Storybrooke escrita por Aquariana Doida


Capítulo 11
Capítulo 11 - A Reunião


Notas iniciais do capítulo

Para a alegria geral da nação, eu voltei! Acho que escutei um OBA!

Voltei mais rápido que pude, na realidade, eu tinha me programado para postar o capítulo amanhã, mas acabei terminando ele mais cedo (VIVA!) e resolvi postá-lo hoje. Sei que estão todos ansiosos para saber o que vai acontecer e eu fico muito feliz que você estão gostando da história!

Já adianto que o próximo capítulo sairá só semana que vem, pois nesse fim de semana estarei indo para casa de mamis, e por incrível que pareça lá eu não tenho internet e muito menos meu computador. Sim, porque sou do arco da véia que ainda escreve as histórias no word do computador e não no celular (que aliás eu quase não uso kkk)...

Bom chegar de blablabla e vamos para o capítulo! o/

PS: Obrigada a todos que estão comentando, a todos que estão acompanhando seja marcando a história ou sem marcar mesmo, aos que favoritaram... Vocês todos são muito fofos. Obrigada de coração!



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Finalmente era sexta-feira, Regina já havia levado o filho para a escola. Ela aguardava ansiosamente a chegada de sua amiga, que ocorreria apenas ao final da tarde, pois Kathryn havia mandado uma mensagem que ainda tinha que resolver algumas pendências antes de pegar estrada.

— Senhorita Mills? – chamou James da porta do escritório – Posso falar um minuto com a senhorita?

— O que deseja? – perguntou a morena assim que entrou no escritório e viu a equipe arrumando as coisas.

— Nós terminamos de rever toda a papelada da administração...

— Já?

— Sim... Apesar de muita coisa, a organização acelerou muito o processo de revisão. – começou o rapaz – E de acordo com o relatório... – disse entregando uma pasta a morena – A administração do seu pai teve alguns erros, mas devido falta de organização apenas... – explicou James – Assim que a senhorita Swan assumiu a frente da administração devo admitir, ela é minuciosamente organizada e o principal, extremamente competente. Não há nenhum erro, tudo que foi investido está comprovado, assim como tudo que foi vendido e comprado. Todas as contas batem, não há uma vírgula fora do lugar. Assim como a parte salarial e tudo que envolve os funcionários. Você tem em suas mãos uma administradora fantástica. Os maiores detalhes estão no relatório... Se um dia ela resolver sair aqui da fazenda nós teremos uma vaga esperando por ela.

— Tudo bem... Se depender de mim ela irá continuar aqui por muitos anos... – disse Regina passando os olhos correndo pela papelada e escutando atentamente o que o rapaz dizia – Fico muito feliz em saber disso. – então olhou para o homem – Segunda de manhã, o pagamento de vocês estará depositado na conta.

— Tudo bem. – respondeu ele pegando a mochila – Tenha um bom fim de semana, senhorita Mills.

— Vocês também... – respondeu ela os acompanhando até a porta – Façam uma boa viagem de volta a Boston.

Quando estavam todos a porta, a moça que havia flertado com Emma se aproximou de Regina – Senhorita Mills?

— Sim? – respondeu olhando para a mulher interrogativamente.

— Eu não consegui mais ver aquela loira fantástica... – Regina apenas ergueu a sobrancelha esperando que ela continuasse – Emma Swan... – a morena arregalou os olhos do tipo AH!— Será que você poderia entregar esse bilhete para ela, por favor? – perguntou esticando um pedaço de papel dobrado.

Regina havia pensado em negar, mas mordida pelo bichinho da curiosidade ela abriu o sorriso mais cínico – Claro, querida. Pode deixar que entrego seu bilhete a senhorita Swan. – respondeu pegando o papel da mão da moça.

— Muito obrigada! – disse a moça toda feliz e se virou para acompanhar a equipe.

Assim que Regina viu o carro se afastando com a equipe ela soltou um longo suspiro. Lembrou do bilhete em sua mão e movida pela curiosidade abriu o papel  Oi loira fantástica! Pena que não consegui mais te encontrar, mas eu me interessei por você. Aqui está meu número e espero sua ligação. Beijos Jane! a raiva instantaneamente tomou seu corpo Quem essazinha pensa que é? Deixando recadinho com número de telefone... Loira fantástica? Fantástica onde? Era só o que me faltava! em um momento de fúria e ciúmes não velado ela rasgou o papel em mínimos pedaços – Aqui oh o seu interesse... – murmurou e jogou o pedacinho no lixo. Sua respiração estava descompassada, então ela caiu em si. O que eu fiz? Aquelazinha mereceu. Isso seria ciúmes? Não tem porque ser ciúmes, ainda mais ciúmes daquela loira “fantástica”... Ai Regina pare com esses pensamentos... Bem, se ela nunca souber... Então a seriedade do momento caiu na sua pessoa.  Ela havia sido muito injusta com loira atrevida e ela tinha que admitir, Emma sabia como ninguém administrar aquela fazenda. Aquele relatório em suas mãos comprovava a imensa capacidade de Emma, e ela devia um enorme pedido de desculpas por levantar suspeitas e insinuar coisas que não devia. Caminhou até a cozinha resoluta em consertar aquela situação.

— Eugenia... – chamou assim que entrou na cozinha no mesmo momento em que a loira estava entrando pela porta do fundo – Senhorita Swan, era você mesma que estava procurando. Será que posso falar com você um minuto?

— Claro! Só me deixa tomar uma xícara de café que já falamos. – pediu a loira indo em direção ao bule de café.

— O que deseja menina Regina? – perguntou a senhora.

— A equipe acabou de ir embora, então não precisa colocar tantos lugares a mesa... – respondeu a morena, aquele notícia havia chamado a atenção da loira Droga, eu não consegui conversar com aquela moça! Ela parecia interessada... Bom, já foi!— E mais para o final da tarde minha amiga estará chegando... Será que tem como você arrumar um dos quartos de hóspede para ela?

