Sob um Crepúsculo Diferente escrita por KitCat


Capítulo 8
Capítulo 7 - Edward Cullen


Notas iniciais do capítulo

Oi, como vocês estão?

Bem, aqui está mais um capítulo pra vocês! Olha, eu fiz o possível pra não deixar nada igual ao livro, mas algumas coisas vão estar parecidas, então relevem rs. Espero que vocês gostem e me desculpem pela demora.

P.S.: Tem recadinhos e agradecimentos nas notas finais. Boa leitura ♥



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Quando eu acordei na manhã de segunda-feira, não estava chovendo, apesar das nuvens estarem bem densas e opacas. Eu não havia dormido direito devido aos acontecimentos da aula de Biologia. E nas poucas horas em que eu consegui dormir, eu acabava tendo pesadelos com aqueles olhos negros. E para tentar me distrair, peguei o meu caderno de desenho e comecei a desenhar. Mas depois de alguns minutos, percebi que eu estava desenhando seus olhos escuros. Eu não conseguia parar de pensar neste estranho acontecido, o que resultou em um momento de exaustão, o desenho mortal de seu olhar. Eu amava desenhar e era um passa-tempo que me acalmava, porém não estava surtindo o efeito que eu tanto precisava neste momento. E num movimento de raiva, puxei a folha do caderno, rasguei em pedacinhos, amassei e depois joguei no lixo.

Eu estava cansada e esperava que nos próximos dias pudesse adormecer tranquilamente novamente. Eu ainda estava confusa com a estranha atitude de Edward Cullen. Eu queria tirar satisfações com ele e saber qual era o problema dele comigo, mas eu sabia que não era tão corajosa para chegar e exigir por explicações. Esse não era o comportamento normal dele como foi comprovado por Mike, então deveria ter sido outra coisa, não eu. Tinha que ser outra coisa. Se ele nunca me vira na vida, porque então tratou-me daquele jeito? Depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que ia ficar na minha e ver como Edward agiria hoje. Se ele agisse novamente daquele jeito, eu iria tirar satisfações. Mas se ele fosse amigável e explicasse o que havia acontecido, eu não faria nada e até daria uma segunda chance. Talvez Edward tenha passado mal e por isso agiu daquela forma... Eu preferi acreditar nisto, do que pensar que ele poderia me odiar sem nenhum motivo aparente.

Mike sentou-se comigo na aula de Inglês e depois acompanhou-me até a minha aula seguinte. Mike era legal, mas obviamente a sua atitude não era só por pura educação ou amizade. Era fácil notar as segundas intenções dele e fiquei desconfortável. Eu retribuía seus gestos gentis sempre sorrindo e agradecendo, mas como fazer isso sem dar à impressão que eu não quero algo mais além da amizade dele? Essa era uma pergunta complicada e eu teria que achar a resposta com muito cuidado. E como se isso não fosse o suficiente, havia Jessica que gostava de Mike. Mas Mike estava muito cego prestando atenção em mim pra enxergar Jessica mais atentamente. E agora tentando pensar em uma forma de esclarecer as coisas com Mike e deixar o caminho livre para Jessica, eu também tinha que deixar tudo muito claro até com Eric. Eles eram legais, mas será que era tão difícil notarem que eu só queria ser amiga deles? Eu não sabia como faria pra esclarecer, mas precisava me apressar, pra não lhes dar mais ilusões erradas, mas fazer isso sem sequer magoa-los, seria um desafio e tanto... 

Percebi que as pessoas já não ficavam mais me olhando tanto quanto ontem e isso me relaxou, me dando espaço pra conversar mais confortavelmente com meus novos amigos. Nas trocas das aulas, eu não cruzei com ele, o que foi bom. Eu não queria ter que cruzar com ele e ver aquela expressão de ódio novamente.

Eu tentei dissipar esse nervosismo que estava fazendo o meu estômago querer soltar todo o meu cafe da manhã. Eu estava com medo e quase cogitei ir até a secretaria e dar uma desculpa de que eu não estava bem. Mas isso era besteira. Eu não poderia fazer isso todos os dias, porque meu pai suspeitaria e me faria perguntas que eu não saberia responder. Isso também seria motivo de fofocas e não queria dar munição pra ninguém sair cochichando. Pessoas de cidade pequena poderiam ser bem cruéis quando queriam.

E com isso, decidi que iria enfrentar o que estivesse me esperando no refeitório, porque eu não havia feito nada. Eu estava de consciência limpa. Não tinha porque fugir ou me esconder. Quem tinha que ficar mal pelo modo como me tratou era Edward Cullen, não eu. Sabia que seria impossível tentar agir como se nada tivesse acontecido, mas eu precisava tentar. Se Edward estivesse com aquele olhar de hostilidade, eu iria ignorar. Mas para uma pessoa extremamente curiosa, isso seria uma tarefa um pouco complicada...

No finalzinho do almoço eu já não estava mais prestando atenção na conversa, então distraidamente olhei em volta e sem querer meus olhos pararam na mesa dos irmãos de Edward. Mas o que eu vi lá fez-me desviar o olhar na mesma hora. Rosalie, Emmett e Jasper encaravam-me com raiva. Já Alice encarava-me com evidente curiosidade. Isso me deixou intrigada e com mais perguntas. O que eu poderia ter feito para causar este tipo de reação até em seus irmãos? Pelo menos Alice era a única que não demonstrava raiva. Curioso...

