Eu, Virtuoso escrita por MaurraseC


Capítulo 5
Requiem aeternam.


Notas iniciais do capítulo

khada Jhin é um campeão que tive interesse desde o dia que assisti o trailer "Deadeye".
Sua psicopatia e visões únicas sobre morte me trouxeram fascínio e curiosidade.
Essa é uma homenagem que faço para esse campeão.

Espero que goste.

"Aos seus lugares... Vamos começar o espetáculo".



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/723862/chapter/5

A cidade ioniana era meu quadro em branco, sendo tingido de vermelho.

A arma meu pincel... As pessoas, os recipientes que guardavam a tinta carmesim dentro de seus corpos. A cidade estava um caos, correria, gritos e choros! Não apenas isso... Eu posso ver o momento esplendoroso antes que a cortina seja aberta A plateia esta em loucura graças a mim. É maravilhosa essa sensação, quero compartilhar com todos vocês. Vou performar a cidade ioniana para o mundo!

—--------------------------------------//-----------------------------------------

Em Demacia, Shen sentia uma perturbação no equilíbrio. Seu poder espiritual, pulsava violentamente, lhe chamando para o ponto de quebra. Ao lado do ninja ioniano, estava a detetive de Piltover, Caitlyn; Luxxana, a dama da luz e irmã de Garen; e Ryze, o mago rúnico. Estavam todos reunidos para investigar a tragédia de Demacia. Talvez o destino tivesse os juntado, mas agora um novo evento caótico ocorria. E um mal pressentimento dizia que tudo iria mudar.

— Tem algo acontecendo em Ionia — disse Shen, incomodado com a perturbação espiritual. — Preciso ir.

Fazendo gestos com a mão, o ninja concentrava seu ki. Uma aura roxa lhe iluminou; enquanto recitava seu mantra, Shen desapareceu na frente dos olhos de seus aliados. Caitlyn e Luxxana ficaram surpresas, com a habilidade do ninja, diferente de Ryze, que ficou incomodado com a preocupação repentina do ninja.

— Nós também iremos! — disse Ryze, repentinamente.

— O que? — Lux não entendia o motivo de tanto alvoroço. — Para onde?

— Não é óbvio, garota? Vamos para Ionia.

— Demoraria um dia para chegar — dizia Caitlyn. – O que quer que esteja acontecendo lá, não iriamos chegar a tempo.

— Claro — ele falou revirando os olhos. Ryze possuía inúmeras tatuagens estranhas pelo corpo, pareciam escritas antigas. Os desenhos começaram a brilhar, ele recitava palavras estranhas que eram incompreensíveis para as garotas. Repentinamente, o chão formou uma espécie de portal. Ryze olhou para as garoas que estavam assustadas. — Acho que vocês nunca viajaram num portal antes.

A iluminação ofuscou a visão delas. Quando abriram os olhos, já não estavam mais na cidade de Demacia. Estavam num local onde um dia foi chamada de Zhyun, uma cidade pacífica e bela que agora se transformara em destruição, chamas e sangue para todos os lados.

— Mas o que está acontecendo aqui? — Ryze estava espantado.

“O céu era vermelho”.

Olhando para os lados, avistaram Shen junto de outros dois ninjas. Não apenas ele, também havia um homem vestido de um pano vermelho na face, muito parecido com um monge. Estava sereno, mas com os punhos cerrados. Visivelmente, estava escondendo a raiva que aprendera a reprimir nos templos.

“A luz era carmesim”.

Toda a cidade era iluminada por uma cor avermelhada. Macabro e assustador. O sangue, que estava por todos os lados, brilhava junto da lua. Os corpos dos inocentes estavam deitados por onde quer que olhasse. Crianças, mulheres, idosos, soldados... Ninguém havia escapado.

“A lua era sangrenta”.

 Caitlyn olhava ao redor, mesmo em todos seus anos como detetive aquilo, era algo inimaginável. Os gritos de desespero, as súplicas, as cenas de morte... Não podia ser real, ela pensava. Principalmente quando ao fundo viu uma silhueta familiar. Um corpo solitário, sentado na parede, com pedaços de uma manopla hextec ao lado.

— Isso não pode está acontecendo — disse Caitlyn, hesitando em seus passos. — Isso não é real!

Assustando todos próximos, Caitlyn correu até o corpo da garota de cabelos rosa. Seu corpo, iluminado no mesmo vermelho lunar, estava quente. Mesmo morta, o projétil ainda queimava seu corpo. Caitlyn jogou seu inseparável rifle de precisão e abraçou o corpo de sua amiga, em lágrimas imparáveis.

