Bangtan Boys - Park Jimin

Overcome

Capítulo 30 - Something Happened

Apoiei a minha cabeça no vidro do carro fechando os meus olhos lentamente, olhei novamente para a tela do celular, ansiando por uma mensagem, mesmo sabendo que ele não enviaria nada. Mandei uma mensagem perguntando como ele estava, ele nem sequer respondeu a mensagem. Bloqueei a tela do aparelho enquanto olhava a paisagem que passava lentamente, Suho estava no banco da frente enquanto Hoseok estava ao meu lado me olhando preocupado todo o percurso até a empresa.

Olhei o meu rosto no reflexo do vidro, vista a sua melhor roupa.

Meus olhos estavam impecavelmente delineados, meus lábios estavam rosados e as minhas bochechas avermelhadas. Para te dar um olhar mais jovial e inocente, foi o que a maquiadora tinha dito. Eu vestia um longo vestido azul marinho e um par de sapatilhas douradas.

Assim que o carro parou eu hesitei um tanto em sair.

— Vamos? — Hoseok perguntou me olhando preocupado e eu apenas acenei com a cabeça positivamente dando um pequeno sorriso, eu não queria preocupá-lo. Era melhor que por enquanto ele não soubesse de nada.

— Sim. — disse minimamente enquanto saía do carro.

Olhei para cima, podendo ver o quão enorme o prédio da Empresa era. Não me surpreendi ao perceber o porquê Moonseol querer aquele império para si por qualquer custo, a sede da empresa Kwon era enorme e ia muito além do que eu conseguia imaginar. Era muito dinheiro para que o meu cérebro pudesse raciocinar.

Entramos na empresa seguindo minha mãe e o senhor Jung em silêncio, a única coisa que os funcionários ao redor ouviam era o som de nossos passos apressados.

O jantar seria na cobertura da empresa, o restante dos convidados já nos esperava em uma mesa enorme e farta.

— Omo! — uma voz que a anos eu não ouvia me surpreendeu, puxando-me para uma abraço — Minha neta Kim Eunji cresceu tanto! Omo, Junmyeon!

Um sorriso reluzente surgiu em meu rosto ao ver minha avó novamente, eu só gostaria que fosse um sorriso verdadeiro.

Cheongwa, 2012

Park Jimin

 Seus orbes castanhos estavam escondidos pelas suas mechas ruivas e seu boné de aba reta, o garoto portava uma mochila e caminhava decidido pelos corredores da Empresa Kwon. Seus olhos brilhavam, mas não de alegria, e sim de raiva. O rapaz estava determinado em acabar com aquilo de uma vez por todas e poder se vingar daquela mulher, poder vingar a sua noona que sofria silenciosamente todo aquele tempo.

Entrou no elevador no terceiro andar, só não esperava se encontrar com ela.

Kim Eunji estava linda naquele vestido olhando para o seu reflexo com o olhar perdido em seu próprio mundo.

Jimin fez o possível para passar despercebido no elevador, abaixando sua cabeça para que a garota não o reconhecesse. Sentiu seu coração doer com o arrependimento.

“Me desculpe Eunjinnie, me desculpe pelo que terei de fazer, espero que algum dia você me perdoe. Por enquanto, eu terei de seguir esse roteiro, pela segurança da minha família.”

O tempo parecia se passar lentamente ao lado dela, embora ela sequer notasse que ele estava ali ao seu lado. A garota pela última vez naquela noite pegou seu celular, olhando novamente sua conversa com Jimin. Um suspiro fraco escapou por seus lábios ao ver que o garoto sequer tinha se dado o trabalho de responder.

Saiu do elevador deixando Jimin sozinho, com sua consciência pesando por conta daquilo que estaria prestes a fazer.

Era incrível como Kwon Moonseol tinha planejado tudo aquilo perfeitamente bem, pois não tinha sido muito difícil para que Jimin se infiltrasse na sala de Junmyeon. Deu um breve suspiro enquanto sentava-se diante do computador do futuro herdeiro, colocou o pendrive no computador e começou a transferir o único arquivo que havia ali.

— Espere somente mais alguns minutos, e você poderá sair somente ao meu comando.

O garoto se encostou na cadeira revirando os olhos enquanto o arquivo copiava lentamente. Assim que terminou de copiar, ejetou o pendrive enquanto ativava o arquivo.

— Saía agora.

Jimin seguiu a ordem se retirando imediatamente da sala, enquanto um alarme de alerta ecoava por todo o edifício.

— Ouça atentamente, eu estarei apagando todas as imagens das câmeras de segurança, assim não conseguirão descobrir que você entrou na empresa. Você terá que descer a escada da saída de emergência imediatamente, a não ser que queria morrer queimado.

— Mas quê diabos? — Jimin sussurrou começando a ficar nervoso, aquilo não fazia parte do combinado. Era mais do que óbvio que Moonseol tinha uma carta na manga.

