Damon e Elena - Casamento de Mentirinha escrita por Emma Salvatore


Capítulo 13
Ex-namorado




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— Ai, Elena, você não tem ideia de quão bom está sendo sem Damon na empresa essas últimas duas semanas! – Caroline exclamou. – Stefan tem sido um chefe bem melhor!

— Claro! Ele é o seu namorado – provoquei.

Bonnie engasgou-se com o suco.

— Como? Por acaso tem alguma coisa aí que eu perdi? – ela perguntou olhando de Caroline para mim.

— Eles começaram a namorar no Dia dos Namorados. Stefan a chamou para sair minutos depois que eu desmarquei o cinema. E aí rolou – contei.

— Eu não acredito que você não me falou nada, Caroline! – Bonnie exclamou chocada.

— É que não é nada sério ainda – minha amiga loira tentou justificar-se.

— Já faz um mês! – exclamei. – Como você pode dizer que não é nada sério? Vocês saem toda a noite também!

— Espera um pouco. Então todas as vezes que eu te chamava para sair à noite, Stefan era o seu compromisso? – Bonnie perguntou um pouco chocada.

Caroline apenas assentiu.

— Por que eu sou sempre a última a saber das coisas?! – Bonnie reclamou. – Qual é o problema de vocês?

Caroline mordeu o lábio.

— Desculpa, Bon. Realmente esqueci-me de te contar – ela pediu.

Bonnie suspirou.

— Tudo bem. Dessa vez passa. Mas quando você e Stefan se casarem, quero ser a primeira a saber!

Nós rimos e logo Caroline mudou de assunto.

— E então, Elena, como está sendo sem Damon aqui nessas duas semanas? – ela perguntou. – Pode confessar, está sendo perfeito, não é mesmo?

Eu ri, mas depois pensei um pouco na pergunta de Caroline.

Na verdade, não estava nem um pouco perfeito. Eu estava sentindo como se estivesse em um grande palácio vazio. Era assim que a casa ficava sem Damon e não via a hora de ele voltar.

— Honestamente, Care, estou feliz da vida por Damon voltar amanhã.

*

A porta abriu-se e eu levantei imediatamente do sofá. Damon mal entrou em casa e eu já pulei em cima dele.

— Que bom que você chegou! – exclamei feliz.

— Ei! – Damon fingiu reclamar.

Ele afastou-se sorrindo.

— Imagino então como será quando nos separarmos – ele brincou e meu sorriso morreu. Não queria lembrar-me disso.

— Só senti sua falta – falei dando de ombros. – A casa ficou vazia sem você.

— Claro que ficou! Eu sou o centro de tudo! – ele disse, arrogante.

Eu ri. Sabia que era brincadeira. Ele me acompanhou na risada e logo em seguida, falou:

— Também senti sua falta, Elena.

Nós ficamos encarando-nos por longos segundos e quase nos beijamos, mas Damon desviou.

— Eu tenho que tomar um banho – ele falou sem olhar para mim. – Você me espera para jantar?

— Você não vai desfazer sua mala? – perguntei.

— Não. As meninas fazem isso para mim amanhã – Damon falou, despojado.

— Como assim? Não! Vamos desfazê-la agora! Enquanto você me conta tudo sobre a viagem! – exclamei, puxando sua mala para cima.

— Elena, não foi nada demais. Foram apenas negócios e mais negócios. E nessa mala só tem roupas sociais. Nada mais – ele reclamou.

— Não importa! Nós vamos desfazê-la de qualquer jeito – comecei a subir a escada com a mala.

— Elena, não...

— Vamos logo, Damon!

Ele bufou, mas obedeceu. Ele me encontrou na escada e pegou a mala da minha mão. Nós fomos até seu quarto e Damon a depositou sobre sua cama.

Eu comecei a tirar as roupas não tão perfeitamente dobradas de Damon.

— Então, para onde mesmo você foi? – perguntei.

— San Francisco. Fui acertar detalhes da possível abertura de uma filial lá – Damon explicou.

— E você conseguiu? Vai ter uma filial lá?

— Bem provável.

Estava tirando as roupas de Damon da mala, quando vi algo que me deixou muda.

Um sutiã.

Retirei-o com as mãos trêmulas e apontei para Damon.

— Oh! Deve ter caído quando joguei tudo dentro. Com certeza, uma das mulheres com quem eu dormi deve ter deixado lá – ele contou como se não fosse nada e logo em seguida riu.

"Uma das mulheres". Ele disse no plural. Meus olhos começaram a marejar e eu não podia deixar que Damon visse.

