o terceiro, tal como o Quinto Setor havia decidido e eu não podia fazer nada para o impedir, ficando ali, parada, a vê-lo fazer o terceiro golo da partida. O Sangoku-senpai estava no chão, frustrado, e o ambiente à volta dos outros parecia ainda mais tenso.

—Isto está mal.- Fiquei espantada por ouvir o Tenma falar, vendo-o levantar-se pouco a pouco- Sim. Isto está muito mal.

—Voltem aos vossos postos.

Assim que o Kirino-senpai deu a ordem, eu e o Shinzuke para a correr para os nossos lugares no campo. De lado, observava o Tenma. Continuava com a mesma expressão e uma aura abatida, mas ele disse aquilo... Talvez significasse algo de bom.

 

Mal o jogo começou, sendo a bola nossa, um dos atacantes da Eito tirou-nos logo a bola, sem muito esforço. Para quê?! Já estava à espera que pedissem e um deles passava-lhes a bola sem nem pensar. Tal como os estavam a deixar passar, a perder facilmente a bola... Eu não podia falar muito porque o meu jogo era péssimo, mas eles eram excelentes no futebol. Eu jamais aguentaria ser humilhada daquela maneira.

Agarrei-me já cansada de correr. Os esforços estavam a ser tão inúteis. E fazer algo assim sozinha... Era quase impossível. Mas nesse mesmo momento, quando me ia levantar para tentar uma vez tirar-lhes a bola, ouvi alguém gritar, quando de repente vi o Tenma a passar por mim a toda a velocidade, como uma flecha, e quando chegou ao atacante adversário, tirou-lhe logo a bola. Parou um pouco antes de passar para o capitão, mas a bola foi alta de mais e acabou por ir parar a outra jogador da Eito.

—Te-Tenma...- estava bastante espantada, mas não consegui evitar logo a seguir um sorriso. Estava surpresa, mas muito feliz.

—Vamos, Meiko! Desta vez conseguimos!

Não sabia exatamente o que responder, mas ele tinha razão. Abanei a cabeça e comecei novamente a correr. As minhas teriam de aguentar um pouco mais, e o Atsushi que perdoasse, mas quando chegasse a casa ele teria de me fazer uma excelente massagem.

O Tenma tentou tirar a bola para o adversário a quem tinha passado sem querer, mas falhou redondamente. Nesse instante, vi que ele ia passar para um companheiro, saltei e acabei por parar a bola com uma parte do lado das costas. Doeu um pouco é verdade, mas valeu a pena.

—Capitão!- ia seguir, ao que parecia, o plano do Tenma... Passar para o Shindou-senpai. Mas o meu passe foi demasiado curto. Pusemo-nos novamente a correr. Fiquei um pouco para trás mas não me importava, assim poderia cobrir os passes que eles davam caso o Tenma falhasse.

—Parem já.- Ainda que o Kurumada-senpai corresse ao meu lado para me deter, não tencionava parar- Não entendem que temos uma ordem de resultados? Disseram que temos de perder.

—Nem pensar. Não vou perder desta maneira!- esforcei um pouco mais as pernas para deixar o veterano para trás- Se vocês se recusavam a fazer algo, então que também não atrapalhem.

Consegui ultrapassar o Tenma e logo tirar a bola ao atacante que a tinha, porém não demorou muito até a perder. Continuamos a tentar de tudo, agora éramos dois os que tinham a roupa cheia de terra e gramado, com a face suja de pó e acabaram a levar com a bola imensas vezes. Mas sempre que conseguíamos a bola, passávamos logo para o capitão, sem hesitar, só que ela nunca chegava a ele; passava pelo lado, por cima, ou muitas vezes era intersetada por um jogador da Eito. Todos nos diziam para parar, mas porquê?! Não tinham vontade de lutar? Não tinham mais vontade de jogar o verdadeiro futebol?!

—Já chega desta brincadeira!

