Naruto - A História Reescrita: escrita por Yori Sora


Capítulo 3
Capítulo II - A Vida Debaixo do Céu:




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~Idade: Doze Anos – Primeira Saga:~

 

Aqueles dois Uzumaki dessa não tão adorável história caminhavam na terra debaixo do céu. Sete anos haviam se passado desde aquele brilhante e reluzente dia, embora cheio de horrores e revelações, em que o destino de ambos fora selado. De qualquer forma, era comum que aqueles dois, Naruto e Hinata, caminhassem lado a lado pela vila, indo em direção até a Academia Shinobi para aprender sobre suas futuras carreiras.

 

Hinata cresceu e ficou ainda mais bela, devo dizer! Seu cabelo costumava ser curto, mas ela havia o deixado crescer nesses últimos anos, atingindo até a cintura. O curioso era que aquele cabelo, liso e limpo, era escuro e azulado, lembrando às muitas noites que ela passara com seu Outro Coração, Naruto, no campo, olhando o céu da noitinha, lotado de estrelas.

 

— Naruto-kun – ela o chamou, ainda no “passeio”.

 

— Sim? – ele pergunta como resposta, com um sorriso de canto.

 

— Nós logo vamos nos formar, eu queria te perguntar algo importante – Hinata diz, simplesmente, olhando para o rapaz.

 

— Deixa eu adivinhar... – ele diz, num tom brincalhão, como se tivesse que resolver uma charada. – Você quer saber no que eu estava pensando naquela manhã constrangedora?

 

Ele recebeu um soquinho no ombro.

 

— Idiota! – Hinata exclama, bastante corada. Ele ri.

 

Acontece que, certa vez, por Naruto e Hinata costumarem dormir na mesma cama no apartamento de Naruto, o rapaz acordou com o fervor da puberdade – Hinata, deitada em seu tórax, ainda dormindo, não tinha noção de que sua perna, mais especificamente a coxa, encostava no membro do loiro, o deixando sentir coisas diferentes. Bem, ela acorda, finalmente, com um gemido dele.

 

— Homens são todos pervertidos! – Hinata respondeu. – Mas não me importo se for com você – ela disse essa última parte baixinho, apenas para ela ouvir, mas Naruto ouviu e a abraçou de ombro.

 

— Mas o que te preocupa, Hinata? – ele pergunta. – Se continuarmos andando devagar assim, nunca vamos chegar na Academia.

 

— Naruto-kun, todos nós sabemos que você tem a Kyuubi dentro do corpo, isso chega a ser óbvio – Hinata responde.

 

— E você tem medo de irem atrás de mim por isso? – ele perguntou.

 

— Exatamente – Hinata responde, com certo pesar.

 

— Hinata, você sabe o que eu farei com todas as pessoas cruéis que eu encontrar – Naruto explica novamente a sua única ambição na época. – O que farei com aqueles que insultam, matam, agridem ou abandonam os inocentes.

 

Ela sorri, em resposta, mas continua:

 

— Você vai dar um passe VIP pro Inferno – Hinata brincou, e Naruto riu.

 

— É melhor isso do que não ter objetivo algum, né? – ele respondeu, risonho. Os dois nem notavam que quem estava ao redor tinha asco daqueles dois Uzumaki abraçados na rua e falando sobre morte, crimes e, curiosamente, ramen, em seguida. Os dois realmente se atrasariam para a Academia.

 

Mas, assim que Naruto desfez o abraço de ombro, para tocar na mão de sua eterna companheira, ambos notam que alguém corria até eles – pelos passos calculados, deveria ser um ninja, talvez um chuunin novato.

 

— A Kyuubi... MATOU OS MEUS PAIS!!! – ele gritava, aquilo estava ficando inconvenientemente cotidiano. Naruto apenas queria caminhar por aí, despreocupadamente, mas foi forçado a concentrar chakra avermelhado em sua mão direita, transformando suas unhas em garras.

 

Ele se virou rapidamente, Naruto, e lhe cortou boa parte da carne da barriga. Era mesmo um homem, com colete típico de chuunin, que rapidamente largou sua kunai e caiu no chão, ajoelhado.

 

— Compreendo a sua dor – Naruto dizia, com os olhos avermelhados, o que acontecia sempre que ele usava o chakra da Kyuubi. – Mas você é um infeliz ignorante que ataca a mim, não à Kyuubi. Se eu tenho um demônio dentro de mim, não posso ser ele, pois ser e ter são coisas diferentes – ele explicava, pausadamente. – Todos ao redor! – ele continuou, se focando nas pessoas da rua. – Ele morrerá em alguns minutos, por causa do chakra da Kyuubi... a não ser que vocês levem ele para um bom hospital para retirarem o chakra venenoso.

