A Vilã Revelada escrita por Eadryiel


Capítulo 11
Extra - Conto da Raposa e do Dragão


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores. Primeiro me desculpem se a formatação ficou estranha mas esse site aqui insiste em zuar toda a formatação linda e perfeita do word. *Mudando de assunto* Esse capitulo é um Filler, mas é mt dahora, feito pelo meu amigo InazumaLord. Já que ele é o Autor vou deixar vcs com ele:

InazumaLord - Essa é a historia do Azin, mas tem uma batalha entre os dois personagens. Me esfocei mt fazendo e espero que gostem tanto quanto eu gostei. Boa leitura!



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Azin POV

                Posso me lembrar como se fosse ontem, daquela tarde, aquele estranho homem ferido, desorientado, entrando no bambuzal. Não sei de onde ele surgiu, porém pouco antes dele aparecer ouvi gritos, barulhos estranhos e ao ir ao seu encontro avistei ao longe criaturas estranhas procurando por algo, nunca tinha visto nada assim em minha vida, essa floresta sempre foi deserta. Sem saber o que fazer o segui de longe com medo de ser avistado, não sabia se o mesmo representava alguma ameaça, mal  imaginava que ele me traria a vida de volta. Fiquei escondido atrás dos bambus, de tocaia, até descobrir o que o homem buscava, o mesmo por sua vez continuava sua busca ao desconhecido. Ele encontrou o rio que banhava a floresta e num gesto em que demonstrava tentar beber água desmaiou e caiu dentro do rio.

                Mesmo não sabendo se esse homem era bom ou mau não pude vê-lo se afogar e não fazer nada, mergulhei em seu resgate. A corrente do rio era forte, com muito custo consegui puxá-lo para a borda, ele era pesado, seu corpo possuía inúmeros cortes, provavelmente de uma batalha, em seu peito um brasão, sinceramente não sabia o que ele significava, nunca sai desta floresta, não sei o que existe além dessa pequena imensidão, que desde que me recordo chamo de lar.

                Consegui tirá-lo da água, porém o mesmo não reagia, sem saber o que fazer o levei até a minha casa, não tinha força para carregá-lo e realmente não me importava com o conforto que ele sentiria, o segurei pela perna e o arrastei pela floresta até minha casa. Ela era simples, todavia já havia sido muito mais do que o ele presenciaria, originalmente me lembro dela sendo apenas um cubo feito de bambu, facilmente quem olhasse acharia que era uma jaula, vivi por muitos anos sozinho e aos poucos fui aumentando ela com mais bambus que recolhia. Como sobrevivi quando criança? Não sei. Sobre o fato de saber falar sem nunca ter tido contato com humanos, uma pergunta mais difícil ainda. E justamente por nunca ter interagido com alguém esse homem me intrigava tanto.

                Não havia muito na minha casa além de uma pequena fogueira, um caldeirão que esta aqui desde que me recordo e bambus que eu utilizava para tudo, desde minha cama até mesas e cadeiras.

                Eu cuidei dos ferimentos do homem e o alimentei com uma sopa, que não acho que seja preciso dizer do que era feita, após cerca de quatro dias ele retomou a consciência. Quando abriu os olhos estava com uma cara patética, um homem daquele porte tão confuso chegava a ser engraçado. Após olhar para os lados e me ver ele reuniu forças e disse:

—Eu não morri?- disse com um ar de dúvida.

—Claro que não, eu tenho cara de algum dos deuses pra você estar morto?- disse repentinamente, eu não pretendia ser rude, mas aos poucos fui percebendo que não me dava muito bem em conversas.

—Quem é você? Onde estou?

                A pergunta dele ecoou pela minha cabeça, , eu sempre me perguntava isso “Quem sou eu?”, nunca tive um nome muito menos alguém que me perguntasse quem eu era, o único contato que já tive foi com uma bela raposa que vive nesta floresta. Onde estava? Não fazia a menor ideia, aquela floresta era tudo que conhecia, eu a chamava de Floresta de Bambus, nunca fui uma pessoa criativa.

