Japanese Life escrita por Nicoleta


Capítulo 14
Really Good News


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey, hey!
Acho que não há pessoa mais sumida que eu.
Alguma alminha viva por aí? Algum leitor ainda com esperança de um novo capítulo?
Espero que gostem!

~Nicky ♥



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Bem, o que eu já sabia era que a Momo morava com os nossos avós fazia um tempo e que aquela carta havia sido enviada pelos seus pais e…  Na verdade, apenas tinha conhecimento disso. Acho que sendo assim, ainda vou ter que lhe perguntar algumas coisas.  

Enquanto eu estava sentado na beira da cama da minha prima, ela andava de um lado para o outro do quarto. Eu continuava a pensar no que lhe queria dizer, mais propriamente perguntar, quando ela se sentou ao meu lado. 

— Aqui está. – disse segurando algo nas mãos. — A carta que os meus pais me enviaram. Tive que andar a procurá-la, já que a tinha jogado num canto qualquer.  

— Agora vais lê-la até ao fim? — questionei, curioso com o que estaria escrito naquela folha que a Momo havia recebido. 

— Vou sim, e também vou querer que a leias comigo. - afirmou abrindo a carta. 

Ela não poderia ter-me deixado mais entusiasmado. Eu sabia que aquele pedaço de papel A4 teria algo bom por vir, senão, porque os meus tios não teriam ligado e anunciado o que quisessem dizer? Pois, acho que é um tipo de instinto que tenho. Como as mulheres quando dizem ter um sexto sentido muito aguçado e que nunca se engana.  

Após esse pequeníssimo momento de “reflexão” minha, começámos a ler e foi assim que consegui entender o porquê da minha priminha ter ficado tão triste da primeira vez que havia lido a carta. No entanto, ela agora não parecia muito incomodada com isso. Deve ter passado essa parte à frente e continuado a sua leitura de onde havia parado. Eu fiz o mesmo, continuei a ler e como esperado, a boa notícia aparecera.  

Finalmente! A Momo terminou de ler antes de mim e por isso já se mostrava empolgada. Ela deixou-me terminar e quando eu pousei a carta na sua cama, ela pegou-me nas mãos e começou a saltitar. 

— Bryan, estou tão feliz!! – disse animada. – Eu fui aceita! Não consigo acreditar! – continuou a saltitar que nem uma pequena menina que tinha acabado de receber um enorme embrulho brilhante. 

— Imagino, Momo. – afirmei calmamente, mas igualmente feliz. – Mas já devias saber, és fantástica e muito boa aluna, não devias meio que... Ter adivinhado? – indaguei ao mesmo tempo em que ela continuava a saltitar. 

— Sim, mas mesmo assim... Consegui, consegui, consegui!! – anunciava com um enorme sorriso no rosto. 

—Pois, conseguiste. És uma pessoa incrível a todos os níveis. - disse–lhe e, em seguida, fiz uma pequena pausa. - Uma miúda cinco estrelas, minha cara! - exclamei com um sotaque de cowboy e piscando-lhe o olho. A Momo desatou a rir e depois de largar as minhas mãos deu-me um abraço. 

—E tu és um rapaz seis estrelas, meu caro! - disse imitando o meu “sotaque” à cowboy. - Que eu saiba, não participaste de nenhum filme de Faroeste, Bryan. 

—Ai é que te enganas, minha cara. - retorqui continuando a falar como um cowboy. Ela olhou-me um tanto surpreendida. 

—O quê? A sério? - indagou, com uma expressão de dúvida estampada no seu bonito rosto. 

—Pois com certeza que não, minha menina! - disse, sorrindo para ela. 

—Oh... Bem, até que terias jeito para ator. E... Minha menina?? - ela olhou-me com uma cara convencida. 

—Correção, minha priminha, foi isso quis dizer. O corretor automático fez das suas, de novo... - tentei eu “desculpar-me” pelo erro. 

—Que corretor, Bryan? Isto é uma conversa e não uma troca de mensagens... - disse ainda mostrando uma expressão de quem não está convicta com a minha desculpa esfarrapada. 

—Bem... Vamos ver se ainda vais discordar, se eu te fizer cócegas. - disse, já querendo provocar-lhe o riso fazendo-lhe isso. A Momo soltou-se de mim. 

—Nem penses, Bryan. - negou ela, fitando-me, em seguida. -Se o fizeres, não vou parar de te chamar Bunny! - tentou ameaçar-me, cruzando os braços. 

—Hm... Está bem. Não te vou fazer cócegas e tu não me vais chamar de Bunny, então. Estamos quites... Por enquanto. - disse tentando convencê-la a aceitar a minha proposta. 

—Ok, Bunny! Feito! - disse apertando-me a mão.  

—Momo!! Já estás a descumprir o nosso acordo! - bradei e segurei-lhe a mão quando ela ia soltar a sua da minha. 

—E então? - perguntou quase rindo. 

—A sério? Eu posso descumpri–lo também, sabes... – blefei, não pretendendo realmente fazer o que havia dito. 

—E vais mesmo fazê-lo? - questionou fazendo um biquinho. - Vais mesmo fazer isso à tua priminha?? - continuou ela, fingindo a mais pura inocência.  

Eu olhei-a com uma sobrancelha arqueada fazendo-a perceber que não estava convicto da sua falha tentativa de me persuadir com o seu semblante angelical. 

—Que chato, Bryan. Onde está a empatia para com a tua maravilhosa priminha? - ela continuou. 

