Redemption escrita por Marimachan, Ginko13, Fujisaki D Nina


Capítulo 43
XL - Desperate News




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— A mãe de vocês nunca ensinou que não se deve mexer naquilo que não os pertence?

As coisas estavam barulhentas no corredor, onde dezenas de combatentes travavam batalhas violentas. Não demorou muito pra que alguns dos subordinados do homem aparecessem atrás dele, preparado para empenhar também uma batalha contra ela e os quatro homens que a acompanhavam.

Kaoru se colocou em alerta, pronta para lutar se fosse necessário, mas preferia não ter que fazer isso. Embora fosse uma kunoichi habilidosa, aquele não era bem o tipo de inimigo que gostaria de enfrentar naquele momento.

— Sinto muito, Jovem Mestre, mas não tive uma mãe para me ensinar tais coisas — respondeu sem um tom especial, pegando o enfeite de cabelo preto que antes usava.

A ponta era fina e afiada como uma arma fatal deveria ser.

— Isso não deve ser mentira, já que você também não aprendeu que é desumano partir o coração de homens apaixonados — devolveu ainda com sarcasmo, embora sua expressão carregasse seriedade. — Manaki está completamente arrasado, Kaoru-chan.

— Sinto muito por isso, — Embora essas fossem suas palavras, não demonstrava qualquer ressentimento em sua fala. — vou pagar um café a ele outro dia. — Deu um passo à frente, pegando também em mãos as kunais que guardava sob o tecido de suas vestes.

Gintoki voltou a ficar em posição de batalha, mas o gesto da garota pegou todos de surpresa, inclusive os próprios aliados.

Num movimento rápido, Kaoru lançou o enfeite de cabelo contra as lamparinas que iluminavam a sala, as quais se quebraram imediatamente, deixando todos na penumbra do cômodo.

— O que estão esperando?! — ela bradou para os homens atrás de si, já lançando as kunais contra os soldados da Shinikayou, que, no instante em que ela lançou o enfeite, avançaram contra o grupo. — Saiam daqui e levem os arquivos! — Defendeu com dificuldade, com sua ninjato, o golpe direto que levara de Gintoki, o qual finalmente fazia seu primeiro movimento.

— Sinto muito, Kaoru-chan, mas não posso permitir que uma espiã do seu calibre escape. Você sabe, ainda estou magoado por ter me enganado dessa forma. — Empurrou mais um pouco a lâmina de sua espada contra a ninjato, forçando a garota a dar dois passos para trás, até ficar contra a bancada de mármore atrás de si.

— Desculpe, Jovem Mestre. Não foi nada pessoal, apenas é o meu trabalho.

Os companheiros, por sua vez, após conseguirem se livrar momentaneamente dos apostos de Gintoki, correram até a janela que os poderia levar para a área externa mais isolada do Instituto. Suas intenções, porém, foram frustradas assim que a abriram.

— É impossível sair por aqui, Kaoru-san! O prédio está totalmente cercado! — declarou com desespero ao enxergar em volta da construção a enorme fila de membros da Shinikayou.

Os soldados mais próximos colocaram-se em posição de batalha assim que perceberam o inimigo.

Embora estivesse escuro, a ruiva podia ver claramente o sorriso afiado que surgiu nos lábios do homem que enfrentava. Xingou mentalmente ao perceber que estavam completamente encurralados nas mãos daquele desgraçado sádico.

— Como previu nossos movimentos? — questionou, embora contrariada, curiosa com o fato.

— É meu trabalho — declarou ao mesmo tempo em que afastava a katana somente o suficiente para, em um ágil impulso, acertá-la nas costelas, lançando-a contra a parede à direita deles.

— Kaoru-san! — o grito foi coletivo, mas apenas dois dos homens abandonaram suas pastas com os outros dois e avançaram contra o albino de forma enfurecida.

A ruiva cuspiu o sangue que subira por sua garganta, sentindo a dor alucinante que supunha vir de suas costelas recém-quebradas. Ainda assim, levantou-se com dificuldade, tentando pensar na situação como um todo e em uma resolução para aquele problema.

