A Vilã Revelada escrita por Eadryiel


Capítulo 2
Lute por seus Objetivos


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo tem mais emoção. Espero que agrade a todos. Boa leitura!



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O Gorgos Vermelho está parado diante de mim. Imponente, nem tenta esconder sua força. Suas escamas alaranjadas se confundem com o céu do pôr-do-sol. Me recordo das lendas que ouvia sobre esta poderosa criatura. Poucos foram atrevidos a invadir seu Calabouço, e ninguém voltou com vida. Fico nervosa.

“Por que estou nervosa, sei que posso derrota-lo”. Será que posso? Nenhuma criatura até agora se impôs diante de mim com tanta confiança. Ninguém ousou me desafiar como ele está fazendo. Devo atacá-lo? Sinto que meu corpo humano está fraco, não quero desgasta-lo tão rápido. Resolvo falar:

— Saia da frente criatura. Não ouse ficar em meu caminho!

— É você que esta alterando o equilíbrio desta região? – ele berrou furioso.

— Isso não lhe diz respeito! – respondi com autoridade, não gostaria de enfrenta-lo. Todas as lendas que eu ouvi quando era humana ainda provocavam medos em minha mente.

— Dizem que você fortaleceu algumas criaturas, se for verdade, vá para meu calabouço. Temos assuntos a tratar. – disse ele com muita arrogância em sua voz.

Após isso ele começou a voar. Quando vi ele já estava voltando por onde veio. “O que foi aquilo?” Não parecia que ele queria me prejudicar, porém sei que criaturas tão poderosas como estas gostam de uma boa luta. Meu corpo humano não aguentará outra batalha. Preciso fazê-lo descansar.

 De qualquer forma, mudarei meus planos, pois, não é todo dia que o Gorgos te convida para seu Calabouço. Sei que gastarei um dia de viajem ate lá, mas, como estava escurecendo, deitei para que meu corpo recuperasse energia. Não consegui dormir. Meu espirito não está cansado, deve ser por causa de meus poderes. “O que será que consigo fazer com meus poderes?”

Lembrei-me do Gorgos voando, livre pelo mundo. “Será que eu consigo voar também?”. Comecei a sentir meus poderes em meu corpo. Vi que conseguiria fazer muitas coisas, mas parecia que parte de minha força estava inativa. Definitivamente algo me impede de usa-lo por completo. Com o poder que restava consegui flutuar, não era muito rápido e nem muito longe do chão, mesmo assim, conseguia ir mais rápido do que se estivesse andando.

 Comecei a fazer o caminho de volta, flutuando. “Nunca mais vou andar!”. Pela primeira vez em muitos anos, me senti realmente empolgada. Ate pouco tempo atrás tinha muito medo de meus poderes, eles causaram tantas mortes. Porém comecei a me acostumar com eles. Acho que estou pronta para testar meus limites. Mesmo assim sinto que meu poder foi selado. Deve ter sido Astaroth, mas porque será que ele faria isso?

Durante toda a noite flutuei pelo deserto. Amanheceu. O dia ficou com um lindo tom avermelhado da manhã, e depois o sol subiu ao ponto mais alto no céu. Nesta hora eu me aproximei do Calabouço e vi o cenário começar a mudar. Um grande vulcão decorava o horizonte, o chão com rachaduras em um tom vermelho brilhante se estendiam por todo o chão e colunas de pedra. Encontrei a caverna e entrei.

Muitos gons e gorgons voavam pelo local. Por dentro as paredes tinham rachaduras brilhantes e alaranjadas. Todos me encaravam, mas não tentavam atacar. Adentrei cada vez mais fundo pela caverna, o calor era insuportável, ate que cheguei ao local onde o Gorgos estava. Uma parte alta da caverna, cerca de 20 metros de altura. Muitos gorgons estavam em rochas, descansando nas paredes da caverna, observando a mim e ao Gorgos.

— Você veio a mim. Então realmente deu poder às Harpias e Orcs? – não respondi, ele fez uma pausa e depois continuou a falar – Gostaria de desafiá-la para uma batalha.

— Se quisesse somente uma batalha poderia ter me atacado no deserto. Quais são seus verdadeiros objetivos? – disse de forma confiante, realmente estava intrigada. O que essa criatura iria querer de mim?

— Se você se provar tão poderosa, serei seu servo. – isso me impressionou. Ter o Gorgos Vermelho, a criatura mais poderosa de Serdin, como servo?