Na aula de Trigonometria, o Sr. Varner chamou-me quando a minha mão não estava levantada e dei a resposta errada. Obviamente corei e abaixei a cabeça completamente envergonhada. Na aula de Educação Física, eu não tive tanta sorte como no primeiro dia. O Treinador Clapp montou duas equipes de Vôlei e eu tive que participar. Mike e eu eramos ótimos como parceiro e depois de duas partidas que o meu time ganhou, o Treinador Clapp acabou nos liberando mais cedo.

Os dias foram passando, mas eu ainda continuava temendo nervosamente pelo momento em que Edward Cullen chegaria. Eu esperava que ele simplesmente me ignorasse ou se explicasse para que todas as minhas perguntas fossem respondidas, mas ele não voltou a aparecer e eu não sabia se ficava aliviada ou nervosa. Era idiotice minha pensar que se ele não estava aparecendo nas aulas, era por minha causa. Eu não tinha que me sentir culpada. Talvez ele tenha mudado de escola... ou talvez ele estivesse dando uma de rebelde e faltando as aulas por algo que acontecera antes... Preferi ter essa teoria do que pensar que eu era a causa de sua ausência. 

Minhas aulas de Biologia estavam sendo menos assustadoras e me permiti não ter mais tanto medo, porque eu sabia que o lugar do meu parceiro de laboratório estava vago. Mas por mais que eu visse no refeitório que Edward não estava, eu sempre segurava o fôlego antes de entrar na aula e quando via que ele não estava, eu voltava a respirar normalmente. Os irmãos de Edward — com exceção de Alice — ainda continuavam me dando olhares nada amistosos e só aumentava para que eu me perguntasse o que havia feito para eles também. Exatamente como sempre, Mike estava ao meu lado. Enquanto íamos para a aula de Biologia, Mike comentava sobre uma visita à praia de La Push que estava para acontecer. Mike agora era mais ousado, porque antes ele parava em pé perto da minha mesa e ficava ali conversando comigo. Mas agora ele passou a sentar-se no lugar de Edward e permanecia até o sinal tocar e o professor entrar na sala. Ele me dava um sorriso triste e ia sentar perto de uma garota de aparelho. Mike até tentou pedir pro Sr. Banner troca-lo de lugar, mas o Sr. Banner recusou seu pedido, o que agradeci, porque eu não tinha tanta certeza se continuaria sendo cordial com ele. Mike era um bom amigo e ele até sabia ser engraçado, mas sua insistente afeição estava me deixando desconfortável e um pouco irritada.

Eu estava aliviada por ter a mesa só para mim e mais aliviada por Edward estar ausente. Talvez Edward nunca voltasse mesmo. E talvez eu nunca tivesse as minhas respostas também. Mas no fundo, eu torcia para que ele não tivesse ido embora por minha causa. Era ridículo pensar que eu poderia ser a causa de seu sumiço e não conseguia parar de pensar que fosse verdade.

Depois da aula de Educação Física, sai correndo do ginásio pro vestiário feminino para me trocar. Me despedi dos meus amigos e caminhei para o estacionamento. Girei a chave na ignição e ignorei as cabeças que se viraram em minha direção. Dei a ré cuidadosamente e entrei na fila de carros que esperava para sair do estacionamento. Liguei o rádio enquanto esperava e tentando fingir que o barulho ensurdecedor estava vindo de outro carro, não do meu, foi que eu vi os Cullen e os gêmeos Halle entrando em um Volvo reluzente. Então aquele Volvo era deles... é claro, eu nunca havia reparado nas roupas deles antes, porque eu estava hipnotizada demais com seus rostos anormalmente bonitos. Agora que eu havia prestado mais atenção, todos eles se vestiam perfeitamente bem. Simples, mas com roupas que claramente eram assinadas por estilistas famosos. Seus rostos tão notáveis e com o estilo com que se comportavam, eles poderiam usar trapos e ainda continuariam muito bem vestidos. Pelas belas roupas, eles provavelmente deveriam ter muito dinheiro. Mas no caso deles, isso não parecia ter aceitação aqui em Forks. Eu não acreditava inteiramente nisso, porque se isolar deveria ser um desejo deles. Eu não conseguia imaginar nenhuma porta que não se abrisse para o grau de beleza dessa família estranha.

Quando eu passei, vi no espelho retrovisor, que eles olharam para a minha caminhonete barulhenta como todo mundo. Ignorando seus olhares, foquei meu olhar na estrada, respirando aliviada por estar enfim indo para casa.

Para o jantar, embrulhei batatas em papel alumínio e coloquei no forno para assar. Deixei alguns bifes marinando em uma frigideira e subi com minha mochila para meu quarto. Antes de começar o dever de casa, vesti uma roupa mais confortável, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e então comecei a fazer meus deveres. 

— Bella? — Meu pai chamou.

Quem mais seria? Pensei comigo mesma.

— Eu estou aqui, pai. — Eu disse descendo as escadas.

Ele pendurou o cinturão da arma e tirou as botas enquanto eu entrava na cozinha. Até onde eu sabia, meu pai nunca havia usado sua arma no trabalho, mas ele a mantinha pronta. Quando eu era criança, ele sempre tirava as balas assim que entrava em casa. Agora que eu já não era mais uma criança, ele provavelmente se sentia mais seguro em manter uma arma carregada. Claro, ele não era louco de deixar uma arma carregada à vista, então ele sempre mantinha uma em seu escritório, trancada dentro da segunda gaveta de sua mesa.

— O cheiro está ótimo, Bells — ele elogiou. — O que temos para o jantar?

— Bife com batatas — eu respondi enquanto tirava as batatas do forno e colocava os bifes para grelhar.

