Japanese Life escrita por Nicoleta


Capítulo 11
Moments


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo.
Espero que gostem.

~Nicky ♥



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—Para mim é isto...- desta vez quem pediu foi a Mamy, que me tirou dos meus pensamentos.- E chá verde, por favor. 

—E nós vamos pedir o habitual também. Traga chá verde para todos, por favor.- pediu a avó. 

—Com dois cubos de gelo, se não se importar.- completou o avô, esboçando um sorriso para o rapaz. 

—Claro.- afirmou, depois de anotar os pedidos num simples e pequeno bloco de notas com uma caneta muito singular. Depois, dirigiu-se à cozinha.

Ok... Eu apercebi-me que eles conhecem o local, inclusive, a Momo disse que íamos adorar, mas conhecem até o pessoal? Deve haver muitos empregados aqui, porque, bem, o restaurante é enorme. Tem 2 andares, além de um terraço. É mesmo gigante e bonito, elegante, magnífico...

Estou a desviar do assunto e a perder o foco ou como se costuma dizer "perder o fio à meada". Sobre o que é que comecei a falar? Ahm... Ah sim, vou perguntar diretamente à Momo como é que ela o conhece, porque pelo que sei o restaurante abriu à pouco menos de 1 ano e isso é pouquíssimo tempo.

—Momo, de onde conheces aquele rapaz?- perguntei-lhe sem rodeios. 

—É o filho de uma amiga da minha mãe. Ele andou na mesma escola que eu. Agora está a juntar dinheiro para pagar os estudos, pois recusou a ajuda dos pais. Tem alguns princípios e grandes objetivos, por isso acha que seria "demais" não ser ele a pagar os próprios estudos. Além de que já mora sozinho, então precisa de trabalhar para pagar um monte de coisas. Acho que os pais dele o educaram muito bem e a mãe dele faz uns bolos fenomenais.- explicou-me calmamente, como sempre fez desde que cá cheguei.- Mas porquê? - perguntou depois de uma pequena pausa.

—Não é nada... - disse-lhe, mas ela ainda se mostrava à espera de uma resposta coerente e não de qualquer desculpa inventada no momento, como a eu lhe tinha dito.

—Vocês pareciam conhecer-se. Ele tem quantos anos?- questionei.

—Tem 19 anos.- respondeu-me.- Mas se estás tão interessado, porque não perguntas tu mesmo?- perguntou, rindo logo a seguir. 

—Ah, porque eu não o conheço...- disse, baixando a cabeça.- Não quero parecer demasiado intrometido na vida das pessoas.- finalizei, colocando a minha mão direita a apoiar o queixo, enquanto batia com a ponta dos dedos da outra mão na mesa. Pelo menos acertei a idade dele. 

—Hm... Já ouvi desculpas melhores...- disse-me e depois mostrou-me a língua e, mais uma vez, riu. 

—Não sejas má.- pedi-lhe, um pouco aborrecido.

  -Hey... Calma. A fome deixa-te de mau humor?- perguntou com uma cara cheia de alegria e luz, que com certeza encandearia qualquer um. 

—Talvez...- respondi, ainda aborrecido. 

—Talvez?- indagou curiosa e com uma vontade de rir enorme. 

—Sim, talvez.- respondi um pouco ríspido. 

  -Ok. Olha, os pedidos já estão a chegar, então deixa o mau humor de lado.- disse ela ainda feliz, apesar de eu te sido mal educado.

  -Yey!- gritei, assustando a avó, o avô e a Mamy que me olharam espantados e depois continuaram, como se nada tivesse acontecido, a conversar. 

—Bryan, tens uma folha?- questionou a Momo.

O seu tom de voz parecia de provocação.

—Não fui eu que vim com uma mala...- respondi-lhe, pensando que o que ela tinha perguntado tinha uma resposta mais do que óbvia.

—Ah... ok.- riu.

—Mas porquê?- retomei rapidamente o assunto, pois tinha ficado interessado no que ela queria fazer. 

—É que... Queria começar a escrever uma biografia tua e preciso de todos os detalhes e pormenores, tipo que... Ficas de maus humor com facilidade.- disse obviamente debochando de mim. 

—Ahah.- exclamei, fitando-a , seguidamente, com um olhar sério. 

—E quem sabe... Vender às raparigas da nossa escola. Elas iam adorar sabê-lo! O nome da tua biografia seria: Bryan, a nova sensação de verão ou, no caso, de outono.

—O quê? Porquê?- perguntei confuso com o rumo que a conversa estava a tomar. 

—Ah! Não sabes? - ainda estava a brincar comigo, tenho a certeza disso.

—Não... Porque haveriam elas de o querer saber? - perguntei arqueando levemente uma sobrancelha.

—Assim teriam uma ajuda mais fácil  para te conquistar. Com certeza não passarias fome!- declarou, como se fosse a coisa mais evidente do espaço sideral.

—Como???- não resisti e ri.- Porque haveriam as raparigas de se "apaixonarem" por mim? - fiz as aspas com os dedos.

—A sério que não sabes a resposta dessa pergunta? - ela parecia levemente surpresa.

—Não, não sei.- respondi-lhe ficando cada vez mais concentrado no que ela dizia. 

—Oh Tia... Vocês não têm espelhos em casa?- perguntou ela à minha mãe. 

—O quê, querida?- disse a Mamy.- Espelhos? 

—Sim, espelhos. Não têm?- perguntou novamente à Mamys. 

—Temos sim, mas porquê?- quis saber a Mamy, que até então tinha estado a conversar com os avós.

—Acho que o Bryan não os vê... Já reparou bem no seu filho? É uma graça de pessoa e muito modesto.- disse suspirando.

—Ah Momo...  Prefiro não dizer nada. Mas devo concordar, o meu Bunny não se vê ao espelho, senão seria tão convencido...- parou, e depois sussurrou.- Tão convencido quanto o vosso avô. - sorriu e piscou-nos um olho.

O avô? Convencido? Algo aqui está errado. Pelo menos é do que me quero convencer.

—Obrigada pela informação Tia, vai ser muito útil.- finalizou a Momo, convicta de que aquela informação lhe serviria para alguma coisa. 

—Ah sim? Imagino... Quando precisares de mais "ficheiros confidencias", não deixes de me dizer.- afirmou a minha mãe sorrindo por achar graça à situação.

—Então...- disse eu, querendo retomar a tagarelice. 

—Ai, ai, Bryan. Deixa, vais descobrir.- disse-me, piscando o olho e virando-se para o seu prato. 

Não sei o que dizer... Irei descobrir? Mais precisamente, irei descobrir o quê?  Se eu sou estranho, chamar a Momo assim é um eufemismo. Ela é mesmo "misteriosa" para não a chamar de algo pejorativo. Aliás, seria um exagero fazê-lo. Ela é mesmo fofa e, decididamente, não à necessidade de ser maldoso com alguém como a Momo. No entanto, ela deixa-me intrigado de uma forma bastante incomum. O melhor é eu retirar estes pensamentos incómodos da minha mente. Noutro dia volto a eles... Ou não.

 

... 


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Notas finais do capítulo

Até ao próximo!

~Nicky ❤



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