O Diabo Mora ao Lado escrita por Erzy, Gin


Capítulo 7
Turbilhão


Notas iniciais do capítulo

Oe~~ *entra de fininho* GENTE ME PERDOA EU SOU MUITO IRRESPONSÁVEL, EU SEI! Enfim, ando bem ocupada, mas sempre que o bloqueio some e tenho tempo, eu escrevo algo, como disse eu demoro, mas não abandono, isso inclui outras fanfics.. Espero que gostem do fundo do meu coração ♥ Agora os capitulos vão sair mais rapidinhos, eu e o Gin estamos bem animados ;3
Boa leitura!!



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Allena observava seu reflexo no espelho minuciosamente, pegava algumas mechas de cabelos nas mãos e alisava, nada que fizesse com ele parecia ser do seu agrado. Desde que concluiu que estava apaixonada por seu vizinho, há algumas semanas atrás percebeu que alguns pequenos hábitos seus mudaram, como por exemplo, ir para faculdade sem pentear o cabelo ou ir com a cara de quem acabou de acordar. Ela queria que ele a achasse bonita, queria que ele a elogiasse como na noite em que jantaram fora.

— Droga, vou me atrasar! — exclamou ao olhar o relógio. Perdeu tanto tempo olhando no espelho que no fim apenas fez um rabo de cavalo folgado.

Passou correndo pelos corredores da faculdade. Will não esperou como de costume quando ela se atrasava. Allena entrou em sua sala um pouco antes da sua professora fechar a porta, caminhou até a sua mesa, ao lado da sua amiga Sara.

— Você não tem jeito, Lena. Logo vai tomar uma advertência, sabe como essa professora é um saco. — dizia em tom de reprovação. Sara sempre foi muito responsável, ao contrário de Allena, de alguma forma, as duas acabaram se dando tão bem, que pareciam colegas há anos. — Allena Lion, você está me ouvindo?!

— Ah.. me desculpa, acabei me distraindo novamente, culpa daquele maldito Willian! —chacoalhou a cabeça frustrada. — Sara, acho que eu tô’ ferrada.

—— Só percebeu isso agora? Quanto mais você gosta, mais você perturba a pessoa, era muito óbvio que você estava apaixonada. — Sara falou tão diretamente que Allena não conseguiu impedir de ficar rubra de vergonha, tirando risinho abafados da sua colega. — Depois a gente conversa sobre isso, tá? Agora presta atenção na aula, Lion.

~~x~~x~~

Infelizmente a concentração de Allena estava em Willian, em como tudo chegou neste ponto. Saiu da sala de aula e sentou-se em uma cadeira da cantina enquanto esperava sua amiga que estava na fila para comprar algo. Seus pensamentos ainda persistiam, será que Willian deveria saber? Mas ele nunca olharia para alguém como ela, ainda mais uma parasita que só atrapalhou a vida dele nesses últimos meses. Para ele, ela era um pé no saco.

—Eu sou um incomodo. — murmurou para si mesmo, sem perceber que alguém tinha acabado de sentar ao seu lado.

— Finalmente admitiu isso, hein? — alguém disse tão próximo de Allena, que ela deu um pequeno pulo, reconhecendo a voz imediatamente.

— Cai fora, Mattew. — sua expressão não era nada agradável, ainda mais depois que ele a ouviu.

Ignorando, Mattew passou um dos seus braços pelo ombro de Allena, deixando-a desconfortável.

— Não me olhe desta maneira, estou apenas te consolando como antigamente. Lembra como éramos inseparáveis? Bons tempos aqueles, uma pena que você estragou tudo, monstro do circo. — Neste momento ele a apertou mais forte contra si. — Está gostando desse nosso momento nostálgico?

— Me solta, Matt, está me machucando! — pedia baixinho. Não entendia como a relação que eles tinham se tornou isso. Ela gostava de sua amizade, o Mattew que ela conheceu parecia ter sumido dentro desse cara imbecil. — Eu nunca fiz nada para você, por que está fazendo isso?? Éramos melhores amigos... por quê?

Os olhos de Allena começaram a marejar, queria correr, fugir para algum lugar e ficar sozinha. Desde que nasceu sua existência já era indesejada por sua mãe, não seria diferente depois de 22 anos.

Mattew ao ver que ela estava prestes a chorar, soltou-a imediatamente, e ela correu, antes mesmo que ele pudesse perguntar se ela estava bem, pergunta essa que era a primeira que ele queria ter feito ao vê-la cabisbaixa. Ele realmente era um idiota.

Allena decidiu cabular as outras aulas e ir direto para o orfanato, mandou uma mensagem para Sara pedindo desculpas por sair antes, e que estava tudo bem. Chegando no portão já encontrou as crianças brincando de policia e ladrão no pequeno pátio, e sorriu, logo juntando-se na brincadeira.

