Dance For Me escrita por Mrscaskett


Capítulo 3
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

OI GENTEE

Voltei com DFM depois de um tempo... bom, acontece que eu estava na duvida em como fazer essa cap, várias ideias deixando minha mente meio maluca.
Bom, deixe-me explicar o cap, aqui vamos ter um avanço (os dois primeiros cap era apenas uma introdução para vocês sentirem o clima da fic), e aos poucos, quando os fatos forem surgindo, a gente vai voltando no tempo.
Espero que gostem do cap, e fiquem de olho nas datas...

Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/725264/chapter/3

Nova Iorque, 2017. 

Kate permanecia parada em frente ao prédio de vinte andares que ela tanto conhecia. O letreiro de metal sofisticado parecia o mesmo. Ela nunca pensou que voltaria a este lugar novamente, mas não pode podia evitar. Dessa vez, Kate tinha que enfrentar o seu passado de novo. 

Respirou fundo e fechou os olhos. As palavras duras que escutou da última vez que estive aqui, lhe vieram a mente.  

“Você não passa de uma dançarina de boate de beira de esquina.” As palavras duras foram jogadas contra ela sete anos atrás. Kate amassou o rosto em uma careta ao lembrar do passado.  

Em sua mente, só se passava a sua própria imagem saindo desse prédio a noite, no frio, enquanto seu rosto era banhado por suas próprias lágrimas. Ela prometeu a si mesma, que voltaria. Um dia ela voltaria e mostraria que era bem mais que uma dançarina, mas não pensou que esse dia seria tão rápido. 

Abriu os olhos e viu os rostos conhecidos entrando para trabalhar. Sorrio. Todos ali sempre foram legais com ela. Ou melhor, quase todos. Levou o copo de café nas mãos até sua boca e bebeu o ultimo gole do liquido fumegante. Amassou o copo com todas as suas forças e o jogou no lixo ao seu lado.  

Os primeiros passos foram vacilantes, mas ela conseguiu. Em pouco tempo atravessava as portas giratórias da entrada do prédio. Tudo parecia como antes. Os mesmo funcionários, a mesma cor de parede, o mesmo ar elegante e sofisticado de sempre. Sorriu sozinha. 

Todo mundo aqui parecia muito ocupado demais com seu trabalho para percebê-la. Era bom, assim ninguém voltaria aquele mesmo assunto de anos atrás, onde todos queriam saber porque ela foi embora. 

Kate seguiu até o elevador. Outras pessoas esperavam a grande caixa de metal junto com ela. Kate pegou seu celular e conferiu suas mensagens, a horas ela não tinha notícias de sua família. Um som anunciou a chegada do elevador. Kate guardou o celular de volta a bolsa e entrou, ficando praticamente escondida no fundo. 

Mas não foi o suficiente. 

— Kate? – a voz conhecida chama sua atenção.  

Seu coração palpita ao pensar que realmente estaria certa. Kate olha vacilante para os lados, procurando a dona da voz. 

— OMG, é você mesmo. – a loira de salto alto abre os braços e acolhe Kate em um abraço aperto antes mesmo de deixa-la reagir. 

Kate sorrir. Sua amiga sempre foi assim. 

As pessoas no elevador voltaram seu olhar para trás, curiosas diante o súbito ataque de Madison. O elevador cheio não as deixavam confortáveis para conversarem, mas Madison parecia não ligar. 

— Maddie. – ela sussurra carinhosa ao conseguir retribuir o abraço.  

— Meu Deus como você mudou. – a loira olha Kate dos pés à cabeça. Ela cora, mas não deixa de rir da amiga. – está diferente. – disse ao constatar que as roupas de grife da morena não se pareciam em nada com as roupas baratas que ela usava no passado. 

— Você quer dizer mais velha. – Kate brinca. 

— Mais bonita. – a loira corrige. – muito mais bonita. O chefe não sabe o que perdeu. – ela zomba e Kate apenas lhe dá um sorriso fraco. 

