Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

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Saindo da delegacia olho para ela com admiração e me sinto segura ao seu lado, mais do que jamais havia me sentido antes. Se eu soubesse o que ela é naquele momento, creio que eu ainda assim iria admirá-la:

— Aonde vamos agora Esme? – pergunto como se nós duas estivéssemos apenas dando um passeio como duas amigas, não fazendo coisas muito sérias que terão um impacto decisivo em minha vida. Sempre fui assim, tento relaxar mesmo nas situações mais difíceis, não há porque se preocupar demais.

— Vamos ao hospital. Mas antes... você deve estar com fome. Quer um pastel ou um sorvete?

— Não obrigada Esme. Se eu comer talvez eu passe mal e vou enjoar dentro do carro.

— Certo – Esme diz tentando entender o que eu disse, mas ela não fez qualquer comentário que seria constrangedor para mim.

Esme liga para outro táxi que logo chega para nos levar ao hospital. Me sento ao lado dela no banco traseiro, não tenho medo dela. Nem se eu soubesse que ela era uma vampira. Eu confio nela. Quem ama não deve ter medo e por isso eu teria pensado assim e não teria medo dela.

Assim que chegamos lá, vejo na recepção um médico lindo e loiro. Talvez ele já estivesse a nossa espera, mas ‘quando foi que Esme ligou para ele que eu não vi?’. Esme vai ao encontro dele e eu a sigo deslumbrada e de queixo caído.

— Como vai meu amor? – ela diz sem cerimônia alguma.

— Esme! – Carlisle se volta e exclama surpreso ao vê-la. Com certeza já tinha percebido pelo perfume a presença da esposa, mas disfarçou muito bem.

— Quero lhe pedir uma coisa, Carlisle.

Que nome diferente o dele. Parece Carlos, mas eu ouvi ela falar mais.

— Sim, meu amor. Você estava aflita no telefone, o que houve?

— É uma longa história. Depois eu te conto tudo. Mas, primeiro, você pode ver como ela está para mim? – Esme diz olhando em minha direção.

— Claro querida, vamos ver.

Esme me leva até a sala para a qual Carlisle nos conduz. Ele tem um nome diferente mas eu gostei. É simpático e bonito. Tão bonito quanto o dono.

— Sente nessa maca, criança – ele me indica uma cama assim que entramos num quarto.

Eu tento subir, mas como tenho um poço de dificuldade, Esme me ajuda. Ela me levanta do chão como se eu pesasse apenas alguns gramas e não muitos quilos.

— O que aconteceu meu anjo? – Carlisle pergunta olhando para mim muito compassivo. Seus olhos dourados e brilhantes como os da esposa. É uma cor diferente de castanho claro, mesmo se meus olhos castanhos fossem clareados não ficariam dessa cor. São mais amarelo do que marrom.

— Meu pai me bateu – me surpreendo com a minha franqueza para um completo estranho. Talvez o olhar hipnótico dele me fez falar o que eu já queria falar de qualquer forma. Foi só um incentivo a mais.

Ou eu me sinto segura com ele por que ele é marido de Esme.

Carlisle fica chocado a princípio com a revelação inesperada e tão franca.

— É verdade, querido – diz Esme corroborando comigo.

Ele não parecia não ter acreditado no que eu disse, mas as palavras da esposa reafirmaram.

— É esse o resumo da história, querido.

— Esme, ajude ela a se trocar. Vou sair um pouco e já volto - diz para a esposa antes de sair do quarto.

— Claro, querido.

Em cinco minutos Esme me ajuda a tirar minha roupa e a colocar o macacão do hospital e meus braços e pernas ficam aparecendo exibindo as marcas roxas - hematomas. Mais sangue, mas que não escorreu.

Carlisle então bate na porta para se anunciar e entra na sala com uma máquina fotográfica nas mãos.

— Vou tirar fotos? – pergunto ao ver o objeto. – Não sou muito fotogênica - aviso.

Carlisle revira os olhos.

— Não vão ser fotos artísticas, de qualquer modo. Precisamos tirar algumas fotos para mostrar ao juiz porque o corpo vai se recuperar dos ferimentos e as manchas desaparecerão. É claro que só o meu depoimento já seria suficiente, mas é bom ter provas a mais.

— E eu também vou testemunhar - diz Esme.

O doutor fica admirado ao ver meus braços cobertos de hematomas, mas o pior ferimento ele não viu ainda. Não que tenha reparado, então deduzo que ele ainda não chegou lá. Mas como vampiro, ele sabe assim mesmo sem ter visto.

Tiramos inúmeras fotos dos meu braços e do meu corpo todo e quando ele observa a minha perna fica horrorizado:

— O que é isso?

— Foi um caco de vidro – digo, mas obviamente Carlisle já sabe.

— Você perdeu muito sangue – foi mais uma observação constatando um fato do que uma pergunta, mas mesmo assim eu respondi.

— Sim, eu quase desmaiei – digo um pouco constrangida como se estivesse confessando uma fraqueza.

— Não se envergonhe filha, é normal quase ter desmaiado. Não é fraqueza nenhuma – diz Esme. - Você foi e está sendo muito forte. Uma guerreira.

Sorrio. É esse também o significado do meu nome: aquela que é forte.

— Por isso você estava mancando – foi mais uma constatação do que uma pergunta. – Agora eu sei que ele sabia de tudo, mesmo se Esme não tivesse lhe contado ele teria sentido o cheiro do machucado, mas ele não agiu dessa forma. – Precisamos cuidar disso...

Carlisle olha para o lado na direção da esposa e ela me ajuda a me deitar na maca.

— Pode doer um pouco, criança – ele me avisa antes de limpar o corte.

— Pode me dar anestesia? - peço, pois não quero sentir desconforto nenhum.