— Eles já foram? – perguntou surpresa e Regina acenou com a cabeça – Depois do almoço eu arrumarei a bagunça deixada pela equipe e arrumarei um quarto para sua amiga. Deseja mais alguma coisa?

— Sim, eu irei doar as roupas de meu pai, você sabe onde posso fazer a doação? – perguntou.

— Ah que gesto bonito menina, e sim eu sei um lugar para levar as roupas. – respondeu a senhora sorrindo – Se você quiser eu posso levar a doação quando terminar de arrumar as coisas.

— Tudo bem. – comentou a morena concordando – Quando eu terminar eu te aviso. – então olhou para a loira que havia terminado de tomar o café – Senhorita Swan, podemos conversar?

— Sim, vamos conversar. – respondeu a loira seguindo a morena para o escritório, mas seus olhos pararam no formato do traseiro da mulher a frente e Emma não conseguiu e também não quis reprimir o pensamento impróprio que surgiu em sua mente. Balançou brevemente a cabeça tentando afastar esses pensamentos Ah essas saias ainda irão me matar... Ah se Ruby soubesse, com certeza ela estaria rindo da minha cara agora, e falando uma de suas gracinhas... Mas como não olhar para esse traseiro perfeito! Emma! Chega! repreendeu-se mentalmente. - Vejo que a equipe foi embora. – comentou Emma em um misto de raiva e chateação assim que viu o escritório vazio. Pelo menos as coisas estavam no lugar, eles não deixaram nada bagunçado.

— Acabaram de sair. – respondeu Regina sinalizando para Emma se sentar – E eles me deram um relatório. – continuou ao sentar-se de frente a loira e cruzar as pernas.

— E? – perguntou assim que terminou de acompanhar o cruzar de pernas e Regina estranhou Ela estava olhando para minhas pernas? Não deve ser minha imaginação! pensou, mas lá no fundo gostou de ser olhada por Emma Como assim gostei? Eu só posso estar ficando louca, isso sim! Primeiro vejo os flertes dessa loira azeda com aquela sirigaita sem sal, e agora eu gosto dessa loira oxigenada me olhando... Isso tudo é loucura.

Regina respirou fundo e balançou brevemente a cabeça voltando a se concentrar na conversa que precisavam ter – E eles não encontraram nada errado em toda a documentação.

Emma abriu um sorriso magnífico – Eu avisei. – cantarolou feito criança alfinetando – Que eles não encontrariam nada errado, porque não tem nada errado para se achar.

— Eu sei. – comentou a morena.

— Era só isso? – perguntou Emma travessamente.

— Não. – respondeu Regina e respirou fundo mais uma vez – Eu lhe devo um imenso pedido de desculpas... – começou e dessa vez Emma deixou a mulher falar sem interrompê-la – Como você disse, eu não havia lhe dado uma chance de mostrar do que é capaz, e eu acabei agindo por impulso ao contratar aquela equipe... – fez uma pausa – Esse relatório que eles fizeram comprova que você não é só capaz, mas sabe muito bem o que está fazendo na administração da fazenda... Eu estou sinceramente pedindo desculpas pelo meu erro em julgá-la e fazer insinuações sobre a sua índole antes que você pudesse me mostrar do que é capaz. – fez outra pausa para respirar novamente – Assim como meu pai, eu irei confiar totalmente em seu trabalho daqui para frente. – terminou e ficou esperando a loira falar alguma coisa.

Emma ficou em silêncio alguns segundos depois que Regina terminou de falar – Olha eu fiquei muito brava e muito chateada, pois achei realmente que você havia esquecido essa história de contratar uma equipe...

— Isso aconteceu no calor daquele nossa discussão, e eu só me lembrei quando os vi parados na sala... – comentou a morena meio envergonhada – Me desculpe.

— Como eu disse em nossa última conversa, eu pretendo deixar nossas diferenças de lado... – começou a loira – Errar faz parte da vida, somos humanos e passíveis de erro, mas isso não impede que sejamos humildes ao ponto de reconhecer que erramos... Naquela discussão eu também acabei por ofendê-la e isso não foi certo da minha parte, eu também não dei uma segunda chance a você... – fez uma pausa – Só aceito suas desculpas se você aceitar as minhas desculpas por tê-la ofendido, e apenas peço que caso aconteça qualquer outra discussão que você não saia julgando sem antes de ouvir todos os lados, assim como eu também o farei... Confiança se começa construindo dos dois lados, e eu espero que possamos construí-la juntas.

— Eu também espero... Então temos um acordo senhorita Swan. – concordou Regina sorrindo.

— Creio que temos uma reunião daqui a pouco... – comentou Emma ao ver a hora no relógio do escritório – Vamos lá para o consultório? – convidou se levantando.

— Claro. – concordou e se levantou também seguindo a loira na direção do consultório. Regina teve uma leve dificuldade em caminhar com seus saltos na terra. Emma percebeu o céu se fechando rapidamente, e com muita certeza cairia uma chuva bem forte, pois as nuvens estavam bem escuras.

— Eu aconselho a você começar a usar sapatos mais apropriados para uma fazenda... – ofereceu Emma ao ver a morena com dificuldade para andar na terra com seus saltos.

— Irei pensar a respeito disso. – comentou a morena ao chegar ao degrau que dá acesso a porta do consultório – Mas não irei me livrar assim tão facilmente dos meus saltos altos.

— Não disse isso. – riu a loira - Acho que já estão todos aqui. – comentou Emma ao olhar para a hora em seu celular e ver que estavam atrasadas dois minutos – Desculpa o atraso. – pediu Emma ao constatar que realmente só faltavam as duas. – ela fechou a porta e o céu desabou em água, mas muita água mesmo.