                Com fogo no olhar o homem repetiu a pergunta:

— Quem é você meu jovem?

                Sem saber o que responder disse apenas:

— Não preciso me apresentar, além de ser uma ousadia de sua parte me perguntar quem sou antes mesmo de se apresentar, a única coisa que precisa saber é que salvei sua vida.

—Como ousa falar com o líder dos cavaleiros de prata nesse tom de arrogância seu moleque!- Disse ele irritado

—E o que te leva a pensar que só porque você monta cavalos por ai merece algum tipo de respeito, principalmente estando dentro da MINHA casa?

— Você não sabe quem eu sou? Você não deve viver meu garoto. - Disse ele com sarcasmo.- Meu nome é Azin Tairin, o líder dos Cavaleiros de Prata, os mais poderosos guerreiros do continente.

                Talvez fosse isso o brasão em seu peito.

— Se é tão forte por que perdeu a luta e acabou desmaiando? Quando eu te encontrei você estava pior que um peixe morto, se não fosse por mim teria morrido afogado.

                Ele não entende do que estou falando, percebendo seu questionamento eu o digo  tudo que vi. Espantado ele pergunta:

—Como alguém fraco como você conseguiu me tirar do rio e ainda me trazer até aqui? Que por sinal você ainda não disse onde é.

— Eu tenho o hábito de nadar, te tirar do rio não foi tão sério quanto te trazer pra cá, eu te arrastei pela floresta e por falar nisso, você é muito pesado, esses cavaleiros de prata devem ser os Cozinheiros de Prata isso sim.

—Como ousa se referir assim a nós, nunca perdemos uma bat... – subitamente ele para de falar, perde o semblante de confiança que carregava, e perguntou mais uma vez, agora calmo e cabisbaixo:

— Onde estamos garoto?

— Não sei lhe dizer isso cavaleiro – essas palavras doeram ao sair pela minha boca, admitir não saber algo parecia ser algo difícil pra mim- Vivo aqui desde que me lembro, nunca sai dessa floresta, a única coisa que sei é que quando você chegou algumas criaturas pareciam o perseguir.

—Então ainda estou na Terra de Prata- disse ele pensativo.

— Ah agora faz sentido o nome do seu “clube”- disse com deboche - vocês podiam ter se esforçado mais na hora de escolher um título.

— Cale-se rapaz, mesmo você não merecendo agradeço por ter cuidado de mim- Então ele na tentativa de se colocar de pé, por estar ainda muito fraco, caiu. Eu rapidamente fui o ajudar, o coloquei de volta na cama, com muito esforço, nunca fui muito forte, afinal nunca precisei.

                Deitado Tairin com um ar de brincadeira diz:

— Acho que ainda não posso deixar sua companhia meu jovem.  Por hora vou aproveitar de sua hospitalidade. – Ele riu.

                Esse homem era com certeza estranho, mas por algum motivo sua companhia me agradava, pouco tempo depois isso ele voltou a dormir. No dia seguinte ele acordou enquanto eu havia ido recolher bambus e tudo que eu escuto é um grande grito. Volto correndo para dentro de casa e quando vejo ele fala:

—Ahhhh que cama horrível, minhas costas estão doendo mais que os cortes na minha barriga!

— Seu velho irritante, você me assustou por nada, quase derrubei os bambus pelo caminho.

— Você ainda estava pegando mais dessa porcaria que fez essa cama, pra que você quer essa porcaria?

— Argh...- Nem mesmo eu sabia porque recolhia tanto bambu.

— E afinal como consegue colher isso, bambu é muito resistente, eu olhei bem nessa casa, não tem nada afiado que te ajude a cortá-los.

— E quem foi que disse que eu preciso de ferramentas, eu os quebro com chutes.

—Você? Com chutes? – disse Tairin debochando – Você não tem força nem pra me carregar, quanto mais quebrar algo com as pernas.

— Se não fosse pela batida das minhas pernas no rio você já seria ração de peixe.

—Se é tão bom assim pegue esses que você trouxe consigo e parta-os com um dos seus “chutinhos”.