— Eu esqueci. Tenho algo para fazer agora. Depois você termina isso – falei com toda a força que consegui reunir.

— Claro que eu não vou terminar isso! Já disse, as meninas podem fazer amanhã – Damon falou sem perceber o meu estado.

— Como quiser.

Saí do seu quarto a passos largos e quando entrei no meu, atirei-me na cama.

Ele estava com outras mulheres. É claro que estava! Ele não ia passar duas semanas inteiras só fazendo negócios. Ele tinha que fazer outra coisa também.

Como eu era burra! Por que eu ainda sofria por causa disso? Por que minhas lágrimas insistiam em cair e meu coração insistia em ficar apertado?

Damon Salvatore até podia deixar de ser egoísta, deixar de ser arrogante, mas ele nunca deixaria de ser mulherengo.

Não sei quanto tempo fiquei com a cabeça enfiada no travesseiro imaginando Damon com outras mulheres, mas acho que foi bastante, porque senti uma mão acariciando meu cabelo.

Virei-me para ver quem era.

Era ele.

— Você não apareceu no jantar – ele comentou. – Você está bem?

— Não finja que se importa – falei com voz ainda chorosa.

Ele me olhou confuso.

— Você sabe que eu me importo. O que aconteceu, Elena? Por que você está assim? – perguntou, preocupado.

Damon não conseguia perceber que o sutiã dentro de sua mala tinha me afetado. Ele não conseguia perceber, porque não achava que estava errado.

E bem, ele não estava.

Mas eu não conseguia olhar para ele sem lembrar-me disso. Eu precisava ficar sozinha para conseguir entender os meus complicados sentimentos.

— Eu estou bem, Damon. Só estou sem fome – expliquei, mas acho que não fui muito convincente.

— Elena, você tem...

— Eu só quero ficar sozinha. Por favor – pedi com voz fraca.

Ele assentiu. Levantou-se da cama e direcionou-se para a porta. Antes de sair, porém, falou:

— Se precisar de qualquer coisa, não hesite em ir até o meu quarto. Qualquer hora.

Eu assenti e ele finalmente me deixou.

Sorri um pouco.

Com certeza ele não falava isso para as vadias com quem ele dormia. E ter essa certeza fez meu coração aquecer. Eu era importante para Damon.

De algum jeito.

*

— Você ainda está aqui? – perguntei surpresa ao ver Damon na cozinha. – Pensei que já estivesse ido trabalhar. Já são nove horas.

— Queria primeiro checar se você estava bem – ele falou dando de ombros.

Sorri pela preocupação.

— Estou ótima! – exclamei.

Foi a vez dele sorrir.

— Agora sim foi convincente.

— E agora você já pode ir trabalhar, não é?

— É. E já estou de saída.

Ele caminhou para sair da cozinha, mas antes comunicou:

— Vamos jantar hoje fora. Esteja pronta antes das nove.

Eu assenti e ele saiu.

Sem conseguir tirar o sorriso do rosto, sentei-me à mesa enquanto Tracy e Cindy me serviam.

— Srta. Elena, nós não queríamos falar nada, mas... – Cindy começou, mordendo os lábios.

— O quê? – perguntei, curiosa.

— Nós achamos que o Sr. Salvatore gosta da senhorita – Tracy falou de uma vez.

— Quê? De onde vocês tiraram essa ideia? – tentei fazer expressão chocada, mas estava feliz por dentro.

— É que em todos esses anos em que trabalhamos aqui, nós nunca vimos o Sr. Salvatore se importar tanto com alguém como se importa com a senhorita. Nem mesmo com o primo – Cindy explicou, insegura.

— Nós realmente achamos isso, Srta. Elena. E também torcemos para que seja verdade. Gostamos muito da senhorita – Tracy completou.

Sorri. Estava torcendo para que elas estivessem certas.

*

— Não estou nem um pouco surpresa – falei com um pouco de deboche. – Parece que você só conhece esse restaurante.

— Não reclame. Você adora – Damon provocou, saindo do carro.

Entramos no restaurante e o mâitre nos levou para a mesa de sempre. Eu estava começando a apelidá-la de "nossa mesa".

— Então, o que você vai querer? – Damon perguntou, olhando o cardápio.

— Peça por mim. Você sabe que não tenho preferência – dei de ombros.

— Vou pedir o mesmo vinho e pode deixar que vou escolher um prato que você irá adorar – Damon assegurou.

— Ok.

Alguns minutos depois, Damon levantou a mão e fez os pedidos a um garçom.

— Espero que seja bom – provoquei.

— Será – ele garantiu. – Então, o que você fez nessas duas semanas em que estive fora?

Dei de ombros.