— Bom dia! – cumprimentou Regina adentrando no local e se deparando com a sala cheia de gente, a maioria estava em pé e olhou pela janela e via a chuva que caía sem piedade. Todos pararam o que estavam fazendo e ficaram olhando fixos na morena que entrava.

— Bom dia! – responderam de volta quando conseguiram raciocinar. Regina apenas deu um sorriso de lado, percebendo o efeito que havia causado.

— Loirão! – disse mais baixo Ruby assim que se aproximou da loira – Você está muito errada. – Emma a olhou sem entender – Ela não é maravilhosa... – fez um pequeno suspense – Ela é fantástica. Ela é espetacular.

Emma sorriu – Eu te disse. – confidenciou baixo também.

— Juro que se eu não soubesse que você já estava de olho eu até me arriscava a ser arranhada pela dona onça. – zombou a morena.

— Hey! Pare com as sandices, já falei. – Emma falou levemente mais alto, chamando a atenção de todos, mas principalmente de Regina.

— Gostariam de compartilhar algo? – perguntou a morena olhando com a sobrancelha erguida.

— Ui... Arisca, gosto assim. – murmurou Ruby para Emma, que ficou vermelha.

— Não senhorita Mills...

— Na verdade sim...

— Não começa Ruby...

— A Loirão, deixa de ser chata! – interrompeu Ruby e Regina só manteve a sobrancelha erguida Loirão? Era só que me faltava, além de loira fantástica, agora tem Loirão! Regina se controle. — Sei que você acabou de chegar, então vou ser direta... – fez uma pausa e Regina acenou para que ela continuasse – É com relação ao nosso estilo de trabalho, pois o Senhor Henry nos dava certa liberdade para realizarmos do jeito que nos era mais eficiente, por assim dizer, então gostaria de saber se vamos continuar assim com a senhorita. – terminou e depois olhou rapidamente para Emma que parecia que iria desmaiar a qualquer momento.

— Bem, como você mesma disse eu acabei de chegar... – começou Regina – E creio que essa parte quem deva comandar é Emma, pois que eu saiba ela é a encarregada... – fez uma pausa – Mas isso não impedirá que eu passe a observar vocês em seus trabalhos, pois como meu pai, quero muito que nossa parceria dê certo... Mais alguma coisa?

— Não era só isso, muito obrigada senhorita Mills por esclarecer essa dúvida que creio ser comum a todos aqui. – respondeu Ruby sorrindo simpaticamente, então se virou para a loira quando Regina olhou para o outro lado e sussurrou – Loirão, que boca é aquela? Como diria minha avó por meus botões! E que perfume é esse? Dá para ficar embriagada e anestesiada com esse cheiro. É extremamente viciante. E aquela bunda?

— Dá para você sossegar por um instante. – falou sussurrando para a amiga depois que lembrou que estava viva e aproveitou que Ruby não respondeu deu prosseguimento - Bom já que estamos todos aqui, vamos começar... – disse a loira ao se aproximar da mesa juntamente com Regina – Essa é Ruby Lucas, a nossa veterinária principal... – apontou sua amiga – As vezes ela fala mais do que deve.

— Prazer. – cumprimentou Regina – Você que é a neta da Eugenia?

— A própria. – respondeu sorrindo cordialmente, então olhou para a loira e sorriu safadamente, como se dissesse depois vamos conversar – Só falo o necessário. – riu travessamente.

— Esses são David Nolan e sua esposa Mary, eles são os coordenadores dos professores de equitação, assim como técnicos da equipe de equitação.

Regina abriu um sorriso sincero – Prazer.

— Prazer! – disseram os dois ao mesmo tempo. David estava surpreso, e agora ele entendia perfeitamente sua amiga Emma, a mulher era um furacão. Então olhou para Ruby, pois ela já tinha o deixado a par da situação, que sorriu marotamente para ele.

— David Nolan! – exclamou baixo Mary brava percebendo que seu marido não tirava os olhos da morena de olhos castanhos – Você é um homem casado, quer se comportar?

David balançou a cabeça voltando a realidade – Mary, não é nada do que está pensando... – murmurou.

— Não? Então o que é que estou pensando? – perguntou ela ainda brava.

— A Ruby me contou uma história uns dias atrás, e eu agora entendi do porque das reações de Emma. – respondeu ele olhando novamente para Regina.

— Não sei se acredito em você ou não. – duvidou ela ainda enciumada.

— Olhe para Emma... – pediu e assim Mary o fez – Estava vendo ela ficar vermelha com as coisas que Ruby falou? – um aceno positivo de cabeça – Segundo a Loba fofoqueira... – brincou o loiro – A nossa amiga loira está caidinha pela morena dona da fazenda... E era isso que eu estava observando, pois realmente o que Ruby disse faz sentido.

— E nem para me contar essa história? – perguntou se sentindo chateada.

Ele suspirou – A semana foi tão corrida que nem deu tempo, mas hoje eu te conto certo toda essa história. – ele terminou e viu que sua mulher ainda mantinha o cenho fechado – Para com isso Mary, já te disse que só tenho olhos para você, meu amor. – aquilo fez que um sorriso imenso aparecesse no rosto da mulher de cabelos curtos.

— Killian Jones, primo de Mary... – Emma apontou o moreno no canto, enquanto só via a conversa paralela do casal Nolan e Regina não sabia se prestava atenção neles ou em Emma fazendo as apresentações, e por fim continuou prestando atenção as apresentações – Ele é responsável por chefiar os trabalhadores de campo, por assim dizer.

— Encantado. – falou o homem abrindo seu sorriso galanteador. Regina revirou os olhos, e apenas cumprimentou com um aceno de cabeça.

— Pessoal essa é Regina Mills, a nova dona da fazenda. – terminou de fazer as apresentações – Esses são as pessoas que ocupam os cargos de chefia, aí temos os subcargos, que creio que a senhorita irá conhecendo ao poucos.

