Traços do Destino escrita por Miss Daydream, LadyNightmare


Capítulo 7
Boas Ações


Notas iniciais do capítulo

[LadyNightmare]: Err... Oi? Ainda tem alguém que lembra de TdD? UAHSAUHSAUS
Essa demora toda foi a maior até agora e como sempre: MIL DESCULPAS! ♥
Eu demorava pra responder a Miss porque estava em período de provas e era uma atrás da outra, quase nem me sobrava tempo :'v
O capítulo tá grande, então espero que compense ♥

PS: mluiza, muuuito obrigada pelo seu review maravilhoso! ♥
Tenham uma boa leitura bb's ♥

[MissDaydream]: Oi gente! Como a Night já disse, pedimos desculpas pela demora pra atualizar, mas não foi culpa de ninguém não viu? Todo mundo sabe o quanto trabalho e prova consome tempo né? Ai da até preguiça só de pensar ahshhs
Queremos agradecer imensamente e do fundo dos nossos coraçõeszinhos a nossa segunda recomendação! Nem deu pra acreditar quando vimos que tínhamos recebido, só Deus sabe o quanto ficamos felizes da vida de ver que nossa história tão querida está tendo esse tipo de reconhecimento ♥
Então dedicamos com todo carinho esse capítulo a você mluiza! Muito obrigada pelas lindas palavras e por gostar do que escrevemos, você é maravilhosa e incrível! Esperamos que goste do capítulo ♥
Obrigada por continuarem nos acompanhando e por gostarem da nossa história! Queria mandar também um oi especial pra linda Pale Moon, que apareceu aqui de surpresa e me deixou imensamente feliz, saudade de você menina ♥
Sem mais enrolação, bom capítulo! Fiquem com essa atualização antecipada de dia dos namorados e é isso aí hehe.



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Nathaniel arregalou os olhos, completamente surpreso com a sugestão repentina de Castiel. Aquilo, ser gentil, não era do feitio do leonino, e só hoje ele já havia sido gentil com o loiro umas três vezes. O aquariano jamais esperaria que algo assim fosse vir do ruivo.

O ex-representante de turma franziu o cenho pensando durante alguns segundos.

— Claro, por que não? — Nathaniel deu um meio sorriso, tentando parecer tranquilo, mas por dentro seu coração estava pior do que escola de samba apenas por saber que Castiel o faria companhia.

Tentando reprimir um meio sorriso, Castiel comprimiu os lábios e acabou fazendo uma careta esquisita em resposta ao outro, e fechou os olhos com força, se odiando muito por isso.

Ele nunca conseguia fazer nada direito perto de Nathaniel, e aquilo o irritava de uma maneira que... Agh!

Era inacreditável!

— Hm, eu só vou fechar o lugar. — apontou sem jeito para o Coffee Shop, passando as mãos pelo cabelo de maneira nervosa — E podemos ir. Já que você é estranho e acha normal ir direto.

O loiro apenas assentiu e saiu pela porta dos fundos, indo esperar Castiel do lado de fora do local. Escondeu suas mãos no bolso do casaco que usava, já que as mesmas estavam tão geladas que era como se Nathaniel estivesse segurando cubos de gelo.

Não havia problemas em irem direto para a faculdade, pois o aquariano possuía um caderno "extra" em seu armário. Sem contar que ele não queria nem sequer pensar em pôr os pés em casa novamente apenas para pegar sua mochila.

O ex-representante fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, sentindo os pequenos flocos de neve molhares seu rosto. Estava tão perdido em seus pensamentos que mal notou quando o ruivo saiu do Coffee Shop.

Assim que saiu sentiu-se congelar instantaneamente. E, bem, os motivos eram vários.

Primeiramente estava literalmente nevando. Apesar de tudo, Castiel gostava muito do frio e do gelo, mas não naquela circunstância.

