O Verdadeiro Mundo Pokémon escrita por Ersiro


Capítulo 5
À procura de Lucy


Notas iniciais do capítulo

Aqui temos uma batalha, é nela que escrevo em 3ª pessoa. Fiz essa mudança para dar um olhar diferente daquele que Baker pode nos oferecer.



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ONDE ESTAMOS, O CAMINHO sobe para o norte, mas aos poucos sua trajetória também é desviada para leste, para o litoral. Sendo assim, o sol exala seu calor sem dó e faz queimar a pele. Ele está tão forte que até eu que não gosto, vesti um short. Tirei a blusa e descolei a camiseta da pele. Lucy também tirou seu pulôver gigantesco e ficou de regata. O estranho era que Ben continuava com sua blusa e calça, mas não o importunamos por isso, o deixamos em paz. 

Estou ansioso pela minha primeira batalha Pokémon. 

Estamos numa clareira, a grama é baixa e verde, o vento sopra balançando as folhas nos galhos das árvores próximas. 

Ben mostrou quais movimentos Budew sabia e me deixou começar. 

Lucy dá o grito de início de batalha. 

 

~×~

 

— B-Budew… É… Use Absorção! – disse Baker. Partículas douradas e verdes saíram de Cyndaquil e foram de encontro à Budew. 

Cyndaquil continuou da mesma forma, como se nada tivesse acontecido. 

— Ha-ha! Um ataque Grama contra um Poké tipo Fogo não faz muito efeito! – riu Ben. - Bem, Cynda, mostre a eles que estão em desvantagem usando Brasas! - o fogo das costas de Cyndaquil se expandiu e pequenas bolas de fogo foram lançadas de sua boca. 

Os pequenos mísseis flamejantes acertaram em cheio Budew que se agonizou no chão com a queimadura sofrida. 

— Budew! Va-vamos, levante-se! – encorajou Baker. Budew conseguiu se levantar, um pouco trêmulo. - Agora, use o Pó Atordoante

O Pokémon verde firmou seus pequenos pezinhos no chão e soltou uma espécie de poeira alaranjada e brilhante que foi de encontro ao adversário. 

— Cynda, use o Cortina de Fumaça contra esse pó para rechaçá-lo! - o Pokémon lançou uma enorme quantidade de fumaça preta que bateu contra o Pó Atordoante e o parou, assim como ainda alcançou o adversário, que teve sua visão comprometida. 

A fumaça também alcançou os olhos de Bernardo, fazendo-os lacrimejarem. 

— Ai, droga! - amaldiçoou Baker. - Não consigo abrir meus olhos!

Benjamin riu, era divertida a forma desengonçada como Baker conduzia a batalha. 

— O.k., agora Investida! – comandou ele. Cyndaquil jogou seu corpo contra o de Budew que caiu com o impacto sofrido. 

Bernardo ficou desesperado. Não se desespere, Batalha Pokémon também é da maior parte feita de lógica! Pense mais um pouco!, pensou. Um rápido insight passou por sua mente e já sabia o que fazer. 

— Budew, use o Esguicho de Água! - O pequeno Pokémon se levantou com dificuldade entre a fumaça e, de alguma forma, conseguiu jogar esguichos de água para o alto. Quase no mesmo instante, várias gotas começaram a cair do céu, fazendo a fumaça se extinguir. As chamas das costas de Cyndaquil diminuíram de tamanho. 

— Investida, de novo! – ordenou Ben, irritado. 

— Evasiva! - Budew conseguiu se safar do ataque. - Agora Pó Atordoante

O pó alaranjado não teve muito alcance por conta das gotas que ainda caíam, mas foi o suficiente para atingir Cyndaquil, que estava muito próximo de Budew. 

Cyndaquil ficou paralisado. 

— Não! Cynda, Brasas! – gritou Ben. O Pokémon tentou, mas pequenos raios amarelados percorreram pelo seu corpo, o impossibilitando de se mover. 

Bernardo aproveitou a situação. Como Budew só sabia um movimento ofensivo, decidiu usá-lo três vezes seguidas, já que o adversário não conseguia se mover. Os Absorções usados sugaram a energia vital de Cyndaquil que pareceu ficar apenas um pouco tonto; mas a melhora de estado de Budew foi aparente. 

As gotas cessaram. E o sol voltou a brilhar esplendorosamente. 

— Use Investida! – ordenou Ben. Novamente, Cyndaquil não conseguiu se mover. 

— Budew, Crescimento. Em seguida, use Absorção! - o corpo do pequeno cresceu e brilhou, envolto em uma aura verde; seu poder parecia ter aumentado. Desta vez, o Absorção fez um dano maior no adversário. O corpo de Budew voltou ao tamanho normal. 

— Olhar Furioso! – mandou Ben. Cyndaquil deu um olhar intimidador para Budew que recuou um pouco, baixando a guarda. 