— Vi! — ela chorava fortemente.

— Sorrisos... Todos sorrisos! — a voz vinha na distância.

Todos encararam o homem que estava em cima de uma ousada, feita de pedra com aproximadamente seis metros de altura, segurando uma arma no braço direito. Shen o reconheceria de qualquer lugar, mas sua roupa havia mudado. A máscara não era a mesma, era macabra como um arauto da morte. Tinha chifres altos e olhos vermelhos, luminosos com leves chamas saindo dos orifícios. Sua roupa era tingida de vermelho, azul e dourada. Lhe faltava o braço esquerdo, mas não lhe parecia um problema. Ele ria, enquanto atirava em qualquer um que avistasse. Estava louco, concluíram.

— O que está acontecendo? — perguntou Luxxana, ainda sem entender o caos ao redor.

— Aquele homem é o Demônio Dourado — explicou Shen, num tom sereno. — Ele é o motivo do equilíbrio está quebrado.

— Demônio Dourado? — ela repetiu, sentido um amargo na boca. “Projéteis de arma”. Luxxana se lembrava das palavras do doutor, na necropsia do seu irmão. “Ele foi morto por projéteis mágicos”. A garota ficava com uma expressão furiosa. — Então foi ele quem matou meu irmão?

— Sim — respondeu Shen, insensível.

Possuida pela raiva, Luxxana avançou contra o Demônio Dourado, pronta para disparar uma de suas habilidades de luz. Quando ela deu o quarto passo, Ryze lhe pegou no pulso e a puxou para trás. Graças a isso, o disparo não atingiu a garota, que ficou em choque. Se não fosse o mago, ela estaria morta agora.

— O que pensa que está fazendo, garota? — ele resmungou.

— Ele matou meu irmão — os olhos dela estavam umedecidos.

— Então você decidiu morrer também? — Ryze não sabia ser gentil com as palavras, sempre fora rude. ­– Por Deus, pense antes de atacar, garota.

— Eu entendo como se sente — disse o monge, se aproximando. — Ele também matou uma pessoa importante para mim.

— E quem é você? — perguntou a garota, com os olhos quase em lágrimas.

— Sou Lee Sin, um monge de Ionia.

— Legal a cena comovente — interrompia Ryze, irritado. — Não sei se só eu percebi, mas tem um louco atirando em todo mundo ali. Então, podemos resolver essa questão e pensar em como pará-lo?

— Você está certo — Luxxana, limpava os olhos. Caitlyn continuava chorando pela amiga, o que deixou a garota com pesar e furiosa pelo assassino.

— Eu tenho um plano — disse Ryze. — Mas vocês precisam me ouvir. O grupo se reunia ao redor deles, exceto Shen. O ninja permanecera parado, apenas observando.

— Nós também iremos ajudar — disse Kennen, se armando com sua shuriken e Akali com suas kamas.

— Não — censurou-lhes Shen, o líder da ordem Kinkou. — Ele fez algo que não consegui. Jhin salvou Zed, da escuridão. Agora é minha vez de retribuir.

—--------------------------------------//-----------------------------------------

Eu posso ver... Estão caindo... As flores de lótus estão caindo.

Era como neve. As flores caíam como neve, no início do inverno. Tão belo, formava o cenário perfeito. As pétalas ao caírem no chão, logo eram tingidas de vermelho. O quadro ficava mais bonito a cada pincelada, uma nova pintura... Um novo silêncio.

É a primeira vez que vejo uma lua vermelha, era como se ela refletisse minha pintura. Estava fascinada com meu trabalho? Até os astros se encantam com minha arte. Isso é fenomenal! Eu estou num transe entre a realidade e a beleza, posso ouvir... A ópera de lamentações.

Mas sou interrompido por um grupo que surgiu repentinamente. Não conheço nenhum deles, exceto um. Shen! Ele veio me prestigiar, irei lhe saudar com uma bela apresentação. Ele não faz ideia do tempo que estive preparando a peça dele. Será maravilhoso, garanto que todos irão aplaudir. Hum? Tem alguém com raiva ali. Loira, de cabelos curtos e olhos grandes azuis. Uma bela jovem, irei transcendera. Porém, um homem estranho a puxa para trás, impedindo meu pincel de retirar o carmesim dela.

