A Prometida escrita por Kirimi


Capítulo 1
Primeiras Impressões


Notas iniciais do capítulo

Só tenho que agradecer às queridas Nat, Lils, Van e Isa pela força!

Lubs, obrigada por me incentivar e não me deixar desistir!

Aaron, obrigada por ter rabiscado todo o caderno de rascunho dessa fic e tê-lo deixado mais bonito! Mamãe te ama!



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         1º de setembro de 1966... O primeiro dia do resto da minha vida, foi o que mamãe disse. Mal dormi durante a noite pensando no que aconteceria e em como seria finalmente embarcar para Hogwarts.

            Já estava acostumada com às correrias dessa data afinal, minhas irmãs já frequentavam a Escola de Magia e Bruxaria. O ritual era sempre o mesmo: Acordar a casa toda muito cedo, Andie recolhendo os últimos livros, Bella gritando pois perdera esse ou aquele componente de seu material revisado de última hora ou um pertence pessoal que ela se negava a deixar para trás. Coifa, nossa elfa doméstica, preparava um café da manhã especialmente reforçado, pois elas não teriam uma refeição decente pelo resto do dia até chegar ao castelo. Depois, com tudo já em ordem, eu as acompanhava até a porta, me despedia delas com um abraço e voltava para dentro com mamãe, enquanto elas partiam para a Estação King’s Cross e o Expresso de Hogwarts em companhia do papai. Porém dessa vez, eu iria junto.

            Eu estava tão nervosa que sequer aproveitei a chegada à estação, a passagem pela barreira e o embarque no trem. Foi só quando minhas irmãs me deixaram só, depois de encontrarem suas amigas que eu percebi o que realmente estava acontecendo. Eu estava parada no meio do corredor do trem, sozinha e desorientada. Quando pensei ter disso esquecida, Andie voltou e com ajuda de dois rapazes mais velhos, carregaram meu malão para dentro da cabine que ela dividia com suas amigas.

            – Nossa Andromeda, tem certeza que ela é sua irmã?

            – De onde saíram esses cabelos claros?

            – Ela não parece nada com você ou a Bellatrix.

            Eu estava corada. Não sabia se estava sendo elogiada ou virando motivos de piada para as amigas da minha irmã.

            – Ora, deixem a Narcissa em paz. Não vêm que estão deixando ela sem graça! – Andie sempre me defendia.

            Dito isso, as quatro meninas passaram a discutir sobre as últimas edições de O Semanário das Bruxas, enquanto eu olhava para fora, admirando a paisagem que ia ficando para trás conforme o movimento do trem. Quando a bruxa do carrinho de doces passou, comprei algumas guloseimas, mas quando dei a primeira mordida em uma tortinha de abóbora, descobri que não conseguiria comer. Eu estava numa espécie de torpor tão profundo que não percebi quando o imponente castelo surgiu por entre as colinas verdes. Tampouco me dei conta da separação entre mim e minhas irmãs, enquanto era levada aos pequenos botes que fariam minha travessia do grande lago.

            Já no castelo, fomos preparados para a seleção. Fiquei mais calma quando percebi que eu não era a única ali à beira do desespero. Entramos no salão e um a um, os nomes foram chamados, quando finalmente:

            – Black, Narcissa!

            Me adiantei e sentei no banquinho tripé na frente da escola toda. Logo em seguida, meus olhos foram cobertos pelo Chapéu Seletor, pousado sobre minha cabeça:

            – Ora, ora mais uma menina Black. Hmmm... Quantos pensamentos conflitantes, quantas contradições para uma menina tão jovem. Há uma verdadeira guerra aqui e ela não poderá ser lutada sozinha. Você precisará dos amigos certos ao seu lado, por isso seu lugar é em SONSERINA! – Tirei o chapéu para ver Andie me aplaudindo em pé e Bella respirando aliviada. Aparentemente houve uma demora incômoda para ela na minha seleção.

            Tão logo as aulas começaram e já tinha meus próprios amigos, todos de famílias tradicionais, afinal, mamãe e papai diziam que só as famílias mais antigas e de sangue puro é que eram verdadeiramente dignos de aprender as artes mágicas. Dentre os meus amigos, estavam Amber Rosier, Aleto Carrow e Howard Greengrass. As meninas, apesar de serem gentis e me tratarem bem tinham problemas para pensar de maneira racional, principalmente quando se tratava de garotos. O mesmo não podia, de forma alguma ser dito de Howie Greengrass, cuja sinceridade era tão ferina que chegava a ofender as meninas. Mas eu não me importava: era bom ter alguém verdadeiramente sincero ao lado, quando se passa a maior parte do ano num ninho de serpentes.

As disciplinas ensinadas na escola eram muito interessantes e, me senti surpresa com a minha facilidade com o preparo de poções e em feitiços. Bella sempre dizia que eu era uma menininha burra, mas os Professores Flitwick e Slughorn eram agradáveis e muito pacientes. Astronomia era outra matéria que me dava muito bem, já que está no sangue Black “vir das estrelas”, como papai costumava dizer.