Se ele dera aquela ordem, é porque sabia que em algum momento iriam tentar sair em retirada. Talvez já desconfiasse sobre o fato de que mais cedo ou mais tarde iriam abandonar o E.R. para executarem seus próprios planos. Ou talvez apenas tinha confiança demais em seus homens e a certeza de que uma hora ou outra iriam controlar a situação, obrigando-os a fugir.

Ela não saberia dizer qual das opções estava certa; mesmo no tempo em que esteve infiltrada na mansão e com suas altas habilidades para ler pessoas, nunca conseguiu prever ou entender aquele homem. O fato era que naquele momento, o comandante estava em vantagem por sua sagacidade e capacidade de prever os movimentos de sua facção. Precisava desestabilizá-lo, para que assim ganhassem vantagem.

— Por que protege tanto isso? — Lançou a pergunta para o homem, que agora vinha em sua direção novamente, após se livrar dos companheiros dela. — Você sequer sabe o que tem nessas pastas, Comandante?

— Ao contrário de você, eu aprendi que não devo mexer no que não é meu, Kaoru-chan — respondeu com ironia, ainda caminhando na direção da garota, que se escorava na parede, com sua mão esquerda sobre o lado direito do abdômen.

— Nano robôs microbiológicos controlados por altana. Já ouviu falar?

Ficou satisfeita ao ver que o albino parara sua caminhada, olhando-a com surpresa, as pupilas dilatadas pelas memórias que provavelmente o atingiram.

— Lembranças da infância, Jovem Mestre? — Ela sorriu com malícia.

— Como você sabe sobre isso? — questionou com seriedade, uma enorme sombra perpassando seus olhos.

— Assim como você, somos pessoas bem informadas, Comandante. — Escorregou um pouco mais pela parede, a dor aumentando do seu lado, mas não deixando-se abater e dando continuidade a sua fala. — Aquelas pastas estão repletas de arquivos antigos e recentes sobre os possíveis usos da altana em armas biológicas. E isso inclui os nano vírus criados naquela época. — Resolveu explicar de uma vez.

Ela não conseguiria fugir, mas poderia tentar encontrar uma brecha para que outros membros da facção fugissem com os arquivos ou, no mínimo, conseguir mexer com as emoções do comandante, para que assim Inori conseguisse alguma vantagem sobre ele.

— O que pretendem fazer com uma coisa dessas, seus desgraçados?

— Comandante! — Antes que ela desse qualquer resposta, entretanto, Kornors surgira à porta.

Havia chegado ao local havia alguns minutos, com os reforços vindos do Castelo. Assim que encontrara Imoto fora informado das ordens de Gintoki e decidira também entrar no prédio para auxiliar no que fosse necessário. No meio do caminho, contudo, encontrou Hinmura Gyuu, contra o qual estivera lutando até aquele momento, quando por fim vencera o estrategista do Exército Revolucionário.

— Identificamos a localização de todos os membros do núcleo dos revolucionários e todos já foram capturados por nossos homens — informou de joelhos, mas logo erguendo-se com a permissão. Encarou o chefe com seriedade. — Porém, Iwasaki não está presente e alguns dos membros inferiores capturados se gabaram de algumas coisas que nos deixaram preocupados.

— O que disseram?

— Que não importava que tivéssemos os derrotados, porque eles já haviam conseguido o que queriam.

Gintoki franziu as sobrancelhas.

Então havia mesmo outros motivos por trás das invasões além da confusão que causaram e da aquisição daqueles arquivos. Mas se não estavam interessados em nada daquilo, qual era a real razão para todo aquele alvoroço?

A risadinha vinda da ruiva caída a alguns metros dele chamou a atenção, fazendo-o encará-la.

— Tem certeza de que todos os Sakata estão seguros... Comandante? — Sorriu maldosa, aquela era a oportunidade perfeita.

E como um soco no estômago, o sentido das palavras de Kaoru lhe atingiu violentamente, o que o levou a sentir como se todas as suas entranhas despencassem de seus lugares de uma só vez. Os batimentos cardíacos alterados indicavam o desespero crescente em seu interior.

— Irina! — chamou com urgência a loira que acabava de chegar à porta, acompanhada de Miyuki. — Ligue agora mesmo para Manaki e pergunte se estão todos em casa.

— Manaki-san? — devolveu com surpresa, mas imediatamente pegando seu celular em mãos, obedecendo-o.