Um dos jogadores da Eito conseguiu novamente a bola, antes de a passar para um companheiro... Ou pelo menos tentou! Fiquei extremamente feliz assim que vi o Shinzuke meter-se no meio do passe para o parar em pleno ar com um enorme salto, passando-mo em seguir. Nesse mesmo instante, um defesa da Eito correu na minha direção. Vi o Tenma correr para o outro lado, talvez esperando que lhe passasse a bola para evitar chocar de frente com aquele jogador. Era uma boa ideia, mas ia tentar. Tinha de tentar por mim mesma! Podia ser uma ideia egoísta, mas se queria mudar alguma coisa, devia começar por mudar as minhas habilidades, o meu próprio futebol.
Avancei também para ele e comecei a correr com mais velocidade ainda, elevei a bola com a ponta do pé até me ficar um pouco sobre a cabeça, saltando com ela no ar. Encolhi as pernas e, quando dei por mim, as asas negras que me haviam crescido nas costas, deram-me o empurrão que faltava para passar por cima do meu adversário, o ficou sem poder devido ao brilho que as asas emanavam uma luz negras extremamente ofuscante. Pousei no chão delicadamente assim como a bola que parou a meus pés...

Tinha acabado de fazer um técnica! A minha primeira técnica de drible! Todos os da Raimon ficaram boquiabertos, o Tenma e o Shinzuke parecia os únicos empolgados com a situação. Claro que também estava, quase queria chorar de alegria e gritar isso para o estádio inteiro o que tinha acontecido. Mas apenas preferi respirar bem fundo e concentrar-me na bola.

—Capitão!

Rematei a bola com todas as minhas forças na sua direção. Temi que falhasse, que mais uma vez o passe não fosse completado. Pedia por tudo para que ela o alcançasse o capitão e ao ver a bola passar por cima da cabeça de todos, não conseguia tirar os olhos dela, até que o alcançou! A bola tinha realmente chegado ao capitão Shindou!

Só que de repente, sem estar à espera, ele chutou a bola com toda à força, ainda de dentro do nosso campo. O goleiro da Eito agarrou-se à trave da baliza e balançou-se até ficar de cabeça para baixo em cima dela, antes de baixar outra vez e ficar pendurado, para de seguida saltar e dar várias piruetas em pleno ar, fazendo a sua técnica Moonsault Stamp, aterrando com ambos os pés em cima da bola. Tinha um enorme sorriso no rosto que desapareceu ao ver-se a ser empurrado para dentro da baliza marcando o nosso primeiro golo da partida!

—Boa!- não pude evitar o grito e o salto mal vi o marcador a mudar.

Nesse mesmo instante, o árbitro apitou para o final do jogo. Estava um pouco desapontada por já ter terminado. Queria dar a volta ao resultado mas não podia. Mas isso não me impediu de ficar aos saltos, extremamente feliz, como se tivéssemos vencido aquele jogo. Os da Raimon pareciam um pouco em pânico, mas só de olhar para o banco da Eito e para a cara do Tsurugi, dava aquela alegria... Era difícil pôr em palavras! E além disso, o melhor de tudo... Já tinha uma técnica! Não podia estar mais feliz! Só faltava o nome, claro!

—Já está!- pus o braço por cima do Tenma assim que me aproximei dele- Nem acredito que conseguimos um golo!

—Sim!

—Tenma! Meiko!- tirei o braço de cima dele e voltei-me para a Midori e para a Aoi, vendo as duas correr até nós, bem como o Shinzuke.

—É assim mesmo!- assustei-me um pouco ao ver a Midori levantar o dedo indicador em frente à minha cara- Vocês são os melhor de todos!- depois baixou e pareceu toda orgulhosa- Eu sabia! Eu sempre acerto quando meto o olho em alguém!- nós os quatro começamos logo a rir.

—Não se riam! Lembrem-se que estou no segundo ano e que me devem respeito!

