Legolas saiu o mais rápido que pôde procurando por Tauriel,  sentia um intenso impulso do seu coração, seu rosto tão sereno parecia levemente sorrir para qualquer um que o visse e uma felicidade o contagiava, os olhos buscavam-na em todas as direções, mal esperava para ver sua amada, e contar-lhe do acontecido, andou pelo reino, foi até onde a havia deixado e nada! Mas isso não desanimava sua felicidade sinceramente determinada, voltou a procura-la, através de tantas paisagens encantadoras do Reino de Thranduil, apenas uma lhe interessava, e essa era a que ele queria vislumbrar com o olhar, sentir com o coração, tocar com suas mãos, e olhava para o céu azul, tão azul quanto seus olhos, havia um lugar em que imaginava encontra-la, próximo havia belas árvores ao lado de uma cachoeira e as mais belas flores cresciam ali, ele a conhecia melhor do que qualquer um conhecesse ou viesse a conhecer não obstante possuía grande habilidade de localização, sabia que ela estaria ali, foi assim que finalmente a encontrou sentada silenciosamente próximo a algumas árvores e aquele jardim, estava bem quieta olhando para o nada parecendo muito pensativa, sentou-se ao lado dela.

— Tauriel?! ...  – Ela voltou o olhar para ele ouvindo-o: _ Eu falei com o rei, não foi como pensávamos. -  Ela olhou-o profundamente, mesmo sem dizer nada, aquele olhar dela parecia dizer-lhe tudo, ele compreendia os pensamentos que naquele momento provavelmente estariam vagando em sua mente, até que ela disse-lhe:

— Legolas... Eu ouvi parte da conversa, eu sei o que o rei pensa sobre isso tudo, sei que ele te disse a maneira como me vê, e ele tem razão, eu sei que não possuo a nobreza e sabedoria dos elfos da sua origem, sou apenas uma elfa da floresta, meu nascimento é obscuro, Mellon, talvez seja isso que me distanciava de você todo esse tempo e que me fazia não ousar te ver diferente, e procurava não ter esperanças sobre isso...  Por um momento eu havia me esquecido disso tudo... – Ele olhou-a profundamente tocado, aqueles olhos azuis a prendiam de  tal maneira, e chegavam ao fundo da alma e neles ela via a verdade, uma verdade na qual ele dizia “nunca vou te abandonar”,  ele tocou suas mãos, elas estavam frias, segurou-as suavemente acariciando, enquanto lhe dizia quase num sussurro:

— Tauriel não diga isso, você não faz ideia do quanto você é importante para mim. Eu desistiria e abriria mão de toda a posição, toda a linhagem da minha família, mas não desistiria de você! Eu nunca a deixarei nem abandonarei, não importa o que aconteça. Não importam as dificuldades, nenhum obstáculo, nenhuma pessoa pode me afastar de você.

— Legolas... – Dizia ela, seus olhos estavam emocionados: “Eu não consigo explicar a confiança que ele me passa, apenas pelo olhar, é como se falasse direto ao meu coração, e quando sinto seu toque é como se pudesse ouvi-lo, apenas esse toque me diz que ele me seguraria se eu caísse, e em seu olhar tão puro e verdadeiro vejo a certeza de que ele nunca me abandonaria, e apenas sua presença ainda que sem as palavras já seria capaz de iluminar qualquer escuro perto de mim, como o brilho da mais pura estrela”. – Pensou enquanto olhava-o profundamente em silêncio. Foi acordada de seus pensamentos:

— Meu pai compreendeu isso, ele sabe que não há nada que possa fazer, portanto acolheu a minha decisão, e nos abençoará nela, você será minha, o céu não parece tão distante quando sei que você será minha para sempre! – Ele puxou-a para bem mais perto de si, tocou seu belo rosto, enquanto lhe dizia com plena convicção de seus sentimentos, seu tom tão firme como amável encantava-a:

— Não pense que algo me faria desistir de você, nada! A não ser sua própria escolha em se afastar, do contrário eu já lhe disse, ficaremos juntos... Passaremos toda nossa eternidade unidos. Eu a amo Tauriel, ardentemente! Eu a protegerei e cuidarei de você para sempre e a segurarei o mais perto de mim que eu puder, porque com você encontro o caminho do paraíso... – Os olhos dela encheram-se de lágrimas de emoção.

— Eu quero estar ao seu lado para sempre, não faria sentido a imortalidade, se eu tivesse que enfrentar todas as eras deste mundo sozinha, sem o seu amor... Você me completa! Me preenche, me faz ser melhor do que posso ser! Eu amo você Legolas... Amo você... - Dizia tomada de uma pura emoção, ele aproximava-se mais, fazendo seu coração bater mais forte, ele tomou-a para si, deu lhe um beijo suave e ao mesmo tempo abraçou-a sinceramente apaixonado.

Naquele abraço  dedicava-lhe todo profundo amor, carinho e proteção que até hoje dedicou-lhe de outras formas, com tempo e disponibilidade, olhares e atenções especiais, o amor os tocava, embalava, e elevava a alma. Não queriam mais que aquele momento passasse, suas mãos estavam finalmente aquecidas, o lugar mais seguro e confortável do mundo era certamente dentro daquele abraço, e sabiam que ele se repetiria por muitas e muitas vezes, de formas ainda maiores e intensas por aquele amor imutável e infinito entre suas naturezas de elfos.

***

Os dias foram passando lentamente, no reino de Thranduil, tudo corria normalmente, exceto pela grande noticia muito comentada por todos, o jovem Lorde Legolas iria se unir a capitã da guarda Tauriel, isso surpreendia muito a todos, especialmente porque não imaginava que o rei fosse aceitar, era realmente uma noticia surpreendentemente grandiosa por todo o reino.