— Gintoki, o que está acontecendo? — Miyuki fora a questionadora da vez enquanto observava o chefe discando com pressa o próprio celular, mas não obteve resposta.

Kornors, por seu turno, aproximou-se de Kaoru, algemando-a, enquanto outros companheiros já presentes no local faziam o mesmo com os quatro homens que a acompanhavam, dois deles desacordados.

— Gintoki?  — ela chamou novamente, mas fora o vice-comandante quem a respondera.

— Miyuki, vamos levar todos os membros do núcleo e Kaoru até a sede. Precisamos conseguir informações. Aparentemente, conseguiram fazer algo contra a família do Comandante — explicou brevemente, com seriedade e pesar.

A morena arregalou os olhos em surpresa, enquanto ouvia Gintoki praguejar pela terceira vez ao não conseguir falar com Mayah.

— Isso é...

— Comandante. — Irina chamou a atenção de todos para si antes dela concluir a fala. — Manaki-san disse que Mayah-sama, bem como as crianças e todos os seus visitantes foram para a sede, visitar os dois jovens que levamos em custódia hoje cedo.

Não tivera tempo de falar qualquer coisa mais, pois o albino agora já corria embalado pelos corredores do prédio, desviando de qualquer coisa que aparecesse em seu caminho, enquanto continuava a tentar entrar em contato com sua esposa. Frustrado pela quinta vez ao ter sua ligação direcionada à Caixa Postal, xingou alto, aumentando os passos de sua corrida.

O medo e o desespero que tomavam conta de seus sentidos eram algo que poucas vezes sentira em sua vida, ainda assim, não lhe eram totalmente estranhos, pois o remetiam diretamente a todo o inferno que vivera no ano anterior, quando perdera um de seus filhos e quase perdera Mayah também.

Por toda aquela mais de uma década em que esteve em Aokigahara, cada dia que naquela cidade vivia era uma luta travada e vencida contra o desejo de abandonar tudo novamente e fugir para algum lugar, bem longe, no qual não precisasse encarar suas mãos sujas todos os dias e ser assombrado pelos pecados cometidos naquele lugar, mesmo que ele tivesse a consciência de que eles o perseguiriam aonde quer que fosse.

Todos aqueles anos, porém, também conseguiram transformar aquele lugar o qual só o remetia a tragédias em um lar com o qual ele era capaz de se importar, e onde até mesmo era capaz de encontrar felicidades que jamais pensou que um dia encontraria em sua vida. Os maiores responsáveis por isso eram Mayah e a família que construíram juntos, e sequer cogitar a idéia de perder algum deles, ou mesmo Dango que acabara de conhecer, o deixava perturbado além do que poderia descrever em palavras.

Ele não conseguia sequer imaginar o que faria caso algo acontecesse a algum deles.

Depois de tentar uma última vez ligar para Mayah, procurou pelo contato de Rose, já na rua; quando estava prestes a discar, porém, ouviu seu nome sendo gritado por Shinpachi e Kagura, que corriam em sua direção. Ele diminuiu a corrida, até que os dois o alcançaram e então pararam em meio à avenida, naquele momento deserta por conta da evacuação que havia acontecido na região.

— O que aconteceu?! — questionou com urgência.

— Gin-chan... — Kagura começou, com os olhos já marejando, mas fora Shinpachi quem respondera, mesmo que compartilhando dos mesmos sentimentos da ruiva.

— Dango-chan e Sayuri-chan foram sequestradas! — despejou de uma única vez, sabendo que medir as palavras não amenizariam em nada a situação.

Quanto a Gintoki, se antes ele havia sentido suas entranhas despencarem, agora é como se todas tivessem desaparecido junto de seus pulmões, levando com elas todo o ar que necessitava para respirar.

(...)

A primeira coisa que ele encontrou ao chegar na sede, fora o abraço angustiado e suplicante de Mayah, seguido imediatamente dos de seus outros dois filhos maiores. Abraços esses os quais ele recebeu e devolveu com força, tentando passar o mínimo de segurança para a mulher que agora chorava em silêncio em seus braços e as crianças que também choravam, mas menos silenciosas que a mãe. Não era necessário, porém, palavras para que ele compreendesse exatamente o que sua esposa sentia. Além dos mais de 10 anos de casamento, compartilhava todos os mesmos sentimentos que ela, embora se esforçasse em não demonstrar nada daquilo naquele momento.