Cyndaquil ainda sofria da paralisia e a chance de acertar ou não um golpe era baixa, levando em conta que antes não conseguira se movimentar, mas Ben ainda assim tentou: 

— Cynda! É agora ou nunca! Use Brasas! - o fogo das costas do Pokémon se expandiu como nunca, de forma inacreditável, e de sua boca os jatos de bola de fogo saíram mais rápidos e mais fortes. 

— Evasiva! – vociferou Baker. 

Mas era tarde demais. Os projéteis foram mais rápidos e atingiram Budew com força. Alguns deles acertaram o chão molhado das gotas e espirraram lama para todo lado, impossibilitando de ver e saber o que acontecera no local. 

Depois da meleca ter baixado, puderam ver…  

— Bu-dew… - murmurou Budew, caído e derrotado.

 

~×~

 

— BUDEW ESTÁ FORA de combate, Cyndaquil é o ganhador! - grita Lucy, feliz como sempre. - Ou seja, Ben ganhou! 

— Uau! - diz Ben, surpreendido. - Mas que batalha! 

— Ah! - expiro, jogando o peso do corpo para frente. - Não sabia que era tão cansativo batalhar. Se eu estou assim, imagine os Pokémon! 

— Sério, Baker. Por ser sua primeira batalha, o resultado foi simplesmente in-crí-vel! Você leva jeito pra isso! 

— O-obrigado. - gaguejo, me sentindo sem graça. 

— Sim, realmente foi uma batalha espetacular! - exclama Lucy. - Os dois estão de parabéns! 

Voltamos para onde havíamos deixado a barraca e terminamos de guardar as coisas. Colhemos e demos Berries para que Cyndaquil e Budew se recuperassem. 

Em certo momento, Lucy gritou surpresa, apontando numa direção: 

— Ducklett

Nos viramos e vimos o pássaro atrás de uma árvore, tentando se esconder. Estava nos vigiando. Quando nota que estamos olhando para ele, arregala os olhos, assustado, e tropeça ao dar um passo para trás, mas consegue se equilibrar, dar meia volta e fugir entre os troncos. 

— Ei, volte aqui! - diz Lucy, correndo atrás dele. - Eu preciso saber o que você quer! 

Eu e Ben nos olhamos sem entender, mas assentimos, afinal é a Lucy. Nada que ela dissesse ou fizesse era estranho demais. Pegamos as mochilas e corremos atrás dela. Mas como o vento, ela não estava mais visível, já tinha sumido. 

— Ótimo, aqui estou eu de novo. À procura de Lucy... Ei, isso daria um bom nome para um livro ou até mesmo um capítulo… - diz Ben, tentando parecer animado. - Pelo menos, desta vez, eu tenho companhia. Obrigado por existir, Baker - ri, colocando a mão no meu ombro. 

Também rio. Adentramos cada vez mais e mais na floresta que está fresca, já que as árvores tapam o sol sobre nossas cabeças. O clima aqui está ótimo. 

Gritamos por Lucy um bom tempo, mas não obtivemos resposta. Começamos a ficar preocupados. Onde ela havia se metido dessa vez? 

Não sei dizer quando, mas repentinamente, detrás de uma árvore, um vulto veio em direção ao rosto Ben. Não teve tempo de esquivar, e aquele objeto o acertou em cheio. Ele cai no chão, atordoado. Me agacho para socorrê-lo e ele consegue se sentar. Olha ao redor, tentando entender o que aconteceu. Em sua testa um galo começa a inchar. 

— E aí pirralho? - diz uma voz já conhecida, acima de mim. Meu corpo treme só de lembrar o que passei com o dono daquela voz: Jeremy. 

Ele segura um pedaço de madeira que leva um prego preso com sua ponta enferrujada virada para cima. Preocupado, olho para a testa de Ben. Ufa! Por sorte a ponta não acertou Ben! 

— O que você quer? Será que não dá para me deixar em paz?! – vocifero e me levanto. 

— Corta essa. Sério que você sobreviveu? - fala Jane com desdém, saindo de algum lugar da mata fechada. - Olhem só... e o inútil verdinho também está aqui! 

— Budew! - grita meu Pokémon. Raivoso, lança uma camada de Pó Atordoante em volta de si mesmo. 

Levanto a camisa para o nariz e Jeremy fez o mesmo. Já Jane, demora a reagir e é atingida. Seu corpo se retrai e ela cai de joelhos. 

— Maldito! – amaldiçoa. - Vai, Snorunt, saia e use Caco de Gelo. - tira a Pokébola e o Pokémon sai. 

Das mãos de Snorunt saem várias pedras de gelo, algumas pontiagudas, que vão em direção e acertam Budew, que voa com o impacto. Bate contra uma árvore e congela ali, petrificado entre o casco da árvore e o gelo. 

Eu só consigo olhar assustado para aquilo. Não percebo Jeremy se aproximando e noto apenas quando ele já está em cima de mim. Vem correndo e se joga de lado contra mim. Caio, batendo as costas no chão e, por um momento de pânico, perco o fôlego. Procuro Ben com o olhar, a minha única salvação, mas não lembro onde o havia deixado. Não consigo achá-lo. 

