Redemption escrita por Marimachan, Ginko13, Fujisaki D Nina


Capítulo 44
XLI - Painful Past - Part One




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Embora o silêncio fosse absoluto na ampla sala, estava longe de ser um silêncio confortável. Até porque, os Sakata estavam tudo, menos confortáveis, distribuídos pelos sofás daquele lugar.

Hashirou e Tomoko dividiam o sofá no canto esquerdo da sala, junto de Millyani. Enquanto Karien e Akira sentavam-se lado a lado no lado oposto. Souichirou e Keiko eram os únicos sentados em cadeiras, com essa ainda abraçada ao pai, enrolada em seu hobby noturno.

Todos ainda recuperavam-se do repentino ataque ao castelo, que por mais que não tivesse resultado em nada pior para a família, sem dúvida foi o bastante para deixá-los afoitos e até levemente traumatizados.

Após Kornors, Kasai e Uchiro conseguirem derrotar todo o grupo de Tomura, imediatamente o capitão e o ex-comandante se responsabilizaram por levar a família até a sede da Shinikayou, enquanto Kornors corria com Miyuki para a Universidade, para ajudarem o grupo de Gintoki. Desde então os membros do clã permaneciam naquela sala, a qual pertencia ao capitão do Sétimo Esquadrão. Esse saíra com Kasai para resolver algo que não deixaram explícito o que seria. O silêncio reinou por todo aquele tempo, apenas sendo entrecortado por suspiros fundos de um ou outro de vez em quando.

Souichirou se encontrava apoiando a cabeça em seu braço esquerdo, massageando a têmpora, ao mesmo tempo em que o direito permanecia em volta da filha caçula, acalmando-a. Ainda que já tivesse mais de 20 anos, Keiko não estava acostumada a viver aquele tipo de emoção fora de seu estágio no hospital como enfermeira. O mais velho, por sua vez, tentava colocar os pensamentos em ordem sobre toda a situação, inclusive sobre qual tipo de atitude tomar. Por mais que ele costumasse deixar esse tipo de coisa nas mãos de Gintoki, com as consequências daquele atentado seria ele quem teria que lidar.

Estava justamente pensando em como resolveria a confusão que tudo aquilo causaria no dia seguinte na cidade quando a porta se abriu de supetão, sobressaltando a todos. Afinal, os sentidos deles ainda estavam em alerta para qualquer sinal de mais ataques. Suspiraram aliviados, porém, quando viram entrar por ela o comandante da organização, mais sério do que algum dia já o viram ficar na vida.

— Nii-san! — Keiko foi a primeira a levantar-se, soltando-se dos braços do pai para aconchegar-se por alguns instantes nos do irmão mais velho.

— Estão todos bem? — questionou assim que soltou-se do abraço apertado da irmã.

— Na medida do possível — Karien respondeu calmamente, mas expressando o cansaço, fosse físico ou emocional, que provavelmente sentia.

— Como está a situação? — O líder do clã foi o próximo a pronunciar-se, querendo saber em que nível estava a contenção dos ataques.

— O atentado ao castelo foi completamente contido, agora já iniciaram os reparos necessários que foram causados pelo incêndio. O Instituto ainda não está totalmente livre, mas já estamos finalizando a retomada dele e de todo o Campus Universitário.

— E os civis reféns? — perguntou com preocupação.

— Já foram todos recuperados.

— Algum ferido dentre eles?

— Cerca de 30.

— Ordene que sejam tratados no Hospital Central, nós arcaremos com as despesas.

— Sim, senhor — concordou, embora Souichirou tenha percebido que algo mais claramente perturbava o mais novo.

— O que aconteceu, Gintoki? — Franziu a testa, aumentando em alguns graus a preocupação que já existia.

Foram alguns instantes de silêncio até que o albino mais jovem conseguisse pensar na melhor forma de dizer aquilo, mas nada parecia melhor que as palavras claras e jogadas de uma vez, porque não parecia existir nada que pudesse amenizar aquele desespero. Por fim, decidiu-se por elas mesmo.