—Fazer-te cócegas teria evitado isto... - disse revirando os olhos. - E tu é que és uma chata! - rapidamente retruquei. 

—Também te adoro, Bunny! - afirmou e esboçou um enorme sorriso, mostrando-me a língua em seguida. 

Fiz o mesmo e foi então que a minha mãe abriu a porta de rompante, provocando-nos um pequeno susto. 

—Mas vocês são mesmo barulhentos, meus queridos. O que se estava a passar aqui? - perguntou a Mamys enquanto fechada a porta atrás de si. 

Eu e a Momo entreolhámo-nos sorrindo de lado. 

—Não foi nada demais, querida tia. - declarou a Momo, sentando-se na sua cama e indicando-me que fizesse o mesmo. 

—Não foi o que pareceu de lá de baixo. - a Mamys disse apontado com o polegar para a porta. - Não estavam a discutir, não é? - ela olhou para mim e depois para a minha priminha, sentando-se também. 

—Não, claro que não, Mamys. Estávamos só a... - fiz uma pequena pausa para encontrar as palavras certas - Resolver uns “negócios”. 

—Imagino... - afirmou sorrindo. - Andem, venham jantar, criaturinhas. - pediu levantando-se. - Mas não pensem que acreditei nisso. 

Eu e a Momo mostramos-lhe um sorriso quadrado e dirigimo-nos para a porta. A minha mãe abriu-a e fomos todos para o andar de baixo. 

—Pensei que nunca mais viriam, queridos. Está tudo bem? - disse a nossa avozinha enquanto colocava os pratos na mesa. 

—Tudo sim, avó. Estávamos só a conversar. - respondeu a Momo pegando nos restantes pratos que se encontravam no colo da nossa avó. Eu decidi ir para perto do meu avô, que estava a cozinhar para ajudar a minha prima a terminar de colocar a mesa. 

—Hm... Que cheirinho bom, avô. - disse a Momo que se encontrava agora atrás de mim. - Hey, Bryan, dás-me os copos que estão nesse armário, por favor? Sabes, é que eu não chego lá com a minha altura. - ela pediu-me esperando que eu fizesse o que havia pedido. 

Bem, acho que com a altura dela eu também teria dificuldade em chegar ao que ela queria. Eu tenho 1,72m, então, a Momo deve ter cerca de 1,60m ou talvez um pouco mais. É divertido olhar para ela de cima, tendo em conta que quando éramos mais pequenos era ao contrário. Mesmo tendo ela apenas dezassete anos, a minha priminha parece mais nova do que realmente é. Digamos que, para além da sua “pequena” estatura, o seu rosto angelical não a ajuda muito nesse quesito da idade.  

—Bryan..? - chamou-me a Momo.  

O avô estava ao nosso lado. 

—Hm? O quê? - questionei ainda pensando nos meus devaneios. 

—Não me vais dar os copos? - ela perguntou-me. - É a segunda vez que te chamo. - disse-me e eu entreguei-lhe os copos. - Estavas outra vez no mundo da Lua? Ou viajas-te para mais longe, tipo Marte? Já há vida por lá? - continuou a perguntar-me, enquanto eu tirava os talheres necessários para colocar na mesa. 

—Não, não estava no mundo da Lua. Nem fui para Marte, Momo. E não sei se já há vida lá. Porque perguntas? - questionei não me apercebendo do que estaria ela a falar. 

—Ai ai, Bryan... Estavas a viajar de novo. - afirmou colocando os copos nos respetivos lugares para que cada um de nós tivesse um. 

—Ah sim, desculpa. Distraio-me com muita facilidade mesmo. - referi enquanto colocava um garfo e uma faca para cada um. Os avós tinham outros conjuntos de talheres para além dos típicos pauzinhos usados pelos asiáticos, já que, de vez em quando, recebiam alguns familiares ou amigos estrangeiros. 

—Felizmente, já tinha reparado nisso. - disse-me a Momo sorrindo feliz com o resultado a que havíamos chegado. - Pronto, agora vamos jantar com uma mesa devidamente decorada. 

—Com certeza. Está ótimo, meninos. - disse o avô que vinha com uma pequena travessa com algo que cheirava muito bem. - Momo, podes chamar as madames, por favor? - pediu o avô, voltando para ir buscar mais algumas coisas que havia preparado. 

—Claro, avô. - respondeu ela dirigindo-se para a sala para chamar, como o avô tinha dito, “as madames”.  

Eu decidi então sentar-me, pois ao oferecer-me para ajudar o avô a levar os restantes acompanhamentos para a mesa, ele recusou dizendo que era convidado deles. Em seguida, apareceram as três beldades femininas da casa, que também se sentaram. 

—Ah, vejo que o avô não perdeu o jeito. Cheira exatamente como quando eu era pequena. - contou-nos a Mamys. - Estou ansiosa por provar, pai! - exclamou e, de seguida, o avô reapareceu e sentou-se sorrindo com o elogio que havia recebido da filha. 

—Já o podes fazer, Mari. Estejam à vontade. - disse tranquilamente o avô. 

Começamos a comer e, como seria de esperar, tudo estava divinal. Eu não me lembrava de como eram os pratos do meu avozinho, pois já fazia tempo desde a última vez que os havia provado. Cerca de 14 anos mais propriamente, visto que só estive no Japão durante o meu primeiro ano de vida. Eu estava mais uma vez a “viajar” na Lua... 

 

... 


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Notas finais do capítulo

Comentem!

~Nicky ♥



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