O amor é uma moeda. E como toda moeda, ele possui duas faces.

A primeira é a mais bonita: brilhante, radiante, formosa. É a face que todos querem e que todos se arriscam para tê-la. A primeira face é o amor recíproco, o amor adolescente, o amor sonhador. É o amor de rosas, que brota rapidamente e cresce numa velocidade assustadora.

A segunda face é a mais ignorada: todos, absolutamente todos sabem que ela existe, mas fingem que não existe. É a face triste, sofredora. É o ciúme, o amor não correspondido, a traição, a mentira. É o amor de merda: quando você o adentra, parece que, sem querer, caiu dentro de uma fossa séptica a qual não consegue sair.

Todos querem a primeira, ninguém quer a segunda, e poucos querem o meio termo. O que há no meio termo, afinal? Ora, assim como uma rosa cresce em grande velocidade, ela também morre rapidamente. E assim como cair em uma fossa séptica é ruim, eventualmente conseguimos sair dela. O meio termo, no entanto, é o amor eterno. É o amor apaixonante, que não deixa de ter fases ruins. É o amor maduro, leve, calmo, quente mas não escaldante. É paciente e acontece ao seu tempo. É o amor que poucos procuram, e menos pessoas ainda o encontram. E é o amor que eu quero.