Acenei em aprovação com a cabeça. Fico feliz de ter descansado meu frágil corpo humano para que ele aguentasse esta batalha. Comecei a pensar em estratégias, pois não estou acostumada a lutar. Teria que acabar com esta batalha logo, não sobreviveria a vários ataques do Gorgos.

A batalha começou. Estamos um na frente do outro, cerca de 3 metros nos separam. Ele lança uma rajada de fogo em minha direção. Eu desvio para a direita e chego mais perto, enquanto ele percebe que não me atingiu eu aproveito para atacar.

— ESFERA ENERGÉTICA! – quase não causa arranhões em sua pele. Preciso de um plano B. Vou assusta-lo com minhas ilusões.

Ele corre em minha direção para me atingir com uma pancada corporal. Tenho que agir rápido. Projeto uma ilusão em meu lugar enquanto corro para a direita. Ele está focado e não percebe a ilusão, e acaba batendo com o corpo na parede.

— Arrgh~! – ele ruge nervoso, a batida o machucou bastante.

Enquanto o Gorgos Vermelho se prepara para jogar outra rajada de fogo em minha direção, eu uso meu poder para fazer com que os gorgons, que estavam observando a luta, voem em sua direção e comecem a atingi-lo com suas caudas. Dezenas de gorgos o atingem, bloqueando sua visão. Então eu crio uma espada em minhas mãos. Corro ate ele, espantando os gorgons e surpreendendo ele. Quando ele vê, já estou com a espada em seu pescoço. “Ganhei!”. Fico parada nesta posição ate ele se pronunciar.

— Você me mostrou seu poder, nunca nenhum humano conseguiu se aproximar de mim. – ele estava cansado, o ataque dos gorgons devem tê-lo machucado – Esta luta acabou! Serei seu mais leal servo, em troca quero poder para me tornar mais forte.

— Lhe darei meu poder, e como meu servo, exijo que destrua qualquer um que se oponha a mim, e queira me deter. Voe por essas terras eliminando as ameaças que encontrar.

— Terá a mim e todos os meus subordinados para realizar sua vontade. – disse ele abaixando sua cabeça em respeito.

O fortaleci e depois sai daquele local. Fui flutuando ate a saída e percebi que todos os gons e gorgons me olhavam e abaixavam suas cabeças em sinal de respeito. “Então isso é ter poder e subordinados”. Sempre persuadi outros oferecendo-lhes poder, mas nunca senti isto antes. É uma sensação boa.

Eu vou o mais depressa possível em direção à Floresta Élfica. No meio do caminho percebo que não teria poder suficiente para realizar meu plano. “Preciso liberar meu poder”. Mas como faria isso? Penso um pouco e percebo, se foi Astaroth que selou meu poder, ele poderá liberá-lo. Concentrei-me para poder chamar Astaroth, mesmo com os olhos fechados, pude perceber meu corpo emanando energia.

— Astaroth!.......Astaroth!.......Mestre!....

— Já completou sua missão? – disse ele de forma arrogante e impaciente.

— Fiz grande progresso, porém preciso invocar criaturas neste continente. Libere meus poderes para que eu consiga fazer isso.

— Mal completou sua missão e já pede mais poder? Se não consegue nem esmagar vermes, você não me é útil.

— NÃO! – exclamei – Não quero mais poder, sei que já tenho o suficiente. Porém também sei que você selou parte dele.

— Você não sabe o que fala! Não posso perder meu tempo com você.

— Você tem medo de meu verdadeiro poder! – Gritei – Se não tivesse medo, não o teria selado!

— Você nunca me causaria o mínimo de temor. Não ouse falar comigo deste jeito. Pois bem, lhe darei o que deseja. – Disse ele de forma convencida e logo depois berrou - E SEJA MAIS RÁPIDA!

Sinto meu poder aumentando, tenho muito mais forças do que antes. Concentro minhas energias. Agora sim tenho certeza de que posso fazer tudo o que quiser.. “Vamos dar um jeito nesta Floresta!”.

Duas semanas depois......

Estou agora me aproximando dos portões do Castelo de Gaicoz. Depois de dominar toda Vermécia, este é o último local e, ouso dizer, um dos mais importantes. Ter o Guerreiro Gaicoz como ao meu lado será de grande valia nesta jornada. Mas não será fácil. Preciso provar meu valor através de batalhas, só assim terei chances de consegui-lo como aliado.

No horizonte vejo os céus se enegrecendo. Em minha frente há um grande pátio, que leva às portas do Castelo ao fundo. Vejo com dificuldade varias silhuetas vagando pelo pátio. Sinto a aura de dor, ódio e sede de vingança que domina este local. Atravesso os portões que estão abertos.