A última coisa de que Mayah precisava era saber o quão desesperado ele estava.

Permaneceram assim por uns dois minutos, até que depois de conseguir tranquilizá-los um pouco mais, Gintoki se afastou do abraço para encarar aos outros presentes.

Rose tinha Soujirou em seu colo, visivelmente tentando conter o choro que também queria vir-lhe, enquanto os outros observavam a cena em silêncio, sob o mesmo clima de toda a família.

— Nós sentimos muito, Yorozuya — Kondou fora o primeiro a se pronunciar, com pesar. — Jamais imaginávamos que algo assim aconteceria.

— Todos fomos pegos de surpresa — Katsura completou.

— Eu já imaginava que eles estivessem tramando algo grande ­— respondeu com seriedade, expressando-se da forma menos emotiva possível. — Onde está Shouyou?

— Shouyou-sensei foi atrás de pistas das meninas, Gin-san — Shinpachi foi quem respondeu.

Após contar sobre o sequestro, os três correram as pressas até a sede e não tiveram chance de repassar a situação das coisas para o comandante.

— Conhecendo-o como conhecemos, ele provavelmente está tentando resolver isso sozinho — Katsura deu continuidade.

— Ele não é o tipo de pessoa que irá ficar parado enquanto tem uma promessa a cumprir — o pequeno Takasugi foi o próximo a falar, sentado ao canto da sala, de braços cruzados e olhos fechados.

Abriu os olhos para trocar um olhar comunicativo breve com Gintoki, que mentalmente concordou com a fala do antigo companheiro, já supondo que ele ouvira partes de sua conversa com Shouyou, mais cedo.

— Ele nos pediu que ficássemos aqui, cuidando da segurança dos outros — Hijikata indicou Mayah e o restante da família do albino, não demorando a ascender seu cigarro.

— Gin-san — Hasegawa o chamara preocupado. — O Shouyou-sensei disse que as meninas ficariam seguras até você voltar a cidade, porque o que eles querem é vingança contra você. Mas agora que eles já sabem que está aqui...

— Ainda não farão nada com elas — respondeu ainda sério. — Iwasaki provavelmente irá querer machucá-las na minha frente e mantê-las escondidas o máximo que puder, pra que eu agonize até lá.

— Mas essa vingança tão absurda... — Tae se expressara pela primeira vez na conversa. — Envolvendo quem não tem nada a ver com isso... apenas duascrianças... o sensei disse que esse homem queria se vingar pelo filho morto, mas isso já é demais...

— Inclusive, gostaríamos de entender essa história direito, Yorozuya — Kondou pediu. — Você realmente matou o filho desse homem? Conhecemos a versão que ele contou para os garotos, — Indicou com a cabeça Shinpachi e Kagura. — mas o que aconteceu realmente?

— Provavelmente, tudo o que ele disse aos dois é verdade. Ou ao menos parte dela. — Pegando o celular em mãos, para fazer uma ligação, resumiu em uma breve explicação. — Dez anos atrás nós entramos em um confronto direto com o antigo núcleo do Exército Revolucionário, o filho de Iwasaki, Kamigari, era o líder deles. Iwasaki nunca havia se envolvido com as ações do exército, mas naquele dia implorou pela vida do filho. No entanto, eu o matei, dando fim à batalha na época. Alguns meses depois ficamos sabendo que o E.R. havia se reorganizado, mas só uns dois anos atrás, depois de muita investigação que descobrimos quem era o líder e o novo núcleo.

­— Então tudo o que eles nos contaram, basicamente, é verdade...? ­— Kagura encarava o ex-chefe sem saber administrar com eficiência a grande confusão de sentimentos que invadiam seu coração naquele momento.

Ela lembrava-se bem da história de cada um dos membros que conheceram, e por mais que não quisesse admitir, havia até mesmo um certo alívio ao pensar sobre a possibilidade de que tudo o que eles haviam escutado fosse mentiras usadas para manipulá-los. Mas agora ali estava seu ex-chefe afirmando ele mesmo que não, eram histórias reais. Histórias dolorosamente reais.