—Mas é que...

Continuei a rir ao ver a Midori reclamar com o Tenma e o mesmo ali a desculpar-se e a tentar não rir também. De repente, tive a sensação de estar a ser observada. Na verdade já o tinha sentido antes, mas como havia tantas pessoas no estádio, nem dei muita importância, mas agora a sensação era diferente. Olhei para as bancadas, para o local de onde tinha a certeza que vinha aquele olhar... Mas não estava ninguém. Teria sido impressão minha? Parecia-me ter sido um olhar familiar. Só que, graças a isso mesmo, surgiu-me um nome na cabeça.

Black Gloss...- todos eles se viraram logo para mim e eu voltei-me para eles, sorrindo- Black Gloss! O nome da minha técnica, Black Gloss!

Todos concordaram com o nome. Disseram que era excelente, e claro, felicitaram-me pela técnica e por a ter realizado durante o jogo. Expliquei foi algo ao acaso, mas não podia estar mais feliz por a ter conseguido no momento perfeito!

*

Na ida para o balneário, para o ónibus e para a escola, os veteranos não nos disseram uma única palavra. Nem sequer olharam para nós. Estavam mesmo chateados com o que aconteceu. Não era que me importasse muito com isso, se não me falassem e ficassem aborrecidos comigo, pouco me preocupava, estava feliz com o resultado e era isso que eu queria saber. Assim que nos despedimos - ou tentamos - dos veteranos, eu, o Tenma, a Aoi e o Shinzuke viemos embora para casa, sendo uma grande parte do caminho feito em silêncio. Não que me apetecesse muito falar, mas era estranho da parte deles.

—Estás bem, Tenma?

—Sim! Claro que sim!- para alguém tão silêncio até foi de estranhar.

—Pois... Eu estou preocupada.- Fiquei admirada com a frase da Aoi.

—Quem sabe o que dirão de tudo isto os do Quinto Setor.- Parei de imediato a meio do caminho ao ver o Tenma fazê-lo.

—Tudo ficará bem!

—O quê? Que tudo ficará bem?- o Shinzuke ficou mais admirado que eu.

Senti uma quente brisa deslizar-me por entre os cabelos, agitando-os aos seu sabor. Como era boa e refrescante aquela sensação. Só queria esticar ali mesmo as minhas asas e deslizar por entre o vento. Há muito tempo que não fazia algo assim tão bom.

—Claro que sim. No final, tudo ficara bem, não é?- o Tenma sorriu-me de imediato.

—Sim.

—Tudo ficará bem, não é?

—Sim! E amanhã, vamos treinar outra vez!

—Claro!

—Tens que treinar a tua técnica para a melhorares, Meiko!- a Aoi tinha razão. Não podia permitir que aquilo tivesse sido só sorte.

—Sim! Claro que sim. Pretendo melhora imenso.

—Aquilo foi impressionante!- ok, o elogio do Tenma deixou-me completamente sem jeito- Quando saltas-te e depois apareceram as asas e...

—Meiko, tu és um anjo, não és?

De repente foi como se até o canto dos pássaros parasse. Até o próprio vento se deteve. Apenas se ouvia o som do rio a correr por de baixo dos nossos pés, enquanto nós quatro nos mantínhamos calados. E eu encarava o Shinzuke, espantada. Como é que ele sabia daquilo? Era suposto ninguém saber. Era algo que tinha caído no esquecimento.

—Co-Como é que tu sabes?

—O quê?! Isso é verdade?!- Tenma não parecia fazer ideia do que estávamos a falar. A Aoi o mesmo.

—Descobri por acaso um dia. Sempre fui grande fã do Endou Mamoru e dos teus pais. Depois dei com uma noticia em que...- já sabia o que era.
—Em que falava que a minha mãe foi apelidada de Anjo do Futebol porque, efetivamente, era um ser divino devido a ser um dia avistada com asas na ilha Liocott onde foi o FFI, certo?

