A mestiça escrita por Mila 12


Capítulo 13
A cura


Notas iniciais do capítulo

20.02.2017



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Sasuke

Deitei na cama após um banho, estava exausto. Olhei para o lado e vi uma foto minha com Itachi e uma garota com cabelos castanhos longos ondulados e olhos verdes. Peguei a foto e olhei mais detalhadamente a garota. Vi um fio prateado com uma flor de cerejeira como pingente pendurado no pescoço da garota. Aquele colar havia sido um presente que dei para minha melhor amiga. Mas por que aquela foto estava ali? A menina não poderia ser Sakura.

Falando na Sakura ela estava muito diferente, claro que eu não penso que ela ficaria igual, mas pensei que o jeito dela para comigo não tivesse mudado. Não que nós tenhamos tido muito tempo para conversar. Ela, pelo o que eu via, estava muito ocupada com o vilarejo para ficar de bobeira. Estava sendo difícil até mesmo vê-la.

Suspirei, todos estávamos atarefados. Olhei o mapa na parede, diversos locais estavam marcados em vermelho. Onde Madara atacaria novamente?

Acabei adormecendo com meus pensamentos. Acordei e desci tomando sangue, ultimamente estava com menos vontade de beber o sangue de Sakura. Daisuke e Naruto desceram em silencio o que não era nada normal falando de Naruto, pelo o que observei. Sentaram-se e permaneceram quietos tentando disfarçar quando olhavam para mim pelo canto do olho.

— Sakura está em casa? – perguntei.

— Ela comentou que ficaria estudando e não queria ser incomodada – Daisuke falou.

Levantei e deixei o copo na pia. Naruto fez o mesmo.

— O que acha de nos conhecermos melhor? – ele perguntou o encarei e ele completou – Gostaria de saber sobre você talvez Madara tenha algo em comum já que você morou maior parte da vida com ele.

— Pergunte a Sakura ela sabe de tudo – falei.

—Como chegou ao vilarejo na primeira vez? – ele ignorou minha resposta anterior.

— É um interrogatório agora? – perguntei.

Percebi que ele não desistiria.

— Madara me mandou captura-la e assim eu fiz, mas quando ele falou seus objetivos eu desisti e a ajudei a fugir e ela me guiou até aqui – falei.

Daisuke apenas observava. Suspirei e dei as costas a eles.

— Madara estava te treinando quando nos conhecemos, para que estava treinando? – Daisuke perguntou.

— Para matar Itachi – falei e o encarei – E você?

Ele desviou o olhar para qualquer canto.

— Para obter poder – ele falou – E matar Sakura.

— Como você pode ter pensado em matá-la? –perguntei.

— Madara criou um universo paralelo onde me fez ter raiva dela e achar que ela era a culpada de tudo.

— Quanto tempo passou nessa realidade paralela? – Naruto perguntou.

— O suficiente para achar que tudo era verdade, a ficha caiu apenas depois daquele encontro na floresta, mas ele me ameaçou caso eu tentasse algo – Daisuke explicou.

— Por que ela estava na floresta com duas costelas quebradas? – perguntei mudando totalmente de assunto.

Eles se entreolharam

— Já ouviu falar da Kyuubi? – Naruto perguntou.

Neguei meu tio nunca me deixou saber muito.

— Ela distribui os dons para os vampiros, como uma verdadeira deusa. Antigamente ela vivia nos céus, e descia de vez em quando para fazer algo que foi impedido de acontecer por algum vampiro que via o futuro, por isso ela escolhia a dedo quem realmente iria fazer bom uso e assim tornou-se raro achar alguém com esse dom.

Sentamos-nos na sala para ficarmos mais confortáveis.

— Após vários ataques sem justificativa nenhuma, os quatro líderes dos clãs principais concluirão que alguém estava controlando ela. Então decidirão que ela seria selada em um vampiro. E começaram a discutir para ver que clã ficaria responsável por isso. Por fim decidiram que os Uzumakis seriam responsáveis por manter a raposa segura dentro de seus corpos. A raposa vai mudando de hospedeiro quando uma nova geração vem, sempre para o primeiro filho da linhagem principal – Naruto concluiu

— O que isso tem haver? – perguntei.

— Eu ainda não controlo totalmente a raposa, às vezes ela tenta tomar o poder, já que apenas a parte que possui ódio foi selada, a outra está no céu. Passei pelo treinamento, mas ainda falta muito. Sakura é a única que pode me ajudar e parar a raposa – ele falou.

— Por que?

— Ela consegui me levar ao passado e assim eu treino com os anciões do clã Uzumaki – ele explicou – Me descontrolei na floresta e ela acabou se complicando ao tentar me controlar. Hinata acabou atrapalhando e depois ela teve uma luta com Kabuto – ele finalmente completou.

— O que ela tanto estuda? – perguntei.

— Desde o dia que você foi embora ela se tranca para pelo menos achar algo que desfaça o efeito da marca, mesmo que seja temporário. Ela quase perdeu tudo por causa da marca – Daisuke falou.

O encarei, mas foi Naruto que continuou.

— Ela viu muitos passarem por essa tortura. Ela tem pesadelos todas as noites, ela não dorme mais, apenas quando desmaia de cansada, porque em um dos ataques ela quase matou a mim e Daisuke, nossa sorte foi que ela conseguiu sair da ilusão da marca.

— Ela se controlou e quando olhou em volta, vários civis e guerreiros estavam a olhando com medo como se a julgassem. Sakura não foi à mesma depois disso, cada vez menos a víamos e ela se empenhou nas pesquisas sobre a marca. É um pouco raro a ver, seu dom diminuirá e as visões não acontecem tanto, como antigamente – Daisuke completou.