— Os ataques foram uma distração — iniciou a fala, deixando os outros tensos e mais atentos ao que iria dizer. — Uma distração para que conseguissem sequestrar as crianças.

No mesmo instante em que as palavras foram finalizadas, a respiração de todos os ouvintes fora suspensa por alguns segundos. Tomoko e Millyani levaram a mão à boca.

— Dango e Sayuri  foram sequestradas pelo Exército Revolucionário.

A reação imediata foi o choque da informação, mas não demorou muito para que o desespero tomasse conta dos olhos e das palpitações dos presentes.

— E ainda não possuem nenhuma pista sobre o paradeiro delas? — Souichirou voltara a questionar, após concentrar-se por alguns segundos em controlar as emoções agitadas que o tomaram com a notícia.

Se existia algo que ele aprendera durante sua vida era que nenhuma cabeça tomada pelo desespero poderia ser capaz de pensar com eficiência.

— Ainda não, embora Shouyou já pareça ter encontrado algo e seguido isso sozinho enquanto eu ainda não estava na cidade.

— Você confia que ele possa dar conta disso sozinho? — questionou seriamente encarando ao primogênito.

— Eu confio qualquer coisa àquele homem — respondeu devolvendo o olhar. — O que não quer dizer que eu vá ficar de braços cruzados até ele dar notícias — completou igualmente sério, logo em seguida focando seu olhar no membro mais velho daquela família. — Precisamos conversar.

Hashirou levantou-se, não tardando a exalar a confiança e autoridade costumeiras de sua pessoa.

— Sobre qual assunto?

— Os arquivos escondidos no subterrâneo do laboratório de Controle da Altana do Instituto — declarou de uma vez, com firmeza, observando a pequena perturbação que surgira nos olhos do ancião.

A expressão desse, porém, em seguida fechou-se completamente, escondendo bem a hesitação breve.

— Sobre o que está falando?

— Como você sabe sobre a existência desses arquivos, Gintoki? — Souichirou tomou a frente novamente, ainda com a mesma seriedade.

— Era um dos motivos da Tenkurou participar desse ataque. Kaoru os encontrou e se eu não tivesse chegado lá naquele momento, provavelmente eles estariam nas mãos de Inori agora.

— Kaoru-chan?! — Tomoko se surpreendeu.

— Sim, ela era espiã da facção. Estavam atrás dos arquivos contendo as informações sobre o controle de altana em armas biológicas, inclusive de pesquisas antigas e paralisadas por definitivo como os nano vírus para controle neurobiológico. — Mais uma vez encarou o avô, agora em uma comunicação silenciosa que apenas eles compreendiam.

Comunicação essa cortada pelo antigo líder do clã, que desviou o olhar nervosamente.

— Mas como...? — Hashirou tornou a hesitar, agora também irritado. — Como eles saberiam sobre isso?! Ninguém além de mim sabia sobre isso!

— O senhor está me dizendo que existem arquivos naquelas salas que eu desconheço o conteúdo? — Souichirou encarou o pai carregando uma parcela de acusação em meio a seriedade já antes presente.

— É claro que existem coisas naquele lugar que você desconhece, Souichirou! — respondeu com impaciência. — Existem coisas que eu mesmo desconheço! São arquivos de mais de 100 anos de pesquisas guardados naquele cofre. A maioria deles de tempos dos quais não acho que possamos nos orgulhar. — Suspirou cansado, apertando a têmpora. — Essa pesquisa em específico foi paralisada completamente, mais de 30 anos atrás, após uma tragédia imensurável causada pelo cientista responsável. — Uma sombra perpassou não somente os olhos do ancião, como os de Tomoko e do próprio Gintoki.

— E é isso que preciso saber do senhor. Quem mais poderia saber sobre isso, porque é muito provável que esteja trabalhando com a Tenkurou e tenha ajudado a planejar todo o ataque, e saiba sobre o sequestro.

— Eu realmente não faço ideia de quem possa ser essa pessoa. — Levou a mãos aos cabelos grisalhos, esfregando-os levemente, pensativo. — Todos que sabiam sobre essa pesquisa e os arquivos deveriam estar mortas hoje. Eu ordenei para que isso fosse feito naquela época mesmo. Pode perguntar a Kasai, inclusive. Foi ele quem liderou as operações, após exonerarmos o antigo comandante geral da Shinikayou, por ter participação nessa tragédia, e elegermos ele para substituí-lo — concluiu com seriedade.