— Claro que vou lhe aplicar. Não vou fazer você passar por dor desnecessária.

— Obrigada – digo enquanto sinto uma leve ardência por causa da água oxigenada que ele utiliza para limpar o ferimento.

Me esforço para aguentar a dor ainda um pouco mais. Mas não sou tão forte como eu gostaria. Mordo os lábios para manter a boca fechada e não gritar.

— Está tudo bem, criança? – Carlisle olha para cima e me vê com os olhos marejados de lágrimas.

— Ela está sofrendo muito, pobrezinha – diz Esme.

— Não, não sinto dor por causa disso. Eu estou pensando em tudo que aconteceu... - digo, mas eles perceberam que não era completamente verdade.

— Você provavelmente deve estar em choque - diz Carlisle.

— Pode ser. Antes ela não havia parado para refletir sobre o que aconteceu – diz Esme.

— Eu quase morri – eu soluço.

— Agora você está bem, querida – Carlisle me aperta contra seu peito.

— Tudo bem, vamos anestesiar.

Esme ajuda a me deitar de lado de costas para o doutor, para que ele veja aonde vai aplicar.

 Sinto uma pequena picada quando ele aplica a seringa com a anestesia. Ele me deu uma injeção na nádega logo acima da perna machucada. Em alguns momentos não sinto mais nenhuma sensação neste membro. Sempre tive medo de agulhas, mas vou tentar ser corajosa quando ele estiver costurando. É claro que vou desviar os olhos. Sou corajosa, mas não chega a tanto, não quero cair em tentação.

— Vou esterilizar e depois costurar – me informa o médico.

Faço um gesto mínimo de aquiescência. Claro que eu concordo com ele, se eu não vou sentir nenhuma dor pode fazer o que for preciso. Talvez coce um pouco depois nos pontos, mas eu vou me esforçar para não arranhar.

— Olhe para mim, querida – diz Esme.

Isso será fácil, pois os olhos dela me hipnotizam. Olhando para ela me esqueço de onde estou.

— Prontinho! – diz Carlisle mais rápido do que eu imaginava. Talvez ele tenha mãos velozes. Ele costura tão rápido!

Sinto um leve arrepio quando sua mão gelada encosta na minha perna que não está dessensibilizada.

— Vou poder andar de novo Dr. Cullen? – o sobrenome dele deve ser o mesmo da esposa e eu sinto segura para falar pois eu ouvi uma enfermeira dizendo o nome dele na recepção antes. (Câllen)

— Claro que sim, querida. O corte foi fundo mas não chegou a nenhum nervo para comprometer os movimentos. Em 2 horas a anestesia vai passar.

— Não mostrei minhas costas para vocês – lembro de repente.

O Dr. me vira de lado para fotografar as minhas costas.

— Você vai precisar ficar em observação, pois perdeu muito sangue e está muito pálida.

— Eu sou clara assim. Sou muito branca.

— Eu sei o que é a cor natural e o que não é – se ele está dizendo deve saber porque fez medicina e sabe mais do que eu de qualquer forma. O corpo é meu eu sei o que estou sentindo, mas ele é médico e sabe, estudou para cuidar de corpos humanos e sabe como funciona tudo. Confio nele.

— Claro, Dr., me desculpe. Eu não quis dizer que você não sabia... – olho para baixo constrangida. Eu não quis ofende-lo.

— Tudo bem, criança. Eu sei que não quis me ofender.

— Jamais. Pelo contrário. Agradeço muito o senhor.

— Me chame apenas de você ou Carlisle.

— Tudo bem, Carlisle... falei certo?

— Um pouco.

Olho ao redor procurando por todo o quarto mas não encontro um relógio. Sei que já está muito tarde devido ao céu escuro da noite que vejo através da janela. Meu pai vai me matar se eu fosse para casa. Não agora, ainda tenho de esperar a anestesia passar. Mas eu não vou a lugar nenhum e vou ficar aqui que o médico mandou.

— Sabe que horas são Dr.?

Ele observa seu relógio de pulso:

— Cinco para as oito.

— Putz... Tenho que avisar em casa onde estou ou vão pensar que eu fugi- fico constrangida com a palavra que disse.

Esme e Carlisle se entreolham quando eu cito a palavra fuga. Hoje eu sei qual o motivo.

— Você não quer ficar? – pergunta Carlisle me deixando livre para escolher.

— Não. Quer dizer, vou ficar aqui. Meu pai vai me matar se eu voltar para casa agora. Por muito menos ele quase me matou, quem dirá agora.

— É verdade criança. É um milagre você ter sobrevivido. Minha esposa me disse o quanto seu pai era severo com você... Meu pai também era assim – os olhos dele ficam distantes. Lembrando do século XVII (17).

— Podem avisar meus pais que eu estou aqui, ao menos a minha mãe, por favor, Esme? – olho para ela suplicante.

— É claro que sim querida. Vamos até a sua casa agora.

— Tomara que meu pai não queira fazer nada contra vocês. Vocês dois só estão me ajudando. Ele fez o que fez, não pode colocar a culpa em mais ninguém, mas é possível, ele é assim. Sempre culpa os outros por seus erros.

— Vamos ficar bem querida, não se preocupe. Eu vou com Esme, não vou deixá-la sozinha – eles dois se entreolham.

Eu ainda não sabia que eles eram vampiros e não precisava me preocupar com a segurança deles. Meu pai jamais seria ameaça para eles. mas eu conhecia ele muito bem e não queria que nada acontecesse com eles dois. 

Esme e Carlisle saem do quarto e eu adormeço logo. Creio que um efeito colateral da anestesia.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

Trilha sonora: Unconditionally, Kate Perry; Little Girl, Enrique Iglesias.



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