Meu Anjo Caído escrita por Lil Pound Cake


Capítulo 1
A hóspede


Notas iniciais do capítulo

PARTE 1

Os pais de Paula vão fazer uma viagem e finalmente têm confiança para deixá-la sozinha. Nem tanto, na verdade, pois a deixam passar alguns dias na casa da amiga, Rosalya. Mas, Paula, simplesmente, não consegue deixar de pensar no seu amor, Castiel.



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— Tem certeza de que pode se cuidar sozinha, filha? – Meu pai repetia a mesma pergunta pela vigésima vez enquanto minha mãe acabava de fechar as malas de viagem.

— Sim, papai, já disse que posso me virar. Além disso, não estarei sozinha. Estarei com minha amiga Rosa.

— Eu sei, mas tanto sua amiga quanto você são jovens e...

Minha mãe o interrompeu para minha alegria. – E maduras o suficiente. Querido, deixe-a em paz.

— Mas...

— Mas, nada. Vamos, senão perderemos o voo.

Meu pai suspirou conformado. – Está bem! Vamos. – Ambos deram um beijo e um abraço em mim antes de saírem.

Meus pais estavam finalmente tendo a oportunidade de viver uma segunda lua de mel por quatro dias. Parecia pouco, mas eles estavam muito felizes com isso. Eles ainda eram dois pombinhos apaixonados, mas sempre haviam me colocado em primeiro lugar na vida deles desde que vim ao mundo. Agora, enfim, tinham confiança o suficiente para me deixarem aqui e viajarem sossegados. Talvez nem tão sossegados, pois meu pai não dá uma trégua quanto aos cuidados que tem por mim. Mas, eu até o agradeço por isso. Tenho sorte de ter o amor da minha família e a presença deles sempre perto de mim.

Quando penso nisso não consigo deixar de pensar no meu amor... Castiel. Ele vive só há tanto tempo... Claro que os pais dele o amam muito, eu pude ver isso quando os conheci, mas deve ser meio difícil às vezes ficar sem ninguém. Sem falar na solidão.

Foi só pensar nele que meu telefone tocou. Era ele.

— Oi, Cassy!

— Quem você pensa que é para me chamar assim?

— Ora, sou sua namorada, bobinho!

— Só permito que minha mãe me chame assim, sabe muito bem disso.

— Ok, filhinho da mamãe... – Adoro provocá-lo. Ele se faz de zangado, mas logo me perdoa.

— Está tirando muita liberdade comigo, dona Paula. Eu não lhe permiti isso...

— Ah! Achei que eu não precisasse de permissão.

— Tá, não me enrola, vamos direto ao assunto que me interessa.

— Qual assunto que te interessa?

— Meus sogros já saíram?

Ri em silêncio quando o ouvi chamar meus pais de sogros.

— Sim, eles já foram.

— Ótimo! Então, temos a casa só para nós.

— O quê? Você... Quer vir pra cá?

— Por que não? Não seria a primeira vez que entro na sua casa...

— Não, mas eu só te trouxe uma vez para beber um copo d’água...

— É, e eu acabei no seu quarto, mais precisamente no seu armário, igual um amante se escondendo do marido.

— Aquilo foi... Fruto do acaso, tá? Mas, mesmo que eu quisesse, não vai dar, Castiel. Daqui a pouco minha tia vem me buscar para me dar uma carona até a casa da Rosalya. Lembra que meus pais me deixaram ficar lá esses dias?

— Sim, sei. Imagino a pressão que você e a Rosa devem ter botado em cima deles. Tenho até pena...

— Pena? Não tô te reconhecendo...

— Sem graça!

Ficamos em silêncio por uns segundos, até que ele comentou:

— E por falar em Rosalya... Você soube alguma novidade do Lysandre?

A voz do Castiel mudou, ele ficou sério. Desde o acidente com o Lysandre ele não era mais o mesmo. Eu também estava muito triste pelo Lys ter se esquecido de mim. Mas, mesmo ele não tendo esquecido o Castiel, acho que foi um golpe duro para ele ver o amigo tão machucado e correndo risco de morte.

Antes do Castiel e eu sermos namorados, o Lysandre era a única pessoa que o compreendia. Eu sei que o Castiel está triste e com saudades do melhor amigo.

— Bom... Da última vez que nos falamos a Rosa me disse que ele estava bem, melhorando aos poucos.

— E a memória? Ele lembrou mais alguma coisa?...

— Quer saber se ele se lembrou de mim? A resposta é não.

— Quer dizer que sua ideia de levar o bloco de notas não deu certo, né?

