Meu Anjo Caído escrita por Lil Pound Cake


Capítulo 10
É segredo!


Notas iniciais do capítulo

Mais alguém descobrirá sobre o segredo de Paula e Castiel?



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— Eu já sei de tudo, Castiel.

— Tudo o quê?

— Sobre você e a Paula.

Nathaniel me contou como ele havia descoberto sobre a minha relação com a Paula. Agora era eu quem queria descobrir o que ele pretendia me contando isso.

— Você nos viu no parque, não foi?

— Vi sim. Castiel... Desde quando vocês estão juntos?

— Isso não te interessa!

— Se não interessasse eu não estaria perguntando.

— Ah é? – Me irritei e o segurei pela camisa. – Por que tá interessado, hein? Tá gostando da minha namorada, por acaso? É isso?

— Sua... Namorada? Então vocês estão namorando.

— É claro que estamos. E você não tem que se intrometer, entendeu?

— Entendi. E não se preocupe, porque eu não estou gostando da Paula, se é isso que você pensa.

Soltei-o, mas ainda o encarei, questionando: - Então porque você parecia tão interessadinho nela quando foi na minha casa atrás dela, hã?

Ele deu um suspiro e falou:

— Eu confesso que até cheguei a cogitar me aproximar mais dela. Ela me ajudou tanto na minha história com meus pais que eu... Enfim, achei que ela e eu pudéssemos, talvez, ser algo mais que amigos...

— Não se atreva a chegar perto dela! – Esfreguei o dedo na cara dele e ele tirou minha mão.

— Dá pra me deixar terminar de falar, Castiel?! Como eu estava dizendo, eu comecei a alimentar um possível sentimento por ela além da amizade, mas depois que comecei a suspeitar que ela pudesse estar apaixonada por outro, eu desisti.

— Desistiu? – Estranhei. Na realidade, eu não estava acreditando muito nele.

— Desisti. Há alguns dias já eu venho notando a Paula muito diferente daquela menina que chegou à nossa escola meses atrás. Ela parece mais madura, mais concentrada e também mais feliz. Ela está diferente! Parece que de uma hora para outra evoluiu de uma menina para uma mulher, e isso é visível.

— Não estou gostando disso. Você está prestando atenção nela até demais pra o meu gosto!

Ele suspirou outra vez. – Para, Castiel, não tem porque ter ciúme. Eu já disse, eu não estou interessado nela. E se um dia pensei estar, isso não existe mais.

— Tá. Tudo bem, eu acredito em você. Mas, e aí? E agora que sabe de nós dois, vai fazer o quê?

— Eu? Nada.

— Como assim nada?

— Não vou fazer nada, Castiel. Se vocês estão mantendo isso em segredo, quem sou eu para espalhar isso para todo mundo? É algo que só diz respeito a vocês e ninguém mais.

Agora sim, ele tinha conseguido me deixar confuso.

— Espera aí, Nathaniel, eu não estou entendendo. Você vai guardar nosso segredo, é isso?

— É isso que querem? Se for, eu guardo.

Acho que eu estava boquiaberto nessa hora, mas ainda estranhando. O representante estava me escondendo alguma coisa, eu sentia.

— Ok, eu vou te mandar a real... A Paula foi quem quis que a gente mantivesse o namoro em segredo até quando ela achar que é uma boa hora de contar para os pais dela e para todo mundo. Ainda mais depois do que aconteceu com a Bia, então, a gente melhor continuar assim.

— Dá pra entender. Não foi fácil o que aconteceu com a Bia, acredito que vocês não querem passar pelo mesmo.

— Não. Por isso, se você disse que vai guardar segredo, você vai manter essa sua boca bem fechada, ouviu? Principalmente, por causa da sua irmãzinha, que é a maior causadora de todos os problemas daquela escola e da vida da Paula.

— Também não exagere! Ambre e ela não se dão bem, mas...

— Mas, eu não quero nem imaginar o que a loira é capaz de fazer se descobre que eu estou namorando a Paula.

