Don't Wanna Know escrita por Queen Jeller


Capítulo 15
Capítulo 15: Direção


Notas iniciais do capítulo

Quem estava com saudades dessa fic? E da Aubree? Pois tem os dois!

Esse capítulo é dedicado pra Marcella que disse que estava com saudades da menininha! Comentários são bem vindos!



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ROMAN POV

Entrei no orfanato e logo estava arrumando as coisas para as crianças. Feliz pois apesar de Tasha não estar ali, ela estava cumprindo seu papel que ela tanto gostava de fazer no FBI. Seria um grande dia pra ela depois de um final de semana maravilhoso para nós dois.

Meus pensamentos foram interrompidos quando senti alguém puxando meu braço.

— Pai. Bom dia! — Ela disse e pude contemplar minha pequenina ainda com cara de sono olhando pra mim.

— Bom dia, minha bebê. — Respondi beijando sua cabeça enquanto a colocava nos meus braços. — Está tudo bem? Por que está acordada tão cedo?

— Eu queria falar com o senhor antes de começar a aula. — Ela disse séria e me sentei junto a ela.

— Aconteceu algo? — Perguntei franzindo a testa preocupado.

— Não. Eu só queria conversar sobre o casamento da tia Jane. — Ela respondeu, o que me fez suspirar aliviado.

— Foi lindo, não foi? A tia Jane tava linda e o tio Kurt também. Estavam todos muito lindos. — Ela continuou.

— Estava sim. Que bom que você gostou.

— Você dançou com a tia Jane? Ela é sua irmã. — Ela perguntou, franzindo a testa.

— Claro que dancei. — Respondi rindo.

— Você tirou a tia Tasha pra dançar com você também? — Ela perguntou de repente acompanhada de seu olhar de quem vai falar demais.

— Também dancei com a tia Tasha. — Eu respondi balançando a cabeça.

— Você gosta da tia Tasha. Você devia dizer isso a ela. Quem sabe ela poderia ser minha mãe. Eu adoraria. — Ela disse de repente, o que me pegou de surpresa, mas eu sabia que ela sempre falava demais. Isso era uma das coisas que eu gostava nela, apesar de já ter me colocado em saia justa por causa disso.

Eu a olhei com incredulidade e ela riu. Ela se divertia com minha timidez.

— Isso não é assunto pra se conversar com você. — Eu disse sério e ela fez careta de reprovação. — Mas é bom saber que você adoraria que ela fosse sua mãe. Ela adora ser sua tia.

— Tia é diferente de mãe. — Ela insistiu. — Ela vem hoje?

— Não, ela ta no trabalho dela já que tio Kurt viajou com tia Jane.

— A tia Jane e o tio Kurt foram fazer priminhos pra mim. — Ela disse de repente animada, o que me fez rir de sua reação.

— Talvez. Agora vai pra sua mesa que seus amigos estão vindo. — Eu disse e ela olhou em meus olhos.

A assistente que ia ficar no lugar da Tasha essa semana entrou na sala nesse momento.

— Pensa no que eu falei pro senhor, ta? — Ela disse e ela se levantou para ir para sua mesa, quando as outras crianças começaram a entrar.

Comecei a rir da audácia da garotinha de poucos anos e a assistente riu junto comigo.

***

Havia chegado no FBI mais cedo pra dar de cara com Pellington, o que não era ruim já que ele estava lá para me passar todo o cronograma. Códigos de segurança, uma reunião e o resto do dia livre para casos de campo caso algo acontecesse e solicitasse minha equipe. Pellington havia dito que Kurt havia adiantado muito serviço pra poder ficar o máximo de tempo possível fora, o que ele merecia e eu estava feliz que ele tivesse confiado a direção do FBI a mim durante o período.

Livre das formalidades, fui pro escritório para me encontrar com Patterson já que um dos códigos de segurança que eu tinha que autorizar era dela.

— Bom dia. — Eu disse feliz.

Ela retribuiu com um sorriso.

— Bom dia, sumida. — Ela disse rindo.