— Sabe, estamos num trabalho aqui por perto - começa Jeremy, pousando o pé em meu peito e o pressionando -, e ouvimos seus gritos irritantes. Você incomodou tanto que decidimos fazer uma visitinha. Afinal, fazer o mal também é uma espécie de arte. 

Gemo com o peso que ele deposita em meu peito. Com os braços moles de medo, tento empurrar sua perna, mas não consigo. 

— Ah, não… Você é um molenga mesmo! Sneasel, saia – da Pokébola em seu cinto, o Pokémon sai sozinho. - Que tal um pouco de dor para enfeitar o quadro de pintura de seu rosto? 

Mesmo no aperto em que estou, reparo que Jeremy fala muito sobre "arte", o que, juntamente com seu cabelo, adiciona um toque de bizarrice a mais. 

Sneasel se achega perto de meu rosto e afunda uma de suas enormes unhas na minha bochecha. O corte é raso, mas sinto a ardência e o sangue escorrer. 

— Ei, idiota! - grita Jane, sufocada. - O outro... o gordo! Ele se le... levantou! 

O segundo seguinte serviu apenas para notarmos Ben de pé com um enorme galo roxo na testa. Meu novo amigo (eu já posso considerá-lo um?) segura Budew nos braços. Cyndaquil está ao seu lado, o fogo de suas costas em pura expectativa. 

— Cynda, Brasas

Os jatos de fogo saíram velozes e deram um encontrão em Sneasel. Também atingiram a roupa de Jeremy que começou a pegar fogo e derreter. 

— Uah! Merda, isso queima! - aterrorizado, Jeremy tirou a jaqueta e a camisa de manga comprida. O tecido da camisa derreteu em várias partes e grudou na pele. Como puxou com desespero, pude ver uma área da pele de seu braço se descolar junto com a camisa e deixar o local em carne viva. 

— Oh, porcaria! Não, não, não! - continuou gritando, agonizado. Seus olhos lacrimejavam. 

Uma sombra negra se ergue sobre nós e nos envolve. Cortina de Fumaça. Não dá para ver um palmo à frente. Uma mão ajuda a me levantar. "Sou eu, fique calmo", sussurra Ben. Sou guiado por ele e em pouco tempo saímos da região da fumaça. Continuamos andando o mais rápido que podemos. Com muito esforço conseguimos chegar ao próximo vilarejo, a Vila Bamboose, onde a maioria das construções são feitas de bambu, inclusive o posto policial que é para onde nos dirigimos. Depois de contarmos tudo para a Oficial Jenny, ela inicia uma busca por Lucy com a ajuda de mais três outros policiais de cargo menor que recebem ordens dela. 

Já é noite e depois de nos instalarmos no Centro Pokémon, Ben e eu conversamos e concordamos que foi caso perdido ter dado um trabalho para a Oficial Jenny. Ela é ineficaz em 90% dos casos que está na frente. Mas pelo menos há uma esperança. E se por puro acaso, ela voltasse com boas notícias? Que prendera a dupla Jeremy e Jane, ou retornasse com Lucy... Bem, estou apenas tentando ser gentil. Dificilmente alguém chega e diz: “A Oficial Jenny resolveu meu problema!”

— Pelo pouco que conheço Lucy, sei que ela vai voltar sozinha. Vamos dormir e pode ter certeza que amanhã ela já estará de volta. 

Acredito em Ben, mas tudo não passou de um infeliz engano por parte dele. Se passaram mais dois dias e Lucy não voltou. Estamos muito preocupados, mas não temos muito o que fazer. Não vamos voltar a nos aventurar na floresta, pois ainda estamos bastante receosos - e o galo de Ben só diminuíra pouquíssimo. Como já duvidávamos, a Oficial Jenny retornou com um relatório que no fim somente quis dizer uma coisa: não acharam vestígios nenhum de Lucy, nem da dupla Rocket. 

No terceiro dia, quando a tarde se instala, conseguimos ver alguém chegando ao longe pela rota. É Lucy. E volta com surpresas: Está bronzeada, mais feliz do que nunca a vi, e um Wooper a segue. 

Ben a repreende por ter nos deixado loucos de preocupação. Mas ela não se importa, continua tagarelando coisas sem sentido e, inclusive, zomba Ben pelo gigantesco galo que está em sua testa. 

Me pergunto o que ela tramou nesse tempo em que ficou fora. Que aventura havia vivido?


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo será um CAPÍTULO BÔNUS. Ele servirá tanto para contar algo que já se passou, como a história de algum personagem, Pokémon, etc., quanto poderá contar algo que se acontece longe do olhar do trio, ou seja, algum fato que se passa enquanto eles seguem sua jornada. Servirá para dar a vocês um olhar mais detalhado do que ronda a região Toran e quem são os personagens com quem lidam!
Assim, trarei o passado de Lucy e onde ela esteve durante esses dias que ficou fora do alcance dos meninos.



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