Vítimas Das Circunstâncias escrita por Leonardo Souza


Capítulo 3
Segredos


Notas iniciais do capítulo

Tem um "~~" no meio do texto, é o link para uma musica se você quiserem escutar enquanto fazem a leitura.



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02/02/2016

Terça-feira

21:03

Marcelo

Sentei no meio da rua, minha cabeça estava rodando e estava prestes a vomitar quando o celular tocou e era ele.

— Desgraçado.

— Boa noite para você também, Marcelo.

— Você não tinha que matar ele.

— Eu dei a pista de que ele seria o próximo, não é minha culpa que você e o Detetive não perceberam.

— Como assim?

— Se explicar vai perder a graça, mas vamos ao que interessa, estou aqui na padaria te esperando.

— A polícia está chegando.

— Não contaria com a polícia se fosse você.

Kauan

21:07

O carro seguia pela rodovia, o caminho mais rápido até a padaria. Ferreira dirigia em alta velocidade e com sirene ligada, duas viaturas estavam na frente quando elas pararam.

— O que está acontecendo? — Falei no rádio.

— Tem alguém mascarado no meio da estrada.

— Que merda é essa. — Sai do carro e lá estava, alguém de capa preta e uma máscara de porcelana branca.

— Parado, mãos para o alto — Ferreira falou sacando a arma.

O mascarado correu para a pequena floresta que ficava ao lado da estrada.

— Eu e o Ferreira vamos atrás dele, vocês vão para a padaria. — Corri para a floresta.

Marcelo

21:10

— Vai entrar? — Ele perguntou.

— Não sou idiota.

— Tudo poderia acabar agora com você me desmascarando ou com a sua morte.

— Tenho uma pergunta.

— Diga.

— A maioria dos assassinos segue regras, até os filmes, mas você ignorou todas. Matou várias pessoas, me escolheu como o centro de tudo quando normalmente é uma garota, achei que até assassinos tinham princípios.

— Como pode ser tão burro, claro que vou seguir regras, mas não preciso seguir as chatas, essa coisa de escolher só garotas é muito mente fechada, qualquer pessoa pode ocupar qualquer lugar não importa o sexo.

— Ótimo ponto, só não entendi por que eu?

— Você me fez sofrer, agora é sua vez. Venha aqui dentro para a gente discutir isso cara a cara.

— Tudo bem.

— Ótimo!

Parei na frente da porta, respirei fundo tomando coragem, quando estava pronto a viatura virou a esquina.

— Parado aí — Era um policial que nunca vi — Cadê ele?

— Dentro da padaria, cadê o Kauan?

— Perseguindo seu amigo mascarado na floresta.

— Como assim? Ele está aqui, não tem como estar em dois lugares ao mesmo tempo, a não ser que sejam dois ou mais.

— Não temos tempo para teorias. Vamos entrar e você fica aqui.

Os dois entraram com armas nas mãos e depois do que pareceu uma eternidade eles saíram de mãos vazias.

— Cadê ele?

— Não tinha ninguém lá, só um corpo e uma telha fora do lugar.

Kauan

20:08

Seguir alguém em uma floresta que está vestido de preto não é uma tarefa fácil, por muitos momentos só corríamos na mesma direção sem saber se ele ainda estava lá até que chagamos em uma área aberta e vimos ele indo na direção do outro lado da floresta que saia em outra rodovia.

— Vamos nos separar e tentar pegar ele pelos lados.

— Entendido. — Ferreira correu para a direita e sumiu no meio das arvores.

Enquanto corria senti meu celular vibrar no bolso, não podia parar agora ou nunca ia conseguir pega-lo, mas poderia ser alguma coisa importante, peguei o celular desajeitadamente do bolso enquanto corria até que tropecei em alguma coisa e cai, minha arma voou para longe, usei o celular para ver no que tinha tropeçado. Era uma corda amarrada em duas arvores, ouvi pegadas atrás de mim e quando me virei lá estava ele parado usando uma máscara.

— Filho da puta inteligente. — Falei tentando me levantar, mas senti imediatamente uma dor no tornozelo.

— Parece machucado — Ele disse com uma voz que parecia robótica, mas tinha mais alguma coisa.

— Então é isso, você vai matar o policial agora? Eles não sobrevivem até o final nesse tipo de filme?

— Não ligo muito para regras. — Ele mostrou que estava segurando uma faca e avançou na minha direção.

Em uma explosão de adrenalina rolei para o lado fazendo ele errar o golpe, agarrei um pedaço de galho que estava no chão e usei como um taco acertando o braço dele fazendo a faca cair, cada um foi em busca da sua arma, mas eu não conseguia me levantar então ele alcançou a faca primeiro e veio outra vez na minha direção. Dessa vez não tinha nenhum galho. Um tiro. Era Ferreira. Não acertou o maldito mascarado, mas foi o suficiente para fazer ele fugir.

