Don't bless me father escrita por Undisclosed Desires


Capítulo 17
Capítulo quinze: Introdução às aulas de química - Balanceamento químico.


Notas iniciais do capítulo

Hello gurls
Enjoy it!



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Residência dos Herondale - 19:40 - Sala de jantar.

— Então, Clary... - Celine falou, quando todos já estavam à mesa, enquanto colocava uma concha de salada de batata no prato. - Jonathan me disse que você é uma sênior. Você parece ser mais nova. 

Na outra ponta da mesa, com os cabelos descoloridos lambidos para trás, de modo que as pontas pintadas de preto ficassem escondidas, Sebastian gargalhou. Ele tinha essa espécie de humor peculiar que todos ali faziam questão de esconder. 

— Hã, bem, sim. Eu sou mais nova. - Respirou fundo, vendo Celine colocar agora salada no próprio prato. - Mas eu morei com uma família quando era mais nova, e a filha mais velha deles, Amatis, que me ensinou a ler e a escrever antes de eu ser alfabetizada, daí pulei uma série. 

— Uau, que bonito da parte dela. - A sogra completou. Não queria iniciar assuntos que fizessem a namorada do filho pensar em adoção, então estava tentando encontrar assuntos leves, pisar em ovos.

Stephen claramente não entendia dessa regra de cortesia, pois foi só a menina terminar de falar, que perguntou: - Você chegou a conhecer seus pais, Clarissa?

— Ai! - Sebastian gritou de seu lugar na mesa.

— Cruzes, Sebastian, o que aconteceu? - Jace inqueriu. 

— Mamãe chutou minha perna. - Entregou.

Celine corou quinhentos tons de roxo, rosa e vermelho, e então respondeu, com um sorrisinho envergonhado: - Ah, filho, me desculpe, fui ajeitar as pernas e acabou acontecendo. Aqui, coma mais batata...

— E então, continuando... - Prosseguiu Stephen. - Você ia me responder se... AI!

— Opa, hehehe... - Celine se pronunciou outra vez. - Foi sem querer, meu amor. 

— Deixa pra lá... 

— Oh, não, senhor Herondale, eu insisto em responder. - Clary falou. - Bem, eu não conheci eles, mas a dona do orfanato disse que fui entregue diretamente a ela por uma senhora de idade. Presumo que tenha sido minha avó.

— Caramba... - Stephen comentou, meio constrangido, enfim. - Que sorte sua encontrar os Parker, não é mesmo?

— Muita. - Clary sorriu. - O sr. Parker é muito bondoso, e a Emma é muito carinhosa comigo. Gosto muito deles.

— Então... - Celine cortou qualquer outra chance do marido falar. - Já sabe o que vai querer fazer na faculdade?

— Ah, sim. Quero cursar arquitetura. Talvez desenho industrial, porque o curso me propõe mais mercado de trabalho. 

— Caramba, que ótimo, querida! - E então suspirou. - Daremos sorte se Sebastian for aprovado em alguma faculdade próxima, e Jace... pffff... quer ser padre

— Mãe, não fale isso como se fosse pecado, por Deus... - Jace interrompeu. 

— Todos nós sabemos que isso fica bem longe do pecado, irmãozinho. - Sebastian tinha que bancar a serpente do paraíso. - E então, irmãzinha, posso te chamar assim, né? - E riu. - Padres católicos não se casam, você sabe disso, certo? Acho melhor você começar a investir em contatinhos. 

— Sebastian! - Celine repreendeu. - Não foram esses modos que eu te ensinei! 

— Uh, que seja!

Celine revirou os olhos e fez outra pergunta, que Clary respondeu pacientemente. 

A noite correu sem nenhum problema maior que comentários sarcásticos de Sebastian e Isabelle não tardou a chegar, com uma sacola de dvds em uma mão e o punho da jaqueta de um Alec arrastado na outra. Ela entrou sem bater. Celine já havia distribuído as sobremesas quando Izzy entrou na sala de jantar.

— Isabelle! Alexander! - Celine chamou. - Se vieram para jantar, sinto muito dizer que terão que se contentar com a sobremesa.

— Haha, nós já comemos, tia, obrigada. - Izzy respondeu. - Clary, que ótimo que você está aqui, pode vir conosco. 

— E para onde nós vamos? - Jace questionou. 

— Para a minha casa, dã... Aluguei um monte de filmes de terror para maratonar com o Alec, mas ele tem medo que o demônio fique atrás da carinha bonitinha dele, então resolvemos chamar pessoas que possam nos proteger. - Alec deu de ombros. - Pensamos que seria legal chamar você e o Sebastian porque, você sabe, conexões... 

— Todos sabemos que o Jace tem uma boa relação com Deus, mas por que eu? - Sebastian perguntou. 

— Bem, se apelar pra Deus não funcionar... - Isabelle sorriu. - Talvez você possa desenrolar com o diabo, sabe... ouvi dizer que semelhantes se respeitam. 

— Isabelle! - Celine repreendeu, mas estava querendo rir, Clary pode notar enquanto sufocava a própria risada. 

— Tá bom, desculpa, tia. - Mas ela não exatamente deixou de sorrir. - Então, vamos?

