E lá estava eu, apenas descendo o feed de notícias de uma rede social quando aparece mais um pedido de amizade. E, como sempre, só esperava que não fosse de um homem, tenho medo de aceitá-los por razões mais que óbvias. Porém, a minha preocupação foi em vão, era uma garota: Carol Coelho.

Carol who? Sempre me pergunto isso quando alguém novo me adiciona. E só tinha um amigo em comum e nem é uma pessoa que eu fale muito. Mas, enfim, resolvi dar um chance né? Como digo: potencial leitor para meus livros. (Anelise interesseira.)

E na sequência, meu segundo maior ódio do facebook aconteceu: o fucking som de uma mensagem e logo quando você não está nem um pouco com vontade de conversar. Eu sei, sou reclamona, me deixa! É minha TPM!

Eis que era a Carol, dizendo assim:

"Oi! Vi que você também é lá do Café com Letra e acho muito legal você ter escrito para todas as coletâneas até agora. São 15 oneshots. Isso não é pouca coisa!"

Ela conseguiu puxar um assunto legal e respondi:

"Sou de lá mesmo. E sim, tiveram algumas dessas que deram muito trabalho. E você, escreveu alguma one para lá já?"

"Não tantas quanto. Apenas três."

"Já é um começo e tá melhor que muita gente que tá lá e nunca aparece."

"Até grupo tem fantasma."

"Hahaha Verdade."

"E tá tudo bem contigo?"

"Tá sim. E com você?"

"Tá tudo bem também."

Seria nesse ponto que a conversa morreria, se fosse numa situação normal.

"Sabe, dei uma stalkeada no seu perfil e vi que gosta de anime também."

"Opa, mas uma otaku. =D"

"Sim! Quais são animes favoritos? Os meus são..."

E ai, com anime e coisas japonesas envolvidas no assunto, a conversa transcorreu. Falamos sobre nossos husbandos e sobre as waifus, mesmo que não tivéssemos. E claro, fiz questão de aparesentar a ela o "maravilhoso mundo dos seiyuus", já era meio caminho andado só pelo fato de já gostar de anime. Trocamos indicações também.

Os dias foram passam e é difícil dizer sobre o que nós não conversamos. Até sobre Harry Potter.

"Qual tua casa?" Ela indagou

"Corvinal, claro. Mesmo que não seja fã de azul."

"Que legal, somos da mesma casa."

"Eu sei. Eu vi na sua foto de perfil. haha"

"Por que não colocou o filtro na sua foto então?"

"Não sou tão doente assim por HP, nem me considero potterhead. Mas a tia JK é uma grande inspiração para mim como autora. Aposto que para ti também."

"O mais fácil seria: Para quem ela não inspiração?"

Falamos sobre nossos escritos, sobre música, sobre a família, a vida. Ai gente, assunto que não tinha mais fim. Um pouco todos os dias, ou em dias alternados, dependendo da ocupação de cada uma, porque os livros não se escrevem sozinhos.

E acho que é assim que uma amizade legal surge, sem pretensão. Não precisa conversar todo dia e nem precisa ter tanta afinidade assim, não em especificamente tudo. Alguns temas em comum e alguns diferentes, tudo isso para se conhecer alguns outros mundos, outras visões, outras coisas que não fazíamos ideia.

E é por isso que fico feliz das pessoas serem diferentes, de ter gostos diferentes. Adoro essa diversidade. Se todos fossem iguais o mundo seria chato!

E uma coisa que os anos me ensinaram é que não importa a distância e nem o tempo, porque os amigos serão sempre amigos. E eles podem surgir de todos os lugares e das mais variadas formas.

Num primeiro dia de aula, num grupo de facebook, numa conversa por chat... Enfim...

Passou-se um tempo e aquela menina da conversa se tornou uma amiga virtual quanto tantas outras que tenho e que gostaria e muito de guardar num potinho, de tão preciosas que são. A única coisa triste de isso tudo é que elas moram a quilômetros infinitos de distância. Ainda bem que existe a internet que pode nos aproximar e fazer com elas estejam sempre a nosso lado, mesmo distantes fisicamente.

Amizade é assim! Não tem regra!