Sempre ouvi que São Paulo era a cidade mais bonita do Brasil, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. E eu concordo e discordo. Concordo pela arquitetura, pelas luzes, pelo movimento, pelo grafite nos muros. Mas discordo pela falta de amor. É simples: Não existe amor em SP. Pois é! Pessoas são gananciosas, querem um relacionamento para mostrar status no Facebook, trocam algumas mensagens por celular e acham que tá tudo certo, tudo lindo. Mas eu digo e repito: Não existe amor em SP.

Eu cresci em cidade pequena, interior de Minas Gerais. Fui da geração da TV Globinho, motorola tijolão que se caísse no rosto, amassava. Fui do tempo em que pique-esconde, polícia-ladrão, pega-pega e amarelinha eram a maior diversão das crianças. Jogava futebol com meus amigos até ter meu dedão em quase carne-viva, não tinha vídeo-game e também não sentia falta de um. Porque eu tive uma infância normal, uma que qualquer outra criança no mundo deveria ter. Eu cresci em escola pública, me esforçando nas salas de aula e cantando com os amigos nos intervalos. Fiz aulas de teatro, dança, teclado, artes, luta, artesanato e mais várias outras coisas. Quando queria conversar com algum amigo, ia até a casa deles e ficávamos sentados na varanda, conversando até anoitecer, cara-a-cara.

E outra vez: Não existe amor em SP. As pessoas perderam toda a doçura da simplicidade, aprenderam a viver de aparência cheia e alma vazia. Não existe amor em SP. N-Ã-O E-X-I-S-T-E. Simplesmente não existe. Pronto, acabou. São Paulo é linda, sim. Mas de que adiante beleza sem conteúdo? Nada. E São Paulo não tem conteúdo... E só pra lembrar: Não existe amor em SP.