— Stefan! O que você faz aqui? – Damon perguntou ao abrir a porta para o primo. – E o que ela faz aqui?

— Elena nos chamou – Caroline respondeu simplesmente, entrando na casa, sem ligar para Damon.

— Na verdade, eu não imaginei que você viria, Care – falei realmente surpresa.

— E por que não? – ela perguntou sem dar muita importância. – Eu não iria passar o meu Natal sozinha, não é mesmo? E quero muito conhecer seus pais e seus irmãos!

Obviamente não era esse o motivo para ela estar aqui. Era Stefan. Caroline sempre viajava para passar o Natal com os seus pais em New Orleans. Se este ano ela ficou, com certeza tem a ver com algum rapaz meio loiro e de olhos verdes.

— Estou surpreso, Damon – ouvi Stefan sussurrar para o primo. – Elena realmente conseguiu mudar seu conceito de Natal.

— Do que você está falando, Stefan? – Damon perguntou um pouco alto.

— Natal é uma celebração para se passar com a família – Stefan explicou. – E pelo que parece você não gostava muito disso, não é mesmo?

Damon afastou-se um pouco do primo e perguntou com uma expressão um tanto confusa:

— Onde você está querendo chegar com isso?

— Você sabe muito bem, Damon. Elena está mudando você. E para melhor – Stefan finalizou, afastando-se dele.

Damon olhou para mim e não consegui desviar. Ele sabia que eu tinha escutado.

Meus pais desceram bem na hora, seguidos por Jeremy e Anna.

Minha mãe usava um vestido longo vermelho que pertencera à mãe de Damon. Nem preciso dizer em como ela estava esplêndida. Meu pai estava de terno, assim como Damon, Stefan e Jeremy. Embora ele achasse que não fazia sentido usá-lo se estávamos em família. Anna estava deslumbrante. Ela estava usando um lindo vestido dourado que ia até o joelho e tinha um decote discreto no busto. Foi um dos meus presentes para ela.

— Então, quem são esses dois? – minha mãe perguntou apontando para Stefan e Caroline.

— Mãe, esse é Stefan, primo de Damon e muito amigo meu e esta é Caroline, a minha melhor amiga – apresentei-os.

— É um prazer conhecê-los, Srs. Gilbert. Elena fala muito bem de vocês – Caroline falou indo abraçar minha mãe e apertando a mão de meu pai. – E você deve ser Anna. Nossa! Você se parece muito com a sua irmã!

Anna deu um sorriso tímido e foi surpreendida quando Caroline abraçou-a.

— E, Elena, por que você não me disse que tinha um irmão tão bonito? – minha amiga falou babando em Jeremy.

Percebi que Stefan ficou um pouco incomodado.

— Ela também não me falou que tinha uma amiga tão gata – Jeremy devolveu o elogio.

Meu irmão pegou a mão de Caroline e depositou um beijo no dorso, sem tirar seus olhos dos dela.

Ao meu lado, Stefan cerrou os punhos.

— Certo. Apresentações feitas, vamos desfrutar um pouco de nosso Natal. Daqui a meia hora será servida a ceia, mas enquanto isso, vamos beber um pouco de vinho – falei tentando aliviar o clima de paquera entre Caroline e Jeremy.

Fiz um sinal para Tracy, que entrou na sala carregando a garrafa de vinho e uma bandeja com as taças.

— Só para constar – Damon sussurrou no meu ouvido –, você não é a dona da casa.

Percebi um pouco de raiva em sua voz. Talvez fosse porque eu tinha escutado o que não devia. Talvez fosse porque ele queria mostrar que eu não o mudava tanto quanto Stefan pensava.

— Sei que não sou. Mas os meus pais e os meus irmãos não sabem disso. Estou me saindo bem como atriz, hein? – tentei brincar, mas Damon permaneceu sério.

Impassível, duro, blindado de todo e qualquer sentimento.

— Tracy! Minha taça! – Damon chamou apressado.

Em um minuto, o copo de vinho já estava em sua mão e o conteúdo era levado a sua boca.

Tracy serviu-me logo em seguida e eu traguei o líquido em um gole só. Meu Natal ia ser realmente ótimo se Damon ficasse com esse mau humor a noite toda.

— Elena! – Anna chamou, aproximando-se. – Não vamos trocar presentes?

— É claro que sim! – respondi um pouco esquecida.

Um dia depois dos meus pais terem chegado, arrumei a árvore com todos os presentes que comprara para eles.

— Vamos, Damon? – chamei, oferecendo minha mão para ele.

Ele abriu um sorriso falso e aceitou a minha mão.

— Vamos.

Agrupamo-nos ao redor da árvore. Meu pai e minha mãe estavam abraçados, felizes.

Sorri. Será que algum dia eu teria isso que eles têm?

Anna olhava ansiosa para os presentes, tentando procurar o seu. Ela sempre fora assim. Jeremy e Caroline trocavam sorrisos enquanto Stefan se esforçava para manter-se sério. Damon estava ao meu lado. Nossas mãos ainda estavam entrelaçadas.

— Bom, eu vou começar – falei, soltando-me de Damon e indo pegar um presente da árvore.

Foi o de Anna. Entreguei a ela e fiz um discurso de como ela era especial e de quanto eu a amava.

Depois que nos abraçamos, de maneira voraz, Anna abriu seu presente e vi seus olhos brilharem de encantamento.

Era um vestido rosa que ia até o joelho e possuía vários detalhes em todo o vestido.

— Obrigada, Elena – ela agradeceu me dando um abraço.

A troca de presentes passou de maneira rápida e quando menos nos demos conta, já estava na hora da ceia.

Estávamos nos direcionando para a mesa já posta da sala de jantar, quando Damon me puxou para um canto.

— Não vou nem perguntar como você comprou aqueles presentes – ele falou com um leve tom de brincadeira.

— Você sabe que foi com o seu cartão – respondi séria. O que ele queria?

Damon também ficou sério com a minha voz e logo em seguida sacou algo do seu bolso. Era uma caixa larga.

— Feliz Natal, Elena – ele me entregou a caixa.

Não pude esconder o meu choque. Damon estava me presenteando?

Abri com rapidez e vi uma pulseira de brilhantes dentro dela.

— Damon... – sussurrei. – Que linda!

Ele sorriu.

— Imaginei que fosse gostar.

Olhei para ele um tanto culpada.

— Você sabe que eu não... Eu não comprei nada para você.

— Eu sei. E nem precisava. Eu quis te dar isso – ele falou ainda sorrindo.

Olhei no fundo dos seus olhos e me deu uma vontade louca de fazer o que não eu não devia. Mas... Ah! Dane-se.

Puxei-o para um beijo e ele correspondeu de maneira voraz. Nossas línguas pediam passagem enlouquecidamente e minhas mãos passeavam pelo cabelo de Damon. As suas mãos estavam em minha cintura, incentivando-me a não ficar longe dele.

Todo ano, eu fazia uma lista de coisas que eu queria pedir no Natal. Este ano eu não precisei fazê-la. Meu desejo já estava se tornando realidade. Estar aqui nos braços de Damon era o melhor que podia acontecer hoje.