Eles querem me parar! Eles querem me censurar! Por quê? Por que todos querem atrapalhar meu trabalho? Não percebem que desse jeito eu não consigo fazer um bom serviço? Que tipo de artista consegue trabalhar com tanta pressão? Eu não deixarei que fiquem no meu caminho! Farei com que todos virem poesia.

—--------------------------------------//-----------------------------------------

— Estão preparados? — gritou Ryze, na dianteira. — Então vamos!

Luxxana concentrava uma grande quantidade de energia. Para fazer com que o alvo perdesse o foco nela, Lee Sin avançou confiante num combate corpo-a-corpo. Mas antes que pudesse se aproximar, ouviu um clique que instintivamente o fez recuar. Uma armadilha havia sido acionada, flores de lótus serrilhadas se erguiam do chão. Se não tivesse recuado a tempo, teria sido seu fim, pensou.

— Agora! — ordenou Ryze.

Luxxana, com a energia concentrada, disparava um estonteante feixe de luz contra o assassino. O demônio Dourado jogou o próprio corpo para a lateral, conseguindo se esquivar da habilidade. O local onde ele estava havia sumido, o feixe iluminado transformou a estrutura de pedra em pó.

— Droga! — ela se amaldiçoava em silêncio. Estava ofegante, aquilo lhe gastava muita energia. E para disparar outro, iria demorar.

O grupo estava recuado, o melhor plano deles havia sido parado. Teriam que pensar em outra coisa... E rápido.

—--------------------------------------//-----------------------------------------

Quem é a idiota que concentra tamanha energia bem na frente do inimigo. Eu me levantava, espantado com tamanha destruição. Se tivesse atingido, eu estaria morto. Tamanha energia, é óbvio que eu não iria ficar parado. Agir sem meu braço esquerdo é complicado, talvez eu volte para pegar um daqueles braços mecânicos.

O vento frio era como um abraço gélido. Respirei fundo, apreciando cada metro que eu podia ver. Me sinto diferente, não sei... É estranho. Talvez seja a lua sangrenta ou eu apenas esteja bastante inspirado hoje. Posso ouvir me chamar... Está pedindo para ser liberada. Minha mão treme, não consigo resistir. Minha sussurro clama pela liberdade.

“O primeiro disparo é...”.

Transcendental — o projétil é liberado indo em direção a Shen, que desembainhado sua espada defendia meu ataque.

“O segundo disparo é...”.

Encantador — o segundo projétil voou em direção a Lee Sin, mas seus reflexos de lutador e concentração de monge, permitiram que ele se esquivasse num rolamento lateral.

“O terceiro disparo é...”.

­— Sublime — Luxxana soltou uma esfera de luz que se colidiu com o terceiro disparo, salvando-a temporariamente.

“O quarto disparo é...”.

Divino — o quarto disparo, e mais poderoso, urrou pelos céus e percorreu do cano da arma em direção a Caitlyn, que estava ao lado do corpo da amiga. Porém meu projétil foi interceptado por outro projétil. Caitlyn pegara seu rifle, instantes antes de eu disparar, e conseguira interromper o percurso de minha sussurro.

Me impressionei com os olhos dela, tão sérios e belos. Eu conhecia aqueles olhos, são de quem está preparado para tudo em busca de seu objetivo. Já tive essa expressão antes, todos um dia terão. Uma fúria que anseia por justiça... Anseia por poder... Anseia pela vingança. Sim, aqueles olhos eram de quem estava pronto para fazer tudo que fosse preciso para tirar uma vida. São aqueles olhos...

Boom! Headshot — Caitlyn imterrompia os pensamentos do Demônio Dourado com um tiro, perfeito, na cabeça. Contudo ele ainda estava vivo, salvo pela máscara, resistente, que usava.

Eu deveria ter previsto isso, minha máscara começava a despedaçar. Hoje não é meu dia de fechar as cortinas, ainda tenho muitas apresentações para fazer. Mostrarei ao povo de Ionia que sou a vanguarda... E eles são apenas o passado. Mas eu me pergunto: O que pensarão ao me verem?

Me pergunto: como será que me veem? — uma voz serena, ressoava em minha cabeça.

Cinzas sobre a lã — uma segunda voz mais grave e rouca, ecoava em minha mente. — Me diga, que som eles fazem?

Plumas caindo sobre a neve fresca— as vozes continuavam a conversar.

— Quem está aí? — pergunto, mas logo os identifico.

Ao longe, eles me observavam. Aqueles que sempre aparecem para prestigiar minhas obras finais. Me encaravam como se estivessem esperando por algo. Uma criatura alva como a neve... A outra era escura como a própria escuridão. A criatura alva apontou o dedo para mim, e do meu peito fez surgiu uma marca prateada. Eu tive um mau pressentimento.