Depois de tanta baderna, já estava na hora de todos irem dormir, Allena ajudou a colocar as crianças em suas respectivas camas, que ficava em um quarto médio com vários beliches, o espaço era todo branco com vários enfeites de bichinhos, bem cuidado e delicado. Após desejar boa noite e apagar a luz, Allena decidiu continuar seu trajeto até seu antigo quarto, agora este que virara uma pequena biblioteca que ela montou quando saiu de lá. Foi até uma estante marrom e pegou algumas cartas de aparência amarelada de uma caixa de madeira, trabalhada em flores. Ao olhar os papéis, já era possível notar que havia sido escrita por uma criança. Ela reabriu uma das cartas, a primeira que ela escreveu para sua mãe e, odiando a si mesma por estar fazendo isso consigo, a leu.

“Mamãe, sou eu, Allena, lembra de mim? Eu estou com saudades, quando vai voltar? A vovó Ceci é muito legal, ela faz bastante coisa gostosa para comer, a gente também brinca juntas com as outras crianças, o papai e a mamãe delas também foram viajar e vão demorar voltar. Estou escrevendo para você com a ajuda da vovó, e quando a gente se ver, vou entregar todas essas cartas para você. Te amo, mamãe.”

Nesse momento, Allena já estava com o rosto inchado de tanto chorar. Lembrava-se de escrever todo fim de semana, demorou algum tempo até entender que sua tão querida mãe a abandonou como um cachorro. Ainda se pergunta o porquê de tentar encontra-la até hoje, seria ela uma masoquista?

— Aaaaaarg! Eu sou uma boba! — exclamou furiosa. Respirando fundo e deitando-se no chão, sob um tapete bege felpudo, olhando para o pequeno roxo que ficara em seu braço do aperto que Mattew dera, e ali ficou até adormecer, apenas assim para calar os turbilhões de sentimentos que dilaceravam seu coração.

~~x~~x~~

Willian estava em seu quarto terminando de colocar uma roupa mais quente, já que aquela noite estava gelada demais para um friorento igual a ele. Tentava negar para si mesmo que estava preocupado com sua vizinha, enquanto saia do seu dormitório, mas era impossível! Ele soube que a morena havia saído depois da primeira aula, mas assim que ele chegou, não encontrou ninguém no seu apartamento e nem no dela próprio, o que é muito estranho, pois a essa hora já teria uma Allena furiosa por comida, isso era verídico, mas já se passou da meia-noite e não tem ninguém pedindo comida em sua casa. Infelizmente ou felizmente, ele não tinha nenhum número para contato, sempre pensou que se ele passasse seu telefone ela o perturbaria até dormindo.

— Com certeza aquela irresponsável está arruinando a vida das pessoas em algum restaurante, por isso estou indo até o orfanato, e não porque estou preocupado! — reclamava sozinho, fazendo o caminho até o orfanato.

Depois de meia hora caminhando avistou o portão no qual havia deixado o pestinha do Enzo, apertou a campainha e não demorou muito para a senhorinha de cabelos brancos até os ombros aparecer.

— Olá, meu jovem, em que posso ajudar? — perguntou Cecilia simpática. Apesar da idade, seus traços eram delicados como de alguém que fora uma bela dama, muito cortejada em sua juventude.

— Boa noite, senhora, eu gostaria de saber se a senhorita Lion se encontra. — disse formalmente, tentando ser mais simpático possível.

— Oh, ela está aqui, sim. — abriu o portão. — Entre por favor.

Willian foi conduzido pelos pequenos corredores da casa, toda ela tinha um sentimento de carinho e amor, não ficou surpreso, já que Allena falou sobre este com tanta paixão quando ele perguntou mais sobre as pessoas que conheceu ali.

— Bom, a partir daqui você pode ir sozinho, é só virar à esquerda na primeira porta. — Willian agradeceu e logo a senhora saiu de suas vistas. Ao encontrar a porta, ele bateu levemente, e como ninguém atendeu, ele abriu, encontrando uma Allena babando, fazendo-o revirar os olhos, mas antes de acordá-la, notou que estava com uma carta ao seu lado, apesar de curioso, decidiu ignorar.

— Hey, dorminhoca, acorda! — exclamou enquanto puxava as bochechas de Allena.

— Para, Matt, você está me machucando... – murmurava a morena, deixando seu vizinho um tanto incomodado.

— Cabelo de caipora, levanta, vai!

— Ah, Will... WILL?! — Exclamou surpresa de vê-lo ali, então lembrou-se do roxo em seu braço e, automaticamente, tampou com sua mão, deixando Willian desconfiado.

— O que você está escondendo? Vai, me mostra. — Pediu, mas soava mais como uma ordem.

— Eu apenas bati sem querer na tranca da porta... — mentiu, desviando o olhar.

— Quem fez isso com você? — perguntou furioso depois que ela mostrou. — Foi aquele idiota? Eu escutei você falar enquanto dormia, não minta para mim, Lion!

— E-eu... Will, por favor... — Allena o abraçou desajeitadamente com os olhos marejados. — Eu só quero esquecer esse dia.

Por um momento Willian não soube o que deveria fazer, mas queria retirar toda aquela dor que ela estava sentindo, então a abraçou com o desejo de aliviar aquilo, sentindo a maciez e perfume de lavanda que ela tinha.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??? auhusahusa
Enfim, perdoem os erros, e minha falta de envolvimento >
Até mais!



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