O jovem casal, apesar de totalmente comprometido, continuava agindo bem naturalmente. Como sempre foram grandes amigos mantinham aquela mesma proximidade natural em todas as suas atividades, os olhares do lorde para ela eram os mesmos, a mesma atenção, o mesmo carinho, o mesmo cuidado, os dela é que haviam aumentado ainda mais, e isso era facilmente percebido pelos que estavam ao redor. Tauriel estava sempre próxima ele, servindo-o com um grande cuidado e amor, em todas as suas obrigações normais, ainda mais que uma ajuda adequada. Nas tardes eles passeavam juntos pelo reino, eram sempre observados muitos sorrisos e brincadeiras entre aqueles dois apaixonados. Quando se uniam ao rei permaneciam em silencio e profunda consideração. O clima era ameno e suave. Logo chegaria o dia em que fariam parte da mesma família se bem que já mantinham esse respeito e cuidado como se já o fossem. E o amor deles era não apenas inspirador, mas muito agradável aos olhos, comovia e admirava a qualquer um.

Era final de tarde e inicio de uma noite em que celebravam a luz de uma das estrelas mais brilhantes e amadas no reino, aquela noite prometia ser extremamente bela  e iluminada, todos os elfos estavam elegantemente trajados, Tauriel ainda arrumava-se, ela agora pensava muito em agradar aos olhos do seu amado, coisa que nunca havia passado em sua mente antes, ela sorria pensando nisso. Mal via a hora de estar novamente perto dele, apesar de que fazia pouco tempo que haviam se separado, mas estar ao seu lado seria sempre o melhor momento do seu dia.

Ela saia de seu quarto, com uma alegria e beleza contagiante, procurava por ele,  em sua expressão havia uma leveza e serenidade, estava belíssima. Entrava para o grande salão onde todos os elfos estavam reunidos para o banquete e para a festa, seus olhos procuravam por ele, permanecia com um leve sorriso, cumprimentando a todos que via em seu caminho. Estavam todos demonstrando muita alegria, de repente avistou o rei Thranduil, aproximou-se fazendo uma pequena reverência:

— Meu senhor... – Ele voltou-se para ela satisfeito e disse-lhe apontando uma direção:

— Há Tauriel! Veja só temos uma convidada de honra essa noite, bem ali veja com o seu noivo. – Ela virou-se lentamente para a direção que o rei lhe direcionava, viu uma belíssima jovem de cabelos negros e levemente ondulados, conversando com o Legolas, estavam bem próximos e pareciam bastante familiarizados. Sentiu como se uma flecha morgul   tivesse lhe atingido em cheio no coração, estreitou os olhos  talvez sua expressão não fosse das mais felizes na hora, alias possivelmente lançou um olhar mortal,  mas rapidamente recompôs-se voltando a expressão habitual, embora por dentro sentisse tamanha  apreensão. Voltou-se para o Thranduil, com um leve sorriso:

— Quem é a convidada meu senhor? -  O rei virou-se e pegou duas taças de vinho, que um dos servos trazia-lhe, entregou-lhe uma dizendo-lhe:

— É uma prima distante, havia muitos séculos que não nos visitava. Seu nome é Morwen, por que não vai até lá conhecê-la? Legolas e ela possuem uma grande afinidade, você deve conhecê-la também. – Ela deu um sorriso falso para o rei, e fez sinal afirmativo e uma pequena reverência, colocando-se na direção em que os dois estavam. O rei observava-os tomando seu vinho, quando seus generais se aproximaram distraindo-o.

Tauriel caminhou na direção deles, um pouco apreensiva, especialmente porque pareciam se divertir muito na conversa em questão, Legolas assim que a viu, voltou-se totalmente para ela, olhou-a fixamente como se estivesse encantado, com um meio sorriso a recebeu, seus olhos azuis brilhavam, e aproximou-se dela. Ela estava com um vestido em tom azul claro que dava um belo contraste com os cabelos ruivos, o príncipe elfo estava também com um belo traje em tom claro mais para o cinza, seu olhar transmitia-lhe sempre aquele mesmo e profundo amor e admiração:

— Você está maravilhosa. – Sussurrou ele bem próximo ao seu ouvido. Ela sorriu-lhe. Ele voltou-se para a jovem a sua frente:

— Morwen, esta é a Tauriel. – Falou aproximando-a mais, a elfa de cabelos negros, vestida com um belo vestido num tom vermelho escuro, olhou-a seriamente, com um leve sorriso. Ele continuou: _ Tauriel está é minha prima Morwen, você nunca a viu antes pois há mais de seiscentos anos ela não tem vindo nos visitar, até este feliz momento.

— Há compreendo. Bem vinda Morwen. – Disse-lhe Tauriel sorrindo-lhe simpática.

— É um prazer conhecê-la, Tauriel, soube dos seus feitos  e que é uma excelente guerreira. Vejo pelos seus braços fortes. – Disse lhe com um meio sorriso.

— Nesses tempos difíceis todas precisamos ser, não sabemos quando vamos precisar. – Disse-lhe Tauriel sorrindo-lhe de volta.

Havia uma música suave tocada por belas damas élficas ao redor deles, enquanto  outros conversavam, dançavam, serviam-se do banquete, naquela bela noite tudo parecia muito sereno.

— Meu primo, poderia trazer-me uma taça de vinho? – Pediu-lhe Morwen sorrindo.

— Claro, ah... Tauriel eu já volto. – Disse-lhe ele olhando-a profundamente  com um leve toque em suas mãos, olhou-o de volta com amor, notou que seu tom de voz era diferente quando se dirigia a ela, mais amável e suave. Sorriu levemente encantada ao percebê-lo. Contudo a jovem elfa observando-os parecia mais séria que o normal.