Anos de Aventura escrita por JPVicthor


Capítulo 2
Quando temos o que queremos




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E já era meio dia, quando Jake me acordo cutucando o meu rosto. Eu abri os olhos devagar e (Eu tô começando a ficar profissional nisso) olhei direto pro Sol, que junto com o fato deu estar abrindo os olhos agora, deu uma queimada (Que eu já estou acostumado) nas retinas. Eu até tinha esquecido que estava no telhado e rolei para o lado, quase caindo na beirada, e junto com a lembrança de estar no telhado eu me lembrei da Marceline, e o Sol me lembrou que estava de dia. Levantei em um pulo ao lembrar da alergia (Só posso chamar assim) dela á luz. Olhei para todas as direções e perguntei:

—Cadê a Marceline?

Ele riu baixo com a minha preocupação

—Relaxa irmão, ela acordou mais cedo e foi pra casa, deve estar lá na caverna cavernosa dela.

—Ah, ok, ok. Que cheirinho bom cara.

E ele olhou para trás fazendo aparecer os olhos nas costas e depois se voltou pra mim

—Panquecas, eu ia te entregar aqui em cima, mas achei que se deixasse você levar sol do meio dia na cara, ia queimar seu rostinho pálido

Ele falou isso enquanto se esticava para a janela. Abracei o bumbum dele e fui sendo levado junto devagar. Chegando lá em baixo, tudo estava meio bagunçado, como sempre, então só me sentei no sofá e estiquei as costas, sentindo uns estalados na mesma.

—A Princesa Jujuba te ligou, quer você lá assim que tomar café.

Tinha posto as duas mão atrás da cabeça e olhava o teto quando ele falou comigo, então bocejei e o olhei curioso.

—Que cedo. Pareceu assunto sério?

Ele entortou o rosto e deu de ombros.

—Não, era mais um tom daquelas surpresas dela.

Ri e ajeitei a franja que caia nos olhos

—Ela e a Marci tão inventando um monte de coisas pós-festa, você tem alguma coisa pra mim também?

Ele pensou por uns segundos

—Hmm, não, não tenho nada.

—Jura? Eu jurava que ia falar que te peguei.

E ele riu enquanto servia meu prato e o dele na mesa.

—A festa foi ideia minha, e até os presentes que as meninas te deram tiveram dica minha, mané.

Levantei as mãos em sinal de rendição e então comemos nosso café em silêncio. Logo depois peguei meu colar-armadura e meu escudo-espada e desci até a sala do tesouro, onde estava JB (Nome completo : James Baxter Júnior ), nosso pégaso mágico. Tirado dos estábulos (Estava mais pra uma prisão)  do Rei Impuro das Tempestades quando tinha 15 anos, voava tão rápido quanto o vento mas tinha um problema, que convenientemente, podíamos lidar: Ele só ficava alimentado com ouro, por isso era considerado símbolo de status do Rei, e a nossa sala estava cheia de ouro (Pela quarta vez enchida de novo).

—Oi amigão, tudo bem aí?

E ele respondeu com um relincho e bater o casco no chão, mas o seu rosto era simpático e alegre. Andei até o portão e o abri com um empurrão que devia ter sido leve, mas fez a porta bater na parede da parte de fora, quase esqueci do presente da Marceline. Montei no belo garanhão branco com asas douradas e ele fez uma leve corrida até a porta, que acelerou assim que saiu do interior da casa e então alçou voo, no dia anterior eu quase tinha caído com a velocidade da arrancada, agora já conseguia me sustentar bem e ter um bom equilíbrio. E foi um voo de 5 rápido e sem turbulências.

Descemos rápido e ele pousou um pouco sem jeito, então desmontei do alto das suas costas e peguei o rosto dele com as duas mãos.

—Presta atenção, já sabe as regras, não lamba o povo doce, nem as casas deles, se ficar com vontade de comer doce, é só das lixeiras, tudo bem?

Ele assentiu com a cabeça

—Então vai.

E ele me deu as costas e saiu voando devagar pelo reino, alegre e animado com o aroma doce do lugar. Tinha pousado na área da varanda do castelo da princesa, então olhei para a entrada do salão e lá estava ela, bonita e com um rosto compreensivo, como sempre, só que estava mais baixa que eu, detalhe que gostei mas não comentei nada. ela olhou pra mim com seu sorriso leve e falou, formal na medida certa, como sempre.

—Finn, que bom que chegou, tenho umas coisas boas pra te contar, presentes meus.

Saí do transe que era olhar para ela e responde meio apressado.

—Ah sim, claro, notícias. O que cê manda Bonni?

Ela fez sinal com a cabeça pra que eu viesse e fomos andando no corredor cheio de portas do palácio, e de repente uma dúvida caiu na minha cabeça

—Bonni, quantos anos exatos você tem?

