A Beleza escrita por Half Fallen


Capítulo 1
Capítulo Um - A Beleza no Destino


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, primeiro de tudo, obrigada por ter vindo ler essa minha fic!
Então, a fic vai funcionar assim: cada capítulo vai ser uma beleza, não de uns personagens únicos, mas sim mudando. E à medida que muda os capítulos, a capa também muda!
Por isso que a capa, por enquanto, é do Radamanthys e do Regulus!
Eu não sei se aqui tem muitas fics de Lost Canvas, mas como eu terminei o mangá tipo ontem, eu to querendo fazer as minhas fics!
Outra coisa, se você viu algo que achou belo e que queria que fosse escrito em fanfic, me fala! Se você também quer que eu escreva algo sobre um ship, me fala! Eu estou aberta para isso! Pode ser qualquer ship, vou adorar escrever ♥
Por favor, sinta-se livre pra poder comentar!
Um grande beijo e aproveite ♥



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Havia uma certa beleza no olhar do Leão.

Radamanthys havia percebido isso anos atrás quando conhecera Ilias. Apesar de ser um Juiz do inferno e servir somente à Hades, o espectro sabia quando parar e ter noção do que acontecia ao seu redor.

Como um líder ele deveria não agir por instinto, apesar de que isso acontecia com frequência. Na verdade, era a primeira vez que parara para observar as coisas que não possuíam seu mestre como o centro das atenções.

A calma do Leão era completamente surpreendente, ele notou. Estava ele na frente do inimigo mortal e mesmo assim continuava impassível, alegando conversar com a natureza.

Aquela calma irritava.

Uma criança de repente apareceu e aquilo o fizera parar. Quanta petulância vindo de um ser tão pequeno, tentando proteger o maior, sem sequer forças para se proteger. Mesmo assim estava pronto para matar os dois.

Mas Ilias contrapôs:

"Wyvern, seu chifre não será capaz de matar este garoto."

Incrédulo, o Juiz perguntou:

"O que está dizendo? Acha que pode protegê-lo com esse corpo debilitado?"

"A velha estrela cai," disse Ilias enquanto olhava para o Céu "enquanto a nova ganha brilho."

Seus olhos desceram lentamente do Céu para encontrarem os dourados de Radamanthys. Foi aí que o Wyvern percebeu, de uma forma direta, as pupilas felinas em olhos azuis vibrantes. O tempo parecia ter parado- não. O tempo movimentava-se conforme a calmaria de Ilias. Era como se o desse mais segundos para conversar com a natureza mais um pouco.

Seus olhos eram demasiadamente lindos, únicos.

E irritantes.

"Assim diz o Céu."

A luta se desencadeou à medida que a raiva de Radamanthys crescia. A criança fugira sem que percebesse, já que ele estava pronto para atacá-lo. O chifre poderoso do Wyvern contra o Relâmpago de Plasma do Leão resultaram em uma situação inesperada, embora também esperada: A vida de Ilias saiu de seu corpo tão rápido quanto o chifre perfurou seu peito, porém, não apenas sua vida fora retirada, como um dos próprios chifres do Wyvern fora quebrado.

Aquilo o fizera pensar.

"Huh, pretendia perfurar os dois com os meus chifres. Mas não pensei que fosse quebrar um dos meus chifres... em troca da própria vida."

O sangue escorria da cabeça do Wyvern e ele tirava seu elmo danificado. E em nenhum momento retirou seus olhos dos olhos do Leão. Olhou-o fixamente e o quanto ainda parecia forte e sereno, mesmo morto.

"Será esse o destino?"

Perguntou ao nada enquanto se aproximada do Leão morto. Não era páreo para ele, claro que não, pois nem um Cavaleiro de Ouro seria páreo a um Juiz. Entretanto, em um momento rápido, fechou os olhos felinos de Ilias e voou para longe dali, deixando-o  tornar-se um com a natureza.

Só não saberia que teria sua resposta daquele jeito.

Na verdade, era até cômico.

O novo Leão, filho de Ilias, estava com o braço atravessando o seu peito no mesmo lugar que havia matado seu pai.

Foi a primeira vez, em toda a luta, que prestou atenção nos olhos de Regulus.