                Fiquei apreensivo por que nunca havia tentado cortar mais de um bambu de uma vez, mas guardei essa insegurança comigo, por fora era um poço de confiança.

Dei um chute rápido, preciso, Tairin claramente se espantou quando viu que eu havia conseguido quebrá-los.

—Garoto, quem lhe ensinou isso? – Disse ele curioso

—Ninguém- Respondi confiante. – Aprendi sozinho.

— Por mais arrogante que você seja eu admito que você tem um dom consigo, você cominou o chute como se fosse uma foice, mesmo sem força aplicou um golpe obviamente poderoso, soube se aproveitar mais da agilidade do que força.

— Blá,blá,blá pra que você ta dizendo tudo isso, eu já sei de tudo, afinal quem aprendeu o chute não fui eu?

— Moleque seus pais não te deram educação?

                Nunca conheci meus pais, mal eu sei o que é ter um, com raiva e confuso respondi:

— Você não tem direito de falar neste assunto, afinal de contas, o que você entende sobre pais?

                Tairin ficou pensativo e quieto, não esboçou nenhuma reação a minha provocação, eu nunca havia conversado com alguém, eu me divertia com ele pois ele sempre retrucava o que eu dizia, mas dessa vez, acho que realmente o ofendi.

                Calmamente, com o olho brilhando de orgulho ele disse:

—  Eu conheci o amor, tive a melhor esposa do mundo e sei o que é ser pai, sou um, meu filho tem aparentemente a sua idade, o nome dele é Jin, na verdade , você me lembra muito ele, convencido, confiante e dois cabeças ocas.

                Jin...este e o segundo nome que eu aprendo, Tairin falou dele com um carinho tão grande, queria eu um dia ser visto assim por alguém.

—Meu filho deve achar que eu estou morto, mas essa é minha oportunidade de me vingar  de Victor, que me traiu, dominou meus antigos aliados. A sombra da morte é a melhor cobertura para o meu contra-ataque, mesmo que ele sofra tem que ser assim para conseguirmos vencer.

— E o que você acha que consegue fazer nestas condições seu tolo? Você nem mesmo aguenta o peso do seu corpo.

— Garoto você já falou demais, já passou da hora de alguém te dar uma lição. Que tal uma luta, se você ganhar eu aceito que você é tão forte quanto diz, porém se perder vai me ajudar no meu plano.

— Por que eu aceitaria isso? Não ganho nada com isso. já sei que estou certo, não preciso que você e confirme nada.

— Então por que não tira a prova disso, ou está com medo de perder pra um “velho tolo”?

                Ele já sabia o quanto isso me irritar, sem dúvidas aceitei batalhar.

— Então lutemos amanhã ao amanhecer. Darei-te um dia pra se preparar, não que vá adiantar- Disse Tairin com arrogância. Sei que na verdade ele apenas queria um dia a mais pra se recuperar, pois ainda estava muito fraco. Aceitei o prazo e como ele disse o usei para treinar, afinal nunca havia entrado em uma briga antes.

  No dia seguinte perdi pateticamente o duelo. Mesmo ele estando debilitado ele não levou ao menos um dos meus golpes, ele não me atingiu nenhuma vez ele apenas refletiu meus chutes. Agora posso acreditar que ele era líder de alguma coisa, ele era mesmo bom.

                Após a derrota estava preparado para as gozações que iria sofrer, porém muito pelo contrário, Tairin disse:

— Muito bom garoto, você luta muito bem, acho que você nunca entrou numa batalha antes, sua postura não é de lutador, muito menos seu porte, mas você tem muito potencial.

— Isso é algum tipo de sarcasmo? Está zombando de mim? – disse com raiva.

— Meu jovem, você não precisa sentir raiva de tudo, não tenho segundos significados em minhas palavras, você faz bem de desconfiar de tudo, por viver sozinho você é tão ágil e inteligente quanto uma raposa, mas não precisa duvidar de mim, eu não quero seu mal.

— E então o que você quer?

