Os dedos finos e longos de Makishima brincavam com os cabelos curtos da nuca de Tadokoro, que segurava os quadris do outro com as duas mãos.

— Tudo bem…? — Maki perguntou timidamente, seus joelhos afundando no sofá, um de cada lado do quadril de Tadokoro.

— Tudo. — Ele colocou a mão na bochecha de Makishima, passando o polegar pela pinta que ele tinha no queixo, e sentiu um arrepio subir sua espinha quando viu as presas afiadas atrás dos lábios entreabertos.

Maki jogou os cabelos verdes por cima do ombro, colocando algumas mechas atrás de sua orelha pontiaguda. Ele roçou os lábios no ombro de Tadokoro como um aviso, antes de afundar lentamente os dentes em sua pele.

Tadokoro soltou um chiado, e a mão que antes estava no rosto de Maki agora apertava sua coxa. A dor não era insuportável, mas era incômoda.

Makishima lambeu as duas feridas lentamente, o sabor metálico tomando conta de sua boca.

Fazia muito tempo que ele não tomava sangue fresco assim.

As bolsas de sangue, geralmente vindas no mercado negro, deixavam tudo mais prático e higiênico, além de impedir que boa parte da população humana soubesse da existência dos vampiros. Entretanto, o gosto nem se comparava ao do sangue fresco.

Apesar de não estar satisfeito, Makishima decidiu parar depois de alguns minutos. Já era mais do que o suficiente para uma primeira vez

— Pronto — ele murmurou, esfregando a boca com as costas da mão.

— Tem certeza que não quer mais? — Tadokoro tocou a ferida com a ponta dos dedos, soltando mais um chiado de dor.

— Tenho, sho. — Makishima se levantou. — Não suje o sofá.

Tadokoro pressionou o machucado com a palma da mão, enquanto Maki pegava algodão e curativos.

Em dois anos de namoro, aquela era a primeira vez que Maki bebia seu sangue.