— Eu não sei direito. Quando falei com o Lysandre tive a impressão de que ele havia se lembrado, mas como ele estava em choque e eu não pude continuar conversando com ele porque aquela enfermeira chata me expulsou... Eu realmente não sei se alguma memória mais recente veio à tona.

— Que droga, né?... Como você se sente?

— Eu? Por quê?

— Eu não te perguntei como você se sentia por ele ter te esquecido.

— Ah... Eu... Bom, no começo me senti péssima, você viu como eu fiquei. Mas, quando eu soube que eu não era a única pessoa que ele havia esquecido, eu, meio que... Não sei, fiquei um pouco aliviada. Apesar de ainda muito triste... Perder as memórias não deve ser nada fácil.

—... Eu sinto muito... Por ele e por você.

Ouvi-lo falar assim me encheu de orgulho e alegria.

— Sabe... Gosto de te ouvir falar assim. Fica tão diferente daquele Castiel que todos julgam conhecer.

— Julgam conhecer? Como assim?

— É. Todo mundo te julga, pensa que você é de um jeito, tipo, um bad boy que não liga pra ninguém... Mas, você tem um coração muito bom, Castiel. Eu sei disso.

Ele demorou um pouco e respondeu do seu jeito cínico como de costume:

— Você acha que me conhece só porque a gente dá uns pegas de vez em quando, é? Não é bem assim...

— Para, Castiel! É assim sim! E não é porque a gente “dá uns pegas” como você diz... É porque eu... Eu gosto muito de você.

Ele ficou em silêncio, até que o chamei e ele respondeu com uma voz alegre:

—... Também gosto muito de você, tábua.

— Ai, Castiel! Não dá pra falar sério com você!

— Ei!

— Que é?

— Não posso mais brincar? Você sabe que eu não te acho mais tábua faz tempo.

—... Mesmo?

— Claro! Já tive boas chances de prestar atenção nesse corpinho...

— Tá falando do nosso encontro casual na praia ou do incidente com os coelhinhos?

— Ambos e mais.

— Mais?

A voz dele mudou e percebi que ele falou sério dessa vez.

— Cada vez que te abraço eu me aproveito um pouquinho, eu sei. Mas, não é só para tirar uma casquinha, não... É para te sentir mais perto de mim. Sentir o quanto você é linda e... Te fazer sentir o que eu sinto quando estou com você.

Fiquei pasma com aquelas palavras. Havia sido a coisa mais bonita que o Castiel havia me dito desde que começamos a namorar. Era nessas horas que eu sabia que valia a pena tudo que aconteceu até chegarmos ao nosso romance secreto.

Ainda extasiada pelo que ele havia me dito, me assustei ao ouvir a buzina do carro da minha tia.

— Oh! Castiel, preciso desligar. Minha tia chegou.

— Tudo bem. Vai lá.

— Quando nos veremos?

— Você não pode mais viver sem mim, né?

— Castiel, fala logo...

— Tá. Sei lá... Eu vou ver na minha agenda, mas acho que terei um tempinho para você.

— É bom que tenha mesmo, senhor ocupado.

— Eu terei, não se preocupe. Te ligo depois para combinarmos alguma coisa.

— Tá. Tchau. Beijos.

— Prefiro dá-los pessoalmente, mas... Ok, beijos pra você também.

Eu tive que rir. – Até logo, Castiel! Ah! E... Adorei o que você disse.

— O que foi que eu disse?

— Ah! Deixa pra lá! Tchau!

Desliguei e fui pegar minha mochila com algumas coisas para poder ficar na casa da Rosa.

...

...

Depois...

— Uau! É linda a sua casa, Rosa!

— Obrigada! Nós temos bom gosto, né?

— Com certeza!

— Vem, vamos para o meu quarto, precisamos conversar.

Ela me puxou pela mão até o quarto dela.

— Então, onde eu vou ficar?

— Ah, não, você não vai ficar aqui não! A gente tem um quarto de hóspedes e você é nossa hóspede, então...

— Eu vou ter um quarto só pra mim? Nossa! Acho que vou mandar meus pais viajarem mais vezes. – Brinquei.

— Pode vir quando quiser, amiga! Eu queria retribuir você ter me chamado para passar a noite na sua casa. Aquilo me fez bem depois de tudo que passamos.

— Eu sei. Foi por isso te chamei. A gente precisava relaxar um pouco e pôr as ideias no lugar.

— E me ajudou muito, obrigada! – Percebi que ele parecia preocupada. Devia ter mais alguma coisa que ele queria me contar.

— Rosa?... Você está bem?

— Estou. É só que... Aconteceu uma coisa depois que eu te convidei para ficar aqui esses dias e...