De repente, uma luz roxa iluminou minhas costas. Virei-me para ver o que era e senti uma pontada em meu peito. Observei uma lâmina prateada atravessar meu corpo, tão firme e preciso. Shen estava na minha frente. Nossos olhos se encontraram depois de muito tempo. Eu tinha tanto o que falar para ele, por isso que odeio ninjas. Eles não sabem apreciar a vida, matam muito rápido.

—--------------------------------------//-----------------------------------------

— O que está acontecendo? — pergunto ao perceber que tudo ao redor havia parado.

Eu podia ver meu corpo sendo golpeado por Shen, mas eu estou aqui... E meu corpo ali? Como isso pode... Estou morto? Se sim, o que estou fazendo aqui? Não tem como eu está morto.

— Olá — eu ouço, enquanto me viro. Observo os dois seres de antes: uma criatura alva e serena; a outra negra e ameaçadora. Uma tinha a feição de ovelha, a outra tinha feição de lobo. Um me convidada para o sossego, o outro ansiava para que eu fugisse. Mas uma coisa eles tinham em comum... Estavam sorrindo para mim.

— Quem são vocês? — pergunto, finalmente estando cara-a-cara com eles.

— Nas terras do oeste eu sou Ina e meu parceiro é Ani. No leste, sou Farya e ele é Wolyo — dizia a voz suave, serena. — Independente de nossos nomes, eu sou a Ovelha e ele é o Lobo... Nós somos Kindred.

— Prazer — a criatura negra mostrava os dentes, num sorriso sádico. — Agora... Corra!

— Correr? Por quê?

— Para que eu possa me divertir — respondeu, se aproximando.

— Espere Lobo — censurou sua parceira. — Ele ainda não decidiu.

— Não decidi?

— Sim, todas as coisas perecem em nossas mãos — a Ovelha mostrava um arco prateado em sua mão.  E o Lobo seus afiados dentes. — Escolha agora, meu arco...

— Ou meus dentes — completou seu parceiro, lambendo os beiços.

— Não sei que escolha é essa — respondi, já deixando minha sussurro no quarto, e mais poderoso, disparo. Só por precaução. — Mas não posso morrer até terminar minha apresentação.

— Apresentação? — a Ovelha parecia curiosa.

— Mais mortes? — o Lobo sorriu, empolgado.

— Não são simples mortes, caro Lobo — eu me sentia familiar deles, não tinha medo. Era como se sempre fossemos conhecidos. — É arte!

— Arte? — o Lobo voltou-se para sua parceira. — O que é isso?

— É algo que poucos conseguem fazer, caro Lobo — ela recuou seu arco. — Por muito tempo tivemos apreciando seus atos. Onde você estava...

— Nós também estávamos — seu parceiro completou. — Me mostre mais dessa “arte”.

— Sim, também quero conhecer — disse a Ovelha. — Mas não se assuste quando a vida se esgotar.

—--------------------------------------//-----------------------------------------

O tempo voltava ao normal... Assim como eu voltava ao meu corpo. Senti a dor do meu peito sendo perfurado pela espada de Shen, que continuava empurrando a lâmina até a guarda. Senti um frio profundo em meu corpo, diferente de quando estou no inverno. Não era o vento que me esfriava, era minha vida que congelava.

Minha máscara começava a quebrar, pedaço por pedaço iam caindo ao chão, revelando meu rosto ao ninja. Ele estava espantado por eu ainda estar vivo, não era surpresa. Shen havia perfurado meu coração, que já não batia mais. Meu corpo não vivia mais, estava morto por dentro.

— Refúgio da Ovelha — disse Kindred, em uni som. E todo o solo em nossos pés tinha uma enorme marca brilhosa sobre a gente.

Enquanto aquela marca brilhasse, eu poderia terminar meu serviço. A apresentação não poderia terminar sem um grande estrondo. Minha sussurro estava armada com o quarto disparo.

A morte de seu pai me impediu uma apresentação — segurei o braço de Shen, para que não fugisse. Minha máscara havia despedaçado, pela primeira vez meu rosto que antes só era apresentado ao público fora revelado ao meu ator principal. — Agora você será o substituto.

Antes que eu pudesse erguer minha sussurro, Shen desembainhou sua segunda espada e fincou no meu peito. Eu sabia que lâminas normais não poderiam me ferir, mas eu não esperava por uma espada espiritual. Uma lâmina que podia ferir o espirito... Isso é trapaça.