— Lá vem você com essa história de que eu sumi no casamento. — Eu disse enquanto entrávamos na sala do Kurt.

Patterson sentou na minha frente.

— Não só no casamento, mas ontem o seu telefone passou a tarde desligado.

— Estava dormindo e não queria ninguém perturbando. Desculpa. Eu estava tão cansada.

Patterson riu em desdém.

— Ok. — Ela disse com sorriso. — Pode assinar essa autorização, diretora assistente Natasha Zapata.

— Você nunca me chama de Natasha. — Eu disse com incredulidade, fingindo estar ofendida.

Assinei o documento e rimos de todo o clima. Ela se levantou pra sair, mas antes virou-se.

— Sei que é temporário, mas Mayfair ficaria orgulhosa em ver você aí. — Ela disse sorrindo pra mim.

Sorrimos uma pra outra.

O resto da manhã foi toda assinando autorizações e relatórios. No final da manhã tive uma reunião com o RH. Saí da reunião exatamente na hora do almoço e ao descer para o refeitório senti meu celular tocar.

Olhei para tela e era Roman, mas se tratava de uma chamada de vídeo então provavelmente era Aubree com o celular dele. Atendi com um sorriso no rosto, pois havia sentido falta dela nessa manhã.

— Tia Tasha. — Ela disse logo que a câmera ligou. — Como é bom ver você!

— Pequena, também tô feliz de ver você.

— Estou com saudades de ver você aqui, mas que bom que a senhora ta aí pro tio Kurt trazer primos pra mim com a tia Jane

Não pude não rir pra mim mesma com o pensamento da criança e escutei Roman dizendo pra ela parar de falar aquilo em voz alta.

— Só estou comentando com a tia Tasha. — Ela disse olhando pro lado e depois voltou a olhar pra mim. — E preciso comentar que a senhora estava muito linda no casamento da tia Jane.

— Você também estava.

— Eu sei. Meu pai me disse. Ele disse pra senhora que a senhora estava bonita?

Nesse momento ri envergonhada e Roman também riu pelo que escutei.

— Ele disse sim, querida. Muito obrigada pelo elogio dos dois.

— Ele tem que dizer mais, tia Tasha, porque… — Ela disse, mas Roman tomou o celular claramente envergonhado.

Ele virou a câmera pra ele embora Aubree tivesse tentado tomar o celular novamente, para minha diversão já que eu estava assistindo isso.

— Acho que a tia Julie está chamando você. — Ele disse franzindo a testa pra Aubree que colocou a cara na frente do celular.

— Tchau, tia. O pai não deixa eu falar com você agora então converse com ele.

— Tchau, bebê. — Eu disse entre muito riso.

Ela sempre divertido assistir Roman lidando com o atrevimento de Aubree porque era divertido assistir a timidez dele.

Aubree se foi e ficamos só nós.

— Você disse a ela que Kurt e Jane foram fazer filhos? — Perguntei com humor.

— Eu não sei de onde ela tirou isso. Ele disse rindo e continuou. — Ela deu de querer a bancar o cupido agora. Como ta por aí?.

— Estou vendo. Ainda bem que ela não precisa, né? — Eu respondi com atrevimento. — Ta tudo bem. Muita burocracia, mas eu luto bem contra os papéis

— Aposto que sim. Algumas crianças perguntaram por você nessa manhã.

— Estou com saudades de todos, mas espero que se deem bem com a tal Julie.

— Tal. — Ele disse com ironia. — Com ciúmes, Natasha?

— Meu Deus, hoje todo mundo deu pra me chamar pelo meu nome completo. Claro que não. Talvez com ciúmes da Aubree, mas não de você.

Ele riu do outro lado da linha e eu continuei.

— Até porque se você me trocar por alguém é você quem perde.

— E você… — Ele disse fingindo ofensa. — Não perderia nada?

— Você sabe que eu não vou dar o braço a torcer. — Eu disse rindo até que cheguei no refeitório e avistei Patterson. — Preciso ir agora.

