Princeton-Plainsboro Teaching Hospital

House M. D.

A pressão estava acelerada, o aparelho que media a frequência cardíaca parecia estar maluco, apitando sem parar. O paciente entrava em convulsões e se debatia, enquanto dois médicos tentavam segurar seus braços e pernas, o terceiro aplicou uma injeção indolor para fazer todo o corpo relaxar e sucumbir a um ataque silencioso.

Eles se entreolharam, desacreditados no que viam. House mais uma vez estava certo. E se não fosse por sua epifania no banheiro feminino, eles teriam perdido o paciente.

Mas a intensão de House não era bem salvar, e sim curar antes de Cuddy.


– Feito! Você me deve quinhentas pratas. – Ele entrou pelo escritório sem bater na porta.

Lisa estava acompanhada de uma mulher aos prantos, que assoava o nariz com um lenço de papel. House olhou aquela cena com cara de nojo, voltando a pedir seu dinheiro. Ganho honestamente na aposta que fizeram.

– Senhora Maria, esse aqui é o médico de seu marido. – Cuddy fez as devidas apresentações.


Maria era esposa do homem que sacolejava na maca mais cedo, enquanto House fazia suas necessidades fisiológicas no banheiro feminino e seus subordinados salvavam a vida dele.

– Muchas gracias! Doutor House. – Ela se levantou da cadeira e estendeu a mão, antes usada para limpar o nariz com o lenço de papel.

– Uhm! Não me agradeça. Fiz meu melhor, senhora Maria. – Lisa achou estranho o comportamento de House e deixou que a mulher fosse logo ver o marido.

– O que você está aprontando? – Lisa perguntou séria com as mãos na cintura.

– Nada mamãe! Eu juro. – Ele girou a bengala no ar, fazendo figa com um dos dedos.

– House!!! Eu te conheço, você foi muito gentil com aquela mulher. Está aprontando algo.

– Porque todos duvidam de mim?

– Porque você é um narcisista prepotente e egoísta.

– Quantos elogios. – Ele sorriu, caminhando – ou melhor –, mancando para a porta.

– Espera! Não vai sair assim, sem me dizer o que planeja. – Lisa pegou seu jaleco branco, e foi atrás de House. – Certo! O que você quiser, eu faço. Somente para não prejudicar aquele casal. – Ela estava mesmo confiante de que House queria sabotar o casamento alheio, ou a felicidade alheia, ou a vida de quem quer que fosse.

– Uhm... que tal um jantar? – Ele continuou mancando pelo corredor, desviando das macas. O dia estava agitado.

– Certo! – Lisa colocou o jaleco e virou a esquerda. – Depois do expediente, eu pago.


House parou no meio do corredor, com um sorriso no rosto. Pegou o celular e discou o número.

– Wilson! Você me deve duzentas pratas. – Desligou o celular, mas ainda conseguiu ouvir o amigo do outro lado da linha.

– Holy Crap!

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