— Não! Não irei morrer aqui! Desse jeito — eu urrava, ignorando as dores e leis da vida e da morte.

Você já está morto... Só não percebeu ainda — sua voz permanecia serena... Irritantemente serena.

Você ajudou a me prender! Você tentou impedir meu trabalho! MINHA ARTE NÃO PODE SER CONTIDA...

Friamente, Shen empurrou as duas lâminas em direção oposta, rasgando minha carne e minha alma. Seus olhos eram inexpressivos, era como se me matar não lhe provocasse nada. Que terrível isso, nem um pequeno sorriso? Acho que não. Acabei caindo sobre seu peito, pus minhas mãos ensanguentadas em seu rosto:

Sei pai era um homem impiedoso... Apenas seu fracasso será lembrado.

Juntei minhas forças para me afastar dele, recuando dois passos. A marca no chão já havia desaparecido também, acho que dessa vez... Acabou. Não tenho mais por que resistir, o fim é essencial em todas as coisas. Isso é inevitável, até para mim. Consegui completar minha missão, salvei quem eu tinha que salvar. Não possuo arrependimento algum.

Sim, não tenho nenhum arrependimento. Abrindo meus olhos, vejo pela última vez as feições da Ovelha e do Lobo. Estavam me encarando, com aqueles seus sorrisos misteriosos. No meu peito? Tinha uma flecha prateada, mas indolor. Acho que é isso.

Eu sabia que encontrariam suas marcas eventualmente — sussurrei, na esperança de que pudessem me ouvir.

Pegamos nossa marca — ouvi a voz suave da Ovelha, como se tivesse captado minha mensagem.

Quem é o próximo? — perguntou o Lobo, enquanto os dois desapareciam.

Comecei a caminha até a beirada da pousada, podia sentir a chama da vida desaparecer. As flores de lótus continuavam a cair do céu, mas eu sabia que era tudo coisa da minha mente. Não... O que estou falando? É tudo parte da apresentação.

SURGI DA IMUNDICE E SUJEIRA, SOU O LÓTUS FLORESCIDO... SOU A BELEZA.

“E assim o Demônio Dourado... Khada Jhin morre.

A plateia bate palmas.

As luzes apagam.

Em silêncio... Caem as cortinas”.

—--------------------------------------//-----------------------------------------

.

..

...

....

 [Carta]

De: K.J

Para: Ajudante de palco.

Se estiver lendo essa carta, significa que minhas cortinas se fecharam para sempre.

Não passamos muito tempo juntos, e sei que não devo ter sido um bom professor sobre a arte, mas espero que tenha aprendido um pouco sobre a verdadeira beleza do mundo. Tinha tantas obras que eu queria lhe apresentar pessoalmente, tantas óperas que poderíamos ter apreciados juntos. Bem, isso não importa mais. Não sou muito emotivo, então... Não ouse me plagiar, cada artista tem sua digital no mundo da arte. Você acabou de conhecer como eu faço as coisas, caberá a você conhecer seu próprio jeito de levar arte para o público. Não precisa me imitar, apenas faça o que achar ser mais belo.

Ajudante de palco, esse será meu adeus. E nunca se esqueça: A arte requer certa crueldade.

Assinado: Khada Jhin


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então é isso. Aqui encerro essa história: Eu, Virtuoso.
Espero ter conseguido transmitir a insanidade e obsessão de Jhin. Foram apenas cinco capítulos, mas admito a dificuldade em trabalhar nele. Os quatro disparos são representados pelo teaser do campeão antes de seu lançamento oficial. Já a entrada de Kindred fora algo de minha vontade (para quem já acompanhou minha outra história, “Eu, Kindred”, sabe o quanto eu gosto desse personagem).

Aproveitando o momento, quero lhes convidar para ler minha outra história chamada “Equilíbrio”, ainda em desenvolvimento. É uma aventura de super-humanos contra seres alados num confronto apocalíptico, onde a existência humana está em jogo. Garanto muita ação, drama e emoção.
(Link: https://fanfiction.com.br/historia/726046/Equilibrio_Arco_dos_alados/ )

Por fim, quero agradecer quem acompanhou até aqui, espero que tenham sentido a mesma emoção que eu tive. De verdade, muito obrigado a todos por terem lido “Eu, Virtuoso”.

Levantem-se... O espetáculo acabou.
Essa história está com as cortinas fechadas.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eu, Virtuoso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.