— Satisfação em conhecer todos vocês. – disse a morena e então passou bem os olhos em todos e percebeu que todos eles usavam calça jeans, bota cano alto, camisa xadrez e chapéu O que há de errado com esse pessoal? Será o uniforme obrigatório aqui na fazenda? Só pode ser isso! Qual é a deles em se vestirem praticamente iguais? Enfim, Regina, você está aqui para a reunião e falar sobre moda com eles— Por favor, vamos nos sentar e começar em definitivo essa reunião, sim?

Todos assentiram e cada um sentou-se em uma cadeira. Ruby fez questão de sentar em uma cadeira ao lado da loira – Agora eu te entendo perfeitamente Loirão. – sussurrou bem baixo só para Emma escutar. Vez ou outra a morena com mechas vermelhas soltava um sussurro para a loira “Aquela saia poderia causar muitos acidentes” “Esses botões desfeitos não fazem bem a nenhuma sanidade mental” “Imagina essa voz gemendo no seu ouvido” esse havia sido o último, pois Regina quase escutou esse comentário, e Ruby achou melhor por fim a esses comentários que deixavam Emma cada vez mais vermelha, mas depois quando elas estivessem sozinhas elas conversariam com muita certeza. Então a seriedade da reunião pairou no ar e ali eles discutiram um pouco sobre tudo: a aulas de equitação, sobre a equipe, sobre a fazenda ser aberta aos fins de semana, sobre a venda/compra e criação de cavalos. Regina se espantou como tudo funcionava bem. Também ficou sabendo que a maioria dos funcionários residia na própria fazenda. No meio da reunião eles escutaram a forte chuva que se formou e caiu sem aviso já estava se dissipando. Estavam conversando até que um funcionário veio avisar que Eugenia havia terminado o almoço e essa foi a dica para encerrarem a reunião, pois eles tinham trabalho a fazer depois que almoçarem.

— Cuidado! – avisou a loira para Regina – A terra esta bem molhada devido a forte chuva que acabou de cair.

Regina ia comentar algo, mas acabou pisando em uma bem pequena poça de lama e quase caiu se não fosse pelo reflexo rápido da loira a segurando. O breve toque das mãos da loira na morena desencadeou uma corrente elétrica em seus corpos, que até respirar ficou difícil por um instante – Obrigada... – murmurou Regina assim que conseguiu um pequeno controle de seu corpo.

— Venha, eu te ajudo. – Emma disse oferecendo seu braço para Regina se segurar – Assim você consegue chegar sem acidentes até a casa principal.

— Obrigada novamente. – agradeceu Regina segurando o braço da loira e de longe Ruby observava tudo com um sorriso malandro de canto de olho.

— Acho que você tem razão Rubs. – comentou David ao se aproximar e ver as duas caminhando para a casa principal – Mas não podemos culpar Emma.

— Claro que tenho... Não podemos, até eu ficaria como a Emma se fosse eu no lugar dela... – brincou a morena – Vamos esperar e depois vamos pegar nossa comida, não podemos atrapalhar o casalzinho. – riram bobamente os dois.

— Com certeza não podemos! – zombou ele também.

— Pronto! Está entregue! – brincou Emma assim que chegaram a porta do fundo da cozinha.

— Obrigada mais uma vez.

— Ah não se esqueça de que depois do almoço te levarei para conhecer a fazenda. – comentou Emma entrando e pegando as vasilhas com a comida para todos – Aconselho colocar uma calça, talvez seja mais confortável para fazer o passeio do que a saia. Até mais tarde.

— Até. – respondeu de volta – Nossa, estou com muita fome... – comentou assim que se virou para Eugenia, a senhora tinha um sorriso travesso no rosto – O que?

— Nada menina Regina, sente-se que vou preparar seu parto. – mais tarde preciso conversar com George e minha neta, preciso tirar umas dúvidas— Que horas vocês irão dar uma volta para conhecer a fazenda?

— Não precisa... – respondeu a morena e pegando prato da mão da senhora e se servindo – Acho que posso fazer isso. – brincou – Creio que logo depois do almoço, assim não me atraso para pegar Henry na escola e estarei aqui quando Katy chegar.

—SQ-

— Eu não vou subir em um cavalo, senhorita Swan. – reafirmou a morena.

— Mas esse é o melhor jeito de se conhecer a fazenda, principalmente depois que choveu como choveu hoje de manhã. – tentou contra-argumentar a loira.

— Você falou que tem um carrinho para passeio, e eu quero ir nele. – ela disse com veemência e cruzou os braços a frente do peito – Só vou conhecer a fazenda nesse carrinho.

Emma ergueu os braços para o alto e grunhiu – Ow mulher turrona... – murmurou e soltou uma respiração forte – Tudo bem... Eu vou lá buscar o carrinho. Espere aqui. – disse derrotada e foi na direção do local onde o carrinho ficava guardado. Regina sorria enquanto via a loira se afastar.

— Pronto, majestade! – disse Emma com um leve deboche ao parar em frente de Regina – A carruagem está pronta.

— Oh minha serva leal, a rainha fica muito grata com esta demonstração de respeito. – retrucou a morena com um leve deboche também se sentando ao lado da loira no banco.

— Então vamos conhecer os domínios de vosso reino, oh vossa majestade. – disse Emma começando a andar com o carrinho para a direção oeste da fazenda. Regina apenas deu um leve sorriso de canto.

— Aqui fica a garagem do maquinário usado na fazenda... – começou Emma ao apontar um grande galpão – Tratores, roceiras, arado, tudo que é máquina grande para assentar terra, cortar grama e outras coisas a mais ficam guardados nesse galpão – Lá para trás ainda faz parte da fazenda, mas é uma pequena área verde que seu pai quis preservar.

— Como ele me dizia... – disse Regina nostálgica – Fazenda sem verde não é fazenda.