Gintoki não a respondeu, porém, pois agora já falava ao telefone com Kornors. Ela, por sua vez, olhou para Shinpachi, enxergando a mesma turbulência nos olhos e na expressão do companheiro.

— Iwasaki os disse que o rapaz estava preso no Instituto, correto? — Kondou perguntou-os, levando-os a acenar positivamente. — Mas ele está morto. Então provavelmente eles misturaram algumas verdades em meio a informações distorcidas, para convencer vocês, garotos.

Estranhamente, aquela informação não parecia diminuir a confusão que viviam internamente.

— Kornors já está chegando com Kaoru e os outros, vou interrogá-los — Gintoki informou após finalizar o telefonema, interrompendo assim a conversa que antes mantinham.

— Kaoru-chan?! — Rose surpreendeu-se.

— Ela era uma espiã?! — Mayah a acompanhou, mal acreditando na nova informação.

— Sim — o albino respondeu, simples. — Membro da Tenkurou — completou, o que fez as três mulheres mais velhas levarem a mão direita a boca.

— Não saiam daqui — Gintoki por último pediu, já caminhando em direção ao corredor.

Poucos passos depois tentou ignorar os outros dois pares de passos que o acompanhavam pelo corredor, mas não conseguiu fazer isso por muito tempo. Respirou fundo, em seguida soltando o ar e parando sua caminhada, para então virar-se de frente para os dois jovens.

— Não acham que já causaram confusão demais para uma única noite? — questionou impaciente

— Por isso mesmo estamos aqui, Gin-san — Shinpachi respondeu com seriedade, sem desviar os olhos sob os óculos dos avermelhados do albino. — Nós não fazíamos ideia sobre a intenção de sequestrarem as meninas, mas sabíamos sobre a invasão ao Instituto, porque também iríamos participar dela e queremos consertar isso — mesmo que ainda hesitante, decidiu-se por fim contar tudo de uma vez.

Por um segundo, Gintoki permaneceu em silêncio, apenas encarando aos dois sem expressar qualquer emoção.

— E por que acham que me contar isso agora irá mudar alguma coisa? — respondeu-os com uma pergunta; pergunta essa que trazia uma calma fria a qual não estavam acostumados, e sem dúvidas não haviam gostado nenhum pouco da sensação que os causara.

— Não nos trate como um desses desgraçados que você irá interrogar, Gin-chan! — Kagura expressara o desgosto pelo tom e também pela resposta. — Nós apenas queremos entender o que está acontecendo de verdade!

— Gin-san, nós desaprovamos e repudiamos totalmente essa atitude do Iwasaki-san e jamais concordaríamos com tal coisa absurda! Mas ao mesmo tempo não conseguimos ver a situação de outra forma que não seja a de vocês causando tudo isso a vocês mesmo, e à cidade. Mas ao mesmo tempo, não conseguimos entender como as coisas chegaram a esse ponto! — explicou a confusão que tentavam resolucionar, tentando ignorar o olhar que lhes era dirigido, o qual não conseguiam definir o que transmitiam, mas que ao mesmo tempo sentiam que não era algo que eles fossem gostar de saber.

— Nós precisamos e temos o direito de saber o que realmente aconteceu, Gin-chan! Pra que assim possamos te ajudar!

— E eu não quero e não preciso da ajuda de vocês agora — atalhou com secura, mas logo tornou ao tom neutro com o qual se auto-habituara na última década. — Não tentem encontrar vilões ou mocinhos nessa cidade. Irão perder o tempo de vocês, e junto com ele a sanidade. — Virou-se de costas com intenção de seguir caminho, mas não antes de completar. — Tragédias geram mais tragédias, e morte traz apenas mais mortes. Meias verdades em meio a verdades trágicas não se tornam mentiras, e tão pouco são verdadeiras. Mas o grande problema não está em vocês quererem fazer o que é certo para vocês; está em acreditarem que algum dia eu deixei de fazer o que eu acredito ser o certo para mim. Eu posso ter mudado meu comportamento, mas isso não significa que o que eu acredito mudou em algum momento. E eu achei que vocês jamais duvidariam disso, mas pelo que parece me enganei — concluiu, por fim voltando a caminhar, deixando os dois yorozuyas ali, sozinhos com o peso das palavras que haviam acabado de ouvir.


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