Namorado de Aluguel escrita por Ciin Smoak


Capítulo 11
Mentirosa


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas cheguei né meninas!!!
Me perdoem qualquer erro, foi difícil revisar esse capitulo, estou com os meus quatro sobrinhos aqui em casa, então nem preciso dizer que essas crianças estão colocando fogo no mundo né?



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—Alec, onde estamos indo?

—Ahhhhhhn, ver os troféus que eu ganhei quando estudava aqui, isso, ver os troféus. –É impressão minha ou ele parecia nervoso?

Estávamos andando pelos corredores da escola, que agora estavam vazios. Alec havia me tirado da sala de teatro às pressas alegando que precisava me mostrar algo, nem consegui dar tchau pro tal colega do Jace que estava conversando comigo.

—Você fazia parte de qual time quando estudava aqui? Futebol também? –Alec sorriu e negou com a cabeça.

Ele e Isabelle tinham ido me buscar em casa hoje e confesso que estava muito nervosa, mas depois que nós engatamos uma conversa eu relaxei, Alec era um cara incrível e super divertido, descobri que ele tinha um namorado chamado Magnus e que este fazia faculdade com o meu irmão, os três haviam vindo juntos pra cá e voltariam pra Boston amanha bem cedo. O caminho pra escola do Jace foi tranquilo e por incrível que pareça até a Isabelle estava me tratando bem, eu achei que ela me odiaria depois daquela historia no shopping, mas a morena parecia nem se lembrar daquele episodio.

—Chegamos. –Nós dois paramos em frente a uma grande prateleira de vidro cheia de troféus e medalhes e assim que nos aproximamos pude ver que a escola do Jace levava a melhor em varias modalidades: futebol, vôlei, natação, basquete e corrida. Quando me virei percebi que Alec olhava fixamente um ponto da prateleira e quando segui o caminho que seus olhos faziam me deparei com diversas medalhas, a maioria de ouro, que continham o seu nome e o titulo de “melhor levantador”.

—Ah, entendi. Você era o levantador do time de vôlei. E pelo visto era muito bom em, olha só a quantidade de medalhas! –Ele pareceu encabulado com o elogio e logo sorriu pra mim. Eu achei legal da parte dele querer dividir isso comigo, mas eu não conseguia evitar a desconfiança.

—Alec, você tem certeza que me tirou da sala de teatro só pra poder me mostrar as suas medalhas mesmo? –O garoto ficou um pouco mais branco do que já era e parecia não saber o que me responder, isso me dava mais certeza de que tinha algo nessa historia. Eu estava pronta pra coloca-lo contra a parece quando escutei o barulho de saltos atrás de mim.

—Vamos, vamos crianças. O teste de Hamlet já vai começar e você como uma boa namorada a ruiva tem que estar lá apoiando o meu irmãozinho. –Revirei os olhos pra Isabelle, ao mesmo tempo em que via pelo canto do olho Alec suspirar aliviado.

Caminhamos em silencio até a sala de teatro e quando entramos vimos que Jace estava prestes a começar, fomos rapidamente pros nossos lugares e nos sentamos. Ele estava lindo em cima do palco, era algo natural pra ele, dava pra ver o quanto ele amava atuar.

—Ser ou não ser eis a questão. Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz ou pegar em armas contra o mar de angústias –E, combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir; Só isso. E com o sono – dizem – extinguir dores do coração e as mil mazelas naturais a que a carne é sujeita; eis uma consumação ardentemente desejável.

Todos estavam vidrados nele, Jace falava como se realmente sentisse toda a angustia de Hamlet, sobre a vida, a morte e o amor.

 - Morrer – dormir –Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo! Os sonhos que hão de vir no sono da morte quando tivermos escapado ao tumulto vital nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão que dá à desventura uma vida tão longa. Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo, a afronta do opressor, o desdém do orgulhoso, as pontadas do amor humilhado, as delongas da lei, a prepotência do mando, e o achincalho que o mérito paciente recebe dos inúteis, podendo, ele próprio, encontrar seu repouso com um simples punhal?

Jace foi ovacionado por todos e logo se retirou do palco, vi pelo canto do olho que ele se aproximava de onde estávamos e fiquei surpresa quando o percebi se sentando ao meu lado e entrelaçando a sua mão na minha, sorrimos um pro outro e eu encostei a cabeça em seu ombro. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo, mas todas aquelas atitudes dele me davam esperança de que talvez ele pudesse vir a esquecer da Camille algum dia e nos dar uma chance.

O teste se seguiu normalmente, mas não tivemos mais rodadas de emoção e aplausos, os outros alunos eram bons, mas não conseguiam ser tão realistas quanto o Jace. Comecei a mexer no celular na esperança do tempo passar mais rápido, estava ansiosa pra saber qual peça o professor do Jace escolheria, eu rezava internamente pra que não fosse Romeu e Julieta.

Depois do que pareceu uma eternidade o professor anunciou o fim dos testes e se sentou em uma cadeira estofada no centro do palco, todos os alunos já haviam descido e estavam sentados nas cadeiras destinadas ao público. Ele endireitou a postura e anunciou:

—Os dois testes foram incríveis, queria dar um parabéns especial ao senhor Lightwood pela excelente atuação e dizer que depois de analisar as atuações de cada um e refletir decidi que a peça escolhida é Romeu e Julieta.

Não, não, não, não, por favor Deus, não, não, não. Olhei desesperada pra Isabelle, mas ela não me olhava, estava encarando a Camille que agora ostentava um sorrisinho convencido no rosto. Os dois iam ter que se beijar, droga, agora sim as minhas chances tinham ido pelo ralo de vez!

