Cléo escrita por gabriela rodrigues


Capítulo 2
O interfone


Notas iniciais do capítulo

"Para os antigos romanos, Marte era o deus da guerra (representado por Ares, na mitologia grega). Por esta razão, o significado atribuído ao nome Marc pode ser interpretado como 'dedicado a Marte' ou 'o guerreiro'."



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Ela levantou do sofá e seguiu até a cozinha estilo americana e buscou o interfone apoiado na parede ao lado da porta de entrada. 

— Alô. - Sua voz doce soava entediada.

— Cléo, sou eu. - Ela reconheceu no mesmo momento a voz de Marc. - Abre pra mim.

Ao atender o pedido ela destranca a porta e se senta na bancada da cozinha de braços cruzados esperando explicações. Minutos depois, ele surge na porta tentando parecer tranquilo, inspirando e expirando com força pelo nariz.

— O que houve? 

— Eles estão atrás de mim.

— Ok. - Ela ajeita, tranquilamente, seu casaco e cobre o ombro direito, antes exposto, e segue para a segunda pergunta. - Eles quem?

— Os caras que me venderam erva.

— Os caras de Metrowest? 

Metrowest é o bairro com pequenos prédios e belas casas em Orlando, com mais moradores brasileiros do que em qualquer outro lugar na cidade. Ao tempo em que chegou na Flórida, Cléo engenhou contatos, de acordo com seus interesses, com outros brasileiros pela região próxima onde morava. Detre seguranças de boates e vendedores de liquor stores, ela fez familiaridade com os jovens riquinhos, estudantes de Valencia College, que faziam corre por mero hobbie pelas proximidades. Ao criar uma amizade com o francês Marc, Cléo passara o contado dos jovens moradores de Metrowest para o novo amigo.

Que fez merda por sinal.

 - Sim, os caras de Metrowest. - Apesar de falar em tom pacífico, os olhos de Marc estavam arregalados e as sobrancelhas curvadas para cima, lembrando Cléo da animação da Disney, Bambi. Seus lábios formavam uma linha reta no rosto e suas mãos pousadas na cintura de forma firme contrastavam com os pés que não paravam um minuto se quer. - Eu estou devendo grana. Mas eu tenho como pagar. Vou pagar ainda neste final de semana...

— Se é de um empréstimo que você está atrás, veio ao lugar errado.

— Não, não. - Ele sentou na bancada ao lado dela. - Só quero um lugar pra passar esses dias. Eles sabem onde eu moro.

— Você não tem mais lugar nenhum pra ficar?

— Ter tenho mas prefiro ficar aqui com você. - Então ele solta um sorriso meio assustador.

— Ok. Tá ok. - Ela pulou da bancada e foi até o armário na sala e pegou um travesseiro extra e uma coberta.

— Pra quê outra coberta? Já tem uma enorme na sua cama.

— Você vai dormir no sofá. - Ela joga as coisas em Marc, que quase cai da bancada ao conseguir agarrar tudo. - Durma bem.

— Eu vou dormir super bem. Mas antes nós vamos sair. Tenho um lugar novo pra te mostrar.

Ela vira na direção dele com um sorriso sarcástico único, de quem vai devorar-lo em segundos. Então os dois adolescentes saem juntos do flat e seguem rua acima, na direção guiada por Marc.


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