— Quero sua ajuda pra me vingar, mas além disso tenho uma dívida de honra com você garoto, você salvou minha vida e eu gostaria de retribuir-lhe , te treinando, você tem muito o que aprender mas de fato tem um talento único, eu mesmo jamais conseguiria dar chutes como os seus,  nenhum dos meus cavaleiros tem uma técnica como a sua, você tem estilos únicos, você me atacou de várias formas diferentes, eu quero treinar cada uma delas, melhorá-las e lhe ensinar tudo que eu posso, você é bom meu jovem, quero você ao meu lado para que um dia, juntos, possamos lutar contra aqueles monstros que me perseguiam...não só nós...meu filho também....

                Pela primeira vez na minha vida senti a bondade vinda de alguém, ele teve a chance de me humilhar mas me elogiou, e mesmo num momento de vitória quis me ajudar e desejou minha companhia, foi uma sensação muito boa, porém também foi a primeira vez que senti algo ruim, um sentimento estranho quando ele citou seu filho...será que só eu não era suficiente para lhe agradar?

                No dia seguinte começamos os treinos, para mim era tudo ao mesmo tempo muito simples e estranho, pois eu repetia os movimentos que sempre fiz, mas com um objetivo totalmente diferente. Adquiri posturas para lutar, acho que posso dizer que conheço vários estilos, todos eles adequados a mim, ao meu jeito de golpear. No treino aprendi a quando usar cada estilo e em que tipo de situação não usá-lo. Tairin me ensinou muito mais do que meramente lutar, ele me contou sobre a honra de um cavaleiro, todas as aventuras que ele viveu, me ensinou sobre o mundo além da Floresta de Bambus, o mundo que eu nunca tive a intenção de conhecer, sempre estive seguro em meu mundo, não via razão pela qual sair, porém com tudo que aprendi esse desejo cresceu em mim, a vontade de explorar o mundo e viver aquilo que nunca tive chance.

                Tudo era muito belo neste conto, mas um sentimento ruim foi florescendo dentro do corpo, não importa o quão bem ia nos treinos, o quanto melhorava, meu mestre nunca parou de falar do Jin, o quanto ele era bom, o quanto eu parecia com ele nos treinos, o quanto ele era forte, o quanto se destacava dos demais. Será que ele não me vê? Sou apenas uma sombra do seu filho? Um dia ele vai reconhecer que sou tão bom quanto ele? Esse se tornou meu objetivo, aquele velho virou a pessoa mais próxima de mim, posso dizer que ele foi o melhor amigo que tive em minha vida, quero ser reconhecido por ele, quero que ele saiba que eu existo, quero que ele saiba quem sou eu. Tairin disse-me que eu era um menino arrogante, queria que ele visse que um dia seria o mais forte guerreiro daquela região.

                Meses se passaram, Tairin ainda não estava completamente curado de seus ferimentos, pois haviam sido muito profundos, mas mesmo assim não agüentou ao ataque. Numa tarde como nas outras sai de casa para fazer minha colheita, mas a volta foi diferente avistei monstros saindo de minha casa, corri pra lá, derrubo tudo no chão, tudo que me importava era meu mestre. Quando entrei, tudo estava em pedaços e Tairin estava no chão muito mais ferido do que quando o encontrei a primeira vez, ensanguentado, quase sem respirar, não queria admitir mas sua morte era eminente, nada que eu pudesse fazer iria salvá-lo. O segurei com as mãos e elevei a sua coluna para que pudesse ouvir o que ele aparentemente balbuciava. Então ele disse de maneira fraca e calma:

— Você em pouco tempo mudou muito garoto... agora não vejo aquela criança de quando cheguei, você aprendeu a canalizar suas emoções e usá-las a seu favor, seu treino ainda não acabou, mas sinto que eu não possa finalizá-lo. Aprenda sobre sua energia, use-a como um fluxo, seu corpo é um rio, aprenda a controlá-lo por inteiro, não se atente só as suas pernas, use suas mãos também, elas lhe darão equilíbrio e mudaram completamente o jeito que você se porta.