— E você precisa de ajuda com alguma coisa?

— Sim, por favor — eu respondi. — Faz a salada e eu arrumo a mesa.

— Então, você está gostando da escola? Fez algum amigo? — Ele perguntou enquanto picava a salada.

— Sim, fiz alguns amigos legais e tenho algumas aulas com uma garota chamada Jessica. Tenho aulas também com uma garota chamada Angela e um garoto chamado Mike — respondi depois que havia arrumado a mesa.

— Jessica e Angela são boas garotas. Mike é um bom garoto também e vem de uma família muito boa. O pai dele é dono da loja de suplementos esportivos que fica fora da cidade. Eles fazem um bom negócio por causa dos mochileiros que vêm pra cidade acampar ou fazer caminhadas. — Meu pai comentou quando nos sentamos pra jantar.

— E você conhece a família Cullen? — Eu perguntei meio hesitante depois de um tempo ponderando se perguntava ou não.

— A família do Dr. Cullen? Sim, claro! O Dr. Cullen é um ótimo homem e um magnífico médico! Os garotos são... bem, um pouco diferentes e não parecem se adequar muito bem à escola. — Ele apontou, parecendo um pouco irritado e isso me surpreendeu.

— As pessoas dessa cidade... — Ele murmurou com mais irritação. — O Dr. Cullen é um cirurgião brilhante, que poderia trabalhar em qualquer outro hospital do mundo, ganhando dez vezes mais do que ele ganha aqui.  — Ele continuou, falando mais alto. — Temos sorte por tê-lo e sorte por sua esposa querer morar em uma cidade tão pequena. Ele é um aditivo à comunidade e todos aqueles garotos são bem comportados e educados. Porém tive minhas dúvidas quando eles se mudaram e pensei que teríamos problemas com todos aqueles adolescentes adotados. Mas eles são todos muito maduros e nunca tive problema com nenhum deles. Isso é mais do que eu posso dizer de alguns adolescentes, cujas às famílias viveram aqui por gerações. E eles ficam juntos do jeito que uma família deve ficar e às vezes até acampam nos finais de semana.

Eu estava surpresa. Ele era mesmo fortemente contra tudo o que as pessoas diziam. Apesar de não conhecer os Cullen, imaginei que papai estava completamente certo, mesmo que as minhas lembranças não me passassem isso.

— Eu reparei que eles são muito reservados... Mas não pude deixar de notar que todos são muito bonitos também — adicionei tentando ser mais elogiosa.

— Você deveria ver o Doutor Cullen então — ele riu. — Que bom que ele é feliz no casamento, porque muitas enfermeiras se esforçam pra se concentrar em seu trabalho quando ele está por perto.

Eu sorri com sua afirmação e depois terminamos o nosso jantar em silêncio. Papai me ajudou com a louça suja e depois que acabamos, ele foi pra sala assistir TV e eu subi sem vontade pra fazer o meu dever de Matemática, que era o único que faltava. Quando terminei o dever, respirei aliviada e fui tomar banho. Vesti uma calça do pijama da Minnie, uma camiseta cinza velha e dois pares de meias grossas rosa.

A noite estava quieta e escura. Não chovia, mas o frio ainda estava presente. Eu estava exausta e caí no sono rapidamente assim que deitei na cama, agradecendo por não sonhar com nada.

O resto da semana passou rapidamente e sem novidades. Me acostumei à rotina das aulas e na sexta-feira eu já era capaz de reconhecer quase todos os alunos da escola. Na Educação Física eu estava me saindo bem no Vôlei e acabei ganhando alguns pontos com o Treinador Clapp. Edward Cullen não voltou pra escola e seus irmãos ainda me lançavam olhares raivosos — com exceção de Alice Cullen, que ainda continuava me olhando com curiosidade.

Mike estava planejando com animação uma viagem para La Push dentro de duas semanas. Fui convidada e aceitei ir de bom grado. Apesar que praias para mim tinham que ser quentes e ensolaradas, eu não me importava, já que tinha boas lembranças de La Push. Talvez eu encontrasse com Jacob e assim poderíamos nos ver. Apesar de sempre conversarmos por mensagens, eu estava com saudades do meu amigo e essa viagem até La Push seria uma boa oportunidade para vê-lo. Eu não diria nada à ele, porque queria que fosse uma surpresa.

E agora sabendo que talvez o meu parceiro não voltaria, eu me sentia cada vez mais confortável em entrar na aula com nenhuma preocupação que Edward Cullen pudesse estar lá. Até onde eu sabia, Edward havia desistido da escola e tentei não pensar muito, mas eu não conseguia suprimir a preocupação de que pudesse ser a responsável por sua ausência, mesmo que isso fosse sem sentido e muito ridículo. 

Meu primeiro fim de semana em Forks passou sem incidentes. A chuva permaneceu leve, mas o frio continuou pesado. Haviam me convidado para uma festa de aniversário no sábado e eu não iria, mas com papai trabalhando a maior parte do fim de semana, decidir ir, porque não queria ficar sozinha em casa, mesmo às vezes gostasse de curtir a minha própria companhia.

No domingo limpei a casa, fiz o meu dever e depois liguei pra minha mãe. Ficamos conversando por cerca de uma hora e lhe contei tudo, deixando de lado apenas o acontecimento com Edward Cullen. A tarde dirigi até uma livraria, mas o estoque era tão limitado que nem me incomodei em comprar nada. Adicionei uma nota mentalmente que eu teria que ir até Olympia ou Seattle para achar uma boa livraria bem abastecida. Mas desisti assim que pensei em quantas milhas a minha caminhonete faria com um litro de gasolina. Apesar da minha Chevy andar sem nenhum problema, eu não queria brincar com a sorte e acabar parando no meio do caminho com falta de gasolina ou algum problema no motor.