Senti Jace apertando ainda mais a mão que ele ainda segurava em uma tentativa de me passar conforto, mas me limitei a abaixar a cabeça. Estava completamente aturdida quando senti o celular vibrar no meu bolso e franzi o cenho quando vi que era o numero da Isabelle.

“Respira fundo e segue o roteiro, ruiva.”

Quando me virei pra ela pra poder questionar o que aquela mensagem queria dizer vi que a mesma já se levantava e caminhava calmamente em direção ao professor de Jace, rapidamente eu me levantei e fui atrás dela, a morena pareceu satisfeita quando viu que eu a estava seguindo.

—Com licença professor. –O homem que aparentava ter uns cinquenta anos levantou os olhos dos papeis que lia e sorriu. –Olá Isabelle, há quanto tempo. Posso lhe ajudar em algo? –Isabelle tinha no rosto uma expressão inocente. –Na verdade professor, eu queria dar uma dica, pois sei o quanto o senhor é talentoso quando se trata de peças de teatro e não quero de modo algum que o seu trabalho perca um pouco do brilho. –O professor de Jace parecia interessado nas palavras da morena. –O que quer dizer com isso senhorita?

—Bem, todas as escolas quando vão encenar alguma peça optam por Romeu e Julieta, as pessoas estão ficando um pouco cansadas sabe, já Hamlet é algo inovador, pois raramente é encenada e os diálogos são muito mais interessantes, acho que se o senhor escolher Romeu e Julieta vai jogar fora a oportunidade de mostrar o talento dos seus alunos já que as pessoas estarão tão cansadas da mesmice que não vão dar à devida atenção a peça.

Nesse momento a morena me deu um leve beliscão, aquilo era um pedido mudo pra que eu falasse algo.

—É verdade senhor, na minha escola encenamos Romeu e Julieta no mês passado e foi um fiasco, as pessoas estavam animadas pra prestigiar os alunos, mas quando descobriram do que se tratava a peça ficaram automaticamente desanimadas e foi horrível. –Ok, eu nem faço aula de teatro e essa historia nunca aconteceu, mas foi o melhor que eu consegui no improviso.

O sujeito se limitou a acenar, ele parecia pensativo. Vendo que nosso trabalho estava feito, eu e Isabelle voltamos aos nossos lugares torcendo pra que desse certo, a vaca ainda ostentava aquele sorriso orgulhoso e Jace e Alec pareciam confusos com a nossa atitude, nós duas nos sentamos calmamente e cruzamos os dedos. Vimos quando o professor pareceu sair do seu torpor.

—Silencio todos. Bom, alguns fatos me foram apresentados e me fizeram refletir um pouco, vi que seria bom se tentássemos algo diferente, inovador. Por isso decidi revogar a minha escolha e lhes digo agora que a peça encenada será Hamlet.

Dizendo isso, ele se dirigiu pra fora da sala sendo seguido por outros alunos, vi pelo canto do olho que o sorriso de Camille havia se transformado em uma carranca desgostosa, ponto pra mim vadia. Jace me encarava com as sobrancelhas arqueadas, parecia saber o que tínhamos feito, eu me limitei a sorrir e dar de ombros.

...

O caminho até a minha casa foi divertido, Jace e Isabelle ficaram trocando provocações e Alec se limitava a sorrir e mandar os dois crescerem, eu apenas sorria, fazia tempo que eu não me sentia tão bem assim na companhia de outras pessoas. As minhas “amigas” não eram adeptas desse tipo de brincadeira e eu não me sentia a vontade pra falar de qualquer assunto com elas.

Falando no trio, elas vieram me pedir desculpas hoje na escola e disseram que não gostariam que aquilo atrapalhasse a nossa amizade, eu apenas sorri levemente e concordei, de alguma forma eu não me sentia confortável com aquilo e pra piorar Aline me olhava de um jeito quase maligno e eu sabia que nada de bom viria dali.

—Chegamos ruiva. –Fui tirada dos meus devaneios pela voz da Isabelle, vi que estávamos parados em frente a minha casa. –Ok, obrigada pela carona gente, até mais.

Desci do carro enquanto o pessoal se despedia e percebi que Jace estava me acompanhando, ele me levou até a porta e quando olhei em seus olhos vi um misto de sentimentos ali: carinho, gratidão, admiração e algum outro que eu não conseguia identificar.

—Então Clary, obrigada por ter ido me ver hoje. Eu queria saber se você não gostaria de sei lá, comer uma pizza comigo amanha?

—Eu adoraria.

Sorrimos um pro outro e ele se abaixou pra me dar um leve beijo no rosto, só Deus sabe o quanto eu queria que ele se virasse um pouquinho e beijasse os meus lábios. Depois disso Jace se afastou e foi embora com os irmãos, entrei em casa com um sorriso enorme no rosto que morreu assim que peguei o celular que vibrava no meu bolso.

Era uma foto.

Quando consegui carregar o arquivo vi do que se tratava. Jace e eu nos beijando na lanchonete. Meu coração estava disparado, em cima da foto havia apenas uma palavra.

Mentirosa!


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Notas finais do capítulo

Vish, deu ruim pra Clary em! Quem será que mandou essa mensagem pra ela? E como vai ser esse encontro entre ela e o Jace?
Me desculpem pelo capitulo parado, mas confiem em mim, ele é necessário.
Porém podem ficar felizes porque eu prometo que o próximo vai abalar as estruturas!!!
Preparem o coraçãozinho Clace de vocês!
Xoxoxoxoxo!!!