— Exato! – riu - Este é o celeiro dois que chamamos, esse é um pouco menor, o celeiro um fica para o lado leste da fazenda... – explicou a loira – Aqui nessa parte temos um pequeno conjunto de casa para os funcionários, esse conjunto é mais novo... – apontou as pequenas construções – Desse lado esquerdo temos o consultório veterinário voltado mais para atender a equipe.

— Quem é o veterinário responsável? – perguntou curiosa.

— É o Victor Whale, mas é subordinado as ordens de Ruby. – respondeu Emma – Ruby é a veterinária principal, mas dá mais atenção aos outros cavalos, já Whale é específico para a equipe.

— Entendi... Não me lembro dele hoje de manhã. – respondeu Regina tentando se lembrar do rosto do homem.

— Ele está viajando em férias... – respondeu Emma – Ele volta semana que vem. Por isso ele não estava hoje na reunião. – a loira apontou uma pequena construção – Esse é o alojamento dos atletas, em uma conversa com seu pai logo no início do projeto da equipe, achamos melhor eles dormirem perto do local de treinamento para evitar a canseira de ficar viajando todo dia para treinar.

— Por que eles viajariam todos os dias?

— Dos nossos seis atletas, apenas a Wendy é de Storybrooke, os outros cinco são de cidades mais afastadas. – respondeu Emma – Mas aqui eles têm todo o apoio, frequentam a escolar regularmente, tem refeições, moradia, plano de saúde, e horas de descanso, e até uma ajuda financeira de alguns patrocínios pequenos que conseguimos ano passado. Até mesmo a Wendy mora aqui... Eles convivendo juntos criam uma ligação de equipe e isso ajuda muito nos campeonatos.

— Acho que aqui não deve em nada as grandes equipes. – comentou Regina surpresa com toda a estrutura que a fazenda oferece.

— Na realidade ainda estamos bem longe disso... – brincou Emma – Mas os nossos planos, meu e de seu pai, são começar bem devagar e ir crescendo aos poucos, passo a passo, e quem sabe um dia termos uma equipe forte para brigar por títulos grandes.

— Se depender de mim, esses planos continuarão.

— Aqui é a área de treinamento dos atletas com os cavalos... – mostrou Emma a sua esquerda – E aqui é o estábulo dos cavalos que usamos para as competições. – mostrou a direita.

— Quais as modalidades que eles competem? – perguntou Regina curiosa.

— Até ano passado nós apenas competíamos na modalidade salto de obstáculos. – respondeu Emma fazendo uma manobra para evitar atolarem devido a terra estar bem molhada – Esse ano além dessa modalidade, também queremos competir na modalidade concurso completo de equitação. – outra manobra com um pouco mais de dificuldade – E esperamos que até o fim do ano começarmos a treinar para competirmos no ano seguinte a modalidade dressage ou adestramento.

— Qual a diferença entre essas modalidades que você falou? – perguntou curiosa e se segurando para não cair – Tome cuidado!

— Eu estou tomando, mas eu avise que o melhor seria vir de cavalo, o chão aqui é muito acidentado e com a chuva ficou pior... – disse Emma quando finalmente conseguiu pegar um trecho mais plano – A diferença entre eles são: salto de obstáculos é a prova mais conhecida, consiste em um percurso de obstáculos e o objetivo é saltar sobre eles e completar o percurso em menos tempo possível e sem derrubar nenhum obstáculo. – fez uma pausa para passar em uma parte mais irregular – O concurso completo de equitação é a combinação de modalidades de dressage, saltos e provas de fundo, esta última pode ser dividida em percursos e caminhos, corrida de obstáculos e cross-country com obstáculos naturais, e pode durar até três dias de provas. – fez uma pausa contornando mais uma poça de lama – E por último a dressage que é o adestramento do cavalo.

— Uau! Agora eu fiquei surpresa... – exclamou a morena se segurando firme – Não sabia que tinha tudo isso de modalidade.

— Tem mais modalidade, mas nós estamos focando apenas essas três no momento. – disse Emma acelerando mais o carrinho para que ele não atolasse – Aqui... – apontou o lado esquerdo é uma imensa área verde da fazenda que será preservada juntamente com o lago, apesar dos cavalos brincarem nele... – brincou – Atrás tem a outra fazenda que seu pai acabou de comprar e ainda não mexemos.

— Que lago lindo! – falou Regina encantada – Henry se encantou com esse lago.

— Não tem como não se encantar com esse lago. – comentou Emma fazendo manobras mais difíceis, o terreno naquela parte estava bem enlameado – Se atolarmos a culpa será sua. – alfinetou a loira.

Regina ergueu uma sobrancelha indagadora – Como?

— Ora a ideia de vir de carrinho foi sua, então se atolarmos a culpa será sua. – rebateu a loira fazendo uma manobra que acabou chacoalhando o carrinho todo.

— Você que é ruim de direção e a culpa é minha? – alfinetou a morena.

A loira respirou fundo, não queria voltar a brigar, mas as vezes era difícil – Aqui fica a área para os passeios de fim de semana que a fazenda abre para as pessoas. – mostrou a grande área ao seu lado esquerdo. Os olhos castanhos se arregalaram com o tamanho da área – Também fica o refeitório para os funcionários durante a semana.

— É tudo bem organizado... – comentou.

— Tem que ser, se não ele não funciona. – respondeu dirigindo até o fim da área, então virou para a direita, então mostrou uma área a esquerda – Aqui é a área que temos voltada para o lazer dos cavalos, tem piscina, pista para corrida, tudo que possamos usar para o cavalo relaxar. – fez uma pausa – Aqui do lado direito temos mais um conjunto de casa dos funcionários.

— Em qual conjunto de casas você e seu pai moram? – perguntou Regina agora curiosa.

