Match escrita por Sali, Sulpícia


Capítulo 3
This Is What You Came For


Notas iniciais do capítulo

OLÁ ♥

Eu e a Sali estamos MUITO felizes com tantas pessoas que estão elogiando, acompanhando, favoritando, enfim, compartilhando com a gente a alegria que tivemos inventando e escrevendo essa fic ♥ Muito obrigada, de coração ♥

A gente tava colocando o link da música que inspirou o capítulo nas notas finais, mas sugeriram que colocássemos no começo e resolvemos seguir (apesar de a fic não ser songfic, mas vai que alguém quer escutar lendo, né? ♥ ) Então aí vai: https://www.youtube.com/watch?v=kOkQ4T5WO9E

Sem mais delongas, o capítulo ♥ Boa leitura ♥



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Eles sentaram-se em frente ao bar. Yan perguntou ao outro o que gostaria de beber, mas após receber uma encarada nada amigável e ele resmungar "tanto faz", acabou por pedir uma cerveja e outra Skol Beats para si.

Quando as bebidas chegaram, Vinícius lançou um olhar de desdém e soltou uma risada.

— Deixa eu adivinhar, Skol Beats é bebida de mulher também? Ou de viado? — Yan arqueou as sobrancelhas, sem ofender-se, tomando um gole da garrafa.

Vinícius ergueu os ombros, como quem diz "as palavras foram suas, não minhas".

— Bom, eu sou mesmo viado, acho que qualquer coisa que eu falar ou usar vai acabar sendo "coisa de viado".

O rapaz juntou as sobrancelhas, encarando-o.

— Você mesmo se chama de viado?

— Ué, mas eu sou, qual o problema? Não é como se fosse ofensivo, é só uma característica minha — Yan deu de ombros, sorrindo.

Vinícius pareceu realmente refletir sobre aquela resposta, e o garoto de cabelos azuis continuou a puxar assunto. Depois de algum tempo, a carranca que parecia nunca abandonar o rosto dele deu lugar a uma expressão mais descontraída e um sorriso, e ele logo ria das piadas de Yan.

No começo, ele havia se sentido um tanto apreensivo em relação àquela situação; não que fosse admitir, é claro. Vinícius não havia sido lá muito amigável e claramente não estava disposto a ficar com ele, mas Yan com certeza não deixaria sua noite ser arruinada por um pequeno empecilho como esse. Seria mentira dizer que não estava mais do que disposto para beijar seu match, mas se ele não correspondia, não havia nada para fazer, afinal. O objetivo da festa era conhecer seu match, fosse do jeito que fosse, e Yan realmente achava que estava no caminho certo naquele momento.

— Olha, foi mal se eu fui meio babaca antes. Eu tava meio nervoso. — Vinícius falou, desviando o olhar e em um tom um pouco mais baixo do que o necessário para que Yan pudesse escutar, mas após alguns segundos ele conseguiu distinguir as palavras.

— Relaxa. Você tava procurando uma mulher pra dar uns beijos e eu um outro viado, acho que nenhum dos dois conseguiu muito bem o que queria, não é? — Yan deu de ombros.

Vinícius soltou uma risada. Ele parecia prestes a dizer outra coisa ou até a tentar se justificar novamente, mas pareceu perceber que o outro realmente não estava ligando muito, e não guardava ressentimentos. Yan havia passado por aquilo vezes demais para não conseguir lidar — claro, não exatamente daquele jeito em uma festa como aquela —, e Vinícius era, de longe, o melhor que ele já havia "enfrentado".

— Hm… O que acha de dançar? — surpreendentemente, fora Vinícius a oferecer.

Yan abriu um sorriso maior do que todos os outros, se é que aquilo fosse possível.

— Eu ia amar — respondeu simplesmente, virando mais um gole de sua bebida e precipitando-se para a pista.

Segunda surpresa da noite: Vinícius dançava bem. Bem demais, levando em conta de que era um hétero que considerava pintura facial e Skol Beats “coisa de viado”.

Não que Yan estivesse reclamando — pelo contrário, àquela altura o DJ havia decidido abusar do pop e era maravilhoso rebolar ao som de Rihanna —, mas era divertido ver o rapaz alto soltando-se aos poucos, talvez parcialmente por culpa da bebida.

