Meu Anjo Caído escrita por Lil Pound Cake


Capítulo 19
O Plano


Notas iniciais do capítulo

Castiel tem um plano para desmascarar Charlotte. Será que vai dar certo?



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Ambre havia nos contado tudo que a Charlotte tinha feito contra a minha namorada. A Priya e eu estávamos estupefatos com tanta maldade por parte dessa garota. Eu mesmo imaginava que a Charlotte fosse capaz de agir feito a pior das idiotas, mas como uma bandida... Isso já era demais.

—... E foi isso. Ela me convenceu que o remédio que ela ia colocar na água e na comida da Paula só ia fazê-la passar mal, ter enjoos, vomitar, essas coisas. Eu não pensei que fosse tão perigoso...

— Mas, é! É muito perigoso, Ambre. Aquela porcaria não era um remedinho qualquer, era uma droga forte. Ela podia ter matado a Paula, dá pra entender?

— D-Dá, dá sim, Castiel, já entendi... Mas, eu já disse que não fazia ideia do que era.

— Mas que merda, Ambre! E por que aceitou esse planinho absurdo? – Eu estava quase sem conseguir segurar as lágrimas tanto de preocupação quanto de raiva.

— P-Porque eu... Eu...

— Eu sei por que, sei muito bem. Foi porque você não estava conseguindo aceitar que eu estava namorando a Paula, não era? Mas, olha só, patricinha dos infernos... – Coloquei o dedo na cara dela. – Se a Paula não melhorar logo, você e suas amiguinhas vão me pagar, ouviu? Vão pagar muito caro.

— N-Não... Não tem o direito de me ameaçar, Castiel!

— E vocês não tinham o direito de fazer o que fizeram! – Gritei e a encarei de novo. – Mas, escuta bem que eu só vou repetir essa vez... Se a minha namorada, a minha garota, a minha mulher, tiver algum problema mais sério por causa disso que vocês deram a ela... Eu vou fazer cada uma das três engolir o vidro inteiro dessa maldita droga! E se não quiserem engolir eu vou enfiar por cada buraco que seja dos seus corpos! Você me entendeu? Se não entendeu, trata de entender e vai contar pra as suas duas sombras, vai!

Ela me olhou amedrontada. Nunca tinha visto a Ambre tão pálida quanto naquele instante. Ela apenas deu uns passos para trás, para se afastar de mim, olhou para os lados como um animal assustado e fugiu.

Talvez eu até tivesse sido muito duro com ela, mas ela estava merecendo ser colocada no devido lugar há muito tempo. E eu tenho que confessar que uma parte minha até gostou de bancar o malvado com ela.

Porém, ainda tinha uma para eu me vingar. A pior de todas, a cabeça dessa história toda... A Charlotte.

— Se quer minha opinião... E mesmo não querendo... Você foi muito bem, viu? – A Priya me elogiou.

— Não, eu fui muito mal, isso sim. E quero ser ainda muito pior com a vadia da Charlotte.

— Tem alguma ideia do que fazer com ela?

— Não, ainda não. Mas, terei. Senão, você pensa em alguma coisa pra mim, tá? Acho que minha cabeça vai explodir. – Coloquei a mão no bolso para pegar um cigarro, mas me lembrei de que eu tinha jogado todos fora quando prometi ao pai da Paula que não iria mais fumar.

O que eu ia fazer agora? Eu precisava descarregar toda aquela tensão de algum jeito. Logo vi que só tinha uma pessoa a quem eu podia procurar...

— Lysandre! – Chamei-o ao chegar ao porão.

— Estou aqui, Castiel! Eu estava te esperando.

— Ué! Virou adivinho agora?

Ele riu. – Digamos que eu já imaginava que você viria aqui mais cedo ou mais tarde.

— Tá bom... O que tá fazendo?

— O de sempre, tentando escrever uma canção. Mas, não estou muito inspirado hoje.

— E se você soubesse como eu estou...

— O que houve?

Contei ao Lysandre tudo que eu havia descoberto através da Ambre. Contei também que eu estava com vontade de me vingar da Charlotte, mas eu não sabia como.

— Castiel, a vingança não leva a nada.

— Ah, leva sim!

— A quê? Por acaso a sua namorada vai melhorar se você se vingar?

—... Não, mas...

— Mas nada! Castiel, o que a Charlotte fez foi muito grave. Isso não é questão de vingança, é questão de justiça.

— E como pode ser feito a justiça nesse caso, hein?

— Chamando a polícia.