— O que foi? Eu não vou poder ficar, é isso?

— Bem...

— Olha, se for isso... Sem problema. Eu estou com a chave de casa, posso ficar sozinha. Na pior das hipóteses eu vou para a casa da minha tia como meu pai queria de início...

— Não, não precisa ir. Você pode ficar aqui. Só que... Quem eu acho que não vai ficar muito aqui... Sou eu.

— Você? Como assim?

— O Leigh e eu conversamos sobre o que o Lysandre sentia por mim.

— Vocês o quê? – Me surpreendi.

— É! O próprio Lys contou para ele, ele achou que seria melhor ser sincero com o irmão e contou o que sentia por mim antes de Leigh e eu nos tornarmos namorados.

— E como o Leigh reagiu?

— No começo, não muito bem. Ele veio direto falar comigo, estava nervoso, perguntou se eu sabia de tudo... Chegou até a perguntar se havia rolado algo entre mim e o Lys antes de eu ficar com ele.

— Ele chegou a pensar isso? Não acredito! E o que você disse?

— Eu neguei, claro! Só falei a verdade. Mas, também disse que já sabia o que o Lys sentia...

— E que esse sentimento havia voltado quando ele perdeu a memória? Você disse isso?

— É. Mais ou menos. Isso o próprio Lysandre falou. Ele meio que pediu desculpas ao irmão por isso, mas disse que por um lado sabia que nada daquilo existia mais. O Lys tem consciência de que foi tudo da cabeça dele, as memórias dele o confundiram!

— Entendi. E você está preocupada com o que o Leigh está sentindo agora, não é?

— Pois é. Eu sei que ele ama muito o irmão e sei que me ama também, mas não posso deixar de me preocupar! Pelo menos tem uma parte boa nisso tudo!...

— É? E qual é?

— A parte boa é que ele está mais feliz, pois o Lys deu sinais de estar recuperando todas as memórias. Adivinha até de quem ele falou?

— De quem?

— De você! Aquela sua ideia de levar o bloco de notas para ele parece que deu certo.

— Que bom saber disso, Rosa!

— Ele ainda está um pouco confuso, juntando as coisas, colocando tudo no lugar... Mas, ele vai melhorar e voltar a ser o Lys-fofo que conhecemos, tenho certeza disso.

— Que bom!

— É. Mas... Vem agora a parte ruim.

— Qual é?

— É que o Lys resolveu se abrir com o Leigh justo depois de se lembrar de tudo sobre mim, sobre ele, sobre o irmão... Entende? O Lys lembrou que gostava de mim no passado e que quando ele me apresentou ao Leigh nós nos apaixonamos daí ele tratou de me esquecer. E me esqueceu! Só que agora quem está confuso com toda essa história é o Leigh, que não tem certeza se o Lys realmente deixou de se sentir atraído por mim. E o pior foi ouvir o Leigh dizendo que pode ter me roubado do Lysandre! Viu por que estou tão preocupada? Eu preciso provar ao Leigh que tudo que ele deve estar pensando é besteira, que eu nunca senti nada pelo Lys, e que o meu amor é ele, só ele!

Peguei nos ombros da Rosa para ela se acalmar um pouco. Eu entendi porque ela estava tão preocupada e distante.

— Calma, amiga. Ei... Relaxa. Vai dar tudo certo, você vai ver. Quando você olhar fundo nos olhos do Leigh e lhe disser o quanto você o ama, e que ele é e sempre foi o homem da sua vida, tudo vai voltar ao que era antes.

— Você acha mesmo?

— Claro que sim! Ele te ama. E por mais confuso que ele possa estar agora, o amor sempre vence no final.

— Ai, amiga... Isso não é conto de fadas...

— Não. Mas, eu sei que vocês foram feitos um para o outro. Acredite ou não em almas gêmeas, quando qualquer pessoa te vê ao lado do Leigh vê logo que vocês se completam. São duas almas destinadas a viverem um grande amor.

Rosalya começou a chorar emocionada, mas me abraçou sorrindo.

— Às vezes você diz cada coisa...

— Eu sei que às vezes falo bobagem, mas às vezes eu sei o que digo, pois falo de coração.

— Esse seu coraçãozinho tem acertado muito ultimamente, sabia? – Ela me encarou com um sorriso. – É o fato de estar apaixonada que te deixa assim?

— Assim como?

— Mais madura, mais centrada, mais consciente do que faz...

— Ah, talvez... Não sei. É a primeira vez que me apaixono de verdade.

— É muito bom, não é?

— Muito bom.