— As emoções de Sakura interferem nas visões por isso sempre tomamos o máximo de cuidado com ela. Aos nossos olhos ela é frágil como uma flor. Sabemos que ela não é indefesa, mas a protegemos sempre – Naruto falou.

Continuamos a conversar...

Sakura

Abri os olhos devagar me acostumando com a claridade. Levantei da cama onde estava sentada e com ajuda dos moveis e da parede consegui descer até a cozinha onde Naruto, Daisuke e Sasuke estavam conversando.

— Dai – chamei.

Os três me encararam e Daisuke veio ao meu encontro.

— Você conseguiu? – ele perguntou.

Assenti e ele me abraçou apertado.

— Sakura, você não sabe como me preocupou, nunca mais faça isso – Naruto disse e me abraçou.

— Por que estão comemorando? – Sasuke perguntou.

— Sakura está aqui e viva! – Naruto falou sorrindo.

— E por que não estaria? – ele perguntou.

Naruto se deu conta do que acabara de falar.

— Podem nos deixar a sós? Acho que eu e Sasuke temos que conversar – pedi.

Eles assentiram e saíram. Sentei no sofá e Sasuke sentou ao meu lado.

— Lembra quando expliquei que quando meu lado vampiro assume o controle eu posso morrer?

Ele assentiu.

— Quando eu era pequena eu comecei a treinar para ter o controle total de meus dons, mas eu ficava vulnerável para o lado vampiro tentar matar meu lado bruxo e isso me deixava fraca. Depois da morte de meus pais eu não treinei mais. Quando a marca foi aplicada eu tinha 14 anos e tinha um grande efeito. Depois eu descobri que sangue amenizava o efeito, Itachi fez uma barreira na marca após descobrir sobre ela. Não tive que me preocupar com ela por um bom tempo.

— Apenas depois de Orochimaru ativa-la novamente – ele falou.

Senti uma pontada na marca, mas ignorei.

— Fazia alguns dias que estava pensando em voltar a fazer o treinamento. Depois do acidente na floresta com Kabuto eu decidi me dedicar ao treino.

— Sakura, você quer dizer que você está treinando mesmo sabendo dos riscos? – ele perguntou.

— Sasuke eu já terminei o treinamento. Por isso Naruto e Dai estavam comemorando.

— Por que fez isso? – ele perguntou.

— Inocentes estão morrendo, a guerra e os ataques estão cada vez mais frequentes, eu não poderia deixar isso acontecer tendo a solução nas mãos, eu precisava pelo menos tentar. Nunca me importei de morrer para o vilarejo – falei.

— E se você morresse como o vilarejo ficaria?! Isso foi irresponsável. Você parou para pensar no que poderia acontecer?

Ele respirou fundo.

— Desculpe, eu apenas preciso de um tempo – ele disse.

Sasuke subiu para seu quarto e por lá ficou. Respirei fundo, várias vezes, controlando o choro. Peguei uma fotografia na mesa de canto e fiquei a olhando.

— Por que gosta tanto dessa foto?

— Foi um aniversario especial – falei a Itachi que pegou o retrato de minhas mãos e o olhou.

— A vida de Sasuke mudou nesse dia – ele falou.

O encarei, ele sorriu e sentou no sofá. Ele se aproximou e tirou o cabelo do meu pescoço e logo senti seus caninos na minha pele. Ele se distanciou devagar de mim depois de satisfeito. Ele me encarou surpreso. Ele puxou meu pulso esquerdo rapidamente e arregalou os olhos.

— Sakura, eu te avisei para não fazer isso – ele falou se levantando.

— Afinal o que há de tão mal nisso. Eu morreria aos poucos se não fizesse! – falei

— Eu não sabia – ele falou baixo.

— Ninguém sabia, não queria preocupa-los com isso – falei.

Ele beijou minha testa, deu uma última olhada na fotografia onde estava eu, ele e Sasuke e se foi.

Respirei fundo e sai de casa fui ao centro de pesquisas e entrei na minha sala. Olhei para a pilha de pesquisas que eu havia feito, mas nenhuma fora acabada. Peguei um caderno no alto da pilha e coloquei na mesa comecei a fazer anotações...

Ouvi batidas na porta e alguém entrando.

— Da última vez estava mais arrumado – ouvi.

Levantei a cabeça e encarei Gaara que sentou ao meu lado após um beijo na testa.

— E então como foi? – perguntei.

— É eles me liberaram e alguns guerreiros vieram escoltando os civis – ele falou olhando minhas anotações – Parece que Konoha é o lugar mais seguro para os civis – ele completou – O que é isso? – perguntou.

Levantei e peguei um pequeno frasco com um liquido arroxeado dentro.

— É uma das minhas pesquisas sobre a marca. Importa-se? – perguntei.

— Claro, sou uma cobaia mesmo – ele falou.

— Bobo – falei – Estenda o braço – falei estendendo meu pulso para ele colocar por cima, após eu sentar ao seu lado.

— Sakura – ele falou baixo.

Ignorei e apliquei a agulha em seu braço.

— Me avise quando sentir algo – falei e ele assentiu.

Passou alguns minutos e nada aconteceu. Olhei para a marca dele e ela estava quase sumindo. Pisquei e sabia que meus olhos estavam mais escuros. Vi tudo o que acontecia e voltei a sentar à frente de Gaara.

— Consegui – falei.

— Sério, nada de marca? – ele perguntou.

Assenti e ele me abraçou.

— Acho que quer que eu saia – ele falou – Você tem muito trabalho pela frente.

Ele saiu e eu comecei a fazer misturas e colocar o antídoto dentro dos frascos com a quantidade certa... Olhava o mapa e fazia algumas anotações vendo se batia os números com os papeis que estavam no chão espalhados. Minha visão embaçou e aos poucos deixei o cansaço me levar.


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