Porque, em segundo lugar, seu casaco estava com Nathaniel. E o ruivo não o pediria de volta, porque era forte e másculo, então aguentaria aquele frio todo numa boa. Claro que queria arregaçar a cara do menino por não ter lembrado de devolvê-lo, mas não seria o leonino que o pediria de volta.

E, em terceiro lugar mas não menos importante, ver o loiro ali, perdido em pensamentos e de olhos fechados enquanto os primeiros flocos de neve caíam em seu rosto pálido, era uma cena um tanto quanto... Melancólica.

Mas ali, na frente do estabelecimento onde ele trabalhava, debaixo de um céu negro e revestido de nuvens mais escuras ainda, sentindo o gelo e a beleza da neve que caía, a melancolia não parecia ser tão ruim.

Ela tinha até certa beleza.

Perdido (novamente) em metáforas baratas e focado em observar Nathaniel, o ruivo só desviou os olhos dele quando o mesmo finalmente percebeu que estava ali.

Tossiu para disfarçar o constrangimento de ver beleza em algo tão banal e... Bem... Em Nathaniel...

— Podemos ir. — cerrou os dentes e apertou as mãos com força — Quer pegar alguma coisa em algum lugar antes?

Primeiro, o aquariano abriu apenas um de seus olhos lentamente, encarando Castiel da cabeça aos pés. Logo depois negou, balançando a cabeça de um lado para o outro e abrindo o olho que ainda estava fechado.

Começou a andar, na esperança de que o outro o seguisse, e assim iniciaram o caminho até a faculdade. Nathaniel permanecia com as mãos nos bolsos, deixando evidente sua timidez e sua vulnerabilidade no momento. Os dois não costumavam conversar, quer dizer... Não como pessoas normais fariam, então é claro que ficaram em silêncio uma boa parte do caminho.

O loiro acreditava que já havia passado da fase de se sentir incomodado com a presença do ruivo, afinal, o mesmo estava lhe ajudando (e muito) e no meio de tudo que Castiel tinha feito por si e para si só naquela noite, Nathaniel percebeu que o leonino não era apenas teimoso, sarcástico e barraqueiro. O ex bad boy da Sweet Amoris também possuía um lado gentil, empático e um tanto prestativo. E, de certa forma, isso aliviava o ex-representante de turma quando o mesmo pensava sobre dividir o mesmo ambiente de trabalho que o ruivo.

E por falar nele, Castiel parecia estar com frio. Quer dizer, seu queixo estava batendo freneticamente, o que levou o loiro a tirar essa conclusão.

— Você quer sua jaqueta de volta? — o aquariano perguntou, já se preparando para tirar o agasalho.

— N-Não. — Castiel mordeu a parte interna da bochecha, tentando parar de bater os dentes.

A realidade é que ele não estava com frio. Estava quase morrendo de congelar. Isso era absolutamente óbvio e evidente, e o ruivo estava se odiando muito por toda aquela cortesia, que com certeza não era do seu feitio.

O fato é que ele não ideia do porquê, mas estava extremamente comovido pelo que acontecia a Nathaniel. Talvez ele estivesse se sentindo um tanto culpado por ter infernizado tanto a vida do loiro, ou por não ter percebido que o outro estava vivendo todos os dias naquelas condições.

Talvez fosse porque não queria voltar a brigar, e porque gostava muito de conversar com Nathaniel quando o mesmo não estava ocupado erguendo tantas barreiras ou sendo um babaca engomadinho.

Ou então, ele só estava realizando a boa ação de sua vida, garantindo sua ida ao paraíso e tal... É... Com certeza era isso.

Suas mãos estavam arroxeadas, e os lábios também. Nem a touca de frio estava ajudando muito, e quanto mais a neve caía e encostava em sua pele sensível, mais desespero e dor o frio trazia.

Depois de mais um tempo em silêncio e vivendo aquela tortura, Castiel decidiu que aquilo era demais até pra ele e desistiu de tentar bancar o durão.

— Ok, eu estou congelando. — abraçou a si mesmo de uma vez, permitindo-se mostrar até um pouco mais frágil para o loiro — Será que a gente não pode passar no meu apartamento? Só pra eu não morrer de hipotermia até lá. Eu tô implorando.

