Anos de Aventura escrita por JPVicthor


Capítulo 1
Pense no futuro, Finn




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Ontem eu fiz dezessete anos, e foi uma grande festa. Foi no salão do Reino Doce, tinha música eletrônica e gente se divertindo, inclusive eu, que acordei em casa sem lembrar de muita coisa, mas o Jake me contou tudo. Só escutei toda a história da noite passada rindo (Menos a parte que ele disse que eu tirei a camisa e fiquei girando ela em cima de uma mesa com todos fazendo Ola, Glob, isso foi vergonhoso) e tentando lembrar, em vão, tudo vinha em flashes. Me levantei e fui até meu quarto vestir (ou melhor, colocar) minha armadura, o presente do Jake, era perfeitamente balanceada e quase não pesava, fora o visual legal, ela voltava a ser só um colar apertando a pedra que fica no meio e, óbvio, protegia. O presente da Bonni foi o escudo e espada novos (E tecnológicos, porque é a Princesa Jujuba, não pode ser simples) que também caíram como uma luva, e agora eu estava indo pegar o presente da Marci, que de acordo com ela seria absurdamente mais legal que os outros, uma aventura, atrás do Orbe do Lobo Alfa, que de acordo com ela, ia aumentar os meus sentidos e força em muito, não seria minha primeira relíquia que tinha esses efeitos, quando tinha quinze anos, degolei o Dragão Cinza e absorvi a alma dele. Ela disse que poderia só pegar o Orbe e sair, mas a aventura fazia parte do presente (Não que eu não soubesse que ela tentou pegar sozinha e não conseguiu, mas prefiri deixar ela achar que me enganou). e lá estávamos, andando e conversando, Montanha Da Alcatéia Dourada acima, sobre qualquer assunto bobo, como sempre.

—Então Finn, agora tem 17, é um peso diferente nos ombros. Tem planos de mudar alguma coisa na sua vida, daqui pra frente?

Então eu entortei os lábios de um lado pro outro, sempre fazia quando tinha alguma coisa em mente

—Tá tudo bom do jeito que tá, não acho que eu tenha que mudar alguma coisa. Time que tá ganhando não se mexe, sabe como é né?

—Você é um zé mané mesmo.

E ela riu enquanto me fitava, flutuando com seu chapéu enorme pra cobrir o sol, e eu só conseguia olhar para a montanha acima, já que o sol estava bem atrás dela.

—Não entendi, acha que eu deveria mudar alguma coisa?

—Não alguma coisa, mas não sei, quer dizer, você tem 17 anos agora, é a minha idade e idade da jujubete.

—Marci , você tem mil anos, e a Jujuba tem, tipo, um bazilhão de anos.

—Você entendeu o que eu quis dizer.

—Na verdade, não. Caraca, se tem alguma coisa pra falar, fala.

Tentei fitar os olhos dela, mas o Sol fez questão de afastar meu olhar de novo. E ficou um silêncio imcômodo por alguns segundos, até que ela falou:

—Nah, não era nada. Aí vacilão, acho que aquilo alí são lobos beta.

Eu não consegui distinguir, mas já apertei o colar que se fechou como uma armadura leve e tirei o escudo das costas, a espada ficava dentro dele, e ele tinha várias funções, mas preferi deixar pra outra hora. Me fechei em pose de combate e avancei.

—Olha, eu ia ajuda, mas você parece que tá se divertindo aí.

E ela riu, enquanto eu lutava. E subimos a montanha até o topo, lutamos (juntos, dessa vez) contra o Lobo Alfa e tiramos o Orbe do peito dele, que eu absorvi e já me senti melhor, mas a Marci disse que o efeito levava um dia para ficar totalmente completo. E descemos a montanha, vimos o Sol se pôr nas costas da colina, fomos para a Casa na Árvore, pegamos alguns doces e umas maçãs e fomos para o telhado, vendo as estrelas e rindo, sobre as histórias desse dia, e de outros, foram muitas as aventuras de 5 anos pra cá. Até que as guloseimas acabaram e Marceline deito a cabeça no meu colo, suspirando com a brisa fria da noite em Ooo e me fitando.

—Por causa da imortalidade, eu não costumo notar diferenças em tão pouco tempo.

E ela atraiu minha atenção, que notei que estava encarando o nada.

—Do que tá falando Marci?

—Ah, você sabe, ficou mais velho, seu cabelo agora escorre pra fora dessa sua touca, faz uma franja que eu gosto, ficou forte, com um corpo... Enfim, você mudou bastante, e eu acho que viver tanto me tirou essa atenção nos detalhes.

E eu ri fraco com a vergonha na hora de falar sobre o meu corpo

—Acontece, não que eu saiba como é, só tenho 17 anos, mas só ando com um pessoal que vive pra sempre.

E rimos juntos dessa vez, mas a piada morreu rápido, com um pensamento que bateu na cabeça dos dois.

—Não parou pra pensar no futuro? Sabe, você é um humano normal e...

Ela começou a falar e eu pus um dedo na boca dela

—Não começa, eu tinha até esquecido isso.

Ele colocou os dois braços para trás e se apoiou neles, dando um suspiro.

—Ultimamente, toda vez que olho pra vocês, isso eu digo, você, a Jujuba ou até mesmo a Princesa de Fogo, eu penso nisso, esse pensamento tá me assombrando. Parece que todos a minha volta vão viver pra sempre, bonitos e jovens, e eu vou assistir tudo da minha cama, enquanto respiro com dificuldade e...

—Credo Finn, eu estava falando de família e essas coisas, seu tosco

Ela me cortou e agora rimos pra valer, e isso me ensinou uma lição. Sou só humano, não posso pensar muito no futuro, senão enlouqueço, isso não tirou completamente a ideia da minha cabeça, mas deu uma aliviada na pressão, pelo menos me distraiu da pergunta principal. Marceline me sugeriu outra coisa pra pensar, o futuro, mas o futuro próximo, os próximos anos e próximas décadas, não o fim da minha vida, então vamos... Pense no futuro, Finn.


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