As Crônicas de Reddie Hunter escrita por HunterPotterhead


Capítulo 6
Não sou obrigada




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Eu havia acordado de mau humor. Graças a Deus. Se eu continuasse com aquela idiotice de sorrir sozinha eu iria dar uns bons tapas na minha cara. Desci as escadas praguejando. Eu não sou de xingar embora Patrick cite um palavrão a cada 3 segundos, mas hoje eu não estava nem aí.

Jacob continuava feito trouxa no celular, só que dessa vez na cadeira da cozinha. Parece até que não tem vida. Pelo menos desta vez aquilo ali não estava uma zona.

— Faz o café. – Jacob ordenou e eu revirei os olhos.

— Vai pra merda. – Ele arregalou os olhos na minha direção.           

— Desde quando você xinga? – Ele perguntou incrédulo.

— Desde que eu tive vontade. – Dei de ombros e peguei uma maçã.

— Ui, acordou enfezada. Faz o café aí, e de preferência sem veneno.

— Não sou obrigada e mesmo que eu o fizesse, com certeza eu colocaria veneno.

— É só um café!

— São 5 minutos da minha vida desperdiçados em algo que você mesmo poderia fazer.

Mordi a maçã e ia voltando para meu quarto quando a porta se abriu e Patrick e Anne entraram. Ferrou tudo.

— EU MEREÇO! – Gritei furiosa da vida. Jesus. Não se pode ter paz nessa casa. Dei uma olhada na sala que estava uma bagunça por que Jacob não consegue ser otário com o traseiro colado em um só lugar – Não foi culpa minha. Foi dessa praga que vocês chamam de primogênito. Eu acho que ainda dá tempo de entregar pra adoção.

Patrick deu de ombros. Isso porque não seria ele que ia limpar. Anne me dirigiu um olhar reprovador por chamar meu irmão de praga e logo estufou o peito para chamar a plenos pulmões o meu irmão.

— JACOB ALEXANDER HUNTER! – Ele apareceu instantaneamente na sala com uma cara tipo “Eu sei que deu merda pro meu lado, mas dá pra mandar a bronca por mensagem?”. – Posso saber que bagunça é essa aqui?

— Eu...

— Não quero saber! Tu vai limpar tudo isso aqui com a língua! – Dei uma gargalhada do sofrimento alheio e Anne me fuzilou com o olhar – Tá rindo de quê, mocinha? Vai ajudar ele também!

A injustiça plena nessa casa reina. Comprovado que a presença dos meus pais só me incomoda. Deus pode me levar. Cansei desse jogo que é viver.

— Mas eu nem fiz nada!

— Não interessa, vai limpar porque eu tô mandando!

— Não vou limpar nada não. Ora essa! – Anne tirou uma faca do bolso e atirou na minha direção (Estão achando o quê? Aqui não é sapato não, é faca mesmo). Eu desviei um pouco para a esquerda porque aquilo iria acertar na minha cara. – Que violência mulher.

— Tá me achando com cara de quê pra vir com essa falta de respeito? Tá de castigo!

— Mas que merda!

— Olha a boca suja! – Patrick repreendeu e eu arregalei os olhos.

— A tua é pior, caramba, eu nem fiz nada! – Cruzei os braços. – Eu não quero limpar. Quem fez essa bagunça foi Jacob que não agüenta ser trouxa de bunda quieta.

— HEY! – Ele gritou e eu arqueei as sobrancelhas.

— O quê? Eu tô mentindo? – Ele veio pra cima de mim e eu pulei em cima do sofá.

Jacob tentou me acertar e eu dei um murro em seu estômago e em seguida dei um chute em sua cabeça. Mas não deu tanto efeito porque embora eu seja treinada pra matar eu ainda tenho uma mão ridiculamente pequena. Ele me prendeu segurando meus braços e me debati tentando me soltar. Jacob me virou de cabeça pra baixo. Patrick e Anne não faziam nada, só foram pra cozinha. Estavam acostumados com nossas brigas. Que família maravilhosa.