— Pensando melhor... Você está certo. A Ambre ainda é meio obcecada por você. Se ela souber disso ela vai querer se vingar da Paula, com certeza.

— Que bom que você conhece bem a sua gêmea maléfica.

— Tá bom, vamos deixar de falar da minha irmã. Enfim... Há quanto tempo a Paula e você estão juntos?

— Não muito.

— Tá na cara que você não quer falar muito, né?...

— É óbvio que eu não estou nem um pouco a fim de ficar aqui conversando com você, né, Nath? Eu tenho mais o que fazer.

— Ok, eu já vou. E pode confiar em mim, eu não vou contar pra ninguém. – Ele fez que ia embora, mas parou e comentou: - Pelo jeito, o relacionamento de vocês é sério mesmo, hein? Para ela ir a sua casa e... Você agora aqui, comprando isto...

— É, a coisa é mais séria do que você imagina.

— Espero que você não a faça sofrer. Por que eu posso não estar interessado nela, mas ela ainda é minha amiga. Alguém me ajudou bastante, e eu não vou hesitar em ajudá-la se ela precisar.

— Pode ficar tranquilo, super herói. Se depender de mim a Paula não vai sofrer nunca, porque eu a amo e quero fazê-la feliz.

Dessa vez foi ele quem ficou me encarando com a boca aberta.

— Tá olhando o quê? – Perguntei.

— Quem diria que um dia eu ia te ver assim...

— Assim como?

— Perdidamente apaixonado.

Fiquei mais calmo, e mesmo que quisesse manter a pose séria, acabei deixando um meio sorriso aparecer.

—... Dá pra perceber é?

— E como dá! Percebi desde que fiquei observando os dois lá no parque. Agora eu comprovei. Odeio ter que dizer isso, mas você evoluiu, Castiel. Está bem diferente da época da Debrah. Agora dá pra ver que o que você sente pela Paula é algo além  de atração.

— É muito além. É amor. – Respondi com toda a sinceridade. – Eu amo a Paula, como nunca amei ninguém. E se antes, por causa daquela lá que não valia a pena eu briguei com você... Agora você não faz ideia do que eu sou capaz de fazer para defender a mulher pela qual me apaixonei de verdade.

Ele apenas balançou a cabeça e foi embora sem dizer mais nenhuma palavra. Eu não pude deixar de ficar um tanto nervoso, mas não tinha outra saída senão confiar que ele realmente guardaria esse segredo.

...

...

Dias depois...

Meus pais voltaram da segunda lua de mel mais apaixonados que nunca. Que bom! Pois, mais distraídos, eles não notavam como eu também estava nas nuvens nos últimos tempos.

Desde a minha primeira vez com o Castiel, eu não parava mais de pensar nele. Não tinha outra pessoa que ocupasse tanto os meus pensamentos. Eu me pegava, às vezes, rabiscando meu caderno com coraçõezinhos e o nome dele. Às vezes, eu sorria sozinha parecendo uma boba e eu sabia disso! Mas, acho que o amor me deixava assim com todo direito.

Castiel havia me contado que o Nath havia descoberto sobre nós. Até então estávamos confiantes, pois o Nath estava cumprindo o acordo de não contar para ninguém. Era como se ele tivesse se tornado mais um dos nossos cúmplices, junto da Rosa, do Alexy e da Priya. Ele até emprestava as chaves do porão para o Castiel, para ele e eu termos nossos encontros secretos. Claro que a gente não se atrevia a fazer nada demais no porão da escola, mas que era excitante e muito bom ficarmos sozinhos lá, isso era. Nossos encontros só pararam quando o Lysandre finalmente retornou à escola, cheio de saúde de novo, e ele o Castiel voltaram com os ensaios clandestinos.

Eu notava desde então o Castiel muitíssimo mais feliz. Ele vivia mais leve, sorridente, até mais simpático com todo mundo. Também pudera, tudo estava dando certo na vida dele. O melhor amigo dele havia voltado e nós nos amávamos cada dia mais.