Sorrimos em cumplicidade. Era muito bom contar com uma amiga como a Rosa. Ela respirou fundo, se acalmou e falou:

— Então, Paula, eu estava pensando no seguinte... Amanhã meus pais ainda estarão aqui, mas esse fim de semana vamos ficar sozinhas em casa porque eu tinha esquecido que meus pais têm um congresso para ir. Daí eu pensei se você não poderia ficar aqui um dia, talvez sábado, para que eu pudesse ficar com o Leigh durante um bom tempo, para esclarecermos tudo...

— Você quer dizer... Para eu ficar sozinha aqui na sua casa?

— É! Não tem problema! Olha, tem a cozinheira que fica sempre aqui, ela é super gente boa e sempre está disposta a conversar. Você nem vai se sentir sozinha. E seriam só algumas horas, eu pensei em passar uma tarde com ele...

— Olha, Rosa, tudo bem. Passe o tempo que quiser. Não precisa ficar pensando em mim, pense em você e no seu namorado.

Ela pegou em minhas mãos. – Você é demais! Para ser sincera, eu queria passar um dia inteiro com o Leigh, quem sabe até... Uma noite...

— Uma... Noite?

— Sim. Eu já... Eu nunca te contei, né?

— Contar o quê? – Ela deu um sorrisinho e eu logo entendi sobre o que ela estava falando. – Não me diga que... Você e ele...

Ela confessou: - Então... É. Rolou. Nós já namoramos há um bom tempo e, uma vez... Era dia dos namorados. O Leigh me fez uma surpresa romântica maravilhosa! Um jantar, seguido de dança, me presenteou com um vestido novo lindo... E, no final da noite... Nós acabamos no quarto dele.

Minha curiosidade havia despertado e eu tive que perguntar:

— Como foi isso, Rosa?

— Você não acha que está sendo indiscreta, não? – Ela perguntou com as mãos na cintura.

— Ah, não! Começou agora termina.

Ela riu e começou a contar com um sorriso no rosto e o olhar distante como se recordasse a cena.

— Era nosso primeiro dia dos namorados e nós já estávamos juntos há muitos meses. Justamente naquele dia o Leigh me disse que tinha muito trabalho na loja, justamente por causa do dia dos namorados, e não podia passar o dia comigo. Eu fiquei muito triste. Mas, quando anoiteceu, ele me mandou um presente. Quando eu abri a caixa tinha um vestido lindo que ele mesmo havia feito e também um bilhete que dizia para eu ir até o nosso restaurante favorito.

— Aquele em que fomos jantar naquele dia?

— Esse mesmo. Quando cheguei lá, havia uma mesa reservada só para nós, para um jantar a luz de velas. Super romântico!... Depois ele me levou para dançar num baile de dia dos namorados que estava acontecendo num clube lá perto. Foi ótimo! Mas, o melhor aconteceu quando estávamos voltando pra casa. No meio do caminho, eu perdi o sapato, igual à Cinderela.

— Como assim?

— O meu salto quebrou! Acredita? Eu tive que tirar os sapatos, mas não queria andar descalça, aí ele me pegou nos braços até chegarmos a casa dele.

— Hum... Por que foram direto para a casa dele, hein?

— Porque era mais perto de onde a gente estava! Não pense bobagem! – Ela riu e continuou contando. – Bom... Quando entramos na casa, tudo rolou muito rápido e foi engraçado.

— Engraçado?

— Foi! O Leigh abriu a porta e entrou comigo nos braços. Ele disse que eu não poderia pisar no chão da rua. Só que assim que ele entrou, ele tropeçou no sofá e caiu comigo. Ele caiu por cima de mim! Quando nos olhamos, estávamos tão perto um do outro que... Rolou um clima mais quente, sabe?

— Sei... As coisas começaram a esquentar.

— Pois é. Ele levantou todo sem jeito e eu levantei depois. Daí nós passamos mais um tempinho juntos, conversando, namorando, se divertindo sozinhos... Beijo vai, beijo vem... Até que, quando me dei conta, meu coração já estava tão acelerado e meu sangue fervendo pela adrenalina que eu só queria ficar com ele e esquecer o resto do mundo.

— Nossa!

— Eu queria que aquela noite não acabasse. Quando me sentei no colo dele eu me senti protegida, senti que podia confiar totalmente nele. Ele me puxou para mais junto e eu senti o corpo dele, sabe?... Pedia pelo meu.

Eu estava sem palavras, boquiaberta.

— Eu botei as mãos dentro da camisa dele e as dele estavam nas minhas coxas, levantando meu vestido. Foi aí que ele parou tudo!... E foi um verdadeiro cavalheiro. – Ela suspirou.

— O que ele fez?