Sim, todos ainda lembravam do caso que teve com o seu chefe. Ninguém nunca iria esquecer. Nem ela! Richard Alexander Rodgers ainda parecia ser o centro das atenções aqui. 

 Kate olha o monitor do elevador, vendo quantos andares faltavam para chegar ao seu destino. Muitos, concluiu. Ela não teria como fugir das perguntas de Maddie, que ela sabia que viriam. 

— Está de passagem? 

— Não sei. Eu vim para um entrevista de emprego, então... – deixou as palavras no ar. 

Maddie a olha, tentando adivinhar que tipo de emprego ela teria naquele lugar.  

— Terninho... – ela começa. – bolsa cara, salto alto. – ela olha nos olhos da amiga e sorrir orgulhosa. – se formou em direito não foi?  

Kate rir. Apesar do tempo, ela sabia do carinho que Maddie sentia por ela. Elas eram amigas quando Kate trabalhava no Grupo Rodgers, e sabia do sonho da morena em se tornar advogada. 

Kate confirma com um balançar de cabeça e se assusta com o grito fino e animado que a amiga dá. 

— Meu Deus, o tempo passou mesmo. Você agora é advogada, quem diria? – Maddie tenta se controlar, já que todos no elevador parecem prestar atenção em sua conversa. – qual andar você vai? 

— Décimo quinto. – Kate olha mais uma vez para o monitor. Dessa vez só faltam sete andares.  

— Ah, então você não vai voltar a trabalhar no grupo... – a loira comenta triste. Em sua cabeça, ela já fazia planos para trabalhar novamente com Kate, mesmo que em setores diferentes. 

— Não, minha entrevista é em outro grupo.  

O alivio na voz de Kate era visível. Só em saber que não estaria cara a cara com a pessoa de quem ela, praticamente, vem fugindo todos esses anos, era um grande alivio. Inevitavelmente eles iriam se encontrar, mas hoje não, ela pediu mentalmente aos seus deuses. 

O novo grupo para quem Kate pretendia trabalhar era novo, existente apenas a cinco anos, mas já considerado um dos maiores do país. Maior até que o grupo Rodgers, onde ela trabalhava anteriormente. Ela não sabia muito sobre ele, mas cobiçava trabalhar para um dos maiores grupos do país. 

— E você, ainda trabalhando para o chefe? – Kate ironiza a última palavra.  

— Pois é. – a loira diz em um lamento. 

Maddie fica em silencio um segundo, tentando organizar suas ideias. Kate iria para o décimo quinto andar... Mas lá é o andar do... Sorriu maliciosa. Pela cara de Kate, ela não fazia ideia para onde estava indo. 

— Eu tenho certeza de que você conseguirá esse emprego. – Maddie sorrir para a amiga. 

Kate a olha sem entender mas sorrir de volta. Finalmente o elevador para e as portas se abrem. Através das pessoas a sua frente, Kate consegue ver a logomarca do grupo nas portas de vidro. Ela se despende da amiga com um abraço rápido e sai do elevador.  

As portas de vidro se abrem quando ela se aproxima. Kate dá uma última ajeitada na roupa e segue até o balcão de mármore branco. Uma mulher morena atrás do balcão sorrir quando a ver. 

— Bom dia. – a moça simpática cumprimenta Kate. 

— Bom dia. Eu tenho um entrevista marcada. 

— Seu nome? 

— Katherine Beckett. – disse sem pensar. Por mais esforços que fizesse para usar o sobrenome do marido, ela conseguia. Kate sempre seria a Kate Beckett. 

A mulher digita algo no computador e logo volta seu olhar para Kate. 

— Ele já vai começar a atender, pode se sentar e esperar um pouco? 

— Claro. 

Kate acompanha a morena que se levanta de seu lugar para atende-la. Ela oferece o sofá para Kate, que se acomoda e começa a mexer em seus dedos, um claro sinal de nervosismo.  

Porque estou tão nervosa? Ela se perguntava mentalmente.  

Mais duas pessoas sentavam ao seu lado, o que indicava que ela seria a terceira a ser entrevistada. Ficaria um bom tempo ali. Aceitou o café que lhe ofereceram, e se acalmou pensando ter mais tempo para se prepara para a entrevista. 