Certo dia, depois da aula de artes, eu fiquei sabendo de uma ótima novidade que eu precisava contar para o meu amor...

— Ei! Finalmente! Estou te esperando aqui há um tempão!

— Qual é, Paula? Não é fácil despistar todo mundo e correr para o vestiário feminino, sabia? – Ele me abraçou forte envolvendo-me com seus braços. – Por que quis me encontrar aqui, hein? Pensei que eu ia chegar e te encontrar de outro jeito...

— De que outro jeito?...

— Ué! As meninas não ficam peladas no vestiário feminino não, é?

— Não...

— Que desperdício! – Ele riu cínico e começou a beijar meu pescoço.

— Amor, eu não te chamei aqui pra isso!...

— E pra que, então? Eu estou com tanta saudade! Nós nunca mais ficamos assim mais juntinhos... Nem mais juntinhos e sem roupa...

Eu tive que rir com tanta luxúria.

— Você não disse que a gente não ia mais transar sem proteção?

— Disse. Mas, quem disse que eu não me preveni? – Ele, do nada, tirou um pacote de camisinhas do bolso.

— Castiel! Por que você tá andando com isso?

— Ah! Porque nunca se sabe quando...

— Deixa de ser safado! – Dei um tapinha no braço dele. – E me ouve. Eu te chamei pra te contar uma coisa e ficar um pouquinho a sós com você. Nós não tivemos mesmo mais uma oportunidade assim... Mas, acho que vai acontecer a situação ideal para isso, em breve.

— Ah é? Qual situação e quando?

— Uma festa na casa da Íris, este sábado.

— Uma festa?

— Sim! Todo mundo da sala vai ser convidado. Menos a Ambre e as duas seguidoras, claro. Eu mesma fiquei encarregada de convidar você, o Lysandre, a Bia...

— Espera! Que tipo de situação ideal é essa, Paula? Vai ser pior! Com todo mundo lá como que a gente vai ficar a sós?

— Bom... Na hora da festa, realmente, não vai dar. Nós vamos ter que disfarçar, talvez até não ficarmos nem tão próximos um do outro. Mas, eu pensei mais no antes e depois da festa.

— Ah, espertinha!... Acho que estou captando sua mensagem agora...

— Está? – Ri e passei os braços em volta do pescoço dele trazendo-o para mais junto de mim. – Então... Eu pensei que a gente podia sair mais cedo de casa, irmos juntos para a festa e depois...

— Depois? – Ele aproximou mais o rosto do meu.

— Depois... Pode ser a oportunidade que estávamos esperando para...

— Para tudo rolar?

— É. Tudo.

Nós dois nos beijamos cheios de desejo. Eu tinha sim muita vontade de ficar com ele de novo naquele mesmo instante, apesar do risco de sermos flagrados.

Quando nos soltamos para recuperar o fôlego, era nítida a tensão sexual entre nós, a libido, a paixão!... Estava difícil continuar resistindo.

Ele me pegou por uma perna e girou comigo como num passo de dança, me encostando contra os armários. Como se estivéssemos numa coreografia sensual de tango, eu fui subindo com minha perna em suas pernas até que ele agarrou a outra e me levantou. Eu fiquei, literalmente, fora do chão, flutuando em seus braços. Minhas pernas estavam agora ao redor de seu corpo e ele me segurava pelos quadris e pelas costas enquanto me beijava. Seus beijos eram ardentes. Eu me sentia como numa sauna com o calor que emanava de nossos corpos naquele momento.

Ele sussurrou: - Eu quero fazer amor contigo de novo! Quero te amar intensamente, loucamente... Eternamente.

Para mim, aquelas palavras eram suficientes para eu tomar uma decisão impulsiva e completamente maluca.

— Vamos fazer... Aqui?

— Quê? – Ele me olhou nos olhos, na boca, nos olhos de novo...