— Alguém sobreviveu, poi-

A confusão no corredor, no entanto, o interrompera, levando-o a imediatamente desembainhar sua espada e se colocar à frente da família, que logo se embolou junto, no centro da sala atrás do comandante.

— Fiquem aí — ordenou esse aos Sakata, unidos por de trás também de Souichirou, que instintivamente colocava seus braços à frente da esposa e dos filhos; Hashirou protegia Tomoko com o próprio corpo.

Gintoki caminhou até a porta com cautela, vendo alguns de seus soldados correrem na direção da saída, aparentemente para o Bloco 7, onde ficavam as celas.

— Kai! O que está acontecendo? — perguntou assim que o capitão passou pela porta às pressas.

— Comandante! — Ajoelhou-se, mas não tardou a levantar-se agilmente após a permissão. — Membros da Tenkurou estão tentando levar Ayanara, e parece que feriram Rinmaru!

— Esses desgraçados não desistem... ­— xingou irritado. — Você acha que é necessário minha presença? — Olhou brevemente, um tanto indeciso, para a família, que ainda se recuperava do susto.

Sua prioridade era mantê-los em segurança, mas ao mesmo tempo sabia que precisava de alguma autoridade além do capitão naquela situação.

— Bem... estou indo para lá agora, ainda não sei bem qual a situação atual...

— Eu vou — para a surpresa de todos, Souichirou foi quem anunciou.

— O que está dizendo? Eu pretendo ficar justamente para garantir a segurança de vocês — Gintoki respondeu com impaciência. — É a priorida-.

— Sua prioridade é encontrar suas filhas — rebateu com autoridade. — Eu cuido disso. Você irá para uma sala separada com o papai e descubram quem é o pivô de toda essa confusão — ordenou já pegando a espada das mãos do primogênito e caminhando em direção à porta. — Assim que Kasai chegar, ele assume no meu lugar — concluiu e então seguiu adiante, sem olhar para trás, deixando um Gintoki levemente atordoado com a repentina atitude do líder.

— Comandante? — Kai pediu implicitamente que reforçasse a ordem.

— As ordens que Souichirou der, são as minhas. — Deu-se por vencido.

— Sim, senhor — o aposto concordou, para então seguir atrás do líder do clã.

O ex-yorozuya, por sua vez, tornou a encarar seu avô biológico, tendo a consciência de que teriam uma longa e nada agradável conversa sobre o passado.

(...)

Alguns minutos depois...

Rinmaru estava sentado em uma das cadeiras colocadas à única mesa que podia ser encontrada no cômodo totalmente fechado. Suas mãos cruzadas e enfaixadas apoiavam a cabeça abaixada, na altura da testa. Embora suas feridas ainda estivessem claramente doloridas e latejando, ainda mais após os acontecimentos de minutos atrás, o que mais lhe incomodava não eram elas, mas sim seus pensamentos, que teimavam em martirizá-lo com as possibilidades acerca do paradeiro de Misa.

Em toda a sua curta vida, em busca de vingança pela morte de sua família, a cortesã era a única que havia trago algo de bom para seus dias miseráveis.

Em muitos momentos, quando as chamas de ódio que queimavam sua alma se tornavam insuportáveis até para ele mesmo, surgia dentro de si uma vontade inevitável de apenas largar tudo e fugir com Misa; construir alguma cabana no meio do nada e viver tranquilamente ali, enterrando seu passado. No entanto, quando ele se lembrava daquela espada transpassando o coração de sua mãe, após ter assassinado também sua irmã e seu pai, enquanto ela gritava-o para fugir e se salvar, as chamas insuportáveis tomavam uma dimensão a qual nem mesmo o amor de sua vida conseguia ajudá-lo a controlar. Lembrava-se naquele momento de como ela se afastava dele toda vez que isso acontecia.

Sorriu com amargura, ainda de cabeça baixa e olhos fechados.