Ele riu. Adorava assistir seu sorriso quando eu o provocava assim.

— Ok. Até mais tarde então?

— Até. — Eu disse e desliguei me sentando ao lado da loira.

Comemos algo e voltamos pro trabalho, não havia nada que eu tivesse que fazer naquela tarde já que minha equipe estava em um caso burocrático. Aproveitei para ir treinar já que Patterson estava comandando algo em seu escritório, mas alguns minutos depois ela chegou e treinamos juntas.

Depois fui assinar a autorização pros exames antidoping que iam acontecer amanhã e fui pegar minhas coisas na locker room. Patterson também entrou e já estava arrumada pra ir pra casa.

— Que tal a gente sair pra uma bebida agora? — Perguntei pra ela animada, mas ela revirou os olhos.

— Eu bebi demais por essa semana. — Ela disse revirando os olhos, como eu sabia que ela faria.

Patterson nunca era de beber demais, e quando ela bebia muito um dia - como aconteceu no casamento - ela se limitava na semana seguinte, então a chamei para sair para ter um álibi dela mesma caso ela perguntasse onde eu estava passando a noite.

— Vou ficar em casa. — Ela finalizou. — Boa noite. Até amanhã

— Até. — Ela disse e saiu.

Estava saindo do escritório quando meu celular vibrou. Era mensagem do Roman.

“Devo chegar em 20 minutos”

Resolvi jogar um pouco com ele.

“Não sei se irei chegar cedo pois estou em um caso.”  

“Não tem problema se não puder vir.”

“Você não vai se livrar assim tão fácil de mim, garoto”

“Quem disse que estou tentando me livrar?”

Ri e mandei um bonequinho sorrindo e ele mandou o mesmo

Alguns segundos depois estacionei meu carro na garagem por trás da casa, onde ele não veria e me sentei nos degraus que havia após a primeira porta. Dez minutos depois vi somente sua silhueta por conta da luz da rua e fiquei por trás da porta. Ele abriu e já estava subindo o degrau quando eu falei.

— Você é bem pontual mesmo. — Eu disse e ele tomou um susto, o que nos fez rir logo depois.

— Você vai me matar desse jeito, mulher.

Continuamos rindo até que ele ligou a luz da entrada da casa e reparei que sua boca estava suja de algo que parecia sorvete de chocolate.

— Calma. — Eu disse colocando a mão no pescoço dele quando ele agarrava minha cintura, embora tivesse com algumas sacolas na mão. — Tem chocolate na sua boca. — Eu disse e o beijei.

Como tinha sentido falta do gosto dos seus lábios após passar uma manhã inteira sem ele depois de um dia inteiro juntos. Ele também sentiu pois colocou ainda mais forte seu corpo no meu, e como eu amava sentir seus braços ao meu redor.

— Se eu soubesse que era assim que você reagiria eu tinha deixado minha boca suja antes. — Ele disse e me olhou provocante.

Eu o empurrei com o ombro.

— Injusto você comer sorvete sem me chamar.

— Calma, tem mais aqui na sacola. — Ele disse e entramos. Eu trouxe sua mala que estava na porta comigo e uma roupa para que eu fosse trabalhar no dia seguinte.

Ao entrar, tive meu primeiro vislumbre sobre a casa dele. Era uma casa simples e parecia bem dividida. Havia a sala e logo atrás uma cozinha bem espaçosa do lado de um corredor que provavelmente levava pro quarto e banheiro. Havia 3 portas lá porém, uma parecendo recém pintada.

Ele percebeu que eu estava olhando a casa. Ela era muito organizada.

— Você é bem organizado mesmo. — Eu disse logo que ele se aproximou e passou por mim, colocando suas sacolas no balcão. Parei perto da porta que parecia recentemente pintada. — O que é esse compartimento?

Ele me olhou e levantou as sobrancelhas.

— Já querendo conhecer meu quarto? — Ele disse com humor.

— Cala a boca.

— É o quarto que estou reformando pra Aubree, mas não sei se ainda é a hora de mudar ela pra ele. Ta tudo aí, tirando a cama que ta no meu quarto. Não queria iludir ela de ter um canto pra ela se caso algo der errado na adoção.

