Match escrita por Sali, Sulpícia


Capítulo 2
Rather Be


Notas iniciais do capítulo

Olá! ♥

Primeiramente, ficamos muito felizes com todos os reviews e os favoritos e acompanhamentos que recebemos, sério! ♥ Praticamente já acabamos de escrever a fic, mas vamos postando aos poucos pra fazer durar mais :3 E, como prometido, aqui vai o segundo capítulo ♥

Ah, a música que inspirou o título é essa aqui, pra quem quiser ouvir
https://www.youtube.com/watch?v=m-M1AtrxztU

Boa leitura! ♥



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— Porra, olha por onde anda!

Vinícius bufou, ao ver metade do conteúdo do seu copo ser derrubado no chão.

Davi, o amigo com quem viera, acabara de desaparecer, ficando com a garota que compartilhava com ele um círculo vermelho neon, totalmente preenchido. Maldito sortudo, parecia ter sido o único a encontrar seu match em menos de uma hora de festa.

Mas, de qualquer forma, a música era boa. Tentou não deixar-se levar pela breve irritação de perder boa parte de sua bebida — até porque, a pessoa sumira em uma questão de milésimos, não é como se houvesse deixado alternativa para nada senão conformar-se — e deixou o corpo se mover no ritmo da música. Ninguém à sua volta chamava muita atenção, e mesmo assim se viu cercado de algumas pessoas que sequer conhecia enquanto dançava.

O seu principal foco era observar as mulheres presentes, analisando os carimbos e procurando aquele que combinasse com o seu, embora, muitas vezes, acabasse perdendo o foco. Cada vez mais considerava a possibilidade de beijar quem quer que considerasse mais atraente — o que não eram poucas — e simplesmente jogar o foda-se para quem quer que fosse sua Match. Poderia encontrá-la depois, e poderia nem ser alguém que o chamasse atenção.

Vinícius definitivamente não iria sair dali na pior.

Havia acabado com o conteúdo do seu copo no instante em que o olhar de uma garota cruzou-se com o seu. Ela tinha a pele muito clara, que contrastava com seu tom de pele escuro, e seus olhos eram grandes e esverdeados, embora fosse difícil de saber com certeza por conta da iluminação do lugar e das luzes multicoloridas. A garota tinha o símbolo de um trevo de quatro folhas amarelo pouco acima do decote, bem diferente da flor-de-lis azul que jazia no pulso de Vinícius, mas ela não parecia ligar e ele também não. Abriu um largo sorriso enquanto dançava, e ele tomou a deixa para se aproximar.

— Posso te pagar uma bebida? — ele questionou, no momento em que se aproximou, reparando que ela não bebia nada. A garota piscou, parecendo satisfeita.

— Lívia. — apresentou-se, não deixando de se movimentar. — E você?

— Vinícius. — ele retribuiu o sorriso, e eles começaram a andar na direção do bar.

— Sabe, Vinícius, você pode não ser o meu Match... — ela começou, tentando fazer com que sua voz se sobrepusesse à música. — mas a gente pode se divertir... Ainda tem muito tempo para encontrar nossos pares. — Lívia falou, pouco tempo depois de já terem novos copos em mãos e de conversarem brevemente sobre coisas triviais.

O rapaz abriu um sorriso perfeito, de dentes brancos e certinhos, e fez que sim com a cabeça, enfatizando o movimento com um erguer do próprio copo.

— Me fala de você... — começou, inclinando a cabeça para que seus lábios se aproximassem o suficiente do ouvido de Lívia.

A garota sorriu, bebendo mais um gole da sua bebida.

— Eu sou designer... — ela começou, mas interrompeu-se subitamente, olhando por cima do ombro de Vinícius, que franziu a testa. — Só um minuto.

O rapaz virou-se exatamente a tempo de ver outro trevo amarelo neon como o de Lívia e compreender que ela o perseguia.

— Foi mal. — ela disse simplesmente, com um sorriso sem graça, e deixou o copo vazio sobre o balcão do bar, afastando-se aos poucos de Vinícius.

Que maravilha, ele pensou consigo mesmo, virando o resto da bebida e largando o copo no bar também. A festa, que tinha tudo para ser boa, havia se apresentado uma grande merda, sem o perdão da palavra. Agora, sozinho e irritado, tudo que Vinícius desejava era ir embora dali o mais rápido possível.

— É... Oi?

A voz veio absolutamente do nada e surpreendeu Vinícius, que quase pulou com o susto. Encarou emburrado o rapaz alguns centímetros mais baixo, com cabelos azuis, maquiagem neon e muita pinta de viado.

— O que você quer? — indagou, sem se preocupar em ser delicado.

O rapaz coçou os cabelos e encolheu os ombros, esticando o braço e deixando visível uma flor-de-lis idêntica à sua própria.

Vinícius bufou.

— Puta que pariu... Só faltava essa. — falou, mais para si mesmo, e encarou o rapaz diante de si. — Ótimo, você me achou. Agora vamos embora logo que eu quero sair daqui. — completou, agarrando-o pelo pulso e puxando-o na direção que acreditava ser a saída.

No entanto, mal conseguiu dar dois passos.

— Ei, ei. Peraí. — o rapaz parou, soltando-se do aperto de Vinícius e fazendo com que ele parasse também. — Calma, cara... Vamos curtir a festa... — ele completou, sem tirar a expressão naturalmente alegre do rosto. — Eu te pago uma bebida.

Vinícius franziu a testa, irritando-se.

— Eu não sou viado. — respondeu então, curto e grosso, e virou-se novamente para a saída.

— Eu te convidei pra beber, não pra dar o cu. — o garoto revirou os olhos, ainda sorrindo.

