Três amigas e o amor. escrita por calivillas


Capítulo 30
Ana - Hoje, eu vou ficar com você




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Na sexta-feira, Ana estava no trabalho, quando recebeu uma mensagem:

“Viajando. Ligo quando voltar. Beijos”

Seria mais um fim de semana sozinha, já estava se acostumando com isso. Talvez, pudesse ligar para Alberto e sair juntos, só como amigos, mesmo sem ter certeza se seria sensato, mas ele insistiu, ao telefone.

 - Ana, por onde anda o seu namorado misterioso?

— Viajando.

— Então, você está livre no fim de semana? Podemos ir a um cinema, teatro ou só um inocente jantar no sábado? – Alberto convidou animado.

— Não sei se seria bom.

— Ele é muito ciumento?

— Acho que não. Na verdade, eu não sei.

— Só um inocente jantar entre amigos, Ana, para quebrar o tédio e conversarmos uma pouco – concluiu, por fim, Ana concordou. – Eu pego você às oito na sua casa.

Ao desligar, o telefone não sabia se tinha feito bem em aceitar, mas como ele disse seria só um inocente jantar, uma boa conversar, ri um pouco, esquecer dos mistérios que envolvia Marcelo, que a deixava cada vez mais confusa e em dúvida se valeria a pena em continuar. Por isso decidiu que precisa abrir o jogo com a única pessoa que ela sabia que o conhecia, contar toda a verdade e pedir conselhos, ligaria para Raquel para marcar um encontro assim que pudessem.

No sábado à noite, Ana encontrou com Alberto, foi bom para ela não ter toda aquela pressão emocional dos encontros com Marcelo, estava confortável, pois conhecia bem o seu acompanhante, foram quatro anos de namoro, antes de tudo terminar, sem rancor ou discórdia. O restaurante escolhido não era novidade, a conversa fluiu solta, assim como os risos profusos e frouxos, no fim foi uma noite divertida, melhor do que ficar sozinha em casa se remoendo por causa daquele homem obscuro com quem se envolvera, no entanto não podia negar que sentia muita falta dele, diante de pequenos momentos daquela noite. No fim, Alberto a deixou em casa.

— Foi uma noite divertida, Ana – confessou.

— Eu também achei.

— Podemos combinar outras vezes – mas, perante o olhar de indecisão dela, ele complementou: – Quando seu namorado for viajar ou algo parecido.

— Claro – ela sorriu e se despiram com beijos no rosto.

Durante o resto do fim de semana, Marcelo não ligou, nem na segunda. Cansada desses sumiços, Ana também não tentou entrar em contato, apesar de ficar com muita vontade de saber como ele estava. Contudo, no meio da tarde de terça, o telefone de Ana tocou, era Marcelo.

— Você voltou! Já estava com saudades! Fez uma boa viagem? - Ela tentou parecer casual e descontraída.

— Sim, foi boa. Podemos nos ver hoje? - Marcelo perguntou, em um tom grave. Ana penso que aquela história de encontros, sempre, no meio da semana, era muito esquisita, tinha certeza que ele escondia algo, contudo, concordou. 

— Tudo bem. A que horas?

— Depois do trabalho. Tenho uma reunião, talvez acabe tarde. Às oito está bom para você? – Ele quis saber.

— Para mim, está ótimo – respondeu com dissimulada indiferença.

— Aliás, você está me devendo um jantar. Lembra? Que tal hoje? - Ele cobrou a promessa feita durante a viagem.

— Hoje?! – exclamou, pega de surpresa com a proposta, mas relaxou. – Tudo bem, vou ver o que dá para improvisar. Até mais tarde.

— Até mais tarde. Mal posso esperar por esse jantar – ele se despediu, mais descontraído.

A ideia de preparar um jantar especial, assim tão de repente, deixou Ana em polvorosa, pois não tinha nada em casa para isso, teria que comprar tudo, quase entrou em pânico. No final do dia de trabalho, correu para o supermercado, pensando que aquele homem sempre estava a fazendo correr. Comprou o que precisava, queria impressioná-lo com seus dotes culinários, mas não tinha muito tempo. Escolheu o menu, Ana resolveu fazer um risoto de cogumelos e frango com molho de ervas e sorvete para sobremesa, tudo seria rápido e gostoso. Apressada, chegou em casa, tomou um banho rápido, sabia que não teria tempo depois. Abriu o vinho, que usaria para cozinhar, serviu uma taça e tomou um grande gole.

— Mãos à obra - disse para si mesmo. Assim cortou, picou, descascou, não parou um minuto, deixou os pratos quase prontos, iria finalizar quando Marcelo chegasse, finalmente, deu um jeito na cozinha e arrumou a mesa, usando a bonita louça antiga e o faqueiro da avó, que estavam no apartamento. Também, havia comprado algumas flores do campo, para dar um toque colorido, arrumou-as em um pequeno vaso e o colocou no centro da mesa, ficou orgulhosa do resultado. Agora, era só esperar, ele devia estar chegando.

E o relógio marcou 8 horas e passou, prosseguiu oito e meia, nove, nove e meia, mas, Marcelo não chegava. Ana não podia acreditar, que ele não viria, depois que ela teve todo aquele trabalho. Às 10 horas, o interfone tocou, era ele. No momento, Ana abriu a porta, não podia disfarça seu mau humor, também não fazia questão disso. 

— Perdoe-me. A reunião foi muito mais longa que do esperava - ele se desculpou, mais uma vez, com olhar suplicante.

— Marcelo, você reparou que vive me pedindo desculpa! Poderia ter ligado e avisando que iria se atrasar! – Ana replicou, porque já estava cansada daquela história.

— Não deu – e continuou em tom mais animado, tentando abrandar a situação - E o jantar está pronto? Estou faminto.