No início da luta estavam raivosos, petulantes. Mas agora, agora estavam calmos, cientes. Era uma cor mais viva que a de seu pai, uma cor feliz de azul. A cor do céu quando estava sem nuvens em um dia quente e brilhante. Mas também, eram calmos como uma brisa refrescante.

Eles eram mais bonitos do que o de Ilias.

Olhavam para os dourados do Wyvern não com raiva ou hostilidade, não, eram compreensão. Olhavam no fundo da alma do Juiz. Algo que Radamanthys nunca havia experienciado de um inimigo. Parecia calmo - tão calmo! -, era como o vento que o fazia voar. Seus olhos, arregalados de surpresa, não paravam de encarar os do felino.

E as asas do Deus Dragão envolveram o corpo pequeno e etéreo de Regulus.

Regulus teve de admitir, havia alguma beleza naquilo.

Comparando-se com o Wyvern, Regulus era frágil e quase indefeso. Por isso, era certamente belo ver sentir as asas tilintando enquanto envolviam seu corpo para quase completar um abraço. Também eram belos os olhos do Wyvern, dourados, procurando respostas, tentando agarrar-se na sua vida e no seu propósito.

A tragédia da morte era algo assustador, disso Regulus sabia muito bem, mas, quando se está em uma guerra onde são obrigados a odiar o outro - sem ao menos conhecer o humano que enfrenta - estes momentos, que duram poucos segundos, parecem eternos.

Nada aproxima mais uma pessoa a outra do que a morte e naquele momento, Radamanthys estava próximo do Leão mais uma vez. Mas aquele espírito era diferente.

Os segundos pareciam eternidades, demorando a passar, dando a esses inimigos destinados a lutar a chance de conhecer a humanidade dentro de cada um.

E Regulus foi o primeiro a conhecer a fraqueza e a similaridade com o outro. Os olhos de Radamanthys falavam muitas coisas, expressavam demais, num instintivo turbilhão de emoções. Dizem que os olhos eram a janela da alma e ele poderia perceber que, sim, é verdade, pois, sentia que poderia enxergar além do forte Wyvern e observar sua alma diretamente.

Surpreso com o golpe ter dado certo, assumiu uma expressão preocupada e o tempo voltou ao seu normal.

— A cápsula do poder... - disse Radamanthys devagar - É uma técnica muito simples... para acabar com um Deus Dragão.

Regulus sorriu e iluminou o lugar todo. Como se seu sorriso tivesse não só o brilho das estrelas daquele lugar, mas como a própria Lua e o próprio Sol. Era um brilho único. Era fruto de preciosas memórias que tomavam conta de si e as bochechas pareciam tomar um tom róseo, inocente.

— Sim. - ele respondeu - Mas foi a primeira técnica do meu pai que aprendi.

Radamanthys sorriu.

Era um misto de raiva, mágoa e aceitação. Mesmo assim, era intimidador, ainda que estivesse prestes a morrer.

— Entendo. Quer dizer que essa técnica... foi o primeiro passo da sua grande jornada após perder seu pai? Meus parabéns! Você superou o poder de um deus e alcançou o seu objetivo!

O Wyvern, então, rompeu o contato com Regulus, afastando seu corpo do dele e morrendo em pé, imponente.

Regulus sabia o motivo que eles tinham em comum: ambos estavam à procura de alguém e só eles sabiam o que era a dor de estar tão perto, tão perto e mesmo assim não conseguir alcançar.

Talvez seja este o motivo por que, mesmo que sem coração, dilacerado, que Radamanthys não poderia se permitir morrer.

O Leão estava certo: ele estava a procura de alguém e ele iria atrás dele, custe o que custar.

Por isso que, movido pelo seu cosmo, por sua alma guerreira e devota, o Wyvern levantou voo pela última vez, sendo erguido pelo vento forte e espirituoso. Era quente e acolhedor e Radamanthys sabia exatamente quem o ajudava a voar até o encontro de seu destino, de seu objetivo.

E isso era extremamente belo.

 


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Eu shippo muito eles dois, mas o Radamanthys é muito mais velho do que o Regulus, então eu gosto de deixar a relação deles como uma de compreensão, afinal, eles dois sabem muito bem o que o outro passou.
Espero que tenham gostado! Por favor, comentem ♥
E até a próxima!



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