O primeiro ano voou, e quando percebi, já estava voltando para a casa, para as férias de natal. Como os meus amigos fichariam em Hogwarts, e eu me recusava a ser motivo de piadas para os amigos das minhas irmãs novamente, fui procurar um vagão vazio. Encontrei um compartimento ocupado por um único menino. Pedi licença ao entrar, mas ele nem desviou a atenção do que estava fazendo. O garoto escrevia com pressa num rolo de pergaminho já no fim. Quando o trem deu os últimos apitos, ele rapidamente prendeu a carta numa bela coruja negra de olhos amarelos e a despachou pela janela. Só então pude olhar e ver como ele realmente era: tinha cabelos loiros, não dourados como os meus, mas pálidos e seus olhos eram de um estranho tom de cinza, que lembravam nuvens de tempestade. Ele sentou e me estudou por um momento antes de dizer finalmente:

— Então... Você é irmã de Bella Black. – Sua voz era baixa, arrastada e sibilante.

 – Sou sim – Respondi, sem entender se ele fizera uma pergunta ou uma afirmação – E você é?

— Lucius Malfoy. – Ele disse me olhando nos olhos e estendendo a mão.

— Narcissa Black. – Quando estendia a mão de volta para a minha surpresa, ao invés de ele apertá-la como de costume comum, segurou com delicadeza e depositou um beijo leve em meus dedos.

Nesse exato momento, a porta de abriu com um estrondo e Bella estava com a boca retorcida e os olhos arregalados, tão característico dela quando está com raiva:

— MALFOY! Tire as suas patas imundas da minha irmã, seu imprestável! – A voz dela tinha um tom de histeria o qual eu nunca gostei.

— Calma, Bellatrix, eu só estava conhecendo a Black mais nova. – Ele disse com os olhos cintilantes de malícia.

— Eu sei muito bem como você gosta de conhecer as meninas, seu porco asqueroso! – Agora ela estava gritando e isso nunca era um bom sinal. – Vamos Cissy, deixe esse conquistador barato aí. Acharemos um outro lugar para a sua viagem. – E me puxando pelo braço, me arrastou para fora enquanto eu via Lucius Malfoy com um pequeno sorriso de satisfação nos lábios desaparecer atrás da porta recém-fechada.

            – Escuta aqui Cissy – Ela disse, ainda me arrastando pelo corredor do trem – Esse cara não presta, é um canalha que gosta de meninas doces e inocentes exatamente como você. Agora... Cadê seus amiguinhos?

            – Ficaram para ver a festa de natal de Hogwarts.

            Bella bufou, mostrando desdém, ainda com os olhos arregalados.

            – Aqui. – Disse ela, finalmente chegando o mais longe possível de Lucius Malfoy. Abriu a porta com força e expulsou ameaçadora um grupo de alunos do primeiro ano da Corvinal que se encolheram ao vê-la. E virando-se para mim – Aprendeu como se faz? Eles me respeitam! – Ela disse, cheia de si.

            – Eles têm medo de você, Bella. E isso é horrível! – Respondi, infeliz.

Ela me empurrou para dentro do vagão e apontou sua varinha diretamente para mim:

— Repita isso! – Ela gritou em tom de desafio – Repita e eu digo aos nossos pais que você sofreu um acidente de percurso – Seus olhos estavam arregalados novamente. – É só através do medo que conseguimos o verdadeiro poder e a verdadeira lealdade.

Me calei diante daquela cena terrível. Bella ficava realmente assustadora quando era contrariada, por isso mamãe e papai raramente se opunham a qualquer coisa que ela fazia.

— Fique aí sozinha, sua pequena ingrata. – Ela disse olhando furiosamente para mim – Boa viagem, anã albina. – E bateu a porta, saindo pelos corredores batendo os pés, ainda contrariada.

Quando ela finalmente saiu, fiquei pensando porque ela simplesmente não tirou o garoto Malfoy do compartimento ao invés de ir me arrastando pelo trem. Pelo visto Bellatrix Black sabia com quem ela podia ou não mexer.

Era insuportável para mim passar férias em casa. Bella e Andie brigavam o tempo todo e meus pais não faziam nada para aplacar qualquer discussão que fosse. Quando criança, eu sempre me escondia quando elas começavam a brigar. Graças à Coifa, Andie e Bella sempre eram separadas quando a briga começava a se tornar realmente séria. Hoje em dia essas brigas intermináveis me causam irritação ao invés de medo. E é claro que, depois dessas brigas, o espírito natalino não encontrava mais espeço entre a nossa família.

As férias passaram rapidamente e, após algumas semanas de aula, Howie pediu para que pudéssemos conversa. Fomos até o corujal e ele, como sempre foi direto ao assunto:

— Cissy, você ganhou uma sombra.

­– É, Howie. Eu reparei. Mas logo ele desiste.

­– Ele não vai desistir, Cissy. Lucius Malfoy é um garoto que não é acostumado a receber um não como resposta, entende? Ele vai insistir, porque ele a quer na coleção de meninas bonitas a quem ele já iludiu.

— Howie você é doido? Ele está no segundo ano, lembra? – Retruquei surpresa.

— Não que ele pareça estar no segundo ano, né? As meninas mais velhas adoram a companhia dele. – Ele foi saindo do corujal – Bom, é isso. Cuide-se Cissy. E cuidado com ele. Não há nada nele além de interesse. Quando ele cansa, descarta.

Howie foi embora me deixando sozinha em meio às corujas, pensando se ele realmente teria razão.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Reviews são muito bem-vindas!

Beeeejo! ^v^



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