Nas Asas de um Piano escrita por Asselta


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Yooo, genteney! Tudo tranquilo? Como tá indo o ano para vocês? XD
Depois de uma sumida brutal, estou dando uma voltada, para postar algo mais longo do que costumo, mais, ainda sim, meio curto. :v
Este é apenas um capítulo curtinho para abrir o apetite de alguém, e introduzir a história. Os outros vão ser um tanto maiores, prometo. XD
Enfim, boa leitura, e até as notas finais! X3



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Undyne encolheu-se um pouco mais em seu agasalho. Parecia ainda maior que o normal em seu casaco de gola felpuda, cujos pelos faziam seu nariz coçar de vez em quando — com seu tronco, enfiado completamente naquele tecido barato, junto com seus musculosos braços. Por mais que já tivesse saído de Snowdin, que nevava pesadamente naqueles dias, ainda sentia frio. O mundo parecia mais gélido desde que, repentinamente, Asgore desfez-se em pó perto da barreira. Antes dele, foi-se Mettaton e, por fim Alphys desapareceu sem deixar uma única pista que levasse ao seu paradeiro.

A amargura, a decepção, a tristeza e o ódio pareciam apertar o coração de Undyne, fechar sua garganta, e contorcer seu estômago à medida que o tempo passava. Enquanto pensava em tudo o que havia acontecido, surpreendentemente não sentira, até agora, seus olhos molhar, e pequenas lágrimas passar a deslizar por suas bochechas, molhando as escamas azuis durante seu percurso. Ela não sentira vontade de chorar mesmo que Frisk ultrapassara a barreira, deixando seus erros mudar a vida de todos no subsolo, tendo ela própria uma das “vítimas”.

Deixou-se sentar e relexar um pouco na madeira, tirando seus pés de dentro da água. Sua calça estava molhada, mas pouco se importava com a neve que provavelmente ficaria grudada no Jeans quando retornasse para o que agora chamava de “casa”, em Snowdin, depois que perdera a sua, depois de ter dado adeus à sua tão adorada liderança na guarda real.

Enquanto seus olhos âmbar encaravam cachoeira em sua frente não pôde deixar de se lembrar de quando conhecera Alphys, ali mesmo, e nas suas teorias de onde o caminho das águas — e do lixo que, uma vez ou outra, se via carregado por elas. Aquele era seu lugar favorito. Era onde podia relaxar, onde se sentia em “casa”, e onde podia pegar as coisas tão legais e interessantes — como alguns DVDs de anime — que pessoas, por algum motivo que ela achava ser estúpido, jogavam fora.

Estava ainda pensando em sua amiga quando o celular de Undyne, no bolso de sua calça, começou a vibrar e a tocar uma música animada, mas a mulher peixe apenas notou isso um pouco depois que a voz doce e um tanto estridente — quase infantil — da cantora passou a recitar o primeiro refrão. Assustada pelo acordar de seu estado de transe, ela pegou-o do bolso e olhou para a sua tela. A luz quase cegante era jogada em seu rosto enquanto tentava ajustá-lo em suas mãos, tão grandes que o fazia parecer minúsculo, algo que um pai ou mãe daria a sua criança para poderem comunicar-se com ela enquanto estava viajando ou algo do tipo.

— UNDYNE! Seu amigo, o grande Papyrus, tem boas notícias! — disse a voz do outro lado da linha no instante em que ela atendeu. O esqueleto falava tão alto que Undyne resolveu afastar um pouco o celular de suas orelhas que mais lembravam nadadeiras, seu rosto escamoso contorcia-se em uma careta.

— Acalme-se, ou me deixará surda e não poderei ouvir o que quer me contar.

— Você odeia seu trabalho nas barracas de Hot dog clandestinas do Sans, não é? — com um barulhinho vindo do fundo de sua garganta, Undyne assentiu. Por mais que se sentisse agradecia pelo esqueleto ter arranjado-lhe um trabalho, preferia que ele não o tivesse feito. Seus sentimentos, quanto aquilo, pareciam um pouco misturados, mas quando o assunto era ficar enfiada lá, até que alguém aparecesse, sua resposta não tinha uma sombra de dúvida. — Mesmo que você faça um bom Mean dog... Pois bem, eis que EU arrumei uma solução: o piano! — respondeu Papy, quase gritando ao chegar ao final da frase.

Undyne refletiu por alguns segundos, passando a mão por seu pescoço. Dar aulas de piano podia ser uma opção, mas haviam alguns problemas. Em primeiro lugar, ela perguntava-se se alguém realmente gostaria de aulas por aquelas redondezas. Por mais que Snowdin crescesse, e cada vez mais pessoas chegassem da Capital, não tinha notado o interesse de alguém por algum instrumento musical, e ela duvida que alguém venha a atravessar um caminho tão longo apenas para isso, mesmo que saiba de um atalho. O segundo, por sua vez, era si mesma — “Eu tenho realmente a paciência suficiente para ensinar pessoas? Cozinhar com Papyrus e tocar um piano com alguém que provavelmente sequer conheço são coisas bem diferentes.”, pensou consigo mesma. Mas por último, e não menos importante era o piano. Não havia um piano na casa dos irmãos esqueletos, e sim na que já havia sido sua e agora estava nas mãos de outra pessoa — ou apenas o fogo continuava vivendo ali… Não sabia, afinal. Suspirou, meio chateada.

— Mas eu não tenho… — começou, mas logo o amigo a interrompeu com sua voz estridente.

— Agora tem!

— Mas e os clientes…?

Por alguns instantes, Papyrus ficou em silêncio, fazendo nada mais que “És” e “Huns”, parecendo pensar profundamente no assunto, mas não parecia encontrar resultado. Undyne pensou que poderia tirar aquela ideia do crânio oco do amigo, mas quando abriria os lábios para falar, ele voltou a repetir, alegremente.

— Agora tem! — no fundo, ela podia ouvir o grunhido solto por uma pessoa surpresa, e a neve pesada caindo com um baque surdo, quase inaudível, no chão.

Undyne sentiu um sorriso brincar no canto de seus lábios e um riso escapou de suas narinas. Talvez não devesse duvidar tanto de Papyrus assim. Aquela pessoa gentil e doce era em quem sempre podia contar. E mais uma vez, depois de tanto tempo, desde que Frisk deixara o subsolo e traíra sua confiança, Undyne sentiu-se encher de determinação.


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Notas finais do capítulo

Heya! Chegou até aqui? Meus parabéns por ter me aguentado. XD
Enfim, se achou algum erro, me avisa que eu ajeito, viu?
Se gostou ou não, eu adoraria que me falasse porque. X3 Não tenha medo de me dizer algo que você ache que possa melhorar, estou toda a ouvidos, hein? :v Estou aqui para aprender e melhorar. ^^
Até, quem sabe, a próxima! o/




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