 

Ele pôde ouvir sussurros carregados de asco, diziam, basicamente:

 

“Monstro...”.

 

“Demônio...”.

 

Naruto soltou uma risada.

 

— Vão mesmo deixar ele morrer só pra ficar me xingando? – ele perguntava, começando a andar. – Todos vocês de fato deveriam ser destruídos – a sua voz era fria e impiedosa.

 

— Acrescentando que... – Hinata tomou a palavra, caminhando com Naruto. – Quem mais aqui chamar o meu amado coração de “monstro”, vai ter a garganta rasgada por uma kunai – ela disse, pegando uma kunai e a girando no dedo, com um sorriso zombeteiro, cruelmente colocado em seu belo rosto. Todos ali pararam.

 

O par saiu dali normalmente.

 

Em poucos minutos, já estavam na Academia Shinobi – tornando claro, era o lugar onde aspirantes a ninjas aprendiam a Arte Shinobi, para um dia se formarem e fazerem missões, normalmente era um treinamento dos sete aos doze anos. Como de costume, ninguém ali falava com o par dessa história, todos tinham medo do garoto-demônio e da “assassina perolada”, como era chamada a sua consorte.

 

Os dois se sentavam juntos no fim da classe e assistiam a aula – Hinata fazendo anotações enquanto Naruto dormia; embora Hinata ficasse um pouco brava com o descuido do amado companheiro, entendia que não havia mal no que ele fazia na classe, já que ele era o melhor aluno em aulas práticas, junto de um seleto grupo de estudantes que ali estavam.

 

Só que, bem... dessa vez, Naruto não conseguia dormir, apenas fingia. A verdade era que ele não queria ter ferido mais alguém, mas as pessoas precisavam entender que, se não fosse pelo amor, seria pela dor. Dessa vez, até que foram rápidos, pois em menos de meia hora de aula, talvez uns vinte minutos, um anbu aparece na janela, atraindo a atenção de todos os incautos que ali estavam.

 

Inclusive, de uma garota que estava morrendo de medo de estar sentada à frente de Naruto e Hinata. Era uma garota bonita e inteligente, mas cega de medo e que, portanto, não estava conseguindo estudar – normalmente, ela se sentava bem longe dali, mas alguma pessoa bem inconveniente qualquer pegou o lugar dela e aquele era o único local disponível para ela estudar. O cabelo dessa menina era o que mais chamava a atenção: longo e rosado.

 

— Uzumaki Naruto! – o anbu, devidamente mascarado, disse, na janela, com sua potente e convenientemente direta voz. – O Hokage-sama exige sua presença no escritório imediatamente!

 

E depois o homem desaparece, num sunshin.

 

— Um novo recorde, Hinata – Naruto brinca, com a cabeça repousada na mesa. – Nunca vi eles chegarem em vinte minutos.

 

Ela ri.

 

— Na verdade, foram vinte e seis, eu cronometrei – ela respondeu.

 

— Bem, a gente se vê mais tarde – Naruto diz, se levantando. – Me acompanha até a porta? – esse era um hábito comum entre eles, ela claramente aceitou o pedido.

 

Os dois consortes foram andando, recebendo olhares gélidos e raivosos de todos ali, que já sabiam que Naruto havia matado ou, na melhor das hipóteses, deixado alguém a beira da morte, mais uma vez.

 

Ao passar pela carteira da rosada, Naruto sente algo estranho vindo dela: não só medo, mas também uma certa raiva, será que por ele quase ficar impune?

 

— Um monstro solto – ela sussurrou, para si mesma. Então era isso mesmo. A rosada, percebendo o que fez, olha para ele, aterrorizada, que também a olhava. Naruto não perdoava ninguém que o atacasse, mesmo verbalmente. Naruto bufa, como se fosse fazer algo cotidiano, e levanta o braço, transformando suas unhas novamente em garras.

 

Ele ia cortá-la! Ela arregala os olhos, Naruto não ficou surpreso, até que ele nota lágrimas de terror naqueles mesmos olhos, esverdeados. A pele da menina estava pálida e o sensei da classe, Iruka, tentou correr para impedir Naruto, mas não daria tempo.

 

A rosada apenas sussurra, não podendo falar alto por não ter coragem.