Nathaniel soltou uma leve risada, encarando o ruivo com uma cara de "Eu sabia!".

— Toma. — retirou a jaqueta de Castiel e estendeu para o próprio — Eu já estou de casaco, não tem problema. — deu de ombros.

Definitivamente, o jeito orgulhoso do leonino chegava ser engraçado. Porque, há segundos atrás, ele se recusava a assumir que estava com frio. Bancando o durão e fingindo estar ok.

— Mas se você ainda quiser passar no seu apartamento antes de seguirmos, por mim tudo bem. — o loiro deu de ombros novamente.

Castiel bateu na mão do aquariano, se recusando a pegar aquela porcaria de jaqueta.

— Você acha que eu sou idiota? Você tá usando pijama por debaixo desse casaquinho, eu vi a gola.  —  o ruivo revirou os olhos, trincando os dentes. Não tinha aguentado todo aquele tempo congelando pra nada! — Fica com essa merda e vamos na minha casa pegar algo pra mim.

Mal esperou a resposta de Nathaniel e já estava praticamente correndo para o ponto de ônibus mais próximo.

O loiro encolheu os ombros, corando levemente com o comentário do ruivo. Além de estar de pijama já ser vergonhoso, a estampa do mesmo era de patinhos amarelos em boias. Qual é?! É fofo!

O aquariano apressou-se em colocar a jaqueta de volta, sentindo o perfume forte de Castiel invadir suas narinas. E pensando sobre como aquele aroma era bom, Nathaniel correu para alcançar o leonino.

O ex-representante só parou quando seus pulmões pediram socorro. Ofegante, encostou-se no ponto de ônibus, normalizando sua respiração aos poucos.

—Quer dizer que vou conhecer sua casa? — soltou uma risadinha, encarando Castiel.

Castiel revirou os olhos por fora, mas por dentro se permitiu ficar um pouquinho desesperado.

Pouca gente conhecia seu antro de masculinidade e paz, popularmente conhecido como bagunça total e absoluta. Castiel praticamente vivia numa anarquia, e já ficou enjoado com o que o loiro acharia disso... Não que ele se importasse, porque esse não era realmente o caso. Só não queria ouvir enchimento de saco ou ver aquele trouxa torcendo o nariz.

Castiel podia viver na bagunça, mas aquela era a bagunça dele. Ninguém podia dar palpite sobre isso.

— Não é como se eu estivesse te convidando... — resmungou batendo os dentes e ainda abraçando a si mesmo, tentando conter o frio — E faz um tempo que não recebo visitas, então pode estar um pouquinho bagunçado.

Quando o loiro abriu a boca para responder, o ônibus chegou e os dois subiram. Castiel foi primeiro, sentando-se no assento ao lado da janela e deixando um vazio para Nathaniel.

Dentro do ônibus estava bem mais quentinho e não havia vento, então ele se permitiu sorrir um pouquinho.

— Ah, e o mais importante: você vai conhecer o Dragon - riu debochado olhando atentamente a expressão do aquariano - Ainda morre de medo do meu cachorrinho?

Nathaniel rolou os olhos para toda aquela falta de educação do ruivo. Pensou em retrucar, mas decidiu manter-se calado e apenas segui-lo.

O loiro sentou-se no lado oposto ao da janela, sentindo o banco ao seu lado afundar e seus cotovelos se esbarrarem quando sentou-se ao lado de Castiel.

Pigarreou, afastando-se um pouco e encarou o leonino.

— Para a sua informação, eu nunca tive medo do Dragon. — deu de ombros — Eu nunca tive um animal de estimação, por tanto, eu não sabia como lidar na época.

— Ah, tá. Claro. — riu com deboche e esfregou as mãos, tentando fazer o sangue circular por elas novamente — Vamos fingir que isso é verdade.