Ainda assim, após aqueles momentos lastimáveis, lá estava ela, lhe servindo o melhor sakê, com o mais belo sorriso que podia lhe oferecer. E então ao invés de se afogar no próprio ódio, afogava-se no profundo oceano que seus encantadores olhos azuis lhe proporcionavam.

Apertou o aperto entre os dedos, e desses contra sua testa.

Precisava saber pelo menos se ela ainda estava viva.

— 3150 civis, sendo eles 1013 mulheres, 1153 homens e 984 crianças.

Sua linha de raciocínio, porém, fora cortada pela voz calma e objetiva do vice-comandante da Shinikayou.

Kornors fechou a porta da sala, caminhando em sua direção. Rinmaru sorriu com escárnio.

— O que são esses números? O tanto de gente que vocês mataram hoje em nome da segurança do Clã de vocês?

— Não — respondeu calmamente, lançando sobre a madeira várias páginas de arquivos antigos, as quais se espalharam pela superfície. — Quantificam as mortes consequentes das explosões causadas pelas bombas que seu pai produzia para o Exército Revolucionário, dez anos atrás. — Não interrompeu sua fala ao observar as pupilas dilatadas do loiro à sua frente. — As mesmas que sua mãe e sua irmã transportavam escondidas nas levas de tecidos que diziam estar levando para venderem na cidade todos os dias. — Sentou-se na outra cadeira disponível.

— O que está falando aí, seu desgraçado fardado? — rosnou com raiva, cerrando com força as mãos sobre o tampo da mesa. — Meu pai era um civil construtor, de uma aldeia que sequer estava envolvida com os revolucionários. Até que vocês chegaram lá assassinando quem estivesse na frente, incluindo toda a minha família!

— Seu pai era, de fato, um construtor, dos mais formidáveis, mas que preferiu usar seus talentos e conhecimentos à serviço dos revolucionários. — Encarou seriamente ao jovem capturado. — E suas obras tiraram a vida de milhares de civis, que realmente não tinham nada a ver com a história. Inclusive as de civis de Orangicho. — Mais uma vez observou as pupilas do mais novo se dilatarem, acompanhadas da expressão de horror e compreensão que surgia em sua face. Agora, porém, pausara sua fala, observando em silêncio as próximas atitudes do vice-líder do E.R.

Rinmaru, ainda em choque pelo que acabara de ouvir, tomou os papeis em mãos, passando a ler ali todos os dados relatoriais de ataques do E.R., bem como as atitudes tomadas pela organização policial inimiga e as pessoas envolvidas.

— Orangicho... é a aldeia onde nasceram...

— Kawazaki Tomura e Tomoe — Kornors completou. — Correto.

— O que... o que está tentando dizer com isso, seu  maldito?! — Levantou-se revoltado. — Não tente lançar o sangue que vocês derramaram nas nossas mãos!

— Essa não é minha intenção — o vice-comandante continuou a responder calmamente, demonstrando que não pretendia elevar seu tom naquela conversa. — Estou te entregando os fatos, cabe a você julgar o que achar que deve julgar. Não somos chamados de Anjos da Morte sem motivos, Rinmaru. Mas gostaria que me respondesse se somos realmente os únicos vilões dessa guerra que acontece há mais de 20 anos. Além disso, gostaria de fazer uma única pontuação que acho necessária. — Ajeitou-se na cadeira, voltando a encarar seriamente ao jovem. — Você se lembra dos exatos detalhes de quando viu sua família morrer pelas mãos do Comandante?

— Que pergunta é essa? — Seu tom era baixo, mas visivelmente raivoso e transtornado. — Eu me lembro de cada detalhe daquela noite.