— Temos aula amanhã cedo e vou direto pra Igreja depois da aula, então preciso de uma boa noite de sono, Izzy. 

Ela deu de ombros. - Ok, então vamos só nós quatro. Sebastian, leve roupa para dormir. 

Jace estacou. A conta se armou na sua cabeça: Sebastian + Dormir + Clary + Fora de casa = Nunca iria acontecer. 

— Se bem que... - Jace soltou. - Ainda tá cedo. Se eu assistir apenas um ou dois filmes, não vejo que problema teria... 

                                         ~//~

Residência dos Lightwood - 20:54 - Quarto da Isabelle. 

Depois de avisar à sua mãe que iria se demorar um pouco na casa de Isabelle e pedir permissão para Jace dormir na sua casa, Clary seguiu para a casa da vizinha. Eles já haviam posto o primeiro filme - Quando as luzes se apagam. 

Clary curtia muito esse filme, mas sabia que se A entidade deixara Jace em pânico, esse provavelmente o faria fechar os olhos e dormir mais cedo. Riu para si mesma enquanto se ajeitava por cima do braço do namorado na cama de casal do quarto de Isabelle. Estavam ela, Izzy, Jace e Alec espremidos na cama que deveriam caber confortavelmente dois, e Sebastian estava em um dos puffs jogados num canto do quarto. Eles tinham um balde enorme de pipoca, que Clary já estava atacando. 

Sua previsão não estava errada. Jace ficou nervoso e chegou a berrar um "Creendeuspai" quando a Diane - demônio malvado do filme - pulou de um canto escuro. Parecia um garotinho assustado. Ele foi fortemente contrariado quando pediu para trocar o gênero quando eles foram colocar outro filme. O segundo filme da noite foi A autópsia de Jane Doe. 

Não era lá a melhor coisa que Clary já tinha visto, mas um defunto era o suficiente pra Jace começar a reclamar da falta de respeito com os mortos. E não parou. Era problematização pela nudez excessiva da garota, pela correlação com a inquisição, com a pele do tronco dela sendo puxada... 

— Cacete, Jace, cala essa boca! - Isabelle berrou durante o discurso dele sobre como as mulheres só tinham duas ou três falas durante o filme inteiro, e que a protagonista só ficava parada e sendo sexualizada. - Toma, come uma pipoca. 

— Se você acha que uma pipoca vai calar a minha sede por justiça, você está bem engana- Clary tapou a boca dele. 

 

— Ok, esquerdomacho problematizador, mas agora vamos ver o filme, sim? - Ela sorriu e enfiou pipoca na boca dele, que revirou os olhos, mas mastigou. 

                                    ~//~

Residência dos Parker - 2:15 - Quarto da Clary.

Eles assistiram mais um filme, antes de decidirem dormir. Como aparentemente só havia espaço para mais um no quarto de Izzy e Alec se recusou a deixarem alguém dormir no dele, Jace teve que ir para a casa da namorada, cuja mãe já tinha preparado a cama para ele. Era um colchonete bem fofinho no chão do quarto da menina, mas tinha edredons e travesseiros e estava bem macio. Ficou meio constrangido, quando saiu do banheiro após se trocar, por estar ali deitado sozinho quando a menina foi jogar uma água no corpo antes de se deitar. Mas o constrangimento virou embaraço quando ela saiu usando uma roupa de dormir não muito longa nem muito conservadora. Engoliu em seco. 

Então aquilo tudo era um plano, um plano para seduzir. Maldita fosse Isabelle, porque ele sentia que tinha um dedo dela nisso. Balançou a cabeça.

— Hey, você pode dormir aqui em cima comigo. - Ela falou, abrindo espaço na cama. - Não é como se você nunca tivesse dormido antes. 

— Não precisa.

— Não seja bobo, venha, tem espaço o suficiente para nós dois aqui. - Murmurou.

Ele respirou fundo e foi. Ele iria pará-la - com toda a certeza - e daria o senhor sermão nela por essa atitude infantil. Deitou-se, cobriu-se e esperou. Não tardou a acontecer. Ela se aproximou mais dele e deu um beijo suave nos lábios dele. O cheiro dela estava incrível - ela provavelmente passou alguma loção no corpo no pós-banho - e a temperatura corporal dela... Ele fechou os olhos e esperou ela aprofundar o contato. Ele iria parar. Iria! Mas talvez devesse ver até onde ela iria... Se fossem apenas beijos... Talvez ele devesse...

Ela cortou o contato dos lábios e se afastou um pouco dele. - Boa noite. - Ela disse suavemente. Então fechou os olhos e dormiu. 

Ele se espantou. Não seria aquilo parte de um plano? Impossível. Ela estava esperando uma iniciativa dele, provavelmente. Se era isso, ela poderia dormir até 2000 e sempre, porque Jonathan Christopher Herondale não iria ceder à tentação infame.  

Bufou. 

Talvez se... Pensou. Se? Droga! Não! Não! 

Bufando outra vez por raiva, ele se virou de costas para a namorada e se obrigou a dormir. Quando notou que ele não estava mais olhando, Clary abriu os olhos e sorriu.

 

 


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews?

Kissus