—... Você acha?

— Claro que sim! Imagina se a droga no organismo da Paula não tivesse sido descoberta a tempo. Poderia ter causado estragos irremediáveis. Poderia até ter sido fatal.

— É verdade...

— Temos que denunciá-la, Castiel. Tudo que precisamos é ter uma prova e pronto.

— Tem a Ambre, ela contou tudo, pode falar pra a polícia...

— Não acho que seja confiável. Ela pode, de última hora, querer defender a amiga. Você sabe que eu não julgo as pessoas antecipadamente, mas tem gente que faz o seu próprio juízo. Não podemos arriscar.

— Então? O que faremos?

Lysandre pensou um pouco e me disse: - Temos que encontrar a droga que a Charlotte deu a Paula. E se ela colocava na água e na comida dela aqui na escola, essa droga só pode estar...

— No armário dela! – Conclui o pensamento e nós dois corremos para os armários, com a escola já praticamente vazia.

— Como vamos descobrir a senha?

— Vamos tentar várias. A minha é a data do meu aniversário.

— Lysandre, eu não acho que aquela psicopata da Charlotte colocaria a senha mais fácil do mundo como você.

— Então, o que sugere?

Pensei e tive a melhor das ideias. Peguei o celular e rapidamente liguei para o Armin.

— Onde você tá?

— Tô perto da escola ainda. O que é?

— Volta pra cá, correndo!

— Pra quê, Castiel?

— Volta aqui e não faça perguntas.

...

Poucos minutos depois o Armin chegou.

— Me chamou pra quê?

— Você que é o hacker, né, sabichão? Vamos ver se além de senhas de computador, você também é capaz de descobrir senha de armário.

— É o quê? Quem vocês querem roubar?

— Que roubar o quê, tá maluco? Queremos abrir o armário da Charlotte. Se a gente achar o que procura, ela vai se dar muito mal.

— Ah é? Então se é pra fazer a Charlotte se dar mal eu tô dentro. Lembra o caso da Íris que a gente começou a investigar?

— Que caso? – O Lysandre perguntou.

— Depois eu te conto, Lys. Continua.

— Então... Eu continuei no caso. E eu tenho fortes suspeitas de que a Charlotte é quem chantageia a Íris.

— Eu sabia! Eu também tive essa suspeita hoje.

— Já é praticamente uma certeza, Castiel. Eu tive que contar a Íris que eu estava espiando os e-mails dela para que ela mesma pudesse me ajudar a descobrir quem é que tá perseguindo ela, e ela entendeu. Acho até que gostou de saber que alguém a estava ajudando. Eu segui pistas, eu segui a própria Íris quando a chantagista marcou de encontrá-la no parque. E olha a lembrancinha que essa pessoa deixou cair por lá. – Ele tirou um brinco do bolso. Era o brinco que a Charlotte sempre usava.

— Não dá pra duvidar mais... É ela. Muito bem. Você tá com a gente no plano pra desmascarar a Charlotte, sim ou não?

— Com certeza! Mas, me diz... Você tá nessa por quê?

— Porque eu já sei que foi a Charlotte a culpada pela Paula estar no hospital agora.

— Ah é?! Se é assim, eu vou abrir esse armário agora. Dá licença.

Após algum tempo de tentativas, ele realmente conseguiu! O Armin explicou que não foi muito difícil pensar nas possíveis senhas depois de ter investigado um pouco os perfis da Charlotte em redes sociais.

Armário aberto, o Lysandre se pôs a procurar a tal droga. Se eu fosse fazer isso, do jeito que eu estava nervoso, eu faria a maior bagunça. Entretanto, ele não achou nada.

— Tem certeza que procurou direito, Lysandre?

— Já tirei tudo do armário dela, Castiel, aqui não tem nada suspeito.

— Não é possível! – Com raiva dei um chute nos armários.

— Calma, Castiel, vamos pensar em outra coisa...

— Não! Já sei! Vamos procurar nos armários da Li e da Ambre também.

Mas, o Armin se pronunciou. – Olha, por mais que eu queira ajudar, vai ser difícil e demorado demais abrir outros dois armários, Castiel. Você mora sozinho, pode chegar em casa quando quiser, mas eu tenho meus pais e meu irmão e eles já estão me procurando.

— Como você sabe?

— Eles me ligaram várias vezes. Eu deixei o celular mudo enquanto abria o armário, mas agora eu tenho que ir. É sério.