— Moramos nesse, juntamente com Bah e Ruby... David e Mary... – respondeu a loira atenta ao caminho, ali o chão estava bem enlameado – Aqui temos o celeiro principal e a frente tem os dois principais estábulos. – Emma passou entre eles – Aqui fica a entrada para os visitantes e alunos, juntamente com o estacionamento para os mesmo... Todos compram um crachá ou pulseira, identificando quem é turista e quem é aluno... Essa fazenda é praticamente uma máquina de fazer dinheiro – brincou fazendo Regina rir também – Como a maioria dos funcionários é antigo, então todos nos conhecemos, mas em caso de dúvida todos os funcionários de campo usam uma braçadeira para identificação. - disse a loira ao fazer a curva e percebeu que o carrinho não saia mais do lugar, acelerou mais um pouco e nada – Droga! – exclamou vencida.

— O que aconteceu?

— Atolamos! – respondeu brava – E a culpa é sua!

— Olha aqui sua loira abusada! – rebateu a morena – Falei que eu não tenho culpa se você é ruim de direção.

— Eu sou abusada? Você que é turrona, se estivéssemos a cavalo não teríamos atolado. – respondeu Emma olhando profundamente para Regina.

— Qual a parte que eu não monto em um cavalo a cabeça loira não entendeu? – debochou segundos depois de se perder e se achar naquela imensidão verde dos olhos de Emma.

— Hei dona onça não fale da cor de cabelos dos outros, apesar de você ter cabelo castanho não entendeu que era melhor ter vindo de cavalo. – falou Emma olhando ao redor do carrinho e viu que elas estavam em uma grande poça de lama – Fique aqui, que vou descer e ver se consigo empurrar o carrinho e desatolar. – comentou indo para trás parar poder descer – E aconteça o que acontecer, não acelere. – pediu firmemente ao descer do carrinho pela parte de trás.

— Acho que sairíamos mais facilmente se acelerar. – comentou a morena olhando a situação.

— E depois eu que sou a loira. – debochou Emma dando um leve empurrão no carrinho – Eu já tentei acelerar e não funcionou.

— Hey! Sua loira aguada, cuidado! – falou Regina se segurando para não cair – Talvez não tenha acelerado o bastante.

— Ops! Esqueci de avisar a vossa majestade para se segurar. – falou Emma com sarcasmo e sorrindo zombeteira – Segure-se majestade que darei outro empurrão em vossa carruagem para ver se consigo sair do atoleiro. – e outro tranco foi sentido.

Aquele sarcasmo na voz da loira fez o sangue de Regina ferver em segundos – Sem problema, serva fiel... – ela sorrateiramente passou para o lado do motorista e um sorriso diabólico surgiu em seus lábios – Eu só acho que devemos acelerar mais para sair do lugar. – e sem aviso pisou fundo no pedal do acelerador e no instante seguinte a loira estava toda salpicada de lama.

— Qual o seu problema? – bradou ferozmente quando Emma se deu conta do que havia acontecido – Qual parte que eu falei para não acelerar, que você não entendeu? – ela estava ao lado da morena, sem se importar com as botas afundando na lama.

— Ops, desculpe! Esqueci de avisar que ia acelerar minha carruagem real. – falou com ironia a morena usando quase as mesmas palavras da loira, com a mão a frente da boca para segurar o riso, mas não aguentou e gargalhou – Talvez o meu problema seja o seu sarcasmo para com a minha pessoa.

— Oh desculpe vossa majestade pelo meu sarcasmo... – Emma fez uma reverência tão baixa que Regina não percebeu a mão da loira se enchendo de lama e quando voltou a posição inicial jogou a lama na morena – Oh mil perdões, oh majestade. – Regina parou de rir no exato momento que viu sua roupa cheia de lama também e olhou furiosa para a loira atrevida e abusada – O que foi? Agora não é mais engraçado? – perguntou a loira com ironia.

— Ora sua... – foi apenas o que Regina disse, seus olhos castanhos faiscantes, no instante seguinte ela havia se jogado contra a loira a derrubando para trás no chão enlameado.

— Olha o que você fez dona onça! – exclamou Emma realmente muito brava agora olhando para Regina em cima de sua barriga, com uma perna de cada lado do corpo, uma mão de cada lado da cabeça, seus olhos fixo um no outro e por poucos instantes o mundo parou ao redor das duas – Isso não irá ficar assim. – então inverteu as posições, ficando ela por cima de Regina, com o corpo mais perto e suas respirações mais próximas, arrepiando todos os pelos do corpo das duas mulheres – E agora? – veio a voz que liberou uma descarga elétrica pelo corpo da morena.

— Sua loira abusada... – exclamou Regina ao se deparar com as costas na lama, e o corpo da loira por cima, Emma ficou alguns segundos olhando fixamente para aquele par de olhos castanhos e seu corpo todo se arrepiou ao escutar aquela voz rouca e no momento Regina seguinte inverteu novamente as posições. Então se levantou deixando a loira no chão, que encheu a mão de lama e jogou na morena, acertando-a em cheio – Você vai me pagar. – falou Regina também enchendo a mão de lama e jogando na loira, mas Emma conseguiu se desviar a tempo.

— Você errou! – cantarolou igual a uma criança, e aquilo deixou a morena com mais raiva ainda, que jogou novamente mais um pouco de lama e de novo a loira se esquivou – Errou de novo. – cantarolou feliz, para então parar de rir quando um punhado de lama acertou seu peito em cheio.

— Ué, agora não é mais engraçado? – alfinetou - Pelo visto dessa vez eu acertei. – falou Regina vitoriosa. No instante seguinte sentiu uma batida em seu peito e quando olhou viu Emma abaixada jogando punhados e mais punhados de lama nela – Isso não vai ficar assim! – rebateu e começou a jogar lama também. Ficaram ali trocando bolas de lama até que elas escutaram um limpar de garganta, pararam e olhando para onde tinha vindo o som.

— O que está acontecendo aqui? – perguntou David montado em cima do cavalo segurando a risada, e Ruby ao seu lado não estava muito diferente. Apesar das risadas, seus olhares eram incrédulos perante tal cena, principalmente por ser inimaginável entre aquelas duas.