 

— Por favor... m-me perdoe! – ela pedia, gaguejando.

 

Naruto parou por alguns instantes, confuso. Era verdade que todos o atacavam e, quem não tivesse coragem, o chamaria apenas de monstro ou algum xingamento semelhante. Mas ninguém nunca se desculpou pelo que fez, até aquele momento. Naruto a olha como se ela fosse uma alienígena, Hinata fez o mesmo.

 

— O que você acaba de dizer? – Hinata perguntou, seriamente. A rosada apenas abaixa a face, olhando para o próprio colo.

 

— Eu pedi desculpas ao Naruto – ela disse, fracamente, ainda tremendo. – Não deveria ter ofendido ele assim, é maldade.

 

Naruto abaixa seu braço, transformando suas garras em unhas normais. Ele não conseguia entender, por que aquela garota era a primeira que se desculpava? Hinata também estava confusa. Por alguns instantes, se passou na cabeça de Naruto que ela não fosse uma má pessoa, que ela apenas estivesse com medo e raiva e que talvez, se ele não tivesse um demônio em si, eles poderiam ser até amigos... mas ele achou esse um pensamento besta e logo o dissipou da mente.

 

— Haruno Sakura, certo? – ele perguntou, com a sala inteira em silêncio. Ela assentiu com a cabeça. – Note como somente o sensei estava disposto a te salvar de mim... não acha particularmente deplorável que ninguém mais o tenha feito? Nem mesmo os seus amigos ou o cara que você paquera? – ele perguntava, impiedosamente, para depois elevar a voz, como se estivesse dando uma palestra. Ele disse... – Note também como ninguém aqui está preparado para a vida ninja, para se arriscar pelos seus semelhantes!

 

Ela o olhou nos olhos pela primeira vez naquela situação. Hinata sorria ternamente.

 

— O Naruto-kun só está com vergonha de dizer que te perdoou – ela dizia, num tom maternal. Naruto faz uma cara de quem bebeu algo azedo e não gostou.

 

— Hinata! – ele a repreende.

 

— Mas é verdade! – ela ri.

 

Sakura achou graça daqueles dois, a verdade é que ela nunca havia reparado que aquele par de delinquentes e homicidas talvez tivesse algo a mais. Eles tinham uma energia tão calorosa entre si, que os unia, como um laço invisível e indestrutível! Sakura achou aquilo a mais perfeita poesia, embora existente na vida real. Ela sorri também.

 

Naruto tosse um pouco e diz:

 

— Mas sim, você está perdoada, Haruno Sakura – ele tentava parecer sério e frio. – Não vou mais te machucar.

 

— Eu... – disse Sakura, depois de uns longos instantes. – Pensei mal de você, Naruto. Me desculpe! – ela fez uma breve curvatura. – Me perdoe também, Hinata!

 

— Tudo bem, é... – Hinata estava pensativa. – Como devo chama-la? Haruno Sakura-san? – ela se perguntava.

 

— Só Sakura – ela respondeu, risonha.

 

— Vai ser Sakura-san – Hinata responde, como se desse a última palavra da discussão. – De qualquer forma, se o Naruto-kun te perdoou, eu também vou perdoar – ela sorria gentilmente e, então, pegou no braço de Naruto. – Vou com você até o corredor.

 

Naruto riu.

 

— O que eu faria sem você, Hinata? – ele perguntou, feliz. – E Sakura, até um dia desses, vou ter uns dias de trabalho escravo e forçado na vila – ele brincou. Sakura achou graça.

 

— Não que você não mereça, mas... boa sorte! – ela respondeu, com um sorriso animado.

 

 - Sim, vou me esforçar! – Naruto respondeu, com um grande sorriso de volta. Ele tirou o braço de Hinata do dele e segurou a perolada pela cintura, começando a andar com ela, os dois bem colados.

 

Iruka deu um suspiro, aliviado... menos uma confusão do Uzumaki.

 

— Nos vemos daqui a pouco, Sakura-san – Hinata disse, antes de acompanhar Naruto até a porta.

 

Por algum motivo, Sakura sentia um certo calor no peito enquanto conversava francamente com aqueles dois. Eles eram homicidas impiedosos, especialmente Naruto, mas Sakura realmente passou a cogitar se eles tinham algo a mais, porque ela nunca viu um calor como aquele os unindo.

 

Ela estava encantada, fascinada e fatalmente deslumbrada, a cada pensamento, se sentia mais envolvida sobre aquele estranho par.


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