—Bem... Sim.- Todos me encararam- Enfim... Quer dizer... Eu só achei essa noticia muito interessante e achei que seria incrível tu seres... Um.- Ele tentou sorrir, mas folhou logo, encarando o chão. Suspirei.

Fui para junto das barras de metal azuis da ponte, encarando o rio. Voltei-lhe logo a seguir as costas, olhei à minha volta e não havia mais ninguém para além de nós, então pousei a mala no chão e respirei fundo. Senti o calor de sempre invadir o meu corpo. O meu corpo encheu-se de uma luz brilhante, o suficiente como que para parecer que eu tinha pequenos brilhantes colados à pele. Os três ficaram logo boquiabertos enquanto sentia o meu cabelos tapar completamente as minhas costas, chegando-me um pouco a baixo dos joelhos, sentindo as asas materializarem-se atrás de mim.

—I-I-Isso é mesmo real?- a Aoi foi a única a perguntar, embasbacada como os outros dois.

—Claro.- Olhei para ambas as asas, abrindo a direita- Nada disto é a fingir.

—Então... Então tu és...

—Sim, Shinzuke. Sou uma anjo. Um ser divino. O que lhe quiseres chamar. Na verdade, esta aparência que vocês estão a ver agora, é a minha verdadeira.- Eles pareceram um pouco confusos- Eu não posso andar na terra assim, não é? Seria muito estranho, então eu tenho de ocultar esta minha parte, sendo ela a verdadeira, porque um ser divino e não a que vocês todos os dias que é como uma espécie de máscara.- Entreolharam-se- Vocês ainda não perceberam pois não?

—Então isso quer dizer que ocultas a tua verdadeira aparência.- Sorri para a Aoi, assentindo rapidamente- Entendi!- nesse mesmo instante, os olhos daqueles dois tontos pareciam duas bolinhas brilhantes que não paravam de me fixar.

—Vocês querem tocar nas asas, não querem?- assentiram logo- Força.- Não demoraram muito a ir para trás de mim e lhe tocarem.

—E consegues voar com elas?

—Claro. É para isso que servem, não são para me enfeitar as costas.

—Mas pensei que os anjos tivessem uma aureola sobre a cabeça.- Os outros concordaram com a Aoi.

—Eu não sou bem esse tipo de anjo. Sou um anjo do futebol.- Bateu logo com o punho na mão, percebendo outra vez. Ri-me.

—Porque tens algumas penas pretas?

Surpreendi-me um pouco com a pergunta do Shinzuke. Pensei que elas já tivessem desaparecido. Mas logo a seguir, o que desapareceu foram as minhas asas e voltei à aparência normal. Ambos reclamaram, mas já chegava de estar ali exposta como se fosse uma boneca estranha.

—São algumas penas que tenho por ainda ser jovem.- Eles pareceram ficar admirados. E eu fiquei a sentir-me um pouco mal por mentir.

Peguei na minha mochila e pusemo-nos novamente a andar. Claro que durante o caminho todo fomos a falar sobre a minha parte divina; porquê, como e quando. Encheram-me de perguntas até já não saber o que responder a algumas... Muitas deles nem tinha resposta, como se conseguia falar com aliens. Nem podia acreditar que o Shinzuke me perguntou uma coisa daquelas. E também, ele acabou por admitir que da última vez era isso que me queria perguntar, mas acabou por perder a coragem. Na verdade, fiquei muito feliz por ele o ter feito. Era bom não ter de ficar sempre a ocultar quem eu era realmente. Sentia-me um pouco mais aliviada em relação a isso e sentia-me finalmente a abrir com as pessoas... Com os meus amigos. Só que... Havia coisas que preferia manter na escuridão.


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Notas finais do capítulo

Ah sim! E que a Meiko já tem uma técnica! XD kkkk

Reviews?!
Kissus!



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