— Me solta! – Eu gritei me sentindo zonza pelo sangue vindo na minha cabeça e me debatendo enquanto Jacob me segurava pelos pés.

— Com todo prazer. – Ele me largou e eu bati minha cabeça no chão e soltei um gemido de dor.

Ele deu uma risada e eu rosnei dando um salto e agarrando seu pescoço o derrubando.

— Quem é que tá rindo agora? – Ri enquanto ele acariciava o nariz que havia batido em sua linda queda. – Vamos lá. Grite para o mundo que perdeu para uma garota de 10 anos, irmãozinho.

— Nunca, pirralha. – Ele sabia que eu odiava ser chamada assim.

— Vamos ver.

O prendi numa chave de braço o deixando sem ar.

— Sua louca!

— Não é essa a frase que quero ouvir...  – Cantarolei.

— Eu morro. Mas não digo. Morrerei com dignidade.

— Okay então – O sufoquei um pouco mais. Ele estava ficando roxo. Dei uma risada e fiz a contagem regressiva.

— Tá, tá. Te compro um pote de doce de leite. Me solta! – O soltei satisfeita. Jacob é mais forte, mas eu sou mais rápida e inteligente. Cérebro ganha de força bruta. Fato.

Depois de meu breve desentendimento com Jacob, subi para meu quarto, calculando uma maneira de me encontrar com Nicho. Afinal por pura injustiça de Anne eu estava de castigo. Que absurdo.

Eu poderia dizer que ia comprar pão. É uma boa desculpa.

Ou simplesmente sair porque ninguém me obriga a nada nessa casa.

É. A segunda opção é melhor.

Desci no horário de almoço e Anne tinha feito a comida enquanto Jacob varria a casa olhando sofregamente para o celular que nossa mãe colocou em cima da estante. Obrigada, mãe. Olhei a mesa posta e tinha um purê de verduras, salada e arroz. Retirem os meus agradecimentos. Na verdade eu fiquei tentada a subir de volta pro quarto. Mas aí eu foquei no pensamento “Tem gente que nem isso pode comer. Deixa de ser mimada e vai comer aquela gororoba!”. Minha consciência é muito irritante.

Relutantemente, sentei na minha cadeira e esperei o resto do povo se sentar em suas cadeiras. Patrick me interrogou a respeito de minhas aulas e eu disse que estava tudo excelente. Mesmo eu não tendo estudado merda nenhuma.

Comecei a comer. O que custa colocar um pouco de sal nessa comida? Mas ninguém reclamou. Claro, ninguém quer levar panelada na cabeça e um discurso sobre colesterol.

Comi em silêncio e ia subindo para meu quarto quando Patrick me chamou.

— Reddie, poderia me dizer em que parte do corpo fica o tímpano?

Ferrou.

— Hã... Na barriga?

Patrick arqueou a sobrancelha. É. Ferrou bonito.

— Fica no ouvido. E isso significa que você não estudou sobre o corpo humano. Acha mesmo que não sei quando mente?

— Então poderia me dizer aonde eu errei? Minha atuação foi perfeita! – Me fingi de ofendida.

— Não fuja do assunto. Quero saber porque não estudou. – Ele disse cortante e eu olhei de relance para Jacob que estava com um sorrisinho estampado no rosto do tipo “Te vira agora trouxa”.

— Culpa de Jacob!

A vida me ensinou que a utilidade do irmão mais velho aparece quando você pode jogar a culpa nele.

— Mas o quê? – Ele protestou. – Desde quando?

— Foi sim! Ficou dois dias naquele sofá sendo trouxa e não me ensinou nada – E é verdade mesmo.

— Posso saber por que ele estava sendo trouxa? – Patrick indagou.

— Porque a Sam finalmente desistiu dele!

— Já não era sem tempo. – Anne assobiou. Patrick fez uma cara de satisfação.