— Ele me perguntou se eu queria mesmo fazer aquilo. Se tinha certeza, se tinha consciência do que estava prestes a acontecer. Era a nossa primeira vez e deveria ser especial.

— E foi?

— E como foi! Quando ele parou para pensar em mim, pensar no que eu queria e me perguntou se eu estava pronta para isso, vi que eu não poderia ter escolhido melhor. O Leigh não é um garoto, é um homem de verdade... E me faz sentir uma mulher realizada. – Ela suspirou de novo.

Eu quase gritei de emoção. – Rosa, que tudo!

— Se acalma! Meus pais ainda estão aí, eles vão ouvir.

Eu deitei na cama agarrada a um travesseiro e pensei alto:

— Deve ser tão lindo viver uma noite mágica assim com o seu grande amor...

Ela deitou ao meu lado. – É sim, você nem imagina...

— Não imagino mesmo. – Falei meio chateada.

— Ei, não faça essa cara. Sua hora vai chegar. Acho que não tem porque ter pressa. Comigo e com o Leigh foi por acaso, a gente não tinha programado nada, simplesmente aconteceu. Quem sabe, um dia desses, a sua relação com o Castiel não dá um passo a mais?

Olhei para ela em dúvida. – Você acha? Eu não sei...

— Por que não? Tudo pode acontecer, Paula. Tudo.

...

...

Mais tarde...

Antes de dormir eu fiquei pensando no que Rosa havia me dito. Fiquei imaginando as cenas românticas que ela e o Leigh deviam ter vivido e me peguei pensando no Castiel. Nós dois não tínhamos tanto tempo de namoro como a Rosa e o Leigh, mas mesmo antes de ficarmos juntos eu já em sentia protegida e confiante ao lado dele.

Peguei no sono e sonhei... Sonhei com o dia em que fizemos o piquenique no parque. Mas, no sonho tudo acabava de um jeito bem diferente...

...

Castiel se esticou para pegar o último pedaço de torta enquanto eu levantava o braço para não deixá-lo pegar. Nós nos divertíamos quando desequilibramos e ele acabou caindo em cima de mim. Eu nunca tinha sentido o Castiel tão perto...

— Err... Castiel... Você não quer se levantar?

— Quer que eu seja sincero?... Não.

Ele se aproximava cada vez mais de mim. O seu rosto já estava muito perto do meu. Eu fechei os olhos ao sentir os lábios dele pressionando os meus.

O beijo que começou calmo foi rapidamente se tornando mais quente, mais sensual...

— Castiel! – Parei, pois ele já estava me tirando o fôlego, mas não soube o que dizer.

Ele me olhou profundamente, deu aquele sorriso lindo e cínico que ele tem e me beijou novamente, com ainda mais volúpia dessa vez.

Ele estava querendo me levar ao delírio, não tinha outra explicação.

De repente, senti uma das suas mãos tocando em minhas pernas, apertando minhas coxas. Outra mão foi à minha nuca me trazendo ainda mais junto dele, em meio a beijos cada vez mais quentes.

Aquilo tudo, seus toques, seus beijos, suas carícias estavam me levando à loucura!

Quando eu pude colocar de novo a mente no lugar e pensar no que ele realmente queria de mim, ele parece que leu meus pensamentos e me disse:

— Você quer fazer isso?

— O q-quê?

— Fica comigo. Aqui. Agora.

— A-Aqui? M-Mas, Castiel, estamos no parque... – Quando olhei ao meu redor percebi que não estávamos mais no parque e sim no meu quarto. Percebi que aquilo era absurdo, não havíamos saído do parque! No entanto, como acabamos parando ali, no meu quarto? Eu só ouvi a voz dele me pedindo baixinho: - Fica. Fica. – Meu coração acelerou e eu...

...

— Paula, acorda!

Acordei! Acordei de repente ao ouvir a voz da Rosa me chamando. Eu ainda estava um tanto confusa por causa do sonho, mas disfarcei.

— Estou acordada, Rosa. Entra.

Ela entrou no quarto. – Vamos tomar café?

— Hã? Ah, sim, sim, café. Eu já vou num minuto.

— Aconteceu alguma coisa? Você parece tensa...

— Não. Acho que é porque eu estava sonhando, é isso.

— Tá bom, depois me conta seu sonho, hein? Não demora.

Ela saiu e eu fiquei pensando no quanto fiquei assustada e ao mesmo tempo feliz com aquele sonho. Fiquei me perguntando: será que isso tinha chances de se realizar um dia? E como terminaria? Eu teria coragem de fazer amor com o Castiel?... Ou não?

...

 


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Notas finais do capítulo

Continua...

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