Na segunda de manhã, as pessoas já me cumprimentavam no estacionamento da escola. Eu não sabia todos os nomes, mas sorria e acenava de volta. Esta manhã estava mais fria, mas sem sinal de chuva. Na aula de Inglês, Mike sentou-se no assento de costume ao meu lado e conversamos até a aula começar.

Quando saímos da sala de aula, o ar estava cheio de pedaços brancos rodando por toda parte. Podia ouvir as pessoas gritando excitadamente umas com as outras sobre a neve. Fiz uma careta de desgosto e encolhi-me no meu casaco, puxando mais meu cachecol quando o vento gelado soprou. 

— Ei, olha só, Bella... Está nevando! — Mike disse, encantado.

Eu olhei para os pedacinhos brancos que estavam se alojando na calçada e dançando enquanto passavam pelo meu rosto.

— Isso então significa que o meu dia bom se foi.

Mike pareceu surpreso com o meu comentário.

— Você não gosta de neve? — Mike perguntou-me.

— Não gosto, então nem pense em me acertar com uma bola de neve — eu o alertei.

Ele riu.

— Essa ideia nem passou pela minha cabeça — ele ergueu as mãos em forma de rendimento. — Relaxe, Bella. 

Neste momento, uma grande bola de neve atingiu a parte de trás da cabeça de Mike. Nós nos viramos e vimos Eric andando para longe, de costas para nós, na direção errada para a sua próxima aula. Mike então se curvou e começou a juntar uma bola de neve.

— Eu te vejo no almoço, ok? — Eu continuei caminhando pra não ser um alvo. Mike acenou com a cabeça, com seus olhos na figura se distanciando de Eric.

Durante toda manhã, todos conversavam excitadamente sobre a neve e aparentemente era a primeira nevasca do ano. Talvez eu era a única pessoa dessa pequena escola que não estava entusiasmada com a neve. Mas eu simplesmente não gostava quando a neve derretia em minhas roupas.

Na hora do almoço, caminhei com Angela para o refeitório com bolas de neve voando por todo lugar. Jessica e Eric até tentaram me acertar com uma bola de neve, mas alguma coisa em minha expressão fez com que eles desistissem. Mike estava rindo e com gelo derretendo por seu cabelo arrepiado quando nos alcançou pela porta do refeitório.

Eu olhei para a mesa no canto por puro hábito e congelei onde estava. Haviam cinco pessoas na mesa.

— Bella? O que você vai quer? —  Jessica perguntou, me puxando pelo braço.

Eu olhei para baixo, me sentindo enjoada e confusa.

— Qual o problema com a Bella? — Mike perguntou à Jessica.

— Nada — respondi. — Hoje eu só vou querer um refrigerante. 

— Você não está com fome, Bella? — Jessica perguntou.

— Não. Na verdade, eu me sinto um pouco enjoada...

Eu esperei até que eles pegassem suas comidas e os segui até a nossa mesa habitual, sem arriscar um único olhar para a mesa dos Cullen. Bebi meu refrigerante devagar, sentindo meu estômago revirar. Mike perguntou duas vezes como eu estava me sentindo e lhe disse que não era nada, mas estava imaginando se deveria usar isso como desculpa pra fugir até a enfermaria e conseguir uma liberação. 

Mas isso era ridículo! Por que eu deveria fugir? Eu não fiz nada!

Decidi arriscar uma olhada para a mesa da família Cullen e se Edward estivesse me encarando, eu iria faltar Biologia. Nenhum deles estavam olhando na minha direção. Eles estavam rindo. Edward, Jasper e Emmett estavam inteiramente cobertos com neve derretendo, enquanto Alice e Rosalie se afastavam de Emmett que balançava o seu cabelo pingando na direção delas. Eles estavam aproveitando o dia de neve, igual todo mundo aqui, só que eles pareciam mais com a cena de um filme, não como um de nós. Tirando os risos e as brincadeiras, havia algo diferente em Edward e não sabia dizer o que era. Examinei Edward mais atentamente e notei que a pele dele estava menos pálida, talvez até corada pela guerra de neve. Os círculos embaixo de seus olhos estavam menos visíveis. Havia algo mais ali e refleti, ainda lhe encarando, tentando notar a diferença.

— O que você está olhando, Bella? — Jessica questionou-me, acompanhando o meu olhar.

Neste exato momento, os olhos de Edward brilharam e se encontraram com os meus. Eu abaixei minha cabeça rapidamente, deixando meus cabelos caírem pra cobrir o meu rosto corado. No momento em que nossos olhos se encontraram, ele não parecia severo ou hostil. Ele parecia curioso de novo e insatisfeito de alguma forma.

— Edward Cullen está te encarando. — Jessica deu uma risadinha no meu ouvido.

— Ele não parece estar com raiva, parece? — Perguntei, tentando ter certeza que eu não estava vendo coisas.

— Não. — Jessica respondeu, parecendo confusa com a minha pergunta. — Ele deveria estar?

— Não. — Eu respondi rápido demais. - Mas acho que ele não gosta muito de mim... — Comentei, me sentindo mal com as lembranças daquela dia.

— Os Cullen não gostam de ninguém... Bom, na verdade, eles não prestam atenção em ninguém para gostar. Mas ele ainda está te encarando. — Jessica riu mais uma vez.