— Aqui! Agora! Vamos fazer amor de novo!

— Você quer?

— Quero.

Ele voltou a me beijar com ainda mais vontade, com todo aquele tesão explodindo em nós.

— V-Você também quer? – Perguntei ao repensar os riscos.

— Você ainda pergunta? Eu não aguento mais esperar! E você não vai mudar de ideia agora, vai?

— Não.

Com a confirmação desapareceu qualquer traço de sensatez.

Ainda nos braços dele, ele me levou até o banco no meio do vestiário. Como é forte o meu homem! Levou-me tranquilamente e se sentou, e desse jeito fiquei sentada no colo dele com uma perna de cada lado do seu corpo.

Enquanto nos beijávamos, ouvi um barulho como de algo caindo.

— Que foi isso? – Parei de beijá-lo.

— Eu não ouvi nada.

— Não ouviu? Foi um barulho baixinho...

— Deve ter sido lá de fora. Com esse ginásio vazio qualquer barulhinho já é um estrondo. Esquece!...

Esqueci e voltamos a nos beijar. Ele puxou minha blusa para cima e eu deixei que ele a tirasse. Quando eu ia tirando a dele... Ouvimos vozes!

—... Eu sei, você precisa se recuperar. Ficará, pelo menos, uns quatro meses sem participar dos jogos. – Era o professor Bóris conversando com alguém.

— Será que vêm pra cá? – Indaguei ao Castiel, assustada com a possibilidade de sermos pegos. Logo ouvimos a voz de quem conversava com o Bóris.

— Professor, já que é assim eu posso pegar o resto das minhas coisas no meu armário?

— Pode ir! Quando sair feche a porta. Eu já vou embora.

— É o Lysandre! – Castiel reconheceu e lembrou: – Ele me disse que tinha que falar com o Bóris sobre as aulas que ele perdeu e a dispensa por conta do acidente.

— Ah! Então ele não vem pra cá, vai para o vestiário masculino.

— É. E a gente pode continuar aqui... – Sem pensar direito, Castiel terminou de tirar sua própria camisa e a jogou para o lado. Nisso ela bateu na porta de um dos armários que se abriu fazendo um barulho. Isso certamente chamou a atenção do Lysandre no vestiário ao lado.

— Tem alguém aí? – Ele indagou do outro lado e ouvimos passos.

— Droga! – Castiel e eu nos levantamos rapidamente, cada um para um lado. Na pressa, acabei fazendo outra besteira: quando levantei do colo do Castiel, bati contra o armário que estava aberto.

— Ai! – Exclamei e me calei na mesma hora. Peguei muito ligeiro a camisa do Castiel no chão e joguei para ele que correu para os chuveiros para se esconder. Na hora que eu achei a minha e ia me vestir, o Lysandre apareceu.

— O que está havendo aqui? – Ele entrou de repente.

— AH! – Gritei no susto e ele virou de costas ao notar que eu estava só de sutiã.

— Ah! P-Paula?... O que... O que está fazendo aqui?

— Eu... – Olhei para o lado dos chuveiros e não dava para ver o Castiel, ele já tinha se escondido. Como estávamos no vestiário feminino, eu podia inventar uma desculpa válida. – Eu... Eu sujei minha roupa e vim pegar a roupa de esporte no meu armário para poder ir para casa.

— Ah, tá... É... Desculpa eu ter entrado assim, mas é que eu pensei que não tinha mais ninguém na escola e quando ouvi o barulho aqui...

— Sim, eu sei, não se preocupe. – Enquanto ele estava de costas, peguei a outra roupa no meu armário e me vesti para dar veracidade a minha mentirinha.

— J-Já se vestiu?

— Já. Pode virar.

Ele se virou e, por um instante, tive a impressão de que ele me olhou de cima a baixo, mas quando nossos olhares se encontraram ele desviou o dele, ruborizado.

— M-Mais uma vez, desculpe ter invadido assim o vestiário...