Dragon metia medo em todo mundo, e Castiel sabia muito bem sobre a preferência idiota do loiro por gatos, não duvidava nem um pouco que ele ficaria extremamente assustado.

— Só deixando avisado que ele não tá acostumado com gente estranha, e como nunca te viu na vida pode ser que tenha uma reação um tanto... Agressiva. —  estalou a língua, rindo malvado.

Nathaniel deu de ombros, mantendo-se indiferente. É claro que ele ainda sentia um pouco (só um pouquinho) de medo daquele cachorro. Fala sério! Só de olhar para ele já lhe dava calafrios!

Mas ele não assumiria isso na frente de Castiel. Ainda mais sabendo que o ruivo, provavelmente, riria de sua cara e tiraria sarro de si.

A preferência do loiro por gatos vinha de muito tempo atrás. Desde que ele passou a alimentar seis gatinhos abandonados que "moravam" em caixas de papelão atrás da Sweet Amoris. E seu objetivo era continuar alimentando-os, mas sua ida para a faculdade dificultou tal. E os animais acabaram por desaparecer um dia. Alguma alma caridosa resolveu leva-los para casa.

Era o que o aquariano gostava de pensar.

O ex-representante precisou ser cutucado por Castiel para que acordasse de seu "transe" sobre gatos e descessem no ponto certo.

Nathaniel resolveu não perguntar nada e apenas seguir o leonino. Afinal, ele nunca esteve ali antes. Não sabia que tipos de pessoas moravam por ali. E preferia continuar não sabendo.

Castiel percebeu que Nathaniel parecia um pouco perdido e confuso, então não falou nada enquanto andavam um ao lado do outro até seu apartamento.

Se sentiu um pouco incomodado em um certo ponto do trajeto, porque sentia que seu prédio não era algo com o que o loiro estava acostumado. Não que Castiel vivesse num daqueles albergues com criminosos, não era nada disso. O prédio em que morava era até que bem bacana, tinha uma fachada simples e bonita, e poucas pessoas moravam ali. Não era nada luxuoso ou extravagante.

Sumarizando tudo, o ambiente era simples e tranquilo, coisa com a qual Nathaniel com certeza não estava acostumado.

Mas o ruivo não teria vergonha, afinal ele havia conseguido aquele apartamento legal e bem localizado com o seu dinheiro e independência, e se orgulhava disso. Era seu cantinho, e nenhum lugar do mundo era melhor do que aquele.

Segurou o frio até finalmente alcançarem o hall do prédio, e suspirou aliviado ao alcançar o quentinho das paredes que os protegiam do vento. Pegaram o elevador e logo estavam na porta da casa de Castiel.

O mais alto a abriu sem muita cerimônia, logo revelando um Dragon afobado pulando em si. O cachorro o lambeu e não demorou a ir para cima de Nathaniel, que recuou assustado, lhe arrancando uma risada.

O loiro semicerrou os olhos para Castiel, olhando-o com uma expressão nada contente.

Porém, logo sua atenção foi desviada para um Dragon afobado, pulando em suas pernas sem parar. O aquariano engoliu em seco, estendendo a mão (um tanto hesitante) e acariciando levemente a cabeça do animal, que latiu, parecendo gostar.

Nathaniel soltou uma risadinha, achando tudo aquilo muito fofo. É, talvez Dragon não fosse “do mal” como ele pensava.

— Eu sinto muito, garotão, mas hoje eu vim aqui apenas para que o seu dono pudesse pegar um casaco. — rolou os olhos, falando com o cachorro como se o mesmo fosse lhe responder — Ele recusou quando eu quis devolver o casaco para ele. Preferiu continuar com frio, acredita? — sussurrou, como se fosse um segredo e Dragon colocou as patinhas em seus ombros, como se entendesse, arrancando outra risada do loiro.

Castiel observou a cena com certa estranheza, porque afinal, não havia nada mais estranho do que Nathaniel ali, na frente da porta de seu apartamento, usando seu casaco, pijamas e brincando com o seu gigantesco e assustador pastor de beauce.