— Mas como posso aprender tudo isso sem você?!- Disse chorando, não consegui controlar-me – Eu não sou capaz de fazer tudo isso sem você, eu nunca fiz nada antes te encontrar, por favor Tairin, não morra.

— Você conseguirá garoto, sei que você é capaz, um dia você será muito mais forte que eu, assim como meu filho ficará também. Saía desta floresta logo, Victor enviou seus guerreiros pra me matar, creio que mais virão pra ver se o trabalho foi concluído, fuja daqui, se junte a Jin, detenham esse mal que esta cobrindo essa terra.

— Mas como eu vou aprender sem você? Não entende? Não sou capaz disso?

— A vida lhe ensinará tudo que precisar, acalme-se....- Ele parou de falar, esforçou-se e olhou em meu olhos, após isso falou num tom acolhedor:

— Ainda não sei seu nome meu jovem.

                Ainda em pranto, pensei muito bem no que responder, não tenho mas a dúvida de quem sou, esse homem foi como um pai que eu nunca tive, mesmo que por pouco tempo. Depois de um curto silêncio respondi:

— Meu nome é Azin, assim como o seu.

                Ele sorriu, como quem aceitava aquilo de forma carinho, logo após sorrir, seus olhos se fecharam. Ele havia partido. Enterrei-lhe na floresta, com toda a dignidade que ele tinha direito, e deixei a floresta.

 Não sabia pra onde ir mas tinha objetivos: Aprender tudo que ainda me falta, me vingar deste Victor por trair meu mestre e provar definitivamente a Tairin que eu não sou uma sombra de seu filho, me provar que eu sou melhor que ele.

Muito tempo se passou, eu cresci e aprendi muito, adquiri um traje antigo muito poderoso que junto com uma espécie de manopla me permitia dominar a água, acho que talvez fosse isso que Tairin queria dizer com a comparação de meu corpo com um rio, talvez esse fosse o objetivo dele. Ele acertou, a vida me levou onde eu precisava, me fez aprender o que eu queria, me sentia capaz de concluir a vingança de meu mestre, então parti ao encontro de Victor para desafiá-lo.

Muito batalhei para chegar em sua fortaleza, porém chegando lá vi todos os guerreiros no chão, parecia que tinham sido devastados. Andei por todo o castelo até avistar de longe uma grande explosão, já havia descoberto como Victor era e claramente, ao longe vi ele desacordado no chão, ao seu lado o guerreiro que o derrotou. Com um bastão em mãos, uma faixa na testa e um cabelo vermelho como fogo reconheci a pessoa de quem o que o mestre havia tanto falado, era ele, Jin, o dragão vermelho.

Sinto um ódio muito grande em meu peito, penso:

— Até onde esse cara vai parecer melhor que eu, ele acabou de concluir minha vingança, sem saber o peso que eu carregava comigo, como ele pode parecer tão melhor do que eu.

                Acalmei-me após esse surto e pensei:

— Azin, você sabe que suas emoções são a chave de sua força, não use esse ódio para nada, ele esta na sua frente, ele destruiu seu objetivo, não fique sem fazer nada, essa é sua chance de provar de uma vez por todas que é melhor que ele.

                Ao longe, percebo que Jin não estava sozinho, cerca de 6 pessoas o acompanham, todos parecem ter minha idade, sinceramente nenhum representa ameaça. Vou em direção a eles, sorrateiro. Eles vão para uma clareira, aparentemente descansar – Perfeito

Narrador POV

                A Grand Chase aproveitava o frescor da clareira para descansar. A batalha contra Victor havia sido árdua, se não fosse por Jin, seu mais novo membro, jamais teriam saído vitoriosos. Apesar de cansados, um integrante do grupo permanecia alerta, afinal como guerreiros, sempre estavam prontos pra enfrentar um inimigo.

—Tomem posição, alguém está se aproximando – Disse Ronan.

— Ah pra que isso, você é algum tipo de general por acaso para dar ordem nos outros? – Disse Elesis.

— Quem é você? – Disse Ronan com raiva.

— Isso não interessa a você e nem a seu “grupinho”, meu assunto é com ele – Disse Azin apontando para Jin.