— Ainda bem. Eu não queria ter que resgatar ela de demônios vingativos.

Jacob deu um tapa em sua testa.

— Ninguém merece. E ela não desistiu de mim. Só tá tentando me esquecer com um carinha aí.

— Como foi que eu carreguei nove meses um convencido desses, meu Deus? – Anne disse e suspirou logo em seguida, Jacob revirou os olhos. – De mim que não puxou.

Dei um passo para trás vendo a discórdia plantada na cozinha.

— Isso ainda não é motivo pra não ter estudado. Você tem mão. Pegava o livro e lia. – Patrick reclamou e eu suspirei.

— Sim, eu tive preguiça e não estudei. – Odeio ter que admitir erros. Principalmente quando não me arrependo deles. Patrick resmungou, me mandou estudar e me liberou. Revirei os olhos assim que virei as costas e subi para meu quarto abrindo a merda do livro.

Deu três da tarde. E eu não sou confeiteira pra dar bolo no Nicho então desci cautelosamente à escada verificando a sala de estar. Jacob estava lá, mas estava dormindo. Eu conheço ele. Aquela praga saiu do mesmo útero que eu. O útero de Anne falhou na primeira e aí alcançou o sucesso na segunda gestação. Jacob sempre dorme de boca aberta. Nem sabe fingir que está dormindo direito. Desci como quem não quer nada e fui até a cozinha. Ele devia estar estranhando eu não tentar sair de fininho. Mas eu não sou uma criança idiota.

Enchi um grande copo de água com cubos de gelo e fui até o sofá. Suas pálpebras nem se moviam, o seu peito subia e descia com ritmo harmonioso. Ele teve o mesmo professor de atuação que eu afinal. Joguei a água com tudo na sua cara.

Ele abriu os olhos de supetão e deu um grito sacudindo a cabeça e os cabelos encharcados enquanto eu ria de sua cara. E é isso que acontece quando tentam me tirar de otária.

— Por que você fez isso?! – Ele perguntou, ou gritou, os dois na verdade. Dei de ombros.

— Deu vontade. – Dei de ombros. – Você parecia um anjinho dormindo. Então resolvi acordar o demônio.

— Argh. Eu vou ao banheiro trocar de roupa. – Ele resmungou e eu fiquei com a mesma expressão embora eu estivesse sorrindo satisfeita internamente. – Irmã mais nova é um inferno.

Fingi que ia subindo a escada enquanto Jacob ia ao banheiro. Dei uma olhada e rápida e discretamente saí de casa respirando fundo. Espero que ninguém sinta minha falta. Fui correndo até o parque e percebi que tinha esquecido as lentes. Tanto faz. Nicho já me viu sem elas.

Quando cheguei no parque vi uma cena que fez meu sangue ferver de ódio. Quatro crianças cercavam Nicho, falando ofensas. Em cerca de três segundos eu apareci lá e me pus na frente dele que encarava constrangido as crianças.

— Podem ir caindo fora. – Falei secamente.

— Quem você pensa que é garota? – Um menino perguntou e eu dei um sorriso irônico.

— Reddie. Mas não posso dizer que tenho prazer em te conhecer. E é bom pararem de falar merda a não ser que queiram perder suas línguas. – Usei meu tom de voz mais sério. Três engoliram em seco, mas uma só fez um olhar de desdém. Uma que não tem bom senso.

— Eu só estou vendo mais uma estranha. Caramba, você tem alguma doença?

— É, eu tenho. Se chama ira. E isso me faz querer quebrar seus ossos um por um. Então cale sua boca.

— Venha calar.

— Não é meu trabalho tampar boca de esgoto, porém posso te recomendar uma marca de sabão. Ou então falar com seus pais pra eles tentarem descobrir onde foi que erraram. Deixem meu amigo em paz.

— E se não deixarmos? – Essa garota está tentando testar a paciência que não tenho. Avancei contra ela colocando minhas mãos em seu pescoço fino. Ela tentava me arranhar com suas pequenas unhas que mal me faziam cócega.