— Tudo bem, Lysandre. É que... Eu sou meio desastrada, você sabe, aí acabei me batendo contra meu próprio armário. Foi isso aquele barulho... – Dei um sorriso disfarçando e ele sorriu também.

— Eu sei como é. Também faço muito isso. Me bato nas coisas facilmente... Bom, ainda tenho alguns hematomas da última vez. – Ele riu.

— Ai, Lys... Sabe, acho maravilhoso ver como você superou o acidente e agora está aqui de novo com a gente.

Ele se aproximou de mim, me olhando fundo nos olhos e disse com seu jeito meigo de sempre: - Sabe... Também acho maravilhoso estar aqui de novo com você... Quer dizer, com todo mundo.

Não me importei muito com aquela aproximação do Lysandre já que eu só sabia pensar onde o Castiel teria se escondido. Mas, ele se aproximou ainda mais e pegou em minha mão.

— Lysandre? O que...

— Ouça, Paula, eu... Eu queria... Te agradecer.

— Me agradecer?

— Sim. Por tudo que você fez por mim, me levando o meu bloco de notas, se preocupando comigo... Foi fundamental para a recuperação da minha memória.

— Ah, eu tinha que ter uma boa ideia assim uma vez na vida, né? – Brinquei, mas depois falei sério. – Eu fico muito feliz de verdade por ter te ajudado. Pode sempre contar comigo, Lysandre.

— Sempre mesmo?

— Claro! Para isso somos amigos.

— É. Amigos...

Tive a impressão de que ele mudou o tom de voz, mas nesse mesmo minuto ouvimos outra voz bem familiar.

— Lys-fofo! Onde você está?

— É a Rosalya gritando por você. – Falei e ele explicou:

— Eu disse que viria aqui falar com o professor Bóris e que ela me chamasse quando meu irmão viesse nos buscar. Bom, eu já vou, Paula. E mais uma vez... Muito obrigado. – Ele se curvou como um verdadeiro cavalheiro e beijou minha mão, saindo em seguida.

Foi aí que me bateu uma dúvida. Algo naquele gesto mexeu comigo. Talvez fosse só minha imaginação, mas... O Lysandre nunca tinha se aproximado tanto de mim. Tomara que fosse só minha imaginação mesmo e nada mais.

Passado o perigo, o Castiel saiu do esconderijo...

...

...

— Castiel! – Ela me abraçou sorrindo. – Onde você se meteu, hein? Olhei, olhei, e não te vi.

— Eu me escondi bem.

— Nossa! Que adrenalina, hein! Por pouco o Lys não nos pega.

— É. Essa foi por muito pouco. Quem manda a gente ficar se pegando no vestiário? – Também ri, mas depois de ouvir a conversa entre o Lysandre e a Paula eu havia ficado com uma pulga atrás da orelha.

Eu conhecia o Lysandre muito bem e nunca o tinha visto falar assim tão intimamente com uma garota. Aliás, ele sequer se aproximava de garota alguma! Aquilo tinha sido bem estranho para ele...

— No que está pensando? – Paula me perguntou.

— Em nada não... E aí? Vamos embora antes que mais alguém quase nos flagre?

— Vamos, é melhor. – Ela me deu um selinho. – A gente pode esperar para depois da festa da Íris, não pode?

— Não sei não... Eu mal posso esperar.

Saímos da escola e cada um pegou seu rumo.

...

...

No dia da festa...

Castiel e eu combinamos de ir um pouco mais cedo para passar no mercado e comprar o que a Íris havia pedido para a festa. Claro que para nós era mais uma pequena oportunidade para ficarmos um tempinho juntos e sozinhos.

A gente meio que não resistiu muito à paixão e fomos para um local deserto do mercado. Entretanto, fomos flagrados em meio a beijos e abraços por Rosalya que não economizou nas indiretas.

— Vão a um motel, por favor! Isso não é lugar...

— Rosa! Não estávamos fazendo nada.