— Quem você pensa que é para mal chegar e já falar conosco dessa maneira? – Disse Ryan

—Não precisa me defender – Disse Jin.- Quem é você ? O que você quer comigo?

—Finalmente, alguém que sabe cooperar. Não quero nada de você, apenas vim lhe desafiar formalmente para uma batalha.

— E o que quer com isso? – Disse Jin.

— Seu pai me treinou, me falou muito de você, sempre me contou sobre sua força e poder. Ele sempre pensou que você era melhor do que eu, simplesmente quero provar que ele estava errado.

— Como ousa citar o meu pai, ele esta morto, não há como ele ter lhe treinado.

— De fato ele morreu, mas não quando você acha, ele apareceu ferido onde eu morava, eu cuidei dele e para retribuir ele me ensinou.

— MENTIRA! Se meu pai estivesse vivo ele teria me procurado - Disse Jin enfurecido

— Não fica nervosinho não. Ele teve seus motivos. Ele sabia que se voltasse mais tropas seriam enviadas para lhe eliminar e a você também, seja grato pelo que ele fez por ti.

— Argh... E por que eu deveria aceitar lutar com você? Como acabou de dizer eu sou o melhor, meu pai sabia disso, você tem que se provar algo lutando comigo, mas por outro lado eu não ganho nada o enfrentando.

— Se você se recusar, jovem monge, sentirei muito em ter que derrotar cada um e seus aliados, na sua frente, até que você se prontifique a me enfrentar. – Disse Azin.

— Como você tem coragem de achar que pode nos enfrentar?- Disse Arme num tom convencido.

—Eu não tenho apenas coragem, eu tenho certeza que posso enfrentá-los.- Respondeu Azin num tom irônico – Se você se acha tão poderosa, acho que posso começar dando uma surra em você.

— Isso não vai acontecer – disse Jin – Eu aceito o seu desafio.

                Azin sorri de uma forma maligna, parece estar contente com a luta, mais contente ainda em ter uma platéia.

— Jin não lute com ele, não sabemos o que ele quer ou se diz a verdade, não seja enganado pelas palavras dele, ele pode ser um enviado de Cazeaje – Disse Ronan preocupado

— Não tem com que se preocupar, se ele mentir ou falar a verdade não me importa, ele me irritou e mexeu com meus companheiros. Ele não ficará impune.

                Azin e Jin avançaram até uma parte isolada do gramado, Ronan concordou em ser uma espécie de juiz para escolher o vencedor, o primeiro que caísse e não levantasse por cinco segundos seria considerado derrotado.

                Ronan ergueu a mão e, ao abaixá-la, a luta começou.

 Jin portava o eu bastão e apenas observava seu adversário tentando decifrá-lo, aparentemente Azin não portava nenhuma arma apenas uma luva na mão direita. Ambos se estudavam muito, ninguém queria cometer um golpe em falso, até o momento em que Jin rapidamente avançou em direção a Azin, deu um grande salto e bateu o seu bastão mirando em Azin, que por sua vez, agilmente se esquivou para trás e contra atacou-o rapidamente com um chute na altura da cintura. Jin o interceptou com seu bastão, mas mesmo assim sofreu um impacto do golpe.

— Ele é rápido – Disse Jin assustado.

                Azin começa a se mexer de moda estranho, posiciona seu corpo de uma maneira diferente, lembrava um tigre, num piscar de olhos ele estava na frente de Jin, que apenas por reflexo tentou se esquivar, mas fracassou, a série de golpes era muito rápida,  tudo que pode fazer foi se defender com o bastão, quando subitamente Azin sumiu e reapareceu nas costa de jin, ele saltou e deu um fortíssimo chute nas costas de Jin, o impacto do golpe pode ser comparado ao poder de uma martelada de Victor. Jin cai no chão, mas rapidamente levanta-se.

— De onde veio esse chute? – pensou Jin- Eu nem mesmo vi chegando. Ele é forte. não devia tê-lo menosprezado

— Mas já caiu Jin? Eu nem me aqueci- Disse Azin ironicamente.