Ando poucos metros e vejo que todos os guerreiros fantasmas percebem minha presença. Eles exalam fúria. “Como alguém ousa invadir o Castelo do lendário Samurai Gaicoz?”. Sei que farão tudo para me deter. Porém minha missão não tem a ver com eles. Preciso chegar à Gaicoz.

Eles correm em minha direção por todos os lados. Guerreiros, sacerdotes e outros vêm ate mim com o objetivo de me matar. Sinto um frio na espinha. Concentro meus poderes e crio varias ilusões minhas em vários locais do pátio. Meu objetivo é confundir estas criaturas e chamar a atenção do Samurai. Aproveito a distração para andar furtivamente até o Castelo.

Quando me aproximo das portas do Castelo, sou surpreendida por um Grande Samurai Esqueleto, com certeza ele possui mais poder do que os outros que estão aqui, e não será facilmente enganado por minhas ilusões. Creio que Gaicoz o enviou para me deter, então ele já me notou. “Está na hora de lhe revelar minhas intenções”.

— Leve-me ao seu mestre, o Lendário Samurai Gaicoz. Tenho uma proposta a lhe fazer. – Digo de forma autoritária. Espero conseguir chamar sua atenção.

A criatura me ataca, percebo que ela não pode entender o que eu falo. “Como poderei chamar a atenção de Gaicoz?”. Sinto uma energia muito forte se movimentando alguns metros atrás de mim e que não ataca nenhuma de minhas ilusões. Seu poder é grande, assim como sua sede de vingança. O que mais chamaria sua atenção do que uma batalha?

— Quero desafiá-lo Gaicoz. Se me provar digna, seja meu aliado na busca por vingança. – O guerreiro à minha frente me ataca com vários golpes frontais de suas duas espadas. Enquanto desvio, continuo falando alto - Prometo trazer um futuro brilhante. Onde poderei trazer de volta tudo aquilo que lhe falta, até mesmo pessoas amadas.

Aquela forte energia que estava atrás de mim se movimenta rapidamente. O grande Samurai Esqueleto para de atacar-me, sei que algo está errado. Sinto repentinamente uma presença em minhas costas, um brilho de lâmina. A criatura parou poucos centímetros atrás de mim. Eu sabia que era Gaicoz. Virei-me como se não sentisse medo algum. Olhei em seu rosto. Somente ossos haviam sobrado deste Grande Guerreiro. Suas vestes, porém, estavam intactas e possuíam grandes marcas de batalha. Seus olhos vermelhos irradiavam fúria.

— Aceito seus termos. – disse ele, seu tom de voz era grave e ameaçador - Porém se não se provar digna, destruirei seu corpo humano e esmagarei seu espirito. Será humilhada por ousar me desafiar.

Ele gritou uma palavra a seu exercito, não compreendi o que ele disse, porém todos os guerreiros pararam de atacar e entraram no Castelo. Eu desfiz minhas ilusões. Ele começou a andar para o centro do pátio, eu o segui. Ficamos a cerca de 2 metros de distancia, um olhando para o outro. No horizonte, o tom alaranjado dava seu último folego, antes do breu total assumir os céus. Esperei o sinal para começar a batalha. Até que ele colocou as duas mãos em sua espada, me preparei para lutarmos.

Como estou lutando contra um Samurai, eu devo me manter sempre longe dele. Não quero ser atingido por sua lâmina. Uso meus poderes para amaldiçoar o solo, tentando dificultar seus movimentos. Rapidamente coloco as mãos no solo e ele fica com um tom esverdeado. Percebendo isso, Gaicoz atinge o chão com sua grande espada, retirando pedaços de rochas amaldiçoadas e os jogando contra mim. Desvio para a esquerda.

Ele corre em minha direção com sua espada à frente. Tão rápido como a luz ele me atinge no braço direito. Meu cérebro sente o sangue escorrendo, porém não há sangue nenhum. Meu corpo não possui mais vida, ele é apenas um meio de meu espirito se expressar. No fim, eu e Gaicoz não somos realmente diferentes. Ele está atrás de mim, e me viro rapidamente. Não posso hesitar nesta batalha.

Vejo que ele está prestes a lançar ondas de choque com sua espada. Como um raio eu flutuo alto, desviando de seus ataques. Minha vantagem nesta batalha é minha capacidade de flutuar. Aproveito a oportunidade para atingi-lo de cima. Criei muitas ESFERAS ENERGÉTICAS e o atingi com varias seguidas.

