Eu não sou um traidor escrita por Gelfana


Capítulo 2
Interrogatórios precisam ser mais úteis


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo aí procês.



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— Pois bem, Sasuke. Pode começar a colocar essa cabeça para funcionar. - Naruto diz. A garrafa de sake estava a nossa frente - Onde foi a última vez que você foi?
— Eu já disse que não me recordo. - dou um suspiro longo e um gole de minha bebida.
— Você pode ao menos pensar? Não é possível que tenha esquecido tudo! - ele está indignado, não o culpo. - Qual a parte do dia você se lembra?
— Acordei pela manhã e Sakura já não estava. - vasculho minha mente em busca de informações. - Depois fui até seu escritório para conversar com os conselheiros sobre os novos membros da aldeia.
— Eu não soube que você esteve lá.
— Shizune disse que dormiu durante todo o expediente.
— Bem… Ser Hokage é mais cansativo do que aparenta… - ele dá um sorriso sem jeito - Pule essa parte.
— Surgiu um imprevisto com Sarada e eu voltei para a casa as pressas. - penso mais um pouco. - Quando cheguei, ela só estava machucada do treino reforçado.
— Estamos indo bem…
— Lembro-me que Sakura chegou desesperada e examinou ela. Haviam alguns arranhões e...
— Não seja tão detalhista – ele bufou. - Isso não é necessário. Depois de ter voltado para a casa, saiu para mais algum lugar?
— Sim. A casa de Shikamaru. - digo, surpreso por esta lembrança. - Depois disso não me recordo mais de nada.
— Ótimo. - ele toma todo o seu sake e levanta da mesa. - Vamos até ele.


Paramos em frente a casa dos Nara e longos minutos se passaram até que ele abrisse a porta e nos recebesse. Seu olhar era preguiçoso e ele bocejou ao menos nove vezes enquanto explicávamos o ocorrido.
— Então quer dizer que você não traiu sua mulher? - seu sorriso era divertido.
— Você pode responder o que lhe foi perguntado? - sou direto.
Nara esboça um sorriso e depois suspira.
— Okay. - ele se endireita na cadeira e sua esposa, Temari, surge com alguns copos de café.
— Obrigado. - eu e Naruto agradecemos enquanto Shikamaru parece organizar seus pensamentos.
— Você citou algo sobre o Sabaku. - ele me olha brevemente.
— Gaara? - Naruto dispara. - Você se lembra disso? - ele me olha e eu nego.
— Não sei ao certo o que você faria lá, mas percebi que seu rosto estava pálido e franzido.
— Algo como embriaguez? - interrogo e ele nega.
— Você não estava alcoolizado, do contrário eu perceberia.
Solto um suspiro cansado e me sinto mais uma vez perdido.
— Drogas? - Naruto sugeri atento e eu o empurro, me levantando do sofá.
— Vamos a casa do Sabaku. - informo. - Obrigado pela recepção Nara.
— Boa sorte na sua aventura. - ele nos acompanha até a porta. - Espero que você consiga provar sua inocência.
Dou a ele um olhar amigável antes de sair.
Mais uma caminhada pelas florestas, cruzando as trilhas. O sol já estava em seu término quando paramos em frente a enorme mansão do Kazekage. Fomos recepcionados por ninjas da aldeia e adentramos ao lugar, sendo guiados até ele. De sua cadeira, olhando para a visão de areia e deserto, os olhos delineados de Gaara pousam em mim e Naruto um tanto contentes.
— Quanto tempo. - ele sorri levantando-se e se aproxima, estendendo uma mão. - É um prazer revê-lo Hokage. Uchiha, você não mudou nada.
— Estamos aqui por motivos extremos. - Naruto diz esbaforido. - Desculpe a pressa, mas precisamos interrogá-lo.
— É algo bastante… Incomum, devo dizer. - eu digo, encabulado. Limpo a garganta e sento no lugar onde fora apontado.
Após minutos de uma conversa um tanto constrangedora, ouço a gargalhada de Sabaku encher o escritório.
— Desculpe. - ele pede, colocando a mão sobre a boca – Não estou caçoando, como você disse, é bastante incomum.
Eu permaneço sério, Naruto se diverte.
— E tem algo relevante para dizer? - sei que não estou lidando com qualquer pessoa, mas minha paciência nunca existiu.
— Não lembra das horas em que ficou deitado no espaço médico? - o Kazekage me olha espantado e eu retribuo o espanto.
— Como assim deitado? - Naruto se curva.
— Eu estava desmaiado?
— Não exatamente. Pensei que fora o excesso de viagem ou algum tipo de fraqueza. Falta de chackra, talvez. Você piscava lentamente – ele faz uma cena, simulando – E era sempre monótono quando perguntado sobre seu estado. Embora estivesse debilitado, estava ciente.
Não, eu não estava ciente.
— Não, ele não estava ciente. - Naruto ecoa meus pensamentos. - Esse teme não lembra de absolutamente nada! Poderia ser um genjutsu ou algo do tipo?
— Ele não estava sob genjutsu. - o Kazekage afirma. - Como eu disse, foi diagnosticado como fraqueza.
— Por quanto tempo fiquei assim? - minha garganta seca. Era absurda a forma em que me encontrei.
— Poucas horas. Logo você se levantou e disse que precisava retornar para vila.
— Algo foi citado? - tento mais uma vez, frustrado.
Ele nega com a cabeça.
— Entendo.
— Mas – ele prossegue e eu Naruto nos voltamos a ele. - Neji veio lhe buscar.

Olho para Naruto e ele abre a boca antes de mim.
— Já sei. Vamos até ele.

O caminho de volta para Konoha foi mais longo do que esperávamos. A noite engole a floresta, e graças a pouca iluminação, demoramos mais do que o esperado para alcançar os portões.
— Creio que por hoje é só. - Uzumaki se espreguiça e eu o olho. - O que foi? Eu tenho uma família para voltar.
— Sim. Nós podemos ir a casa do Hyuga pela manhã. - eu digo.
— Tudo bem. – ele balança os ombros. - Enquanto isso, tente se lembrar de algo.

Nós nos despedimos e eu caminho lentamente para casa. Não sei se é uma boa ideia dormir nela, mas não tenho opção. Espero que Sakura tenha dormido, ao menos a situação ficará menos crítica. Quando abro a porta da sala, a escuridão engole meu corpo. Ótimo. Dou passos lentos até o sofá e me jogo neste, soltando pela primeira vez no dia, minha derrota em forma de suspiro. Sei que estou suado e meu cheiro não é o dos melhores, mas me recuso a fazer barulho e acordar Sarada ou Sakura. Sou apenas um homem tentando manter dignidade enquanto ainda posso. Mas claro, em breve consumarei este fato.

Eu só não sei como irei fazê-lo. O medo faísca em meu estômago.
Cansando e vencido por meus próprios pensamentos e a falha de minhas lembranças, que não vinham a tona de maneira alguma, estava quase adormecendo, até que um flash me fez se levantar, atordoado.


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