— Se você gosta de chutes, que tal um desses?

— DRAGÃO CRESCENTE! – Jin sobe ao ar dando uma pirueta com o bastão junto ao seu pé formando um semi-elipse crescente junto ao seu chute, Jin mirou o golpe um pouco para trás, tendo em mente que Azin já havia desviado para trás tentando prever seu movimento. Azin por sua vez dá dois passos para o lado e desvia.

—  A luta não se resume em frente e trás Jin, por mais que não use, os lados existem.

— Ora seu!...DRAGÃO CRESCENTE, DRAGÃO CRESCENTE, DRAGÃO CRESCENTE! – Jin desferiu uma série de chutes poderosos em sequência, porém Azin desviou de todos muito rapidamente. Após o termino da sequência. Jin começa a de certa forma juntar energia

— Ahhhhhhh! – gritava Jin

— Você não pode lutar calado? – Disse Azin irritado.

— IMPACTO – Jin desparou da ponta de seu bastão um feixe de energia canalizado, este por sua vez foi muito rápido, Azin sem esperar por esse golpe meramente tenta o bloquear e voa longe com o choque. Ele cai mas imediatamente se levanta.

— Droga, eu não esperava por essa, tenho que ficar mais atento, não posso perder.

                Azin novamente muda a posição em que se encontrava, agora parece estar mais defensivo, lembrava uma tartaruga se defendendo atrás de seu casco.

— Ficou assuntado? – Disse Jin – Esse é o poder de um verdadeiro guerreiro

— IMPACTO!

                Dessa vez Azin toma uma posição totalmente defensiva e com a parte de trás da mão reflete o feixe para longe.

— Você precisa narrar realmente tudo que faz? Isso irrita sabia?- Disse Azin zombando.

— Você deveria prestar menos atenção em minha voz e mais atenção em meus golpes.

— Jin começa a correr em direção a Azin, ameaça golpeá-lo com o bastão, mas na verdade dá uma cambalhota para trás do mesmo visando suas costa.

— Impulso de Asura!- disse Jin girando seu bastão para cima, tentando erguer Azin do chão.

— Tempestade caótica- disse Azin com um tom irônico.

                Azin gerou um campo de água em volta do seu corpo no formato de uma esfera, a água girava junto consigo que por sua vez controlava o fluxo de energia no campo, Azin saiu ileso porém Jin levou todo o dano de seu golpe.

— Suas tentativas são tão patéticas – disse Azin com arrogância – Eu nunca dei um nome a um golpe, o que achou desse Jin, acha que foi bom?

                Jin estava caído o impacto do golpe em seu corpo foi muito forte, ele já estava debilitado por ter lutado antes contra Victor, mas mesmo assim levanta-se e fala.

— Nada mal o nome, mas precisará mais do que isso pra me derrotar – Falou Jin convencido

— Você fala demais.- Retrucou Azin.

                Azin muda novamente sua pose. Visivelmente estava mais sério e a partir daquele momento parece mais leve e mais rápido que antes, assim como uma águia prestes a voar.

                Em uma fração de segundo ele dá um salto gigantesco e cai como um meteoro em direção de jin, que por sua vez apoiando-se em seu bastão conseguiu fazer uma esquiva perfeita. O solo ao redor do chute ficou destroçado, uma grande cortina de pó foi erguida devido ao impacto do golpe.

                Por meio desta esquiva, Jin acabou parando nas costas de Azin, que por sua vez não consegui ver Jin, rapidamente Jin avança:

— Golpe dos Cem anos !

                Jin desferiu uma sequência de golpes com seu bastão finalizando com um poderoso salto seguido de uma batida de seu bastão em direção ao chão. O pó que cobria o local foi dissipado pelo ataque, porém Azin estava intacto, quando de repente ele disse:

— Esse golpe seria realmente letal, obrigado por entregar-se – disse em tom irônico.

— Já chega de fugir, seu covarde. Tente desviar deste golpe se for capaz.

                Jin impulsiona seu bastão pra cima e salta em direção ao mesmo. Ao atingir o auge do seu vôo chuta o bastão para baixo, e ao colidir com o chão uma série de explosões acontecem ao longo de todo o campo de batalha.