— Não? Só estavam quase engolindo um ao outro. Abaixem esse fogo!

— Ai, Rosa...

Nós três seguimos para a casa da Íris após as compras.

...

As horas se passavam e a festa estava ótima. Depois de um inesperado jogo de esconde-esconde, que não foi nada infantil já que Castiel e eu nos escondemos juntos e ficamos bem agarradinhos... Bom, eu achei melhor me afastar um pouco dele para não levantar suspeitas. Afinal, Rosalya e Alexy não paravam de dizer que o que havia entre nós dois estava ficando muito nítido, já que a gente não parava de se olhar um só instante. Eu tinha que admitir, era verdade. Eu não conseguia parar de olhar para o Castiel, pois cada vez o achava mais e mais maravilhoso...

...

...

Eu sabia que estava ficando muito na cara o que eu sentia pela Paula, mas... Fala sério! Era muito difícil para mim, não ficar olhando para ela tão linda como ela estava. Ela tinha feito muito bem em escolher aquele vestido. Assim que a vi fiquei deslumbrado. Mas, confesso... Apesar de achá-la maravilhosa com aquele vestido, eu gostaria mais era de tirá-lo.

A festa corria até que agradável. Não estava tão chata quanto eu pensei que estaria. Talvez pelo fato da brincadeirinha anterior ter me rendido um esconderijo bem apertadinho com a minha namorada.

Enquanto todo mundo se servia de salgadinhos, refrigerante e ponche, e esperava pelo próximo joguinho, Nathaniel me chamou para conversar num canto reservado.

— Que foi? Que cara é essa?

— Castiel, você sabe que eu tenho me aproximado mais dos outros, dos nossos colegas...

— Eu sei, você já me disse. E?

— É... Bem... Até de você eu me aproximei, com toda essa história de segredo e... Você também me ajudou na história com meus pais. Graças a sua ideia eu sou emancipado hoje e eu queria aproveitar esse clima descontraído para te agradecer...

— Me agradecer? Ih! Acho que você bebeu ponche demais.

— Não, é sério... Nós não vamos ser amigos, mas podemos conversar civilizadamente?

— Tá, vai...

Ficamos um bom tempo conversando sobre a nova vida do Nathaniel, mas eu tinha a impressão de que ele queria me dizer mais alguma coisa além daquilo.

...

...

Eu estava andando pela casa da Íris quando me deparei com o Castiel e o Nathaniel conversando... Sem brigas! Achei aquela cena tão espetacular e tão rara que não me meti e sai de fininho antes que me vissem.

Continuei andando e fui até o terraço, quando alguém me chamou a atenção: era o Lysandre que estava lá fora sozinho. Acabei me sentando para conversar com ele.

No entanto, não imaginei que ele fosse me deixar tão desconcertada.

— A noite está linda, não está? – Comentei ao vê-lo olhando para a lua.

— Está. Mas, você está mais.

— Hein?

— Desculpe se foi repentino esse meu comentário, mas... Eu gosto de ser sincero.

— Ah... Tudo bem. Obrigada.

Tomei mais um gole do meu ponche e voltei a puxar assunto.

— Está gostando da festa?

— Está bem agradável. Você tinha razão quando me convidou, eu precisava mesmo sair, me distrair e ser como qualquer rapaz da minha idade, pelo menos, por uma noite.

Peguei no braço dele e falei sinceramente: - Você não é como qualquer rapaz, Lysandre. E é isso que te faz único.

— Obrigado.

— Me diz... E o que você está mais gostando de estar de volta à escola, à sua vida social?...

— O que mais me agrada é poder estar ao lado de pessoas que gosto e que são importantes para mim.

— Como quem, por exemplo? Já sei! A Rosa, o Leigh, o Castiel...

— Eles também, mas principalmente uma pessoa em especial.

— Quem?

Nessa hora ele pôs a mão em cima da minha e, olhando nos meus olhos, disse:

— Você.

...


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Notas finais do capítulo

Continua...