E realmente, as imagens do fogo engolindo a pequena vila em que vivia, unidas aos gritos e vozes alteradas pedindo por socorro, espalhadas por todo lugar, vinham a sua mente com clareza e nitidez. Lembrava-se dos corpos caídos à sua volta, em especial o da bela jovem de longos cabelos castanhos e o do homem de cabelos curtos e grisalhos, mais próximos de si. Os odores de pele queimada e de sangue se misturavam em suas narinas, embrulhando seu estômago. No entanto, o que jamais abandonaria sua retina era a imagem nítida de sua mãe ajoelhada perante o homem de cabelos prateados, vestido de branco, mas com as vestes respingadas de vermelho por toda a parte. Recordava-se do grito dela para que ele fugisse o mais rápido que pudesse, e então a lâmina fria e impiedosa do homem transpassar o centro do peito de sua mãe.

Rinmaru tinha a certeza de que poderia esquecer-se de tudo em sua vida, mas jamais se esqueceria do rosto daquele homem e do ódio que o consumia desde àquela noite.

Apertou mais uma vez os punhos sobre a mesa, esforçando-se o máximo que podia para conter sua ira. Ele precisava manter o controle disso, para que conseguisse saber sobre Misa. Ainda assim, o complemento de sua resposta, embora baixo, carregava um ódio tão profundo quanto as fossas oceânicas poderiam ser.

— Jamais poderia esquecer.

— Perfeito. Então você se lembra do cheiro, dos gritos e do sangue por toda a parte. — Instigou um pouco mais as lembranças do jovem. — E lembra de sua mãe implorando para que você fugisse. Agora, permita-me contar qual era nossa missão em sua vila naquela noite. — Ajeitou-se na cadeira de forma mais ereta, apoiando as mãos cruzadas também sobre o tampo da mesa. — Nossas ordens eram de ir até a vila confirmar a fabricação das bombas utilizadas nos atentados daqueles últimos anos. E quando fosse confirmada, capturar sua família, inclusive a você. Porque nossa intenção era usá-lo como blefe. Se seu pai nos contasse quais seriam os próximos alvos do E.R. e nos expusesse os líderes que ainda desconhecíamos, nós permitiríamos que você, sua mãe e sua irmã vivessem. — Pausou um segundo, satisfeito por estar conseguindo o resultado que queria alcançar. — Entretanto, nossos planos falharam e seu pai foi informado da nossa chegada antes do previsto. Para impedir que conseguíssemos qualquer coisa, tentou fazer vocês fugirem e explodiu o armazém no qual armazenava suas ferramentas e insumos. O incêndio saiu do controle e atingiu o restante da aldeia. Muitos moradores tentaram ir contra a Shinikayou, pois acreditavam que nós havíamos causado o incidente, muitas mortes aconteceram e nós conseguimos chegar à vocês. Tínhamos novas ordens de matar toda a sua família e todos aqueles que se contrapusessem a nós, independente de quem fosse ou da idade. — Frisou as últimas palavras. — Ainda assim, sua mãe implorou pela sua vida ao Comandante antes de dele matá-la, afirmando que você não sabia de nada e que não merecia pagar pelos pecados que eles cometeram. Ele atendeu ao último pedido dela, por mais que estivesse arriscando a própria vida para isso, porque a ordem recebida não fora essa. — Pontuou com firme seriedade. — Eu sugeri que ele o convencesse a nos acompanhar, como fazemos com tantas crianças como você, desde que te explicássemos toda a verdade. Ele se recusou. Disse que você jamais aceitaria tal oferta, virou as costas e deixou-o lá. — Observou por um segundo os olhos esgazeados do jovem. — Ele preferiu que você seguisse sua vida o odiando mortalmente, ao invés de permitir que você descobrisse sobre o sangue inocente que sua família tinha nas mãos. Agora, eu te pergunto, Rinmaru, como você retribuiu isso nos últimos dez anos?

Após alguns segundos o encarando em silêncio, Kornors levantou-se, dando as costas para deixar a sala. Ao chegar à porta e abri-la, porém, pausou sua caminhada um instante para entregar uma última informação.

— A cortesã Misa está em segurança na minha sala — informou, chamando a atenção do mais novo —, aguardando para visitá-lo. Vou pedir que ela venha — concluiu já deixando o cômodo e em seguida trancando-o por fora, abandonando ali, sozinho, um Rinmaru transtornado e estarrecido, que ainda tentava processar todas as informações que recebera nos últimos minutos.

Não parecia que lhe seria um processo fácil, porém.


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