— FÚRIA DA LÓTUS!

                Após a grande explosão tudo que se resta é terra deformada, Azin está caído, e aparentemente com a perna ferida.

— Acabou – disse Jin confiante.

— Ele é realmente forte como você disse mestre, mas eu não irei me render. – Pensou Azin.

                Ronan estava prestes a declarar a vitória de Jin quando com um ato de estrema força de vontade Azin consegue se levantar.

— Sua perna esta muito machucada, desista, você não tem condições de lutar mais. – disse Jin.

— E quem foi que disse que eu preciso da minha perna pra ganhar de você. Até agora lutei desarmado de igual para igual com você, que diferença me faz uma perna a mais ou a menos?

— Você fala muito confiante pra quem está quase derrotado. Mas muito bem, já que insiste em continuar, ficarei feliz em fazê-lo pagar por tudo que disse.

                Jin jogou seu bastão pra longe, visivelmente ficou ofendido com a provocação de Azin.

— Vou te mostrar que não preciso disto para ganhar de você.

                Azin sorri, finalmente será uma luta de igual para igual.

                Azin muda de posição mais uma vez, mas desta vez diferente de todas as outras não parece ter firmeza em suas pernas, suas mãos ficam em constante movimento. Ele sussurra algumas palavras, não é possível decifrá-las, seus olhos começam a brilhar.

— Agora eu entendo mestre, agora eu sou capaz de controlar o fluxo, tudo ao meu redor, não posso depender só de minhas pernas, por isso você me mandou treinar. Obrigado mestre.

                Uma chuva devastadora começou subitamente, a visão de todos ficou debilitada, ao longe só era possível apenas ver sombras de Jin e de Azin

— Existe muito energia vindo lá, nunca havia visto algo assim antes – disse Arme.

— Você não me decepcionou Jin, você é tão forte quando Tairin dizia, mas não irei perder para você – disse Azin

— Você também não é ruim. Afinal qual o seu nome? Quero saber quem eu irei derrotar. – disse Jin.

— Me chamo Azin.

— Esse é o nome do meu pai. Diga o seu verdadeiro nome.

— Esse é o nome que eu escolhi pra mim, seu pai foi muito importante para mim. Não desonrarei esse nome.

— Hmmmm, acredito em você. Não faça me arrepender,depois desta batalha defenda o nome do meu pai.

                Ambos se olham fixamente, pela primeira vez há um sinal de respeito entre os dois. Jin corre em direção de Azin que por estar impossibilitado aguarda a investida.

— Usar o poder do adversário contra si... concentração... é tudo que preciso. Agora!- disse Azin.

—  Você foi um bom adversário, mas era melhor ter ficado de fora dessa luta.

—Dragão Celeste!

— Investida do infinito!

                Uma grande explosão, o contraste entre o azul e vermelho fez a chuva parecer uma tela absorvida por essas cores. Quem será o vitorioso? Resta alguém de pé? Após alguns instantes a explosão se dissolve e ambos são avistados, caídos, um em frente ao outro. Ronan inicia a contagem, após chegar ao 5 nenhum dos dois fica em pé. Um empate é declaro, com os dois desacordados.

— Foi uma batalha digna, você realmente conseguirá defender esse nome. – pensou Jin

— Você estava certo mestre, não sou melhor que seu filho. Mas não irei parar de treinar, um dia irei superá-lo. – pensou Azin

— Obrigado pai.- ambos pensaram.


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Notas finais do capítulo

InazumaLord - Obg por lerem esse capitulo, e nao se esquecam de comentar o que acharam. Ficarei muito feliz de saber as opinioes de vcs, até pq essa foi minha primeira fic. Até outro dia qualquer.
—-----------
Obg por lerem esse capitulo e espero que tenham gostado tanto quanto eu. No proximo vamos voltar com a historia da Cazeaje, linda e divosa, numa historia cheia de batalhas mucho loucas e revelações bombasticas. Bjinhos de Yuu-chan.



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