— Atolamos! – respondeu Emma brevemente se ajeitando – E houve um pequeno acidente.

— Você quer dizer que você atolou o carrinho, não é? – retrucou Regina se endireitando também e tirando os cabelos que estavam grudados no rosto – Houve um pequeno acidente depois. – parou em uma pose como se estivesse nos tribunais, toda altiva e como se nada tivesse acontecido.

— E de quem é a culpa por termos atolado? – perguntou Emma olhando diretamente para Regina em um sorriso forçado.

— Ora sua, claro. – respondeu sem hesitar e como se fosse a coisa mais óbvia – Contra fatos, não há argumentação. Quem estava dirigindo o carrinho?

— Eu! – respondeu a loira erguendo uma sobrancelha extremamente cabreira.

— Se era você que estava dirigindo o carrinho... – Regina encarnou a advogada – Como posso eu ser a culpa de atolar se eu era apenas uma passageira... Então o fato é que se era a senhorita Swan quem estava dirigindo o carrinho e atolamos, a culpa é exclusivamente sua minha cara. – argumentou por fim.

— Loirão, desculpa, mas a senhorita Mills está com a razão. – zombou Ruby, que no último instante conseguiu segurar o dona onça.

— Claro que não, eu falei para termos vindo de cavalo, mas vossa majestade quis vir de carruagem real. – ironizou novamente Emma colocando as mãos na própria cintura, então escutaram gargalhadas e olharam para ver David e Ruby rindo.

— Desculpem... – pediu Ruby tentando parar de rir – Senhorita Mills, minha avó pediu para avisar que está quase na hora de buscar o pequeno Henry. – mudou completamente o foco do assunto e fez uma pausa – Emma, preciso falar com você.

— David, me ajude a tirar o carrinho do atoleiro, por favor. – pediu Emma se aproximando do carrinho e no momento seguinte o loiro estava ajudando a tirar o carrinho do atoleiro – David, por favor, leve a senhorita Mills para a casa principal... – acrescentou - No carrinho. – pegou seu chapéu que estava no banco.

— Mas e o cavalo... – começou ele próximo do carrinho.

— Eu o levo... – respondeu Emma já montando no animal – Vamos Ruby... Primeiro um banho e depois podemos conversar... Até mais tarde. – disse a loira e saiu em direção a sua casa seguida de Ruby.

David entrou no carrinho e começou a andar em direção a casa principal, e um silêncio relativamente confortável pairava no ar – Senhorita Mills, me permite perguntar o que aconteceu? – perguntou ele dirigindo tranquilamente, pois aquela parte da fazenda estava mais dirigível.

Regina soltou uma longa respiração – Se eu te falar que nem eu sei você irá acreditar? – respondeu ela e ele acenou concordando com a cabeça – Estávamos passeando pela fazenda, conversando e vez ou outra trocávamos umas farpas, então quando chegamos naquele ponto atolamos, e quando percebi vocês estavam olhando para nós... Parecíamos duas crianças brincando na lama. – soltou mais uma longa respiração cansada.

— Bom, está entregue. – ele disse parando o carrinho na porta do fundo da cozinha – Achei melhor para aqui, pois acredito que você não irá querer sujar a casa toda de lama.

— Achou certo. – disse descendo – Muito obrigada. – não esperou por uma resposta e entrou na cozinha.

— Meus botões! – exclamou Eugenia assustada ao ver o estado da morena – O que aconteceu menina Regina?

— Nem eu sei direito, Eugenia... – respondeu a morena cansada – Vou tomar um banho e depois pegar Henry na escola, quando chegar conto melhor.

— Claro, vá tomar seu banho... – comentou a senhora com cara preocupada – Tire as roupas aqui, que eu já as coloco para lavar, assim não ficarão manchadas.

— Obrigada. – agradeceu a morena se despindo e ficando apenas com as roupas intimas – Até mais tarde. – saiu em direção ao banheiro.

—SQ-

— Sem uma palavra, loba tarada ! – falou Emma enquanto caminhavam para sua casa, seguida de Ruby.

— Eu nem abri a boca, Loirão! – exclamou Ruby segurando a risada.

— Nem precisa, pois te conheço muito bem. – comentou Emma assim que chegaram perto da casa. Ela desceu e entregou as rédeas para Ruby – Te encontro daqui a pouco no consultório, é o tempo de tomar um banho.

— Tudo bem... – concordou a morena de mechas vermelhas – Vou guardar os cavalos e te espero lá no consultório. – e saiu em direção ao estábulo, rindo.

Emma suspirou cansada e deu volta pela casa e entrou pela cozinha, e se despiu deixando a roupa suja no canto, depois do banho ela colocaria de molho. Caminhou em direção ao banheiro parar tomar um banho e relaxar, e aproveitaria para colocar os pensamentos em ordem e tentar entender em como um passeio que estava indo bem pode terminar em guerra de lama. Já debaixo da água a loira percorreu cada etapa do passeio, tentando entender o que havia acontecido para terminarem em uma briga na lama. Quando se lembrou de Regina se jogando contra ela, e as duas caindo no chão e a morena ficando por cima, sua pele se arrepiou toda Ah se fosse em outro local, provavelmente seria bem mais interessante. Então se lembrou de quando mudou de posição e ela ficou por cima, uma corrente elétrica passou por todo seu corpo Poxa isso é sacanagem! Preciso desligar o chuveiro de tomar um banho gelado.

— Pronto Ruby! – disse a loira entrando no consultório meia hora depois – O que você quer falar comigo?

— Aqui. – disse entregando os laudos dos cavalos que ela havia feito – O seu parceiro de dança tem uma inflamação em dois locais da coluna, por isso ele estava apresentando dores... – começou a morena explicando enquanto Emma lia por cima os laudos – Os outros dois que estavam juntos estão com contratura muscular, um no pescoço e a égua na lombar, e por fim um está um pouco desnutrido... – fez uma pausa – Fora isso, estão todos bons para treinar.