— Eu adoro essa música! — ele gritou a certo momento, quando outra canção começou a apresentar seu ritmo sintetizado ao redor de ambos.

Yan gritou em comemoração, divertindo-se com a empolgação do outro. A certo momento, seu olhar se cruzou com o de um rapaz cuja marca nada tinha a ver com a sua — um X em laranja neon, circulado —, mas que parecia bastante atraente aos seus olhos. Não falou nada, apenas aproximou-se e, no segundo seguinte, estava beijando-o com vontade.

Da mesma forma súbita que o contato começou, ele foi terminado, e o X laranja afastou-se dali ainda dançando.

— Uau… — Yan pôde ouvir Vinícius exclamar, lembrando-se somente daquele momento de sua presença logo ali, ao seu lado. Coçou a nuca, sem saber se deveria estar constrangido ou divertido com tudo aquilo.

Acabou por rir, desarmando a surpresa do outro e fazendo com que ele risse também.

— Que intenso, hein? — o mais alto entre os dois ergueu a sobrancelha, ainda rindo, e Yan sentiu-se quase aliviado por vê-lo brincando com aquilo.

— A gente faz o que pode. — respondeu simplesmente, erguendo a garrafa de Skol Beats que ainda estava em sua mão. Vinícius voltou a rir.

— Porra, todo mundo se pegando… Só eu que sobro nessa história! — reclamou, bem humorado. Yan também riu.

— Se você tivesse aberto a novas experiências… — começou, aproximando-se do outro para que fosse ouvido. — A gente resolvia isso. — completou, correndo a língua pelo lábio inferior, divertido, e piscando para Vinícius.

A cantada havia sido uma brincadeira, mas Yan se surpreendeu ao ver o seu match rindo, sem, no entanto, dar nenhuma resposta negativa.

— Olha que eu vou pensar no seu caso… — o mais alto entre os dois insinuou, virando de uma vez a latinha de cerveja.

Yan quase engasgou, mas também riu, interpretando aquilo como um gracejo.

 

————— — — —————

 

Victoria estava no meio de uma coreografia quando avistou seu match.

Foi completamente acidental, e diferente da primeira vez, a garota — muito bonita, por sinal — a notou ao mesmo tempo. Victoria não hesitou em continuar os movimentos que fazia olhando diretamente nos olhos dela, o que surtiu efeito rapidamente.

Os resultados estavam sendo melhores do que ela esperava. Mal sabia quanto tempo havia se passado enquanto elas se beijavam. A única noção poderia ser dada por conta das músicas que tocavam, mas a cada vez que elas se separavam mesmo que o mínimo para recuperar um pouco do fôlego — ou perdê-lo ainda mais —, uma batida completamente desde a última vez que reparara dominava o lugar, então não podia ter muita certeza de nada.

Victoria sequer sabia o nome da garota. Não importava naquele momento. Porém, do jeito que as coisas esquentavam, ela talvez gostaria que seu match soubesse o seu… por motivos completamente inocentes, é claro.

De maneira muito relutante, ela interrompeu o que deveria ser o milionésimo beijo e raspou as unhas curtas na nuca da garota.

— A gente podia ir pra um canto com menos gente… — falou, perto do seu ouvido, propositalmente deixando que sua respiração ofegante fosse perceptível. Mesmo com o som naquela altura, ela podia jurar que a garota havia suspirado, e aquilo fez seu corpo esquentar ainda mais.

— Pode ser. — disse em resposta, beijando o pescoço de Victoria com suavidade.

Ela não sabia o nome de seu match, mas definitivamente sabia como ela gostava de provocar.

Victoria entrelaçou seus dedos e a puxou pela multidão o mais rápido possível, buscando com os olhos qualquer lugar que fosse mais "reservado" — se é que qualquer canto em uma balada pudesse ser reservado. Depois de uma rápida busca, avistou um canto, atrás do bar e quase que vazio. As únicas pessoas ali presentes eram alguns casais, com o mesmo objetivo que das duas naquele momento, alguns com os carimbos combinando e outros não.

Sorrindo, Victoria guiou a garota para lá, negando-se a se render ao clichê do banheiro de balada.

