O olhar que ela lhe lançava dizia tudo, ela estava com medo de que tudo que tinham não fosse nada. As pistas do incêndio... não podia ter sido um acidente.

"Eu apenas estou dizendo, e se ele não for o culpado?", Castle observava cada movimento dela, as expressões em seu rosto e até o modo como respirava rapidamente. "E se o incêndio foi realmente um acidente?"

"Isso não foi um acidente, eu sei que não foi.", Kate o interrompeu bruscamente, pondo as mãos nos bolsos de trás da calça, parecendo procurar algum equilíbrio.

"Não tem como você saber disso", ele abaixou o rosto, desviando o olhar do dela.

"Eu tenho, porque, se isso tiver sido um acidente, eu não tenho por onde começar. Se isso tiver sido um acidente, eu não tenho nada.", Castle sentiu o nó na garganta ao mesmo tempo em que viu Beckett desabar. Ela estava a ponto de chorar, a voz ficando cada vez mais embargada e os olhos enchendo de lágrimas.

“O cara que atirou em mim se foi, Dick Connan se foi, Hal Lockwood se foi, Montgomery se foi, minha mãe... Todos se foram, Castle.", a cada pessoa que era citada, Beckett sentia-se afundando num abismo, as lágrimas já haviam tomado seu rosto.

Ela não viu ou sequer percebeu que ele havia se levantado do banco, Castle apenas se aproximou e abriu os braços, com a intenção de avisá-la do que estava por vir. Ela não o impediu, deixando que ele a envolvesse em seu abraço.

Kate se encostou contra o corpo dele, enquanto ele a envolveu pela cintura, mantendo-a de costas para si. Castle passou um dos braços por seus ombros e o outro por sua cintura, garantindo que ela teria apoio. Ele fechou os olhos e descansou o rosto contra a cabeça dela. Logo ele murmurou o que estava preso em sua garganta.

"Nem todos", ele sentiu a manga de sua camisa ser molhada pelas lágrimas da mulher. Ela estava desabando, mas ele estaria ali por ela.

Kate se virou em meio aos braços dele e encostou o rosto no peito de Castle, aconchegando-se ali. Sentindo a força e a confiança que ele lhe transmitia, ela teve certeza que ele nunca a deixaria.

Ele não a deixaria, porque a amava demais para isso.