— Muito bom, Ruby... – comentou a loira fechando a pasta com os laudos – Quanto as necessidades você já tomou as providência, certo?

— Com certeza! Já comecei com anti-inflamatório e uma compressa de água quente para o caso das contraturas. – respondeu Ruby, Emma tinha o olhar perdido – O que foi aquilo que presenciei? – perguntou a morena agora divertida.

— Eu estava lá e não sei... – respondeu Emma jogando a cabeça para trás e as pernas para frente e deixando seus braços caírem ao lado do corpo – Só sei que estava tudo indo bem na medida do possível e então quando vi estávamos brigando na lama.

— Juro que se eu não tivesse visto nunca acreditaria se alguém me contasse. – brincou.

— Nem eu acredito ainda... – riu a loira ainda na mesma posição – Primeiro a gente teve uma conversa de manhã antes da reunião... Ela me pediu desculpas por ter insinuado que eu estava roubando a fazenda e também pedi desculpas por tê-la ofendido.

— Ela te pediu desculpas? – perguntou Ruby com os olhos arregalados e surpresa.

— Sim... – respondeu a loira.

— E você nem para me contar? – questionou fingindo estar chateada.

— Estou contando agora e pare com o drama, loba dramática. – disse Emma em tom de brincadeira - A tarde estávamos discutindo que era melhor ter ido de cavalo do que de carrinho, então passei pelo lado oeste da fazenda, mostrando tudo, e até engatamos em uma conversa amigável por assim dizer, passei perto do lago, então vim para essa direção, as trocas de “elogio” começaram e ficarem mais frequentes quando o terreno se mostrou mais difícil de se passar com o carrinho, quando chegamos lá no estacionamento, atolamos... – fez uma pausa e voltou a se sentar direito – Pedi para não acelerar que eu ia empurrar o carrinho para fora do atoleiro... Novamente começamos a discutir e quando percebi, estava suja de lama, pois a dona onça havia acelerado... – Ruby gargalhava e Emma soltou uma respiração pesada – Então meu sangue ferveu e eu joguei lama nela, e no instante seguinte ela pulou em cima de mim e estávamos no chão...

— Como é? – perguntou a morena incrédula – Regina Mills, aquele mulherão pulou em cima de você? – a loira consentiu com a cabeça e Ruby gargalhou mais ainda – Isso está ficando cada vez melhor.

— Então quando percebi havia invertido a nossa posição, começamos a brigar quem ficaria por cima...

— Loirão, quando vocês se pegarem não duvido que não quebrem a cama. – interrompeu novamente.

— Nos levantamos e ela começou a jogar lama em mim, mas acabou errando as duas primeiras vezes... – continuou a loira ignorando o comentário de sua amiga – A terceira ela acertou e começou aquela briga de jogar lama que você e David presenciaram quando chegaram.

— Ainda bem que eu estava lá, e o David é testemunha do ocorrido também. – brincou mais uma vez Ruby.

— Eram só sobre os laudos que você queria falar comigo? – Ruby respondeu afirmativa com a cabeça – Então vou preencher os relatórios e as planilhas, e dar meu dia como encerrado por hoje.

— Sei sei... Você vai para lá só para poder vê-la. – zombou mais uma vez a morena de mechas vermelhas.

— Não merece nem resposta essa sua provocação. – brincou Emma.

— Por que você sabe que é verdade. – retrucou Ruby sorrindo abertamente.

— Tchau Ruby. – se despediu e foi para a casa principal.

—SQ-

— Mamãe! – gritou Henry ao ver sua mãe parada ao lado da pick-up azul.

— Oi meu príncipe! – disse ela se abaixando para abraçar fortemente o filho – Você se comportou hoje? Obedeceu a professora?

— Sim, eu me comportei e obedeci, então mereço um sorvete, não mereço? – perguntou ele com melhor olhar pidão.

Regina sorriu com a artimanha do filho em conseguir as coisas – Hoje, você ganhará dois pedaços de bolo que Eugenia fez, pode ser?

— Ah! Mas eu queria sorvete. – fez um leve bico contrariado.

— Hoje não podemos, pois tia Katy deve estar chegando a fazenda, pois ela me mandou mensagem quando saiu de Boston. – comentou a morena.

— Sério? – disse ele feliz – Tia Katy está vindo para cá? – Regina acenou com a cabeça – Então vamos para casa! Por que está de pick-up?

— Choveu muito hoje de manhã e a mamãe não queria atolar na estrada. – respondeu Pois já me basta o ocorrido de horas atrás.— Vamos para casa?

— Sim! – respondeu ele empolgado quando Regina afivelou o cinto na cadeira elevado do menino. Subiu no banco do motorista e deu partida na possante pick-up e saiu em direção a fazenda.

 


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Notas finais do capítulo

Não sei nem por onde começar! Gente quanta coisa que rolou kkkk Regina engolindo seu orgulho e se desculpando com Emma... Ruby infernizando Emma na frente da Regina (obrigada a Lcobain por essa dica, pois relendo os comentários como sempre faço, acabei inserindo a zoação de Ruby)... Tivemos mais um capítulo da novela “Troca de Farpas”, pois é a paz não durou muito tempo kkk com direito a passeio e guerra de lama (obrigada a Paulinha também pela dica, pensei em todos os cenários delas brigando, mas não me passou delas na lama) e claro que no próximo capítulo teremos mais Ruby infernizando a Emma e finalmente Kathryn fará sua aparição na fazenda... O que esperar? ... muita coisa ainda kkkkkk

E então me digam o que acharam! Se alguém tiver uma dica, comente, e se eu achar legal colocá-la, pode ter certeza que o farei, isso sempre acaba enriquecendo a história!

Bom, então até semana que vem! o/

O carrinho usado é aqueles que jogadores de golfe usam, só que de 4/6 lugares para quem estiver imaginando.