— Ele gostou de você... — sorriu de leve, com a mão direita ainda na maçaneta, transmitindo o pouco de calor que tinha nela para a superfície fria do local.

Viu que o loiro apenas sorriu, conversando besteiras com o cachorro, que o encarava animado e babão, como se entendesse alguma coisa.

— E me agradeça por isso, seu babaca! — deu risada, se apoiando na porta de leve — O casaco tem o meu cheiro, por isso ele está todo animadinho.

Nathaniel encarou o ruivo com as sobrancelhas arqueadas em deboche, como se perguntasse: "Sério?". Não é possível que Castiel realmente ache que Dragon só gostou do loiro porque o mesmo estava com o casaco do dono dele, não é?

O aquariano acariciou o pelo macio do cachorro mais algumas vezes antes do mesmo sair correndo pela casa atrás de sabese o que.

O ex-representante virou-se para o leonino, coçando a nuca desajeitadamente.

— Você não ia pegar um casaco? — perguntou, mesmo sabendo que a resposta era óbvia — É que eu não quero me atrasar.

Castiel mal percebeu o quanto a cena o tinha distraído, e voltou a si apenas depois da observação do loiro, fechando o sorriso que tinha no rosto e pigarreando de leve.

— E eu vou. — ajeitou a postura, já entrando no apartamento — Relaxa, vai dar tempo...

A casa do ruivo era bem ajeitadinha até, para um jovem adulto que não fazia ideia de como gerir as coisas apropriadamente, vivendo sozinho por aí e tentando dar um jeito. Castiel era bom em se virar e improvisar, tinha vivido dessa maneira fazia muito tempo, e conseguia bons resultados.

Ele tinha vários móveis, que comprara em brechós e estavam em boa qualidade. O sofá era vermelho e tinha um tecido que imitava o veludo, apenas com um retalho da mesma cor no canto inferior direito, que apresentava um buraco antigamente e que o leonino consertara com facilidade. Nele haviam algumas blusas e casacos espalhados, mas nada que fosse absolutamente gritante. O raque que sustentava a televisão era de cor marrom escura, e tinha pouquíssimas coisas o enfeitando. Alguns porta retratos, trazidos por sua mãe e com fotos de viagens que os três fizeram juntos, e um bem pequenino, com uma foto de um Castiel em sua infância, sorrindo abertamente para a câmera e sequer se importando com as janelinhas em sua boca, devido a perda dos dentes de leite.

A cozinha sim estava bagunçada, mas isso não era sua culpa! Ele sempre precisava sair correndo, então a louça estava constantemente suja e largada por aí. O estilo da cozinha era a do formato em ilha, com alguns assentos simples para que os convidados e o próprio Castiel pudessem se sentar e comer ao redor do balcão. Fazia tanto tempo que ele sequer sentava ali para jogar conversa fora...

O estado do fogão era realmente deplorável, já que o ruivo sempre acabava derrubando óleo ou comidas quando tentava alguma coisa mais mirabolante. Os congelados sempre o salvavam no final. A geladeira negra não tinha sequer um imã preso a si, já que ele geralmente colocava lembretes e avisos no quadro de cortiça caótico que ficava logo no corredor.

— Já volto, não toque em nada, é tudo radioativo e eu não me responsabilizo se crescer um tentáculo em você ou algo assim. — saiu correndo para dentro do quarto, já abrindo os armários a procura de um casaco limpo o suficiente para ser usado.

Nathaniel apenas assentiu, aéreo demais para responder algo. E só então ele parou e reparou melhor no apartamento do ruivo.

Haviam algumas bagunças aqui e ali, mas nada que não pudesse ser arrumado em uma hora. O local não era grande, mas parecia ser bem confortável.

O loiro mudou seu peso de uma perna para outra, enquanto batucava os dedos na parede ao lado, esperando pelo momento em que Castiel voltaria.

Enquanto remexia o armário rapidamente, cheirando todos os casacos que encontrava pela frente, Dragon apareceu e se sentou na porta do quarto. Castiel olhou-o irritado.