Ela virou o rosto dando uma risada enquanto andava

—Que pergunta errada de ser feita a uma mulher Finn, tenho oitocentos e vinte e sete anos, por que a dúvida?

Balancei o rosto devagar

—Por nada, por nada... Espera, espera espera espera, a Marceline é mais velha que você?

Ela pensou por uns segundos e respondeu com um sorriso amigável

—Ah sim, ela é bastante, eu nasci mais ou menos na metade da Guerra, depois de umas reações químicas e doce, ela nasceu um pouco antes disso, já era nova quando a Guerra começou.

—Hm, saquei.

E aquela expressão estranha ficou no rosto dela. Sempre que eu tocava no assunto da Guerra com qualquer uma das duas, elas diziam algo como ¨eu não quero falar sobre isso¨, ou no caso da Marci, simplesmente ficava quieta e estranha, por isso não perguntava muito sobre nada da Guerra, preferia ficar na ignorancia quanto a esse assunto, só parecia vir coisas ruins da guerra.

E andamos por 10 minutos até chegar numa sala cheia de telas de computadores e números, nada que eu entendesse muito, mas a Bonni falou por um tempo sobre DNA e biomassa e formas de vida até ela prestar atenção no meu rosto, que estava com uma expressão que já dizia tudo;

—Não tá entendendo nada né?

E eu disse não com a cabeça

—Olha Finn, o resumo disso tudo é que você pode ter um futuro.

—Não entendi.

Ela se debruçou no painel e segurou o queixo com o punho fechado

—Jake me disse que tem pensado cada vez mais nessa coisa de futuro e família e ser o último humano, e essa pesquisa que eu fiz diz o contrário disso.

—Permaneço sem entender, Bonni

Ela suspirou

—Significa que você pode ter filhos ou relacionamentos com outras formas de vida, e eu também descobri umas outras coisas enquanto te estudava.

Meu olhar logo subiu com a última parte, enfim despertando interesse, então peguei uma cadeira e sentei na frente dela.

—Sou todo ouvidos.

—A mais importante, é que você não é de Ooo.

—Se não sou daqui, sou de onde?

—Isso eu não sei, mas o seu corpo é muito diferente de qualquer outra forma de vida, mais evoluído. Se mexe tão bem aqui por que seu corpo está acostumado com uma gravidade mais pesada, então se sente leve, seu corpo está acostumado a um oxigênio mais pesado e poluído, por isso não sente problemas de cansaço, o clima pra você está sempre agradável porque seu corpo está habituado a um mais quente. Finn, você é completamente diferente de qualquer ser que eu já vi.

As palavras giravam na cabeça e nada parecia fazer sentido, até que a voz da Princesa o tirou do seu transe de overdose de informações

—Mas relaxa, isso tudo só te torna melhor, mais forte.

Eu não tive palavras para dizer, era muito pra assimilar e ela entendeu isso, o que me agradou.

—Bonni, então é possível ter filhos com...

E de repente, uma explosão me cortou, tremeu toda a estrutura do castelo e eu jurei que fosse fazer meus ouvidos sangrarem, foi como se tivesse explodido uma bomba na minha cabeça.

—Caramba.

Pus as duas mãos nos ouvidos mas eles ainda zumbiam, não demorou mais que alguns segundos para voltarem ao normal

—O que foi Finn?

Ainda estava doendo, mas era suportável

—Nada, é que eu escutei alto, acho que muito mais do que foi.

Balancei a cabeça e comecei a andar rápido até a sacada, então falei algumas palavras que deviam ter saído baixo, mas falei alto sem querer

—JB, me encontra na sacada agora, acho que também escutou isso.

Jujuba me olhou estranho, e eu tive que explicar.

—O vento leva todas as palavras até ele se começar a frase com o nome dele.

E notei que estava quase gritando

Ela fez expressão de entendimento então comecei a correr para a sacada, logo chegando e encontrando meu pégaso. Montei nele num pulo rápido e ampliei minha visão até o castelo do Rei Gelado (Não sabia que conseguia fazer aquilo até aquele momento) e tudo ficou mais nítido aos poucos, era um pilar de luz branca que saia do topo do castelo para o céu, abrindo um buraco nas nuvens.

—Eu vou para lá, parece ser sério.

Ainda gritava mas ela ignorou isso, o vento gerado pela explosão estava contra nós, mas balançava o cabelo de chiclete dela harmoniosamente, a deixava linda. Tirei meu foco dela.

—Tudo bem Finn, e olha...

Ela pegou minha mãe e o frio percorreu minha barriga

—Toma cuidado, preciso de você vivo.

Assenti e logo JB bateu as asas forte, nos alçando e depois nos impulsionando.


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