Som das Palavras escrita por Gabriel


Capítulo 1
foi, vai, irá


Notas iniciais do capítulo

Baseado em Now, do Emblem3.



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Baby, we`re back! Did ya miss me, miss me? Here on this track, are you listening, listening? I’m in the stars. And I'm never coming down! Oh, whoa oh, no one can stop us now!

(Now — Emblem3)

 

Seu avião havia chegado há menos de uma hora, e ele já estava com a chave na fechadura de casa. Foi girando-a e foi.

Entrou correndo — literal e figurativamente — no apartamento, deixou as malas na sala, moveu-se para o quarto que não via há tempos. De imediato, já começou a tirar a roupa. E foram-se gorro, cachecol, sobretudo, jaqueta e camisa. Os sapatos, tirara em meio à correria; os óculos escuros caíram no chão em algum momento. Abriu o zíper da calça enquanto andava até o banheiro. Foi.

Respirou fundo pelos segundos que tivera de descanso — dez, onze, doze… Foi.

Escovou os dentes enquanto se trocava, vestindo uma calça preta de estimação, com pequenos rasgos na altura do joelho, e uma blusa nova de capuz. E já pegou outra mochila, enfiou-lhe a câmera e os mimos que trouxera para algumas amizades em específico. A cachorra, com saudades do lar, pulava em todos os sofás e latia sem parar.

Rapidamente, ponderou se estava esquecendo de algo… Não, nada, foi.

Porta trancada, elevador chamado, cadarços amarrados, elevador descido, zelador cumprimentado. Foi.

Acenou para um táxi e conferiu os bolsos para achar o dinheiro. Era isso!, esqueceu-se de pegar a carteira. Mas não tinha tempo, concluiu ao consultar o relógio. Virou à direita e… Bem, você sabe. Foi.

No caminho, teve que desviar de vários obstáculos: uma velhinha lenta, um pirralho sem rumo, casais — e sua mania irritante de andarem de mãos dadas, que porre —, um gato que fugia de um cachorro, e um ciclista que andava irregularmente pela calçada. E, mesmo assim, foi. Virou numa rua, na outra, a segunda esquerda e então primeira à direita; correu por uma avenida, atravessou-a fora da faixa, cortou caminho pelo parque, assustou um bando de pombos — e pediu desculpas ao senhorzinho que os alimentava. Foi.

Estava tão rápido que ainda passou alguns centímetros de seu destino, pois o freio das solas não foi dos mais eficientes. Mas tudo bem, voltou para a porta, leu “empurra” — mas puxou. Riu timidamente de sua pequena distração e já adentrou o edifício, chamando a atenção do segurança. Mas foi. E foi parado, sim, pelo homem de terno preto, mas nem deu nada. Logo ele o reconheceu, trocaram palmadinhas amigáveis nas costas e palavras rápidas. E, dessa vez, realmente foi.

Fitou o mostrador do elevador, que estava muitos andares acima. Seus pés bateram impacientemente no piso de mármore até resolver ir de escada. E foi.

Degraus, degraus, degraus, vira, mais degraus, mais degraus, puxa corrimão, pega impulso, salta de três em três, só mais três, dois andares. Só foi.

Foi tanto que chegou no andar, saindo desenfreado. Trombou com um colega, esquivou-se de um estagiário com um café. Soltou umas perguntas no ar, responderam-lhe, e descobriu para onde deveria ir. Foi.

Abriu a porta e consultou o relógio: um minuto atrasado para a reunião, mas os colegas todos perdoaram. Seu olhar buscou o dela em especial, e trocaram sorrisos.

E foram daqueles sorrisos que perguntam em silêncio.

“Sentiu saudades?”


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso aí. Qualquer coisa que queiram acrescentar, os comentários estão sempre abertos.



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