— Não acho que eu ainda tenha perguntado, o que é estranho… — Vic soltou uma risada, abraçando a garota pela cintura. — Mas qual o seu nome?

— Sara — apresentou-se, rindo, já sendo pressionada contra a parede pelo corpo de Victoria. — E o seu?

— Pode me chamar de Vic.

Mal acabaram de se apresentar e já estavam aos beijos novamente. Victoria, dominante, percorreu com as mãos a cintura de Sara, apertando suavemente os dedos contra sua pele, descendo os lábios por seu pescoço quando o primeiro contato havia deixado de ser suficiente. A pele da garota era muito clara e fazia um contraste evidente com os cabelos negros.

Era engraçado, porque algo nela fazia Vic se lembrar de outra garota — um pensamento totalmente aleatório naquele momento. Sara, a moça sensual e provocativa que, naquele instante, apertava as unhas em sua nuca, percorrendo os dedos por seus cabelos e movendo sensualmente os quadris contra os seus, evocava nas memórias de Victoria uma outra garota, colega de sala do Ensino Médio, que em algum momento teve prazer em praticar bullying com ela e que também se chamava… Sara?

Victoria ofegou, afastando os lábios do pescoço da outra somente o suficiente para olhá-la nos olhos. O clima ainda era sensual e Sara sorria, mordiscando levemente o lábio inferior.

— Sei que é idiota, mas… — Vic sorriu, aproximando-se novamente e roçando os lábios no lóbulo da orelha da outra para pronuncar aquelas palavras. — Você parece muito com uma menina que estudou comigo.

Sara riu baixo, mas logo moveu-se o suficiente para voltar a olhar para o rosto de Vic, sob as luzes caóticas. De repente, ergueu as sobrancelhas, numa expressão surpresa.

— Ai, meu Deus. Victoria?

Vic começou a rir, atingindo a compreensão completa.

— Coincidências… — riu largamente, afastando-se um pouco.

Na época do Ensino Médio, uma boa quantidade de anos antes, Sara era uma garota superficial, ligeiramente preconceituosa e não muito esperta. Quem diria que, com o passar dos anos…

— Meu Deus, me desculpa… — Sara também ria, cobrindo o rosto com as mãos. — Eu morro de vergonha daquela época. Eu era tão idiota…

Victoria não tirava o sorriso dos lábios, se divertindo mais que qualquer coisa com toda a situação.

— Quem não era? — ela riu novamente, apoiando uma das mãos na parede.

— Ainda bem que todo Pokémon evolui. — Sara gracejou, correndo sugestivamente a ponta dos dedos pelo colo de Vic, onde a camiseta não cobria.

— Ainda bem. — Victoria sorriu de lado, aproximando-se novamente e pressionando os lábios contra os de Sara.

Elas continuaram a trocar beijos por mais algum tempo, mas com a recente revelação em mente, foi em sincronia que pararam e olharam para o rosto uma da outra, caindo na gargalhada.

— Cara, desculpa, não dá... — Victoria disse, aos risos. — Essa situação toda é tão...

— E eu não sei? — Sara retrucou, encostando a cabeça na parede e rindo alto. — Eu ainda não tô acreditando! Se eu for encontrar com mais alguém do Ensino Médio, eu juro que eu me jogo da janela.

— Nossa! — Victoria colocou a mão sobre o peito, fingindo estar magoada, e Sara riu ainda mais em resposta.

— Menos você, isso foi tipo, a melhor coisa da minha semana até agora — prometeu, pegando a mão de Victoria e entrelaçando seus dedos, um sorriso ainda brincando no seu rosto.

— Eu admito que tô bem curiosa. O que diabos aconteceu com você depois da escola? — ela ergueu as sobrancelhas, olhando Sara de cima a baixo.

— A vida, eu acho… — riu novamente em resposta, tomando a iniciativa de puxá-la para o bar. — Posso te pagar uma bebida pelos "bons" velhos tempos e no meio-tempo a gente fala sobre tudo?

Vic tomou a cabeça, analisando Sara com um olhar interessado.

— É uma boa ideia.


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Notas finais do capítulo

Talvez já tenham reparado, mas a gente tá atualizando a fic semanalmente, então esperem a próxima terça para lerem o próximo capítulo ♥

Só isso mesmo, até lá! Bjundasssss ♥