Voltar para Nova Iorque não era uma escolha agora, mas esse emprego surgiu como uma valva de escape para sua vida. E se para isso ela tivesse que encarar seu passado, ela encararia.  

Kate checou mais uma vez seu celular, a procura de alguma mensagem ou ligação de seu marido, mas não tinha nada. Ela não sabia se ficava preocupada ou aliviada. Sofia estava com febre quando ela pegou o avião hoje cedo. Seu coração se partiu por ter que deixar a filha doente, mas ela não podia remarcar essa entrevista. No fundo, isso seria bom para as duas, caso tudo desse certo. 

— Senhorita Beckett? – Kate é despertado pela gentil secretaria. – ele irá recebe-la. 

*** 

Richard olhava para paisagem de sua janela. Um ponto especifico que ele não conseguia tirar o olho. Sua respiração presa, ele se concentrava para não sentir raiva. Já passou. Isso foi a muito tempo. Ele repetia para si mesmo. 

Seu olhar se movimenta junto quando ela se move para dentro do prédio. Sim, era ela. Ele custou a acreditar, mas não tinha como negar que era realmente ela. O cabelo diferente não disfarçava. Ele poderia reconhece-la daqui a cinquenta anos, ela estaria velha e de cabelos bancos, mas ainda assim, ele a reconheceria. 

Sentou em sua cadeira quando não pôde mais vê-la. Agora era só esperar. Recostou-se na cadeira e fechou os olhos. Foi impossível não lembrar dela. 

Nova Iorque, 2010. 

Era a quarta vez naquela semana, e em todas as vezes ele fazia sempre a mesma coisa. Richard chegada tarde, próximo a hora do show da morena começar. Ele sentava-se no bar, pedia uma bebida e ficava esperando. Seu olhar fixo no palco. 

A batida da música começou e as luzes se apagaram. Era a hora do show. Richard pediu mais uma dose enquanto virava a que estava em suas mãos. Não tinha a intensão de ficar sóbrio para vê-la.  

Partes do corpo dela era iluminado, instigando os homens presentes. Suas pupilas se dilataram. Não importa quantas vezes ele já tenha assistido essa abertura, ele ainda se sentia completamente hipnotizado pela mulher no palco. 

Kate deu uma volta no palco, segurando o poste de metal em suas mãos. Seu olhar varria o lugar a procura do seu moreno misterioso. Ela sabia que ele voltaria. O encontrou no mesmo lugar de sempre, no bar. Sorriu. E como se fosse ensaiado, a batida da música aumentou e ela começou o seu show. 

Movimentos ousados. 

Olhares distantes. 

Provocações sem sentido. 

Kate gostava da ideia de saber que mexeu com aquele homem de alguma forma. Ela não sabia porque, mas gostava.  

Richard a devorava com os olhos, mas não deixava transparecer para quem estava por perto. Sua mandíbula rígida e sua postura de intocável, transparecia exatamente o que ele queria, um homem que sabe o que quer. E ele a queria

Richard sempre mandou em seus sentimentos. Sempre soube o que queria, quem queria. E, inevitavelmente, conseguia. Mas agora, nem ele mesmo entendia o que estava acontecendo. Porque continuava voltando ali? Ele não sabia responder. Ele apenas precisava voltar.  

Olhou Kate do pé a cabeça. Ainda estava no início do show, mas não estava mais aguentando. Nas outras vezes, ele fez de tudo para controlar seus impulsos de ir até o palco e pegar aquela mulher para si. Mas dessa vez tudo parecia maior.  

Ele não sabia se era o olhar da morena, que insistiam em ficar presos nele, ou se era os movimentos da dança ousada, que ficava cada vez mais provocantes. Mas ele precisava sair dali. Levantou e deixou uma nota de cem dólares no bar, pagando bem mais do que as três doses que tinha pedido. 