Percebi preocupação na voz dele.

Já havia entrado no quarto e ele estava logo atrás de mim.

Era um lindo quarto de menina. Nem parecia que ele mesmo quem tinha montado tudo. Havia um espaço fitado pra cama dela e um armário e do outro lado umas bonecas, além de uma cadeira perto da janela e diversos tipos de brinquedos. No seu armário, na parte aberta tinha uma foto deles dois em um porta-retrato que aparentemente havia sido feito por ela. Peguei ele na minhas mãos observando os dois. Cada vez que os olhava pra mim eles pareciam ainda mais como pai e filha. Era algo que ninguém poderia tirar deles e eu esperava que se concretizasse.

— Ela me entregou no último dia dos pais, antes mesmo de saber que eu estava tentando adotá-la e disse que um dia se eu a quisesse adotar ela ia adorar tê-lo no quarto dela. — Ele me explicou parecendo orgulhoso.

Eu coloquei o porta-retrato de volta no canto e me virei pra ele.

— Você vai conseguir adotá-la, tenho certeza.

— Eu espero que sim. — Ele disse e fomos pra cozinha, fechando a porta do quarto.

— O que te faz pensar que não? — Perguntei vendo o quanto aquele assunto mexia com ele.

Eu amava o amor que ele tinha por Aubree e como ele era dedicado a isso e a ela. Como eles pareciam completar a vida um do outro como ninguém mais conseguiria.

— Shepherd me pegou como criança e me transformou naquele pesadelo que eu era então eles podem pensar que eu…

— Não fale mais. — Eu disse. — Eles não vão pensar nisso, Roman. Tudo na vida é feito de segundas chances e o governo deu essa a você então não fique pensando que isso ainda vai destruir sua vida senão você vai ficar estagnado nisso e nunca vai poder avançar.

Ele me olhou ternamente.

— Eu queria acreditar um pouco nisso, mas ainda acho que o antigo Roman pode interferir nisso.

— Se a antiga Zapata interferisse eu provavelmente estaria presa por vender sua irmã e nem querer teria me aproximado de você. Veja, eu sou o exemplo que tem perto de você.

Ele se aproximou e beijou minha testa.

Eu o abracei pela cintura. Como adorava o calor de seu corpo.

— Obrigada por isso.  —Ele disse e voltou pra cozinha.

Fizemos lasanha de microondas enquanto eu tomava banho e trocava de roupas. Cheguei na sala e o cheiro estava ótimo, apesar de ser comida pronta. Ele foi tomar banho enquanto a temperatura da comida diminuía e depois me serviu e sentamos no sofá e comemos enquanto assistimos um programa de perguntas e respostas que passava na TV.

Olhei pro relógio da TV e já passava das 22 horas.

— O tempo passa rápido quando tô com você. — Eu disse e ele me olhou com a ponta das orelhas vermelhas.

Seu olhar pousou em minha boca e logo eu já estava perdendo minha direção ao redor de sua barba e seus lábios.

— É bom ter você aqui. — Ele sorriu quando separamos nossos lábios.

Não pude deixar de sorrir também. Como eu amava vê-lo sorrindo assim por minha causa.

— Eu amo colocar esse sorriso nos seus lábios. — Eu disse e ele beijou meu pescoço, me pegando de surpresa pelos braços e me carregando pela casa enquanto eu ria.

— Acho que você pode colocar mais do que um sorriso nos meus lábios. — Ele disse rindo e colando seus lábios de novo nos meus e minhas costas em sua cama.

Ele tirou minha roupa, mas soube exatamente como colocar um sorriso no meu rosto ao sussurrar o quanto também amava colocar um sorriso também em meus lábios.


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Notas finais do capítulo

Eu amo tanto escrever essa história quando tem eles falando sobre Aubree! Não vejo a hora de trazer ainda mais capítulos pra vocês. Obrigada a todos que me apoiam! E não deixei de comentar!



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