— Nada importante.

Damon ergueu uma sobrancelha.

Detalhes, Elena. Eu quero detalhes – ele pediu.

Pensei um pouco sobre o que eu poderia dizer para ele. Na verdade, a única coisa que fiz foi sair algumas noites com Bonnie e chamar Caroline e ela para dormirem lá. Realmente, não foi nada de mais.

— Bem, você sabe que Stefan e Caroline estão namorando, então...

— O QUÊ?!

Ops! Ele não sabia.

— Caroline e Stefan estão namorando?! Desde quando? – ele perguntou totalmente chocado e surpreso.

— Desde o Dia dos Namorados – respondi baixinho.

— Isso faz um mês! – ele constatou. – Aquele idiota nem me contou!

— Bem, Caroline também não tinha contado a Bonnie...

— Mas contou a você, não foi?

Assenti com um suspiro.

— Você não tem nenhuma objeção, tem? – perguntei um pouco insegura.

— Ah, Elena, eu tenho várias objeções – ele respondeu e eu me preocupei. – Mas Stefan é um homem adulto. Se ele quer se envolver com alguém como Caroline, a decisão é dele.

— O que você quer dizer com "alguém como Caroline"? – perguntei um pouco irritada. – Você esqueceu que ela é minha amiga?

— E você deve saber perfeitamente que a sua amiga não é uma pessoa fácil de lidar – ele replicou.

Cruzei meus braços. Droga! Ele tinha razão.

O celular de Damon tocou e ele fez um som de reclamação.

— Tenho que atender isso. Prometo que não vou demorar – ele justificou-se.

— Claro, devem ser muitas mulheres te ligando – provoquei.

— Elena, eu não dou meu número de telefone às mulheres – ele falou como se algo óbvio.

— Eu sou mulher e eu tenho seu número – contestei-o.

— Não vou nem discutir isso – ele falou sem dar importância. – Já volto.

Damon levantou-se e sumiu de vista. Se não era alguma mulher, meu palpite era algum empresário de San Francisco.

— Eu realmente estava imaginando quando eu teria a oportunidade de falar com você novamente – ouvi uma voz conhecida e me virei imediatamente.

— Matt?

— Já faz um bom tempo, Elena – ele falou com um sorriso provocativo. – E parece que subiu de vida, hein? Damon Salvatore, um partidão você arranjou. Estou me perguntando como.

— O que você está insinuando? – perguntei, apesar de suspeitar da resposta.

— Bom, todos nós conhecemos a reputação de Damon. E eu conheço a sua reputação – ele falou em tom provocativo e abaixou a voz. – Será que você era a puritana que dizia ser ou estava só esperando um homem rico para dar o bote?

Levantei-me e dei um tapa em sua cara. Logo depois, sentei-me de novo como se nada tivesse acontecido.

— Não ouse falar comigo dessa forma, Matt. Você não me conhece – falei, firme.

— É. Não sabia que você era uma vadia golpista – ele me insultou mais uma vez. – É isso que você é, Elena. Uma vadia.

— Já disse para você parar, Matt – falei mais uma vez. Minha voz agora estava carregada de raiva.

— Por quê? Agora que é uma Salvatore, eu deveria ter medo de você? Ou medo do que seu marido pode fazer? Até parece que ele se importa com você – ele cuspiu essas palavras com nojo. – Me diga, Elena, qual é a diferença entre você e as outras vadias que seu marido beija toda a noite?

Não é toda noite, fiquei com vontade de consertar. Mas eu não ia deixar Matt me afetar. Ou pelo menos, não ia deixar que ele percebesse.

— Não ouse falar do meu casamento. E do meu marido. O que você tem é inveja! – afirmei, segura.

Ele riu.

— Inveja?

— Damon tem uma coisa que você nunca conseguiu. Eu— continuei, mais segura do que nunca.

— Eu não quero você, Elena – Matt afirmou com nojo. – Eu queria antes, quando você ainda era a mulher que eu pensava. Agora que você não passa de uma vadia...

— Do que você chamou a minha esposa? – ouvi a voz de Damon logo atrás. – Será que você tem coragem de repetir na minha frente?

Percebi que toda a coragem de Matt tinha se esvaído ao encarar Damon. Eu bem sabia como o meu marido poderia se tornar assustador em um piscar de olhos.

— Eu... Eu estava brincando – Matt gaguejou.

— Não, você não estava – revidei. – Acho que você deixou bem claro com suas insinuações. Você acha que eu sou "a vadia privilegiada de Damon".

— COMO É?! – Damon ficou furioso.

Ele agarrou Matt pelo colarinho e pude ver como meu ex-namorado ficou assustado.