— Você tá usando maquiagem, isso é coisa de mulher. — Vinícius rebateu, indicando os desenhos em neon ao redor dos olhos do outro.

— E essa sua pulseira é o quê? — ele respondeu de uma vez, descendo os olhos para o ornamento com várias tiras de camurça e alguns pingentes de metal que circundava o pulso de Vinícius.

O rapaz desceu os olhos para o próprio pulso e abriu a boca, mas não soube rebater.

— Eu sou Yan. — o match de Vinícius se apresentou. — Você...?

O mais alto entre os dois bufou. Poderia simplesmente mandar Yan se foder e ir embora, mas...

— Vinícius. — respondeu então, aceitando a ideia de ganhar uma bebida.

————— — — —————

Sara não era uma grande fã de baladas, mas estava adorando aquela festa.

Mesmo que não tivesse encontrado ainda a pessoa que correspondia ao desenho de duas flechas simples na cor roxa no dorso da sua mão, ela não podia se importar menos naquele momento. Sempre tinha alguém para se juntar a ela e ao amigo para dançar, e Yan, empolgado como nunca, também curtia bastante. E, como os preços do bar não eram absurdos como em baladas normais, ela deixou seu instinto de capricorniana de lado por um momento. Não é como se estivesse bêbada, estava só um pouco animada demais.

Sara e Yan haviam juntado um bom número de pessoas com eles na pista de dança, e ela estaria mentindo se dissesse que não tinha dado um ou dois beijos em pessoas aleatórias que lhe chamaram atenção. Ela poderia ter um match, mas isso não a impedia de curtir antes de encontrá-lo.

Subitamente, enquanto dançavam, Yan falou algo baixo demais para ser ouvido, encarando o bar com uma expressão embasbacada. Sara o pegou pelo braço e o sacudiu, como se tentasse acordá-lo para o mundo. Yan arregalou os olhos para ela e voltou a fitar o bar, mais especificamente, onde um garoto estava sentado, com uma cara meio emburrada. Ele era negro, tinha o cabelo raspado e barba por fazer. E era muito, muito atraente.

— Se você não chegar nele, eu vou — Sara alertou.

Yan sacudiu a cabeça, abrindo um sorriso animado.

— Ele é meu match! Olha! — disse, apontando para o carimbo no próprio braço e o carimbo no pulso do rapaz. Eram idênticos.

— É o seu match! — gritou, sentindo-se feliz pelo amigo. — E o que você tá esperando?! — Sara quase o fez cair enquanto o sacudia. — Vai lá falar com ele!

— Ele parece meio emburrado… — Yan respondeu, tendo que se aproximar da orelha da amiga para que pudesse ser ouvido enquanto a multidão gritava em êxtase com uma nova música que começava, e Sara começou a mover seu corpo no ritmo dela também.

— E quem melhor pra resolver isso? Vai lá antes que ele suma! — dito isso, ela deu um empurrão encorajador, e Yan lançou-lhe um sorriso e foi.

Sara deixou-se ser engolida novamente pelas pessoas que dançavam na pista, e logo se viu cercada pelo mesmo grupinho que dançava algum tempo atrás.

— Yan achou o match dele! — ela gritou, erguendo o copo em suas mãos em comemoração, e todas as pessoas do grupinho também gritaram, animadas.

Aquele momento foi logo esquecido, e todos voltaram a dançar. Era um grupo de cerca de quinze pessoas. Sara começou a se sentir aflita quando ele diminuiu para doze, dez, nove, até que estivesse com apenas outras cinco, porque todo o resto havia avistado seus matchs por aí.⁠⁠⁠⁠

De repente, dois rapazes começaram um beijo fogoso diante de Sara. Ambos já estavam no grupinho, mas só naquele momento pareciam ter percebido que eram o match um do outro.

Assim, a conta se reduzia a três, além da garota. Ela olhou em volta, sem parar totalmente de dançar. A festa estava cheia, mas muitas duplas já exibiam suas marcas semelhantes, algumas conversando em áreas menos barulhentas, outras dançando ou se agarrando na pista.

— Meu match... Meu match... — a garota repetiu para si mesma, colocando as mãos na testa e tentando se controlar minimamente. Já havia bebido um pouco, dançado muito e esquecido completamente do objetivo inicial daquela festa, até aquele instante.

Ainda tentando se encontrar, Sara tentou afastar-se um pouco do centro da pista de dança. No entanto, antes que conseguisse, seus olhos focalizaram uma mulher dançando junto a outras pessoas. Logo que Sara a notou — pele escura, cabelos quase raspados, camiseta regata, jeans... muito bonita —, teve a sensação de que ela estava dançando para si. Pelo menos, a troca de olhares parecia querer dizer isso. E, por Deus, ela dançava muito bem.

O match fica pra depois, a moça disse para si mesma e refez seus passos na direção da outra, que também se aproximava.

Logo, estavam ficando, se pegando, ou qualquer nome que se quisesse dar para o beijo incrível que trocaram, com direito a uma mão apertando a cintura de Sara e caminhando perigosamente por seu corpo.

O beijo cessou e a moça encarou Sara com um sorriso provocativo.

— ... meu match... — falou, ou foi isso que Sara conseguiu compreender. Bateu na testa.

— Eu tenho que encontrar meu match! — gritou em resposta, virando-se, mas a mulher a impediu de ir segurando sua mão sem força nem agressividade.

— Sou eu! — falou então segurando-lhe a mão e colocando a marca de Sara ao lado da sua própria.

Sara arregalou os olhos, inicialmente surpresa, mas depois começou a rir.

— Finalmente... — divertiu-se, agarrando Victoria pela camiseta e puxando-a para outro beijo.

 


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Notas finais do capítulo

E aí? O que estão achando? ♥

Até o próximo capítulo ♥