— Se não deixarem, vocês vão conhecer o que é dor de verdade. – A garota estava ficando roxa. Eu a encarava friamente falava com uma falsa calma. – Você quer conhecer o que é dor de verdade?

Ela estava sem ar então balançou a cabeça negativamente, a larguei.

— Fora daqui! – Gritei e eles saíram correndo. Sorri um pouco satisfeita, mas meu sorriso se desfez ao me virar.

Encarei Nicho, ele estava boquiaberto. Ah caramba. Ele deve achar que sou uma psicopata. Que ótimo. Senti minhas bochechas corarem. Por um segundo eu entrei em pânico e quando abri a boca para tentar explicar que não estava de bom humor, Nicho começou a rir.

— Há! Bem feito para aqueles idiotas! Eu me senti num anime agora! – Ele ria colocando as mãos na barriga – Obrigado, Reddie, te devo uma.

Ele sorriu e me abraçou e eu retribui atônita. Ele gostou do meu surto de raiva?

— Não acha que sou uma psicopata?

— Claro que não! Você foi incrível! – Ele gargalhou e eu respirei um pouco aliviada. – Parecia o Batman.

Eu gargalhei sonoramente. Aquilo saía de forma tão natural com Nicho. Então é assim que se fica quando se tem amigos. Você fica a vontade. Acho que isso é legal.

— Vamos para o banco – Ele me puxou para o banco pela mão e quando eu me sentei, ele fez menção a colocar a cabeça no meu colo.

— Hey, tenho cara de travesseiro?

— Sim. Você é fofa e eu me sinto confortável com você. – Ele deu de ombros.

Senti minhas bochechas corarem de novo. Nicho conseguiu isso duas vezes no mesmo dia. É o recorde de um ano.

— Eu não sou fofa. – Resmunguei cruzando os braços enquanto ele deitava a cabeça no meu colo enrolando alguns fios do meu cabelo nos seus dedos.

— É sim. E seus olhos são bonitos. Fica bem melhor assim do que com as lentes.

Dei de ombros. Não adiantava tentar discutir com Nicho nesse assunto. Não importa o quanto eu reclamasse ele sempre dizia que meus olhos são bonitos vermelhos.

Conversamos todo tipo de besteira, até que uma borboleta pousou em meu ombro e Nicho deu um grito, se afastou brutalmente de mim e caindo de cara na grama. Eu me assustei com seu susto. Espera, acho que isso não teve muito sentido. Ah, mas vocês entenderam. Ele ficou mais pálido que papel e eu ainda estou tentando entender o porquê do susto. Por um segundo achei que um demônio estivesse atrás de mim, até virei a cabeça, mas não tinha ninguém lá. E mesmo que tivesse, não teria problema, eu estou armada com um estilete no bolso.

— O que foi? – Perguntei confusa, a borboleta ainda estava no meu ombro.

Ele entreabriu os lábios, tinha um corte em seu lábio, provavelmente bateu seu rosto numa pedra, apontou debilmente para a borboleta e fez uma careta. Eu olhei mais uma vez por cima do ombro. Encarei a borboleta e Nicho. Nicho e a borboleta. Ah, não creio.

— Tem medo de borboleta? – Perguntei de olhos semicerrados. – É sério isso?

— Não ria. – Ele fez uma expressão emburrada. Eu não sentia vontade de rir. Ele estava tão pálido que mesmo aquele medo sendo ridículo eu senti pena então afastei a borboleta que parecia ter dormido no meu ombro com um peteleco.

— Não vou rir. – Eu disse seriamente. – Mas vou te ajudar.

Ele se levantou ainda emburrado, o cabelo com algumas folhinhas de grama.

— Como? – Ele arqueou uma sobrancelha.

— Por que tem medo delas?

— Porque podem me deixar cego.

— Não se você não mexer com ela ou tocar em suas asas e acabar depois passando nos olhos. Não tem motivo pra ter medo se as deixar em paz.