— Pare de olhar para ele. — Eu sussurrei e ela sorriu, parando de olhar.

Mike estava planejando uma guerra de neve no estacionamento no final da aula e queria que nos juntássemos. Angela e Jessica concordaram alegremente — Jessica mais animadamente que Angela. Já eu fiquei de fora e ninguém insistiu.

E pelo resto do horário de almoço, tentei manter minha atenção na conversa com meus amigos. Já que Edward não parecia estar com raiva, eu decidi que iria para aula de Biologia. Mas ao pensar que teria que me sentar perto dele novamente, meu estômago deu cambalhotas.

Quando caminhamos para a porta, todos gemeram. Estava chovendo e todos os traços de neve estava sendo levado embora pela chuva. Coloquei a minha touca do moletom que usava por baixo do meu casaco, totalmente alheia ao desapontamento dos meus colegas.

Uma vez dentro da sala de aula, vi com alívio que a minha mesa continuava vazia. A aula ainda não havia começado e a sala zumbia com a conversa. Peguei meu caderno de desenho e comecei a desenhar, um passa-tempo pra manter meus olhos longe da porta.

Não muito concentrada no que desenhava e em alerta, ouvi atentamente quando a cadeira ao meu lado se moveu, fazendo meu coração disparar e eu errar um traço no desenho. Não olhei pro lado, continuando com meus olhos no que desenhava.

— Olá. — Disse uma voz calma e musical.

Eu olhei pra cima, chocada porque Edward Cullen estava falando comigo. Ele estava sentando tão longe de mim quanto a nossa mesa permitia, mas sua cadeira estava virada para mim. Seu cabelo estava pingando e desgrenhado. Seu rosto estonteante era amigável e um leve sorriso estava em seus lábios. Sua expressão expressava simpatia, mas seus olhos eram cautelosos.

— Meu nome é Edward Cullen. — Ele continuou quando eu não respondi. Eu ainda lhe encarava sem acreditar. — Eu não tive a oportunidade de me apresentar na semana passada. Você deve ser Bella Swan, certo?

Minha mente estava girando de tão confusa e me perguntei se havia imaginado tudo aquilo. Ele estava sendo perfeitamente educado agora e eu precisava falar alguma coisa. Ele estava esperando uma resposta, mas eu não conseguia pensar em nada. Ele falava tão bem que tive a sensação de estar falando com alguém da realeza. Sentia-me intimidada em dizer alguma coisa. Sentia-me estúpida e com medo de falar algo bobo. 

— C-como você sabe o meu nome? — Eu gaguejei, sentindo minhas bochechas corarem.

— Eu acho que todo mundo aqui sabe o seu nome. A cidade inteira estava esperando você chegar.

Eu fiz uma careta quando ele disse isso. Ele estava certo.

— Não. — Eu insisti. — Quero dizer, porque você me chamou de Bella? — Perguntei, deixando ele confuso.

— Você prefere Isabella?

— Não, quer dizer, eu gosto de Bella, mas acho que o meu pai deve me chamar de Isabella pelas minhas costas, porque é assim que todos aqui parecem me conhecer.

— Ah — ele deixou passar essa.

Sentindo-me estranha, olhei para o outro lado. O Sr. Banner começou a aula e tentei me concentrar na experiência que faríamos hoje. Os slides na caixa estavam fora de ordem e teríamos que trabalhar juntos. Teríamos que separar os slides em tipos de raízes das espécies de células das fases da mitose que representavam e etiqueta-las adequadamente. Não poderíamos usar os livros e em vinte minutos o Sr. Banner voltaria para ver quem havia acertado.

— Podem começar. — Ele ordenou.

— Primeiro as damas, parceira? — Edward perguntou.

Eu olhei pra cima e o vi sorrindo. Seu sorriso era tão lindo, que eu não podia fazer nada além de olhar pra ele como se ele fosse um cantor famoso e eu a fã toda apaixonada.

— Ou eu poderia começar, se você quiser. — Ele sugeriu, fazendo seu sorriso sumir. Sua expressão se tornou confusa e irritada. Me sentia mal. Não queria que ele se irritasse comigo e me desse aquele olhar arrepiante de novo.

— Não. — Eu disse, corando. — Eu começo.

Eu já havia feito essa experiência e sabia o que procurar, então queria mostrar pra ele que eu sabia. Coloquei o primeiro slide no lugar embaixo do microscópio, ajustei a lente para o objetivo de 40x e estudei o slide brevemente.

— Prófase. — Eu disse com confiança.

— Você se importa se eu olhar? — Edward me perguntou quando eu comecei a remover o slide. A mão dele segurou a minha inadvertidamente para me parar quando ele perguntou. Os dedos dele estavam frios e era como se ele tivesse enfiado a mão na água gelada. Apesar do gelo anormalmente de sua mão, não foi por isso que eu puxei a minha tão rápido. Quando Edward tocou-me, eu senti uma corrente elétrica passando por nós.

Estranho... Mas uma coisa pra adicionar na lista sobre Edward Cullen.

— Me desculpe. — Edward pediu, tirando sua mão imediatamente. No entanto, ele continuou tentando alcançar o microscópio. Lhe observei ainda vacilante, enquanto ele examinava o microscópio por um tempo ainda menor do que eu e me perguntei se ele também já havia feito essa experiência antes.

— Prófase. — Ele concordou, escrevendo no primeiro espaço em branco da nossa folha de trabalho. Ele rapidamente trocou o primeiro slide pelo segundo e olhou curiosamente para ele.