— Quero que você diga isso na minha cara. Repita isso na minha frente! – Damon mandou, balançando-o.

Com esforço, Matt soltou-se do aperto de Damon e não hesitou em falar dessa vez:

— É isso mesmo! Eu já namorei Elena. Eu pensei que ela tinha terminado comigo porque não sentia que me amava. Mas agora eu vejo que ela só queria dar o golpe em homem rico. E olha só quem ela foi atrás, um dos maiores mulherengos de New York! E me faz perguntar em como ela conseguiu. Como certeza não foi com conversa.

Damon deu um soco em Matt tão forte que o fez cair no chão. As pessoas que estavam no restaurante olharam para cena, tão chocados quanto eu.

Damon sempre era o mestre em palavras falsas, ele sempre conseguia resolver tudo com sua lábia. Nunca o tinha visto bater em alguém. Pelo menos não em público.

— Não aguenta ouvir a verdade, não é? – Matt continuou, levantando-se. – Não quer que ninguém saiba que Elena é só mais uma das suas vadias. A única diferença é que ela carrega uma droga de anel de ouro no dedo. Mas tirando isso, ela é igualzinha às outras.

Damon socou Matt mais uma vez. E mais outra. Ele socou repetidas vezes até Matt ir para o chão novamente.

— Damon! – chamei-o, enquanto tentava puxá-lo de cima de Matt. – Todo mundo está olhando.

Ele levantou-se, mas pareceu não perceber os olhares chocados à nossa volta. Seu olhar furioso ainda estava focado no meu ex-namorado.

— Nunca mais se atreva a dirigir-se à minha esposa! – ele exclamou com voz autoritária. – E outra coisa, considere acabada a sua vida.

Damon finalmente olhou para mim e pôde perceber a minha expressão surpresa. E chocada.

— Vamos embora – pedi.

— Eu só preciso falar com o gerente. Espere-me no carro – ele falou com suavidade. Era estranho como Damon podia mudar em segundos.

Fiz o que ele pediu. Olhei para Matt caído no chão e sangrando antes de sair. Não pude deixar de esboçar um sorriso. Damon tinha feito isso por mim. No entanto, não conseguia deixar de pensar nas palavras de Matt.

Se eu desse a Damon certas intimidades, será que algo me diferencia das outras mulheres?

Ele se importa com você! Uma voz dizia na minha cabeça.

Mas quem me garante que não há outras que ele se importe também?

Mas se houvesse outras, por que eu seria a escolhida para ser sua esposa?

Meus questionamentos foram interrompidos quando Damon chegou ao carro.

— Sinto muito que você tenha tido que passar por isso – ele falou tocando o meu rosto. – Prometo a você que Matt Donovan nunca mais se meterá em nossas vidas.

— Como você sabe o nome dele? – perguntei, intrigada.

Ele deu de ombros.

— Não há nada que acontece na minha vida que eu não saiba.

— Quando você disse que ia falar com o gerente, você ia falar sobre...

— Exatamente. Matt Donovan está no olho da rua – ele confirmou minha teoria.

— Damon! – repreendi.

Matt era um idiota, mas ainda precisava do emprego. Não conseguia deixar de me sentir culpada.

— Elena! Você ouviu o que esse idiota falou! Você viu como ele te tratou! E não vou deixar ninguém te tratar desse jeito na minha frente – ele garantiu.

Sei que era errado ficar feliz isso com a miséria alheia, mas não pude evitar. Sorri.

Damon tinha me defendido e iria continuar me defendendo.

— Ah, outra coisa – ele falou, surpreendendo-me. – Com toda essa confusão, não consegui te dar isso.

Ele estendeu para mim uma caixa parecida com a que ele me deu no Natal.

— O que é isso? – perguntei um pouco boba.

— Só uma lembrança de San Francisco – ele deu de ombros. – Estava passando por uma joalheria e quando vi, não pude deixar de pensar em você.

Abri imediatamente.

 "Pensar em você".

Ele pensou em mim.

Dentro da caixa, tinha uma linda pulseira com pedrinhas de safiras.

— Oh, meu Deus, Damon! – exclamei. – É linda!

— Que bom que gostou – ele falou com um sorriso.

Dei um abraço nele.

— Obrigada.

Damon podia pensar que era só pela pulseira, mas era por tudo que ele tinha feito por mim hoje. Desde da manhã até agora.

Ele não tinha noção de como meu coração estava feliz e aquecido.


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Notas finais do capítulo

O q acharam da atitude de Damon??
Ele está começando a se apaixonar por Elena??
Comentem!!!



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