— Por favor, retirem-se imediatamente do edifício! O alarme de incêndio foi ativado!

— Faça o que eu estou lhe dizendo, dessa vez deixarei a sua namoradinha sair ilesa, dessa vez. — a voz de Moonseol ecoava em seus ouvidos.

Cheongwa, 2012

Kim Eunji

Entediante, era o que definia aquele jantar. Sentia uma breve vontade de revirar os olhos, os olhares repreensivos de minha mãe eram evidentes. Ela queria que eu me juntasse a conversa e me alimentasse propriamente. Mas eu jamais conseguiria comer da mesma comida que a minha harmeoni, jamais conseguiria me sentar a mesma mesa que ela. Por que eu sentia que tinha algo terrivelmente errado para ela ter interesse ao se juntar a nós para jantar. Algo estava errado e minha mãe não queria perceber.

Algo estava muito errado.

— Eunji, minha neta, está se sentindo bem?

Vista sua melhor máscara.

Não me decepcione.

— Sim harmeoni, eu só irei me retirar por um momento. — me levantei respeitosamente e saíndo da cobertura do prédio. Fiquei alguns minutos diante do elevador com o celular na mão, eu não sabia o que fazer, só queria sair dali naquele exato momento.

Entrei no elevador com a minha mente prestes a explodir, encarei o meu reflexo no espelho do elevador. Eu já não aguentava mais tudo aquilo, só queria poder descansar a minha mente.

Queria poder desabafar, mas todos os meus amigos além de Jimin estavam em viagem em Jeju. Dessa vez eu estava sozinha.

Foi então que franzi a minha testa, sentindo um cheiro familiar no ar, ao mesmo momento que o elevador anunciou com um bipe eletrônico que eu já estava no terceiro andar. Olhei para o rapaz ao meu lado que se escondia por trás de um boné e revirei os olhos por em algum momento me lembrar dele, talvez Jimin não se importasse comigo.

Talvez ele não quisesse mais me ver de alguma maneira.

Com esses pensamentos eu me retirei do elevador e fui para a área da cafeteria, eu estava com fome, mas não me sentia capaz de jantar naquela mesa. Era como se toda a falsidade do local tivesse intoxicado também os alimentos.

— Boa noite, o quê a senhorita deseja? — um atendente sorriu para mim.

— Um pedaço de torta caíria muito bem. — dei um sorriso cansado.

Não demorou muito para que eu fosse atendida e começasse a comer aquele pequeno jantar sozinha. Assim que terminei, acabei por chamar um táxi, não estava mais aguentando ficar ali.

[...]

— Eunji-ssi. — a voz suave de Minjoo fez com que eu erguesse meu olhar.

Eu tinha vindo para um parque, pois sabia que minha mãe reclamaria comigo assim que me visse chegar em casa antes dela, então apenas me sentei no banco desse parque e fiquei observando o movimento das ruas. Naquele horário vários casais andavam de mãos dadas pelo parque, enquanto alguns adultos estressados voltavam para casa depois de um dia exaustivo no trabalho… Enquanto isso eu estava em um banco sozinha observando os carros passarem na rua, olhando para nenhum ponto em específico, apenas querendo um pouco de paz.

— Oh, annyeong unnie. — disse com a voz fraca ao reparar em sua presença. Já tinha me acostumado com a presença de Oh Minjoo, de alguma maneira, ela fazia com que eu não me sentisse abandonada. Tinha muito que agradecer a ela.

— Você fez bem hoje a noite, e você sabe disso. — disse com um pequeno sorriso no rosto.

— Toda aquela atuação medíocre? — perguntei desviando o olhar enquanto olhava para o movimento da praça em que eu estava. — Eu acho que não.

— As coisas estão prestes a melhorar criança, você só tem que aguentar um tantinho a mais, e logo tudo se acertará. — disse com os olhos brilhando, naquela noite, algo me dizia que Minjoo me escondia algo importante. Algo que ela lutava contra si mesma para não me contar.

Mas pela primeira eu apenas dei de ombros, estava com a mente cansada demais para me preocupar com esse tipo de coisa. Eu só queria poder dormir.

— Eu me pergunto o quanto esse “logo” irá chegar. — suspirei apoiando o meu rosto com as mãos, até ser surpreendida pelo meu celular vibrando. Era um ligação de Hoseok.

— Atenda, seus irmãos precisam de você agora. — ela sussurrou.

— Eunji-ssi! — Hoseok quase que gritou de alívio ao ouvir a minha voz do outro lado da linha — Omo, Eunji-ah, eu estou tão aliviado por ouvir a sua voz. Eu achei que...Omo, eu achei que…

— Eunji-ah? — Suho pareceu ter pego o telefone — Aigo, que alívio poder ouvir a sua voz.

Franzi a minha testa.

— Algo sério aconteceu.