Caminhou até o palco, parando no mesmo lugar de sempre. Kate já esperava por aquilo, mas ainda estava cedo. Ela o encarou confusa, mas sorriu. Richard olhou para baixo, ele não poderia conter seus impulsos se ficasse olhando aquele sorriso. 

Como das outras vezes, ele pegou todas as notas de sua carteira e as prendeu na calcinha de Kate, que, propositalmente ou não, não tinha dinheiro naquele lado. Apenas o dele. 

Possessão. A única coisa que Kate sabia daquele homem era que ele é possessivo. Ela gostava, então sempre que ele vinha em sua direção, ela mesma derrubava o dinheiro dos outros homens ali. 

Richard deu as costas e olhou para a cadeira vazia de frente ao palco. Ele poderia ficar e admirar mais de perto a morena, mas isso seria um risco que ele não estava disposto a correr. Olhou-a mais uma vez por cima do ombro e saiu. 

Kate se sentiu triste. O show ainda estava começando. 

Nova Iorque, 2017. 

— Licença. – Richard foi despertado quando sua secretária bateu na sua porta. – a Senhorita Beckett.  

Richard assentiu e se endireitou na cadeira. A postura mais firme possível. Ele estava decidido a ser profissional, afinal, ele sabia quem iria entrevistar quando recebeu o currículo. 

A morena deu passagem e deixou Kate passar. O sorriso em seu rosto foi quebrado quando viu a figura masculina a sua frente. Ela perdeu os movimentos das pernas. Parada no meio da sala, ela apenas encarava o homem a sua frente. Sua respiração estava presa. Seu coração batia tão rápido que ela quase conseguia ouvir o barulho que ele fazia. 

O QUE ELE FAZIA AQUI? Sua mente gritava. 

Richard a olhou firme. Os olhos arregalados o fez lembrar o quanto gostava dos olhos dela. Os cabelos castanhos ondulados nas pontas a deixavam linda. Ele estava ainda mais linda do que ele se lembrava. Tentado a correr seus olhos pelo corpo da mulher, ele permaneceu o contato visual, olho no olho. 

Profissional. Profissional. Ele repetia mentalmente. Ele limpou a garganta, quebrando momentaneamente o silencio entre eles, e se concentrou no papais sobre sua mesa. 

Kate ainda parecia paralisada. Seu rosto quase sem cor. Ela não esperava encontrar ele assim, ainda mais na sala de sua entrevista. Ele sabia que ela viria? Ele sabia dessa entrevista? Como? Sua mente estava cheia de perguntas e sem nenhuma resposta. 

— Sente-se. – Richard indica a cadeira a sua frente, sem tirar os olhos da sua mesa. 

Ela o encarou com dúvida. PORQUE ELE ESTÁ AQUI? Sua mente não parava de gritar. Se isso era algum tipo de armação, ela não cairia.  

— Não. – disse ríspida. Richard a olhou surpreso. 

— Sente-se. – ele repete, dessa vez, uma ordem.  

Seu coração parou diante a voz ríspida e firme de Richard. Kate encara os olhos azuis escuro, procurando algum resquício do azul cristalino que via anos atrás, mas não tinha nada. Abriu sua boca para falar ou gritar, mas nada saiu. 

Como anos atrás, ela estava impotente diante a autoridade do homem a sua frente. Mesmo Kate tendo montado sua armadura invisível quando viu o homem ao entrar na sala, ele ainda tinha o poder de desarma-la. 

Ela sentiu-se sem proteção diante dele. 

— O que você quer? – ela conseguiu perguntar depois de longos segundos encarando o homem. 

Richard rir. 

— Eu? Nada. – ele gesticula com as mãos. – Já você... bom, acho que você quer um emprego. 

— Não de você. – ela rir irônica, sentindo sua armadura voltar. 

— Bom, então pode sair. – ele indica a porta. – o Grupo Castle é meu. – Richard levanta e anda até parar de frente a morena. – Prazer, Richard Castle. – ele estende a mão para ela. 

Kate encara a mão dele suspensa no ar e depois volta seu olhar para ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram??
Até o próximo mores ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dance For Me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.