— Anáfase — Ele murmurou, escrevendo no papel enquanto falava.

— Eu posso? — Perguntei, mantendo minha voz indiferente. Ele sorriu maliciosamente e me passou o microscópio.

Eu olhei pela lente ansiosamente e me desapontei.

Droga. Ele estava certo.

— Slide três? — Eu levantei minha mão sem olhar para ele.

Edward me passou e parecia que ele estava tendo muito cuidado para não me tocar novamente. Eu dei a olhada mais rápida que consegui.

—Intérfase. — Eu passei o microscópio antes que ele pudesse pedir.

Ele olhou rapidamente e então escreveu. Eu podia ter escrito enquanto ele olhava, mas sua escrita limpa e elegante me intimidou. Não queria sujar a nossa folha com meus garranchos desajeitados.

Nós terminamos antes mesmo que qualquer outra pessoa estivesse perto. Podia ver Mike e sua parceira comparando dois slides várias vezes e outro grupo tinha aberto o livro por debaixo da mesa. Isso não me deixou alternativa a não ser tentar não olhar para ele... sem sucesso. Eu olhei pra cima e ele estava olhando pra mim, com aquele olhar de frustração. De repente, eu percebi qual era a súbita diferença neles.

— Você usa lentes de contato? — Eu soltei sem pensar.

— Não — disse ele, com um leve indício de um sorriso divertido nos lábios.

— É que eu achei que seus olhos fossem de outra cor.

Ele encolheu os ombros e olhou para longe. De fato eu tinha certeza que algo estava diferente. Lembrava nitidamente daquela cor negra em seus olhos na última vez que ele olhou para mim. A cor era facilmente notável em contraste com a sua pele pálida e seu cabelo ruivo. Hoje os olhos dele tinham uma cor completamente diferente. Uma cor estranha, mais escura que Uísque, mas com a mesma tonalidade dourada. Era uma cor âmbar. Um dourado estranho, mas lindo e intenso. Eu não entendia como isso podia estar acontecendo, a não ser que por alguma razão ele estivesse mentindo sobre as lentes de contato.

Ou talvez Forks estivesse me deixando louca.

Olhei pra baixo e notei que as mãos dele estavam apertadas em punhos. Mas antes que eu pudesse especular qual era o motivo, o Sr. Banner veio até a nossa mesa pra ver porque não estávamos trabalhando. Ele olhou para ver a experiência completa e então olhou mais atentamente para checar as respostas.

— Então, Edward... Você não achou que Isabella poderia ter uma chance com o microscópio? — Sr. Banner perguntou.

— Bella — Edward o corrigiu automaticamente. — Na verdade ela identificou três dos cinco. — Edward afirmou.

O Sr. Banner olhou para mim e sua expressão era cética.

— Você já fez essa experiência antes? — Ele perguntou e eu sorri timidamente.

— Não com raiz de cebola. — Admiti, envergonhada.

— Blástula de peixe branco?

— Sim.

O Sr. Banner concordou com a cabeça. — Você estava numa colocação mais avançada em Phoenix?

— Sim.

— Bem — ele disse depois de um momento. — Eu acho que é bom vocês dois serem parceiros de laboratório.

Depois que o Sr. Banner se foi, peguei meu caderno de desenho e voltei novamente para o que eu estava desenhando.

— É uma pena sobre a neve, não é? — Edward perguntou.

Eu tinha a sensação de que ele estava se esforçando para conversar comigo e a paranoia me atingiu. Era como se ele tivesse ouvido a minha conversa com Jessica no almoço e estivesse tentando provar o contrário.

— Na verdade não — respondi com sinceridade e pouco me importando.

Eu ainda estava tentando desalojar o estúpido sentimento de suspeita e não conseguia me concentrar completamente no que estava desenhando.

— Você não gosta do frio. — Ele adivinhou.

— E nem da chuva — eu concordei.

— Então por que você se mudou para Forks?

Ninguém havia me perguntado isso ainda, pelo menos não tão diretamente como ele. Eu pausei por um longo momento, então cometi o erro de encontrar o seu olhar novamente. Seus olhos dourados me confundiram e eu respondi sem pensar.

— Minha mãe se casou de novo.

— Isso não parece tão complexo — ele discordou. — E quando isso aconteceu? — Ele perguntou, gentilmente com um sorriso.

— Em setembro — eu respondi. 

— Mas você não gosta dele. — Edward presumiu e seu tom ainda era gentil.

— Não, eu gosto dele. Phil é bem legal. — Eu dei um meio sorriso.

— Então porque você não ficou com eles?

Eu não conseguia compreender o seu interesse, mas ele continuou a me olhar com olhos penetrantes, como se a história da minha vida fosse de extrema importância para ele.

— Hum... Bem, Phil viaja muito. Ele ganha a vida jogando bola.

— E eu já ouvi falar dele? — Ele perguntou, sorrindo em resposta.

— Provavelmente não. —  Eu ri. — Ele não joga bem. Ele é da segunda divisão, então ele se muda muito.

— Então a sua mãe mandou você pra cá para poder viajar com ele. — Ele disse novamente como uma suposição, não uma pergunta.

— Não, ela não me mandou. Eu que quis vir.

As sobrancelhas dele se franziram.

— Eu não entendo... — Ele admitiu e parecia frustrado.

Eu suspirei. Por que eu estava explicando isso tudo pra ele? Ele continuou me encarando com obvia curiosidade.

— Bem, a verdade é que eu quis morar com meu pai para poder passar mais tempo com ele.