— Sei lá. Elas me assustam.

— Me surpreende a borboleta não ter se assustado com seu grito, isso sim.

Ele revirou os olhos e deitou a cabeça no meu colo de novo. Notei que o corte em seu lábio sangrava um pouco.

— Ah não. Levanta, a gente vai à farmácia cuidar desse corte. – Ele revirou os olhos de novo.

— Isso não é nada. – Resmungou cruzando os braços.

— É sim, pode dar uma infecção e aí vai ter um efeito bem pior que a borboleta. – Ele me encarou emburrado, mas depois sua face adquiriu uma expressão tristonha.

— Mas não é nessa hora que você tem que ir embora?

Suspirei e olhei no relógio. Eu já estava atrasada.

— Você é mais importante. Vamos logo. – Apanhei a mão dele e o levei até a farmácia mais próxima.

Eu tinha uma grana no bolso então a usei para comprar um antisséptico, algodão e um curativo. Fiz Nicho sentar num banquinho que tinha no canto da farmácia. Ele fez uma careta quando apliquei o antisséptico. Revirei os olhos.

— Seja homem, garoto. – Ele revirou os olhos dessa vez. Terminei de limpar a ferida e coloquei o curativo. – Pronto.

Sorri satisfeita por bancar a enfermeira temporária e Nicho agradeceu. Saímos da farmácia e eu arregalei os olhos ao ver o horário no relógio. Eu estava muito encrencada. Nicho me encarou triste.

— Por que você sempre vai embora?

— Porque meus pais não gostam que eu tenha amigos. Eles não sabem que estou me encontrando com você. – Falei cabisbaixa. – Eu vou tentar vir amanhã. Não sei se consigo.

Ele se esforçou e deu um sorriso.

— Eu sei que você virá amanhã.

Ele teve tanta certeza ao falar isso que meu coração se aqueceu e eu sorri.

— Até amanhã Nicho.

— Até amanhã Red. – Ele me abraçou e eu retribuo.

Me afastei e acenei com a mão, logo saindo correndo de volta para casa. Eu estava bastante ferrada. Passei numa padaria e comprei alguns pães. Sim, eu vou usar essa desculpa.

Entrei em casa ofegante e Patrick estava no sofá e Jacob me encarava desconfiado.

— Onde estava? – Patrick perguntou secamente.

— Fui comprar pão.

— E esperou ele ser fabricado? – Jacob arqueou uma sobrancelha.

— Sim, eles ainda estavam fazendo a massa quando cheguei, acreditam?

— Fale a verdade.

— Estou falando. – Repeti seu gesto com a sobrancelha. – Se não acredita, problema seu.

Ele fechou a cara e eu dei um sorriso irônico. Subi para meu quarto e abri um livro qualquer logo voando os olhos sobre as linhas, até que ouvi um leve bater na porta.

— Eu quero saber como você pretende resgatar aquele garoto se ele for sequestrado por demônios. – Jacob falou casualmente encostado no batente da porta. O olhei seriamente.

— Como sabe dele?

— Segui você. – Ele deu de ombros – E aí? Como vai ser?

— Se for necessário eu vou atrás dele. Se acontecer algo com ele é problema meu e não seu. E eu não vou deixar nada acontecer com ele.

— Red, acha que o pai não vai descobrir uma hora?

— Eu sempre vou arranjar uma maneira de falar com ele. Você fica arrastando asa pra Sam e eu mal vejo Patrick reclamando.

Ele revirou os olhos e antes de sair, me olhou por cima do ombro.

— Não pode se encontrar com ele pra sempre. Boa sorte, irmã.

Ele saiu e enfim eu voltei a respirar, só notando que estava prendendo o ar até agora.

Não. Não vai acontecer nada com o Nicho. Eu não vou deixar. Não importa se eu o conheço faz três dias. Ele é meu amigo. E eu vou proteger ele enquanto puder. Acho que é isso que amigos fazem.

 


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