— Será que você não serve pra nada? — resmungou para o cachorro — Não é só porque ele tem o meu cheiro que é confiável. Costumava ser um grande inimigo meu e você não está nem aí.

Em resposta, o pastor de beauce balançou a cabeça e colocou a língua para fora, arrancando um suspiro arrastado de Castiel.

Quando finalmente encontrou uma blusa limpa dentro daquela bagunça, o ruivo fechou tudo e se deparou com Nathaniel no corredor.

— Espero que não tenha mexido em nada. — disse enquanto colocava o agasalho e a touca que tinha pego.

— Eu não sou esse tipo de pessoa. Não mexi em nada seu. — o loiro rolou os olhos, já caminhando para a porta.

Nathaniel foi o primeiro a sair, esperando pelo ruivo do lado de fora. Pelo que pode observar, Castiel repôs a ração de Dragon antes de sair também.

O aquariano deu um "tchauzinho" com a mão para o cachorro e logo o leonino estava ao seu lado, ambos rumando para o ponto de ônibus novamente.

Nathaniel sentia que sua aparência estava um lixo. Depois de toda aquela correria, com certeza não estava nada apresentável. E tentando melhorar um pouco, o ex-representante passou a mão pelos cabelos desgrenhados. É claro que não ia arruma-los direito como uma escova arrumaria, mas já era alguma coisa.

Castiel observou o loiro com o canto do olho, e viu que este tentava ajeitar o cabelo bagunçado. Deu uma risadinha nada discreta com a situação.

Ele particularmente achava que Nathaniel ficava melhor daquele jeito, com os cabelos bagunçados e desgrenhados, fora do lugar. Passava uma ideia diferente daquela que ele havia criado para si a vida inteira, e isso era levemente legal.

Ele parecia mais selvagem e mundano, e Castiel gostava muito daquilo que era selvagem e mundano. Longe de ser perfeito ou angelical, duas coisas que tinha certeza absoluta de que o loirinho não chegava nem perto de ser.

Gostava de quando o outro se irritava consigo, porque ficava com uma carranca engraçada. Parecia até errado naquele rosto tão arrumadinho, e tudo o que era errado agradava a Castiel.

Talvez estivesse o ajudando tanto porque isso era errado. Estar ali com Nathaniel era errado.

Eles dois eram errados um do lado do outro.

E o ruivo de farmácia nunca gostou de seguir regras.

Já o loiro conseguia sentir o olhar do leonino sobre si. É, para Castiel o olhar tanto assim, ele definitivamente devia estar horrível. Mas nada podia fazer no momento, então apenas deu de ombros.

Quando chegaram ao ponto de ônibus, Nathaniel se sentia um tanto nervoso. O ruivo iria para a faculdade consigo. Não sabia o que esperar, já que Castiel era imprevisível e sem controles. Rezou mentalmente, enquanto cruzava os dedos, pedindo aos Deuses que tudo desse certo e que ele não fosse expulso ou suspenso por causa daquele ruivo.


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Notas finais do capítulo

[LadyNightmare]: O berro que eu dei com esse Castiel se fazendo de difícil UAHSUAHSUASHU
Nós sabemos bem como esse ruivo é, mas ele ainda sim tá sendo ótimo com o Nath ♥
Humm... Como será que o loiro vai recompensar o Cast depois? ¬u¬
Obrigada á todos que leram ♥ ♥
Até o próximo capítulo, beijão!

[Miss Daydream]: Mas olhem só essa intimidade sendo criada aos poucos né? Nathaniel até já foi visitar a casa do futuro amorzão, e o Dragon adorou o loirinho! Já é um grande passo né não? Esses dois só vão crescer na relação!
Esperemos que Castiel não incendeie a facul do Nath... Fé no pai né mores, e vamos ver o que dá com o embuste do Francis também!
Um beijão e até o próximo! Qualquer erro encontrado, ideia ou só bater um papo, avisem nos comentários!



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