Eu me perguntava por que ele ainda estava me olhando daquele jeito.

— Então você está gostando de Forks? — Ele estava curiosamente com um sorriso.

Eu encolhi os ombros.

— Eu sinto falta do sol, mas não é tão ruim. — Eu sorri.

Edward parecia fascinado com as minhas palavras. Seus olhos eram intensos e sustentei seu olhar, sem a minima vontade de desviar. Eu estava curiosa com a sua nítida curiosidade sobre a minha vida e tive que perguntar.

— Por que parece ser tão importante pra você saber sobre mim? — Eu questionei lhe olhando.

— Boa pergunta... — Ele respondeu.

Porém, depois de alguns minutos de silêncio, eu percebi que essa era a única resposta que eu receberia dele.

Eu suspirei e olhei para o quadro negro de cara feia.

— Eu estou te aborrecendo? — Ele parecia divertido. Eu olhei para ele sem pensar e de novo disse a verdade.

— Não exatamente... Minha mãe costuma me chamar de seu "pequeno livro aberto" —  Eu imitei o jeito dela falar e Edward riu da forma engraçada que falei.

 — Pelo contrário, eu acho você muito difícil de ler. — Ele apontou. 

Apesar de tudo que eu disse e tudo que Edward quase presumiu, ele parecia sincero.

— Você deve ser um bom leitor então. — Eu comentei.

— Geralmente sou. — Ele sorriu largamente, mostrando uma série de dentes super brancos e perfeitos.

Neste momento, o Sr. Banner pediu ordem na sala e me virei aliviada para ouvir.

Eu não conseguia acreditar que eu havia acabado de explicar um pouco da minha vida para este garoto lindo e estranho, que pode ou não me desprezar. Edward pareceu absorvido pela nossa conversa assim como eu, mas agora eu podia ver pelo canto do olho, que ele estava se mantendo longe de mim de novo. Suas mãos estavam agarrando a borda da mesa com inegável tensão.

Eu tentei fingir que estava prestando atenção enquanto o Sr. Banner explicava com transparências no projetor, o que eu havia visto antes sem dificuldade alguma no microscópio. Quando o sinal finalmente tocou, Edward me deu um breve aceno e correu rapidamente da sala como na segunda feira passada. Mike pulou para meu lado e se ofereceu para carregar meus livros.

— Aquilo foi horrível — ele gemeu. — Todos pareciam exatamente iguais para mim. Você tem sorte por ter tido o Cullen como parceiro.

— Eu não tive problema algum. — Disse um pouco magoada pela sua suposição. — Eu já havia feito essa experiência antes de qualquer maneira.

— Então... o Cullen pareceu amigável hoje. — Mike comentou enquanto saíamos da sala e notei que ele não parecia nada feliz com isso.

Dei de ombros e tentei parecer indiferente.

— Eu me pergunto qual era o problema dele na semana passada...

Eu ainda estava intrigada com aquele acontecimento estranho e que me assustou, me fazendo ter pesadelos e me deixando com perguntas, que, obviamente, não foram respondidas.

Não conseguia me concentrar na conversa de Mike enquanto caminhávamos para a aula de Educação Física. Minha cabeça estava na conversa que eu havia acabado de ter com Edward.

Mais uma vez estávamos jogando Vôlei na aula de Educação Física e hoje meu desempenho estava péssimo. Nas duas vezes em que peguei a bola, acertei uma garota na cabeça e na segunda vez, joguei a bola pro lado errado da quadra. Cada vez que errava, o Treinador Clapp balançava a cabeça e apitava, recebendo "vamos lá, Bella", "se concentre", "você pode fazer melhor" e "seus colegas não são o alvo". Eu corei violentamente sob esses comentários e antes que eu me machucasse ou machucasse meus colegas, o Treinador Clapp me mandou sentar. Agora que eu estava fora do jogo, o Treinador Clapp pediu que Mike cobrisse a minha posição sem deixar a sua própria.

Sentada na arquibancada do ginásio, observando o Vôlei sem realmente ver, meus pensamentos voltaram pra minha conversa com Edward. Refleti muito do que eu mesma disse e ouvi ele responder. Cada pergunta que eu respondia, Edward me analisava como se tentasse saber o que eu pensava. E outras vezes, ele parecia frustado com algo. Isso era muito estranho. Edward Cullen era uma incógnita e eu tinha impressão de que seria difícil tentar entende-lo.

A chuva era só uma garoa fraca quando eu caminhei para o estacionamento. 

— Isabella Swan. — Uma voz familiarmente boa me chamou. Me virei com meu coração pulando no peito.

— Jacob! — Com um sorriso enorme no rosto, corri pra lhe abraçar. Jacob me abraçou forte, me tirando do chão, girando nós dois. Ele estava incrivelmente quente e era tão gostoso o calor de sua pele.

— Eu não acredito! O que você está fazendo aqui? — Eu perguntei mega feliz. Eu ainda estava com surpresa evidente no meu rosto.

— Minha aula acabou mais cedo e nos liberaram, então pedi que um dos meus amigos me trouxessem aqui. — Jacob sorriu grandemente e não pude evitar de sorrir também.

— E onde está o seu amigo? — Eu olhei em volta curiosamente.

— Embry foi embora. Ele só me deixou aqui e voltou pra La Push. — Jacob respondeu e eu assenti.

 — Você já conhece a Bella, Jacob? — Lauren perguntou, num tom que me pareceu insolente, nos interrompendo.

Eu revirei os olhos.