Ele foi atingido por algumas esferas em seu rosto e peito, logo em seguida ele sumiu em uma nuvem de fumaça. Quando menos esperava, ele apareceu atrás de mim e me golpeou nas costas. Cai no chão. Eu não sentia dor. Porém consegui perceber que meu corpo humano estava machucado.

Gaicoz aproveitou que eu estava me levantando e convocou dois guerreiros para me atacar. Levantei-me do chão. Vi os dois guerreiros correndo em minha direção. Aproveitei e também invoquei dois guerreiros esqueletos para me proteger destes ataques.

Meus guerreiros estavam atacando os guerreiros dele, assim pude me concentrar em Gaicoz. Neste momento a luz do sol já se extinguiu e estamos sendo banhados pela luz da lua cheia. Vi que para derrota-lo deveria ser mais rápida do que ele, atingindo-o varias vezes ate ele cair no chão, sem poder reagir.

Comecei a me mover muito rápido pelo pátio, e criei várias ilusões minhas que apareciam e desapareciam, tudo para confundi-lo.  Invoquei mais esqueletos para ataca-lo, enquanto eu me movia. Ele lançou ondas de choque de sua lâmina e destruiu os esqueletos. Me foquei comecei a lançar varias ESFERAS ENERGÉTICAS por todos os lado em sua direção.

Mesmo sendo atingido ele parou e moveu cuidadosamente sua lâmina, era como se ele estivesse se preparando para um grande golpe. Isto chamou minha atenção. Fiquei paralisada por um instante, sabia que algo ruim iria acontecer, e isso quase custou minha vida. Tudo o que o ouvi dizer foi:

                             

                                                     "Inevitável"

Senti centenas de golpes atingindo meu corpo. A força dos golpes me levantou. No fim, vi como em câmera lenta o Gaicoz terminando seus movimentos e parando ao meu lado, meu corpo cheio de cortes de sua espada e a gravidade me puxando ao solo. Bati com força no chão. Teria de terminar logo esta batalha, pois se levasse outro golpe dele, com certeza não poderia mais lutar.

Caída no chão, percebi que ele está parado ao meu lado. Sei que está se sentindo confiante, crendo que a batalha havia acabado naquele momento. Aproveitei para reunir minhas forças, teria que usar toda minha energia. Sinto que meu corpo não vai aguentar, mas preciso atingi-lo com todas as forças que tenho. Meu corpo começa a brilhar, iluminando todo o Castelo.

Sei que Gaicoz está pensando que essa luz vem de meu corpo se desfazendo, por isso ele não reage. Acumulo toda minha energia, e assim, lanço uma enorme onda energética em sua direção. Atingido de surpresa ele cai ao chão. Meu corpo não consegue nem mesmo se levantar. Vejo Gaicoz lentamente se levantando e vindo em minha direção. Mesmo sentindo que perdi esta batalha, vejo que o feri bastante. Fico pronta, esperando o golpe de misericórdia dele e já aceitando meu fim.

— Nunca fui derrubado durante uma batalha. – diz ele num tom de voz grave e sombrio, sinto que ele está um pouco ofegante  – Você se provou uma guerreira com muita força e determinação. Aceitarei servi-la, pois aguardo o futuro brilhante que você está prestes a nos trazer.

Não tenho forças para me levantar. Estou esgotada. Pela primeira vez, ate mesmo meu espirito está fraco.

— Você tem muito poder, eu admito. Mas precisa treinar para poder utilizá-lo da melhor maneira. – disse ele se virando e voltando ao seu Castelo.

Me esforço para levantar do chão. Fico de pé, somente repassando as palavras que acabaram de ser ditas por Gaicoz. “Isso foi um conselho?”. Se o Samurai Lendário está dizendo que preciso melhorar, com certeza vou treinar para conseguir utilizar todo o poder que tenho.

Saio de seu Castelo e descanso meu corpo e espirito num local próximo. Batalhar com o Samurai Fantasma com certeza não seria fácil, porém não achava que me desgastaria tanto. Isso só fortaleceu a ideia de que precisava aprender a lidar com meus poderes. Enquanto descanso, penso onde seria o melhor local para aprender sobre magia. De repente a resposta fica clara em minha mente. “Como pensei nisto antes? Já sei onde vou treinar”. Depois de descansar, me dirigi o local com maior informação sobre magia de toda a Vermécia.


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Notas finais do capítulo

Isso é tudo por hj.
Quero saber o que acharam, me contem tudo, nao escondam nd.
Ate o proximo capitulo.
bjinhos



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