— Vou atrás dele, Senhor? — Ferreira se aproximou, mas ainda olhando para a floresta.

— Não. Estamos em desvantagem agora.

Ana

21:00

Meu telefone vibra, é uma mensagem de um número que não está na minha lista de contato. É um vídeo mostrando Marcelo entro no carro e voltando cerca de uma hora depois, logo em seguida chega uma mensagem do mesmo número.

Marcelo está mentindo para vocês. ”

Kauan

21:32

Fomos até o hospital para ter certeza de que não tinha acontecido nada mais grave com meu tornozelo.

— Senhor! — Ferreira entrou correndo no quarto.

— O que foi agora?

— Um vídeo chegou para a gente?

— O que tem nesse vídeo?

— Marcelo saindo da faculdade no horário que ele alegou ter ficado no prédio

— Ótimo, mais mentiras e problemas. Cadê ele?

— Está a caminho da delegacia.

— Então vamos sair daqui.

Ana

21:35

— Alô, Marcelo?

— Oi, quem é?

— Ana

— Ah, você mudou o número de celular

— É. Pessoas fazem isso.

— O que foi, está tudo bem?

— Me diga você.

— Olha, vai ficar tudo bem, isso que aconteceu agora não vai acontecer mais.

— Como assim? O que aconteceu agora?

— Felipe morreu, foi assassinado.

— Puta merda. Isso é sério?

— Sim, mas você estava falando sobre outra coisa?

— O vídeo.

— Qual vídeo?

— De você saindo da faculdade no horário que falou que estava lá.

— Merda, isso explica de terem me chamado.

— Você não mentiria para a gente, certo?

— Claro que não. Explico tudo depois, agora tenho que ir.

Marcelo

21:47

Cheguei na delegacia e me mandaram direto para a sala do Detetive Kauan. Ouvi que ele tinha torcido o tornozelo correndo atrás do mascarado, achei que ele ia estar usando uma muleta. Ele não estava.

— Pode me explicar esse vídeo antes que te jogue na cadeia? — Ele estava sentado na cadeira, o quatro ainda estava lá, mas sem a foto do Felipe agora.

— Posso. Fui encontrar uma menina que conheci em um aplicativo.

— E por que não disse nada?

— Não preciso dar informações da minha vida sexual, preciso?

— Claro que não, mas precisamos ficar apenas na verdade aqui ou não vamos conseguir pegar esse cara?

— Então. — Me sentei. — São dois mesmo?

— Essa era minha primeira ideia já que ninguém mata trinta pessoas sozinho, mas eles não foram mortos no mesmo dia então pode ser uma pessoa só.

— E hoje eu não cheguei a ver ele, só falar no telefone então ele pode ter ido para a pista depois de matar o Felipe.

— Exato.

— Durante a conversa no telefone ele disse que a gente não tinha percebido os sinais de que ele ia ser o primeiro a morrer, o que você acha que isso significa?

— Ele falou a mesma coisa, perdemos alguma pista.

— Todos estão relacionados comigo de algum jeito, talvez, Felipe estivesse de outra maneira?

— É claro! — Ele abriu a gaveta, pegou a foto do Felipe e levantou. — Ele não estudou com você.

— Felipe não encaixava no perfil.

— Vamos descobrir se mais alguém não se encaixa.

~~

Vinicius

03:29

Depois de sair da balada não conseguia encontrar meu carro no estacionamento, comecei a rir lembrando que podia realmente estar em uma tramada de assassinato. Escutei um barulho atrás de mim.

— Muito engraçado, Daniel. Ah não, tem um assassino atrás de mim no estacionamento, que original.

Fiquei tão focado em achar o carro que não percebi alguém de máscara branca se aproximando, quando me virei já era tarde demais. Ele colocou um pano sob meu nariz e tudo ficou preto.

Daniel

03:29

Me escondi atrás dos carros para fazer uma brincadeira com Vinicius por causa de toda aquela coisa de assassinato de hoje cedo. Não percebi quando alguém se aproximou por trás e colocou um pano sob meu nariz.

01/01/2016

20:40

Segunda-feira

Marcelo

Parei o carro, olhei em volta para garantir que não tinha ninguém por perto. Fui até um dos prédios que ficavam ali perto. Evitei os elevadores para ter certeza de que não ia ser filmado, a porta do quarto estava aberta então fui entrando, ela estava sentada na cama como se tudo aquilo fosse normal. Fechei a porta.

— Tudo certo com o plano, Thainara?

03/02/2016

Quarta-feira

10:04

Lucas

Desço do ônibus e Marcelo não está me esperando, é bom que ele tenha uma boa desculpa dessa vez.


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Notas finais do capítulo

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