Lysandre acabou concordando. – Ele tem razão, Castiel. Já está muito tarde e o Leigh também deve estar preocupado sem saber onde estou. Por que não vamos todos para casa e amanhã pensamos melhor no que fazer?

— Eu não vou conseguir pensar melhor, cara! Você não entende? Eu... Eu fico. Vão vocês. Eu vou ficar pra procurar uma prova nem que eu tenha que arrombar todos os armários.

— Castiel, deixa de besteira! Isso vai ser inútil. Olha, o mais provável, já que não tem nada no armário, é que a Charlotte guarde essas coisas na bolsa, não? E se for assim ela só traz a bolsa quando vem a escola e você só vai perder tempo ficando aqui.

Acabei concordando sem querer muito. Eu não tinha nada para fazer em casa além de ficar pensando na minha namorada e sentindo a solidão, mas mesmo assim saí da escola.

Nós três saímos e cada um pegou seu rumo.

Quando cheguei em casa fui recebido pelo Dragon que, como sempre, veio a mim abanando o rabo, subindo nas minhas pernas querendo brincar. Mas, dizem que os cachorros sentem como os donos estão se sentindo, então ele logo se aquietou quando me viu triste.

— Hoje não, cara. Hoje não tô a fim de brincar, tá? – Eu disse e ele, como se entendesse o que se passava comigo, assim que me sentei na minha poltrona, se deitou aos meus pés.

— Pois é, Dragon... Aqui estamos nós, sozinhos de novo... Pra variar. Tá com saudade da Paula? – Ele latiu como se me respondesse. – Eu também, Dragon. Tô com muita saudade. Tô até me sentindo mal...

Esse meu cachorro é mesmo muito inteligente! Ele se levantou e foi até meu quarto. Voltou de lá com algo na boca que jogou no meu colo.

— O que é isso? – Quando peguei vi que ele tinha me trazido uma carteira de cigarros que eu ainda tinha por lá.

— Ah... Ah, não, cara... Eu parei. Parei pela Paula, eu prometi ao pai dela. Vou jogar isso fora. Não vai ter mais fumaça aqui, ok?

Levantei-me para jogar os cigarros no lixo, mas... Foi aí, de repente, que uma grande ideia me veio à cabeça. Uma ideia para conseguir a prova que eu precisava para fazer a Charlotte pagar por tudo que estava fazendo. E para executar meu plano eu só precisa daqueles cigarros e da ajudinha de alguns colegas.

...

No dia seguinte...

Marquei de me encontrar com algumas pessoas antes de irmos à escola. Bem cedo fui a um local atrás do mercado e logo os outros foram chegando. Lysandre e Nathaniel foram os primeiros.  Armin também veio com o Kentin. Priya chegou um pouco depois, em seguida a Íris, e, por último, a peça chave do meu plano: a Bia.

— Bia?! – Os outros estranharam. – O que ela faz aqui?

— Eu chamei. Ela é a parte crucial do plano. E não precisam se preocupar, porque ontem eu liguei pra ela e ela disse que vai cooperar.

Ela mesma explicou: - A Paula tem demonstrado uma gentileza comigo que eu nunca tive com ela. Ela é uma boa pessoa e não merece o que fizeram. A verdade é que... Eu ainda gostaria sim de ser amiga da Ambre e da Li, mas para ser bem sincera, eu nunca fui com a cara da Charlotte. Nem ela com a minha. Então... Podem contar comigo.

— Ótimo. Agora que estão todos aqui, o negócio é o seguinte...

Contei aos que ainda não sabiam de tudo, tudo que precisavam saber. E depois, contei o meu plano. Todos toparam. Se não era por mim era pela Paula. Eu não queria admitir, mas era bom demais ver que nós dois tínhamos amigos leais com os quais podíamos contar para qualquer situação.

Feito isso, nós nos separamos para irmos à escola como se nada estivesse acontecendo. Mas, eu sabia que...

— Se tudo der certo... Muita coisa vai acontecer!

...


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Notas finais do capítulo

Continua...


(Gente, oi! Foi mal a demora, mas essa semana fiquei muito mal com uma dessas viroses - quem nunca? - e não estava conseguindo nem pensar direito, quanto mais escrever. Melhorei um pouco ontem - quinta - e escrevi rápido esse capítulo, que ficou tão grande que eu dividi em dois. Agora o próximo vou ver se dá tempo pra semana que vem, pois além de tudo ainda tenho prova final terça-feira. :( Bom, espero que gostem e continuem acompanhando. Até mais.)



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