— Sim, nos conhecemos desde que eramos crianças — Jacob sorriu olhando para mim.

— Que legal. — Lauren respondeu, mas pra mim, ela não pareceu achar nem um pouco legal. 

— Ei, que tal irmos pra sua casa? — Eu sugeri, recebendo um sorriso brilhante de Jacob.

Destranquei a porta e entramos na caminhonete. Acenei para meus amigos e girei a chave, feliz por Jacob estar no banco do passageiro e por estar dentro da cabine seca. Liguei o aquecedor pela primeira vez sem me importar com o barulho ensurdecedor do motor e afofei meu cabelo para que o aquecedor o secasse no caminho para casa dele. Olhei ao redor para ter certeza que o caminho estava limpo, quando eu vi uma figura ereta e branca. Edward Cullen estava encostado na porta de seu Volvo brilhante, do outro lado do estacionamento e ele olhava atentamente na minha direção. Eu rapidamente olhei pra longe e dei a ré, quase batendo num Toyota Corolla na minha pressa. Pra sorte do Corolla, eu pisei no freio a tempo. Esse era exatamente o tipo de carro que a minha Chevy deixaria em pedacinhos. Eu respirei fundo, olhando pra fora pelo outro lado e cautelosamente saí com a caminhonete. Pela minha visão periférica, eu poderia jurar que Edward estava rindo assim como Jacob.

— Isso não é engraçado, Jacob. Minha caminhonete poderia ter acabado com aquele Corolla. — Eu avisei. 

— Sim, claro, seria um grande estrago. — Jacob zombou.

Peguei o caminho de La Push como sugeri à Jacob e passei o resto do dia nesse pedacinho de paraíso com ele. Tio Billy como sempre me recebeu com um grande sorriso no rosto. Sua pequena casa era o cantinho mais acolhedor e eu amava esse lugar. Depois que tio Billy ligou para avisar papai que eu estava aqui, Jake pegou na minha mão e me puxou pra fora de sua casa. Dei um sorriso de desculpas pra tio Billy e ele sorriu aquele sorriso divertido que eu amava.

Nós caminhamos até a praia e nos sentamos em um tronco de árvore velho que estava caído. Ficamos em silêncio por um momento e observamos as ondas se movendo. Deitei minha cabeça no ombro de Jacob e suspirei feliz. Eu amava estar aqui e observar a imensidão do mar no horizonte era um calmante muito bom. Ficamos assim sem conversar por poucos minutos, até Jacob quebrar o silêncio. Ele me perguntou sobre a escola e respondi, escondendo só as partes que envolviam Edward Cullen. Lhe perguntei também sobre sua escola e curiosidades sobre seus amigos e ele respondeu sem nenhum problema. Ficamos assim, ambos conversando e mudando o tópico da conversa para outros assuntos. Assim que a brisa soprou um vento mais gelado, nos levantamos e andamos de volta para a sua casa.

Depois que Jacob preparou um lanche para nós e eu o ajudei com os pratos sujos, me despedi deles e voltei para casa. Quando papai chegou, ele havia trazido comida da lanchonete do Joe. Nos sentamos e começamos a comer, com ambos comentando como tinha sido seu dia. Lavei os pratos que havíamos sujado e depois subi pra escovar meus dentes e tomar um banho. Depois de dar boa noite pro meu pai, voltei pro meu quarto e arrumei os matérias que eu usaria no dia seguinte. Cansada demais, deitei na cama e logo adormeci em um sonho sem sonhos.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado! E já sabe, né? Estarei esperando por seus comentários! Nos vemos no próximo capítulo ;)

Agradecimentos:

Algumas das pessoas que vou agradecer aqui, eu já havia agradecido em um capítulo que agora não lembro, mas como eu reescrevi todos os capítulos, eu acabei perdendo as notas onde eu agradecia as pessoas que haviam comentando. Estarei agradecendo à todos, mesmo que algumas dessas pessoas eu já tenha agradecido no único capítulo que eu não perdi as notas. Então aqui lá vai: Obrigada por comentar Fernanda Pattinson, Rebekan Ryan, Andy Sousa, Sara Ionara, BellaDS, Cherry,
bela02, ju, Luma Cat, Katniss Everdeen e Caique Morningstar. Eu agradeço de coração por cada comentário que vocês se dispuseram a deixar para mim. Eu amei cada um e se eu pudesse abraçar vocês, saibam que eu abraçaria pra que vocês pudessem sentir o quanto eu estou feliz por terem tirando um tempinho pra deixar sua opinião em Sob um Crepúsculo Diferente. Vocês são demais e eu sou grata por ter vocês lendo e acompanhando a minha história. Obrigada mesmo ♥

Este capítulo foi escrito enquanto eu ouvia um mix das músicas do John Mayer. Segue aqui o link do mix: https://www.youtube.com/watch?v=20Ov0cDPZy8&list=RDEMbkyPiFogY0Mw3NR759WCbQ

Comecei ouvir as músicas dele agora e eu SIMPLESMENTE AMEI! Elas são ótimas e até já tenho algumas pra por como trilha dos capítulos futuros de Sob um Crepúsculo Diferente.

Para quem é Team Jacob Black, eu iniciei uma nova fanfic de Crepúsculo, onde Bella e Jake ficam juntos, mas ainda sim tem Edward mozão pra tretar hahaha

Aqui está o link: https://fanfiction.com.br/historia/757750/Crepusculo_-_Nova_Perspectiva/

Bem, acho que é isso. Beijos cheio de carinho pra vocês e até o próximo capítulo!



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