— Vou esquentar, mas não vai ficar tão bom - avisou, indo para cozinha, finalizar o jantar, ele a seguiu, pegou uma taça e se serviu de vinho, que estava no balde, cheio de água, que já havia sido gelo.

— O cheiro está ótimo! – Ele tentou abrandá-la, mas Ana ainda estava zangada, com a cara fechada, enquanto terminava o jantar, assim que ficou tudo pronto, levou para mesa, eles sentaram-se. 

— Como foi o seu fim de semana? – Marcelo perguntou, subitamente, algo que nunca fazia, Ana o encarou por um breve instante, refletindo.

— Nada em especial. Fui jantar com Alberto – disse quase como uma provocação.

— O amigo do telefone? – indagou de um jeito sombrio.

— Sim.

— E foi bom? – não conseguia dissimular seu ciúme.

— Sim – Ana respondeu de modo falsamente casual, estava gostando de irritá-lo um pouquinho

— De onde vocês se conhecem? – ele indagou com fingida indiferença.

— Nós namoramos na faculdade. – Ele parou com o garfo no ar e olhou para ela, bastante interessado na resposta, Ana percebeu, prosseguiu para instigá-lo. – Nós terminamos e ele casou logo depois, mas está separado. E o seu fim de semana, como foi?

— Nossa! O jantar está fantástico, Ana! - Marcelo elogiou, exageradamente, mudando de assunto mais uma vez.

— Pare com isso, Marcelo, não exagere! Poderia estar melhor e não pense que vai me ganhar com seus elogios – Ela ainda estava aborrecida.

— Mas, está mesmo! Eu não acreditei, quando você disse que cozinhava bem –prosseguiu com os elogios.

— Eu disse que venho de uma longa linhagem de boas cozinheiras – E sorriu, Ana sabia que, no final, Marcelo conseguiria quebrar sua resistência, ela estava apaixonada como nunca estivera antes na sua vida.

— Essa louça é bem bonita. – Ele reparou na beleza dos desenhos da louça antiga presente de casamento da sua avó, evitando voltarem o tema da sua viagem.

— É da minha avó, ficou aqui depois que ela se mudou para casa dos meus pais. Ela disse que agora é minha, como herança. Esse apartamento é dela, mas minha mãe achou que ela não tinha mais idade, para morar sozinha. Então, ela foi para lá e eu vim para aqui, para ter mais espaço, porque o nosso apartamento é pequeno - Ana explicou a história do apartamento onde vivia, ainda havia muitos dos móveis e objetos antigos de sua avó, apesar dela ter dado um toque pessoal e moderno, com alguns quadros e objetos de decoração.

— Também gosto da sua cama -  declarou, com um sorriso malicioso.

— Sei – Ana percebeu as segundas as intenções.

— Não, gosto mesmo, a acho muito bonita, ela tem estilo, é uma peça que qualquer antiquário gostaria de possuir. Mas, claro, eu gosto mais quando você está nela.

— Eu, também, gosto muito dela, está na família há algumas gerações. Dizem que muitas pessoas da família foram feitas e nascera nela. Sobremesa? Tenho sorvete.

— Não, obrigado. Na verdade, estou com vontade de rever sua cama, agora - ele falou com um sorriso maroto.

 - Não sei, se você merece visitar minha cama hoje? – retrucou, ainda aborrecida.

— Por favor, Ana, estou morrendo de saudades dela – pediu, fazendo uma FALSA feição desolada.

— Eu não sei, ainda preciso pensar – respondeu, fazendo cara de dúvida – O que eu ganho se eu deixar você ver minha cama hoje?

— O que você quiser. – Ele se levantou indo na direção dela

— O que eu quiser? Essa resposta pode ser muito perigosa – Ana o instigou, ficando de pé a alguns centímetros um do outro, ele se curvou sobre ela, as bocas quase tocando.

— Sou um bom jogador de pôquer, vou pagar para ver – Marcelo sussurrou nos lábios dela, que teve vontade de pular em cima dele, mas se conteve, estava gostando do jogo.

— Eu não sei jogar pôquer – respondeu olhando nos olhos, as mãos deles já envolvendo sua cintura, as bocas se tocando levemente.

— O que você quer, Ana? – murmurou, junto a curva do pescoço dela, enquanto acariciava com os lábios.

— Você, mas por inteiro – disse em um suspiro, então ele a segurou no colo e a levou para o quarto, colocando-a sobre a cama, despindo-a bem devagar. Quando Ana tentou ajudá-lo, Marcelo a impediu.

— Não, eu quero fazer isso – insistiu, continuou tirando o vestido dela, para encontrar o novo conjunto de lingerie sexy, que Ana comprou para aquela ocasião. – Muito bonito, mas indesejado – disse abrindo o sutiã e puxando a calcinha - Sempre me surpreendo como você é bonita, Ana.

— Você está tentando me comprar com elogios – provocou-o.

— Se elogios não compram você, posso pensar em outras coisas – ele deu um sorriso lascivo se inclinando sobre ela, percorrendo suas coxas com a boca até o seu sexo – Vai ser um prazer pagar o seu preço.

Algum tempo depois de se perderem um no outro, Marcelo rolou de cima de Ana, ainda ofegante, puxou-a contra ele.

— Você não imagina como fico feliz do seu lado, Ana – declarou, beijando os cabelos dela. – Queria que fosse assim para sempre.

— E o que que impede nós dois de ficarmos juntos, não digo para sempre, mas agora? – virou-se de lado para encará-lo. – Passe a noite comigo – pediu descansando na curva do braço dele.

— Nada me impede! Hoje, eu vou ficar com você – respondeu, apertando a mais nos seus braços, mas Ana não percebeu a ruga de preocupação, que surgiu entre seus olhos.


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